O Dasein

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    É coerentemente lógico pensar que a verdade seja relativa, pois ela não é objetiva, como a realidade, mas, sim, sempre pertinente a uma sistemática ou a uma óptica específica.

    É como você chegar numa grande biblioteca e pedir um livro e a bibliotecária dizer que ele está emprestado, quando, na realidade, o livro já foi devolvido à biblioteca, porém sem que houvesse tempo suficiente para que os funcionários providenciassem sua reposição no devido lugar da estante e devolvessem sua ficha ao catálogo.

    A bibliotecária não mentiu, ela apenas, fez a leitura sistemática da situação. Para o sistema, o livro encontra-se ainda ausente da biblioteca. Essa é sua verdade, embora não seja a realidade…

    Isso me lembrou o Dasein de Heidegger: o conhecimento humano não é pura informação, é um conhecimento intencional, ou seja, só sabemos o que de alguma maneira nos interessou ou nos interessa.

    Retomando a analogia da bibliotecária, não interessa, ao sistema, saber se o livro realmente encontra-se fisicamente ou não na biblioteca. A bibliotecária não deve, à priori, estar preocupada com a real localização do livro, principalmente se ela mesma desconhece os pormenores do funcionamento do sistema de reposição de livros.

    Por outro lado, o usuário, muito interessado em conseguir o livro e sabendo, mais ou menos, como funciona o sistema da biblioteca, poderia levantar a hipótese de que o livro já houvesse sido devolvido e perguntaria à funcionária se ela poderia checar se o livro já não se encontrava nos balcões de devolução…

    …logo, a única realidade que conhecemos é a que nos interessa, é a fenomenologia do Dasein

    #80171

    Mas  falando em conhecimento, o conhecimento serã uma lente onde vamos poder realizar interpretações do  mundo. O conhecimento não é uma coisa que se acumula, é um ato que proporciona uma mudança constante do horizontequote author=E. Mileto de Souza link=topic=1387.msg8072#msg8072 date=1124108027]É coerentemente lógico pensar que a verdade seja relativa, pois ela não é objetiva, como a realidade, mas, sim, sempre pertinente a uma sistemática ou a uma óptica específica.   É como você chegar numa grande biblioteca e pedir um livro e a bibliotecária dizer que ele está emprestado, quando, na realidade, o livro já foi devolvido à biblioteca, porém sem que houvesse tempo suficiente para que os funcionários providenciassem sua reposição no devido lugar da estante e devolvessem sua ficha ao catálogo.   A bibliotecária não mentiu, ela apenas, fez a leitura sistemática da situação. Para o sistema, o livro encontra-se ainda ausente da biblioteca. Essa é sua verdade, embora não seja a realidade...   Isso me lembrou o Dasein de Heidegger: o conhecimento humano não é pura informação, é um conhecimento intencional, ou seja, só sabemos o que de alguma maneira nos interessou ou nos interessa.   Retomando a analogia da bibliotecária, não interessa, ao sistema, saber se o livro realmente encontra-se fisicamente ou não na biblioteca. A bibliotecária não deve, à priori, estar preocupada com a real localização do livro, principalmente se ela mesma desconhece os pormenores do funcionamento do sistema de reposição de livros.   Por outro lado, o usuário, muito interessado em conseguir o livro e sabendo, mais ou menos, como funciona o sistema da biblioteca, poderia levantar a hipótese de que o livro já houvesse sido devolvido e perguntaria à funcionária se ela poderia checar se o livro já não se encontrava nos balcões de devolução...   ...logo, a única realidade que conhecemos é a que nos interessa, é a fenomenologia do Dasein...

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