O Existir é Deus e Deus é o Existir.

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    Fernando BG
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    O UNIVERSO É TUDO O QUE EXISTE E MESMO QUE DESCOBRIRMOS QUE O UNIVERSO NÃO É TUDO QUE EXISTE, APENAS ESTAMOS AMPLIANDO O CONJUNTO DE TUDO O QUE EXISTE. PODERÍAMOS SUPOR QUE O CONJUNTO DE TUDO O QUE EXISTE É INFINITO, ISTO É, TUDO O QUE EXISTE É INFINITO. CONTUDO, SER UM CONJUNTO INFINITO DE TUDO QUE EXISTE NÃO É SER SIMPLESMENTE. O existirO existir não pode ser explicado por nenhuma noção, pois esta em tudo que existe e tudo que existe tem existir, mas o existir não é tudo o que existe, já que o existir simplesmente é. Em primeiro lugar, o existir não pode ser definido, pois definir é reduzir algo a outro, ou seja, abstrair, por exemplo, quando defino alguma coisa digo tudo o que ela é, e também digo tudo o que ela não é. Ora, com o existir isso não é licito, pois o existir é tudo que é e nada do que não é. Logo, o existir é incluso apenas em si mesmo e não em outro, pois do contrario este outro seria também um outro existir e, assim estaria apenas contendo a si mesmo. Só podemos opor ao existir o não existir, mas este não se opõe como algo que existe, pois excluímos dele o existir, portanto, o não existir não pode se opor ao existir. O não existir é apenas uma recusa de existir, pois por si mesmo, o não existir não pode afirmar-se por lhe faltar existir. Logo, o existir é e o não existir não é. O existir é absoluto e o não existir é relativo. O existir é primeiramente notado e, é por si notado. O existir é claro, límpido é simples, desde a primeira a ultima experiência. O existir não é explicado por outro, mas por si mesmo se explica; é fonte de toda a experiência e, é também seu fundamento. O existir é simplesmente simples (absoluto=desligado), pois não precisa de outro senão de si mesmo para afirmar-se. O grande defeito que há, em geral, no pensamento moderno sobre o significado do existir está em confundi-lo com o meramente lógico. Ora, o existir considerado apenas logicamente, é esvaziado de compreensão, por ter a máxima extensão, pois abrange tudo. Contudo, se o termo existir, logicamente tomado, é o de menor compreensão, pois existir é apenas existir, é ontologicamente o de máxima compreensão, porque tudo quanto há, é de certo modo, e o existir é atribuído a tudo quanto há, ativa ou passivamente. O existir se mostra na estabilidade e no fluir, mas transcende a tudo que existe, porque tudo que existe não é existir, mas também tudo que existe não pode receber a atribuição de nada.Pretender-se uma definição para o termo existir é inverter a ordem da lógica. O existir é captado de modo mais páthico que racional; revela-se sem que o possamos prender dentro de esquemas, porque é ele o fundamento dos esquemas e não estes daquele. Se o existir fosse apenas um conceito construído por nós, seria fácil reduzi-lo a um esquema. Mas precisamente porque não é apenas um conceito, é que ele nos escapa.Se o existir fosse definível, o existir reduzir-se-ia a outro, e reduzir-se-ia a algo que existe, o que seria tautológico. O existir transcende a todos os âmbitos dos conceitos, prescinde de todas as determinações, pois é de amplíssima extensão, abrange tudo o que é existente e o possível.E se o que existe é algo que flui, é a heterogeneidade do existir que se mostra uma presença que flui, e não o não existir que flui, porque o não existir não poderia fluir, não poderia passar de um modo para outro, porque é a ausência de qualquer modo antes, durante e depois, O que flui dura no seu fluir, perdura, é uma presença do fluir, uma presença fluindo,é alguma coisa, é o existir, e não o não existir. É existir, em suma.Portanto, apenas o existir (Deus) é, por outro lado, tudo que existe, isto é, tudo o que não é existir não é Deus, pois não é. Deus é a realidade e nós apenas temos realidade.Há um falso entendimento sobre o que é Deus, pois Deus, de fato, não existe, isto é, Deus não é alguma coisa que existe e nem o conjunto de tudo que existe, por exemplo, o universo ou multiverso. Portanto, o ateu está certo: Deus não existe, com certeza. Mas como que Deus não existe. Deus não existe porque ele é o próprio existir, ou seja, o existir pelo existir, a essência de Deus é existir. A evidência de sua unicidade e simplicidade é absoluta, ela se impõem, indubitavelmente, Deus é, simplesmente. Por exemplo, quando defino alguma coisa que existe, por exemplo, um livro, digo tudo o que lhe convém como livro: tamanho, cor, numero de páginas, peso, enfim, digo tudo o que este livro é, mas simultaneamente, digo tudo o que ele não é. Com Deus isso não é lícito, pois ele é tudo que é e nada do que não é, pois sua essência é existir simplesmente, ou seja, Deus é. Se Deus é o existir, a pura realidade, ou a realidade simplesmente, o que é o resto, ou seja, tudo o que existe. Segue-se que tudo o que existe (no amplo grau: matéria, idéias, tempo, universo, multiverso, seres humanos, espaço, leis físicas, seres espirituais etc), é não Deus, isto é, não existir ou o não ser, já que o ser é Deus e é único. De fato, tudo o que existe, existe e não existe, pois é não existir. O não existir, ou o não Deus é relativo, já que o existir ou Deus é absoluto (desligado). O não existir depende, necessariamente, do existir (Deus), pois tomado em si próprio é nada absoluto. Nosso universo, e nos mesmos, tomados em si mesmos somos nada, e toda a positividade e afirmação de existência foi criada do nada pelo existir (Deus), para que o nada tornar-se algo que existe, mas que não é existir, pois o existir é único e simples (Deus). Tudo o que existe não é Deus, pois não é existir, simplesmente. Tudo o que existe tem existir, mas não é existir (Deus). Tudo o que existe tem perfeições de Deus, em todos os graus, mas nenhuma coisa que existe pode ter a perfeição suprema que é existir apenas, isto é, todas as coisas existem de uma maneira ou dentro de um modo de existir nas suas possibilidades de existir, mas apenas Deus é existir, simplesmente existir, a essência de Deus é existir, isto é, Deus é o existir.  Da afirmação e da negação: Para alcançar conhecimentos verdadeiros, legítimos e infalíveis deve-se partir de uma afirmação de uma positividade, enfim, do existir. O circulo vicioso da negação e da impossibilidade: o cético tem a certeza infalível e verdadeira de que não há nenhuma certeza infalível e nem verdadeira, logo afirma, por contradição, que há pelo menos uma certeza infalível e verdadeira, a saber, que não há nenhuma certeza infalível e verdadeira. Observamos que a negação é relativa, pois afirma uma recusa ou uma ausência e, apenas isso. Não há a pura negação, isto é, uma negação absoluta, visto que aquele que nega, afirma alguma coisa, já que negar nada mais é do que a recusa de alguma coisa dada por existente. O cético afirma que tem certeza, pelo menos a certeza de que não tem certeza. A negação é sempre posterior à afirmação, por exemplo, quando digo que algo não existe, apenas estou negando a existência (recusa ou ausência) de algo dado como existente, visto que não há a negação absoluta e nem a impossibilidade absoluta. Tanto a negação como a impossibilidade são relativas, absolutamente relativas. O valor do nosso conhecimento não pode ser negado e também não podemos ficar numa constante dúvida sobre a validez de nossos conhecimentos, pois quando se pergunta se a razão humana tem valor apenas estamos colocando a nossa frente um falso problema, visto que não se pode resolver esse problema sem usar-se da própria razão. Portanto, o cético nega algo fundado na validez de argumentos racionais que ele mesmo nega o valor. O negativismo, seja de que espécie for, nega-se a si mesmo. A dúvida apenas afirma a aptidão da mente a conhecer, pois duvidar é saber que não se sabe. A negação, tomada em si mesma, é nada, absolutamente nada, isto é, não faz sentido por si só, mas por outro que é afirmado. Por exemplo: se digo não sem referencia a algo digo nada, já quando digo não isto ou não aquilo, nego isto ou aquilo. Portanto, a negação tomada em si mesma nada é. Por outro lado, quando a negação é tomada por outro ela torna-se relativa, pois é a negação de alguma coisa. A certeza é a exclusão do temor de errar: a afirmação precede necessariamente a negação, pois é absoluta, positivamente dada. Todos os possíveis existem, pois são afirmações, isto é, não existe nenhum possível que não exista e o impossível absoluto não existe certamente. O impossível absoluto é a negação absoluta e, esta, não pode ser afirmada como uma impossibilidade, pois na medida em que fosse afirmada já seria algo que existe (uma possibilidade) e não mais a impossibilidade absoluta, ou seja, o nada absoluto. Portanto, tanto a negação como a impossibilidade são relativas, ao contrario da afirmação e da possibilidade que são simplesmente absolutos.  O nada é uma impossibilidade e uma negação relativa ao existir, portanto, a tudo que existe e não pode ser tomado como um nada absoluto, isto é, desligado do existir. De fato, não há negação absoluta e nem impossibilidade absoluta, mas apenas a recusa e a impossibilidade de atribuir algo a algoLogo, só há conhecimento, só há pensar no existir e não no nada (no não existir), já que o ato de pensar pensa um pensamento e, todo o pensamento é pensamento de alguma coisa (que existe) e não do nada (que não existe). Alguma coisa existe e o nada absoluto não existe. Há um ponto inicial de todo o ato de pensar, a saber: "alguma coisa existe". Essa premissa é absolutamente válida e incontestavelmente verdadeira, é uma certeza que ultrapassa ao nosso conhecimento, independe de nós, pois poderia não existir o ser humano e não haver um ser inteligente que captasse pensamentos, mas há um pensamento real, seguro, certo e verdadeiro, a saber: “alguma coisa existe”. Pode não haver o ser humano e o universo, pois tudo é contingente e, assim, poderia não existir, contudo alguma coisa existe, pois do contrário, teríamos o vazio absoluto, ou seja, a ausência total e absoluta de qualquer coisa, o nada absoluto que, como já vimos, não existe. Vamos analisar esta proposição: Alguma coisa existe, na pior das hipóteses a dúvida à respeito da existência de alguma existe, pois do contrário, teríamos a não existência absoluta, ou seja, a ausência total e absoluta de qualquer coisa, inclusive da dúvida.  Pode não existir o ser humano e o universo, pois tudo isso é contingente, isto é, poderia existir como também não poderia existir, mas alguma coisa existe, pois do contrário teríamos o nada absoluto, que certamente não existe. Portanto, quando afirmamos que alguma coisa existe excluímos totalmente, por contradição, a possibilidade de nenhuma coisa existir, isto é, do nada absoluto. Logo, a única solução é alguma coisa existe e o nada absoluto não existe. Vamos partir da seguinte demonstração: afirmar o nada absoluto. Ora, afirmar o nada absoluto é afirmar algo (algo que existe) e não o nada (que não existe). Portanto, o existir é a verdade, absolutamente necessária, tudo pode e tudo é, em outras palavras, só há o existir. O nada absoluto nada pode e nada é, pois não existe logo o nada absoluto é impossível, isto é, o não existir absoluto é impossível. O existir é absoluto e o não existir é relativo ao existir, por exemplo, quando digo que algo não existe, apenas estou negando o existir (ausência) de algo anteriormente dado como existente. Logo, a afirmação é absoluta e a negação é relativa, pois toda a negação, nada mais faz do que afirmar aquilo que esta sendo negado. Por exemplo: não existe a verdade absoluta. Quando digo isso já postulo uma verdade absoluta, a saber: que não existe a verdade absoluta. Sendo assim: só existe o existir e não existe o não existir, pois se este fosse já seria existir.O existir se mostra de maneira indubitável, na sua unicidade e simplicidade. O existir é evidente por si mesmo, e mostra a sua validez por si mesmo, independente da esquemática humana. O existir é evidente para nós e é fora da nossa mente. Como saber se existe algo fora da nossa mente: vamos postular que todo o conhecimento sobre a realidade é uma ilusão, logo todas as verdades sobre a realidade também são ilusões. Se todo o conhecimento sobre a realidade é ilusão é porque todo o conhecimento sobre a realidade não tem correspondência nenhuma em nada externo à mente, dentro desse contexto, a mente é algo absoluto (desligado) da realidade. Portanto, há um divórcio absoluto entre a mente e o mundo externo. Afirmar que nosso conhecimento sobre a realidade é uma ilusão é afirmar a impossibilidade da comparação e, consequentemente também, a impossibilidade de afirmar qualquer coisa sobre a realidade, inclusive que ela é uma ilusão. Se a realidade é uma ilusão, como poderíamos saber que ela é uma ilusão, já que todo o nosso conhecer é dependente de nossa mente desligada do resto. Logo, não existe um divórcio absoluto entre mente e mundo externo, pelo contrário, há uma realidade da qual nós denominamos mente, mas também há outra realidade fora do ser humano. Resta saber se estas duas realidades são absolutamente estanques ou se há um ponto em comum de identificação entre elas. Diante da constante transformação das coisas, ante a fugaz experiência dos fatos que sucedem na permanente mudança, na heterogeneidade do acontecer, tudo quanto percebemos é alguma coisa que existe, pois todo o ato de pensar pensa um pensamento e, todo o pensamento é pensamento de alguma coisa que existe. O existir é algo positivo, é uma experiência de existir, e não uma experiência de não existir, já que mesmo se fosse uma experiência de não existir já seria alguma coisa que existe. Quer na experiência que a intuição sensível me dá do mundo exterior, quer na minha experiência intima de mim mesmo, meu pensar sempre capta alguma coisa que existe. Não seria difícil, portanto, desde logo concluir que a primeira experiência é a do existir, a de um existir que se põe ante o meu existir. Contudo, também noto que há modalidades do existir nessa experiência, que me revelam as modalidades do existir. Em face do acontecer, o pensar pensa de imediato o existir e, termina por considerar que tudo quanto percebe no mundo (absolutamente tudo) é apresentado como algo que existe, ou seja, tudo tem em comum o existir nos diversos modos do existir. Por outro lado, tudo não pode ser reduzido a um não existir absoluto, pois se fosse reduzido, já seria reduzido a algo que existe e, assim, já não seria mais um não existir absoluto, pois este, terminantemente não existe. Há, portanto, modos do existir, mas tais modos, por sua vez, apontam ainda o existir, pois são modos do existir. Logo, tudo o que existe tem um existir. E se o que existe muda, o existir permanece o mesmo. Logo, a experiência, desde a intuição sensível até a mais profunda das intuições, afirma que o primeiro objeto de toda a experiência é o existir, com suas aparentes complexas modalidades e com suas diversidades de aspectos. Em toda a experiência, em todos os juízos de existência afirmo o existir. Que é o existir. Em que consiste o existir. 

    #88832
    Claudio L.
    Membro

    Sim, não poderia estar mais certo. Mas tamanho argumento obscurece o Fato.

    #88833
    Monstrinho
    Membro

    Sim, não poderia estar mais certo. Mas tamanho argumento obscurece o Fato.

    ;D Não li ainda o "tamanho argumento", mas só de dar uma olhadela, vem me à mente uma frase dita por algum filósofo, de que "Deus não é um ser, Ele é O Ser", pois, de outro modo ele seria apenas um - como os demais seres - elencado no rol da criação, de maneira que, não teria controle sobre o Universo, pois que, assim, não seria onipotente. Ou essa, será apenas uma construção lógica da razão ocidental?  ::)Tudo indica que, este argumento é o suficiente para desbancar a existência do livre-arbítrio entre as criaturas... Lemos, desde de Aristóteles e Tomás de Aquino à Allan Kardec que "Deus é causa primaria de todas as coisas". Assim sendo, até mesmo nossos pensamentos, sentimentos e ações não são nossos, mas seriam "ações" de Deus. Até mais.

    #88834
    Claudio L.
    Membro

    Imagino que sim, se fomos levar em conta o deus do Todo.Estava respondendo agora mesmo um outro tópico e lembrei da afirmação de Nietzsche de que "Deus está morto!" que Zaratrusta continua: "vocês o mataram!".Esse é ponto onde Nietzsche rompe com Schopenhauer, pois ele nega a Vontade... Mas vale lembra que a uma das grandes influências de Schopenhauer foi a filosofia oriental, bem como Kant e sua filosofia Metafísica... Então, Nietzsche que era critico ferrenho da igreja catolica se refere ao Deus católico, mas não leva em conta o deus do Budismo, que tanto influenciou o seu Mestre Schopenhauer.O budismo afirma que Deus que te habita é o mesmo que me habita, portanto é parte do todo. Que é o que o schopenhauer diz comn sua vontade que está em todas as coisas.... Nietzsche não foi capaz de se encontrar com esse deus, entretanto ele mesmo, ao fim da vida cria a espetacular e controversa teoria do Eterno Retorno.... Coisas de filosofos.... Mas me pergunto, não estaria Nietzsche ao afirmar a existencia, ao afirmar a vida e concluir o eterno retorno, se aproximando justamente da vontade que Schopenhauer nos ensina, e que esteve inacessível a Nietzsche por conta do pesa que a igreja católica exercia em nele? Então, tem se que o Deus católico está morto, porque nós o criamos e nós o matamos, mas não se pode negar a existencia do todo. Da vontade que se coloca a serviço da vida, do eterno retorno, pois como bem pensou algum mestre "creio que foi platão." Não posso eu morrer, pois se eu morro o próprio Deus morreria... Era algo assim... Curioso que isso leva ao deus do todo, o Deus que só existe mediante a existência!... Não é possivel viver sem ele, assim como ele não vive sem nós... Mas se é assim, qual o sentido da individualização? Em que ponto do quebra-cabeça a individualização se encaixa? Qual sua razão? Porque é impossivel se livrar dela? Seria a vontade um ser irracional buscando a racionalização... O crescimenbto desarmonico que busca harmonia? Queal a função do homem nisso? Harmonizar os polos?

    #88835
    Monstrinho
    Membro

    Curioso que isso leva ao deus do todo, o Deus que só existe mediante a existência!... Não é possivel viver sem ele, assim como ele não vive sem nós... Mas se é assim, qual o sentido da individualização? Em que ponto do quebra-cabeça a individualização se encaixa? Qual sua razão? Porque é impossivel se livrar dela? Seria a vontade um ser irracional buscando a racionalização... O crescimenbto desarmonico que busca harmonia? Queal a função do homem nisso? Harmonizar os polos?

    "[...]Mas tamanho argumento obscurece o Fato."  :D - Essa foi boa! Coisas de filósofos não é? Como vi alguém dizer, ou escrever, "os evangélicos dão tamanha importância às interpretações bíblicas que estas se tornam mais importante que o próprio Deus  :o,Swami Vivekananda sintetiza tudo o que foi dito pelo Fernando nas palavras "tudo o que existe é uma Existência Única" (Esse seria o conceito de Deus na Filosofia Vedanta). Sobre como esse Deus aparece de forma individualizada eu não sei dizer. Um amigo nosso diz que há "36 bilhões de espécies no Universo inteiro"  :o e que as várias manifestações de Deus são "zilhões". Penso que o raciocínio, a razão ou o pensamento, não é exatamente uma faculdade apropriada para o conhecimento e entendimento dessas coisas. Os iluminados afirmaram ter visto Deus quando "enxergaram" a Unidade, ou seja, pararam de ver pessoas e coisas como entes distintos. Há até uma estória curiosa: na biografia de Sri Ramakrishna, lemos que este se vestia de mulher (ele não era gay) para descontruir o pensamento e a idéia de que ele era um homem (não tentem fazer isso em casa  ;D), ou seja, de que ele era um macho da espécie homo sapiens, e, quando Swami Vivekananda perguntou se ele já tinha visto Deus, ele afirmou "ver" Deus em todas as pessoas. A coisa então parece mais simples, se levarmos em conta outros "métodos", isto é, outras faculdades da alma, como a intuição entre outras - os famosos insights que todos temos vez que outra... E voltamos à questão do ego... O que é o ego? O ego é, segundo um amigo nosso, aquela "conversinha fiada" que aparece na nossa mente, e sempre fica nos contando estorinhas de como é a realidade, ou por outra, nos oferecendo leituras as mais variadas sobre o que está acontecendo à nossa volta. E isso vale para tudo, desde os nossos problemas cotidianos até o "filosofar". Por falar em "filosofar", lembro-me de ter lido no "Fedão" (leitura recomenada pelo Cláudio), que, segundo Sócrates o conceito de "filósofo" é "aquele que passa a vida inteira preparando-se para morrer". Talvez este seja o resultado líquido, o extrato mais importante da filosofia Socrática. Vale lembrar que, quando dizemos "existimos", também surge uma outra questão: o que é que existe afinal? Eu, você, homens e mulheres, ou a Existência Única? Mas aqui já voltamos ao começo novamente, num "eterno retorno"  ::).O certo é que, a idéia de individualidade parece ser uma construção da razão, do pensamento dualístico, que, devido aos órgãos dos sentidos, separa o eu do não-eu. Essa separação é também operada pelo ego, pois, o ego é a estrutura de defesa psicológica ante um mundo hostil, em que a criança logo reconhece que ela é um "eu", a partir do conhecimento do "não-eu". Buda dirá que o "eu" é uma ilusão, e portanto o "não-eu" não existe. A partir daí, se daria a dissipação das individualidades. 

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