O Príncipe

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  • #82435

    Olá lvrf,Desculpe a demora em responder, mas para mim a ética nada mais é que tudo aquilo definido pela sociedade como aceitável. Não podemos dizer que ela seja um valor absoluto pois sabemos que o sacrifício de uma criança, por exemplo, é algo absurdo para nós, mas foi algo perfeitamente normal em várias sociedades ao longo dos séculos.Abraços.

    #82436
    lvrf
    Membro

    Olá, UnVoltBem, concordo plenamente.Mas desse ponto, pudemos deduzir que se a ética é relativa, então o que é certo ou não para alguem tambem é relativo.Mas se uma ética pessoal é formada, ela pode ir de encontro a ética da sociedade e se tornar ''não-ética''. Com o jogo de palavras parece mais paradoxal. E se a ética do líder, ou da sociedade, impedí-los de fazer o que conviria ao Estado? Muitas atrocidades são cometidas com esse pensamento, ( máfia por exemplo, só que se faz o que convém a instituição, ao invés do Estado ), mas não é essa a função do líder? garantir a sobrevivência da instiuição nacional? Então ele tem ou não permissão para cometer atos não-éticos com essa ( e apenas essa ) finalidade? Essa questão vem me incomodando e gostaria de saber sua opinião a respeito.Abraços

    #82437

    Pois é, boa pergunta… :PTalvez a ética (que é relativa) só devesse ser utilizada quando não contrariasse ferramentas de valor "absoluto", como a Constituição.Vou pensar mais uma semana a respeito...;DAté mais.

    #82438

    Gostaria de debater, com aqueles que leram, como a obra explica a política e como seria possível ( e seria bom ) aplicá-la nos dias de hoje. Vejo que Maquiavel expõe pontos de vista muito interessantes, que tambem gostaria de discutir.

    Só isso já dária um tópico. Será que é possível "aplicar" Maquiavel hoje? O termo aplicar seria adequado, já que o livro se trata de um manual? Maquiavel é conhecido por ter inaugurado a ciência política moderna, ao separar a religião da moral. Há alguns anos, em nosso país, durante o governo FHC, um dos seus defensores, o histórico filósofo uspiano José Arthur Gianotti levantou uma polêmica ao afirmar que existia uma zona de amoralidade na política, sendo portanto plausível aplicar princípios "maquiavélicos" na ética e na política de hoje.Por outro lado, nós temos que tentar entender o problema do contexto do autor, que é particular, específico. Vocês chamaram bem a atenção para esse aspecto de uma análise da obra na discussão, pelo que vi.  Maquiavel é um autor que virou dicionário, com a palavra maquiavélico, infelizmente usada em um sentido pejorativo. Isso é um indicativo de seu uso corrente, que inevitavelmente dá margem à má-interpretação. Como no uso indiscriminado do chavão "os fins justificam os meios" impresso em manuais. Uma corrente histórica contemporânea é a do contextualismo linguístico, em que você busca remontar as características da época, no caso, a Renascença, para entender as influências, as origens e os motivos.Um dos representantes dessa corrente é um dos estudiosos mais eruditos vivos sobre o período renascentista: o filósofo inglês Quentin Skinner. Olha, você está interessado em Maquiavel, aproveite que seu clássico dos clássicos, o magistral "Fundações do Pensamento Político Moderno" foi reeditado e se puder, compre. Gostaria de indicar o artigo de um amigo meu, que chamou-me a atenção para o contextualismo, estudante de graduação (história) na UERN. Ele fez este texto bastante interessante sobre Maquiavel e publicou lá na revista eletrônica Urutágua, da UEM:http://www.urutagua.uem.br/009/09azevedojr.htm

    #82439
    lvrf
    Membro

    Boa noite a todosFundações dos pensamentos políticos modernos? Obrigado pela sugestão. Há alguma tradução em particular ou editora que recomende?Bem, acho que a ética não devia estar vinculada de maneira alguma a matriz do movimento do Estado, mas deveria ser colocada no decorrer do movimento. Por exemplo - A tomada de uma decisão não crítica deve levar a ética. Mas uma decisão crucial deve ser tomada levando em conta apenas o melhor para o povo ( e se o melhor for o ético, que se aplique o ético ), pois nesse momento, será o ''matar ou morrer'' de um grande ser, uma sociedade inteira, e aí entram um instinto de sobrevivência - Entendem?Bem, claro que isso, em momentos de crise, e crise me é um conceito bem relativo, não?Que pensam os senhores?

    #82440

    Pois é, por isso a ética deve ser tida como um conceito relativo. Devemos avaliar qual o “menos pior”: ou infringi-la, ou permitir um grande mal.Abraços.

    #82441
    lvrf
    Membro

    Concordo plenamente. Arriscaríamos traçar uma linha que separe esse dois planos tão parecidos?

    #82442

    Concordo plenamente. Arriscaríamos traçar uma linha que separe esse dois planos tão parecidos?

    Cara, (M = Machiavel) eu pretendo apresentar uma tese de mestrado em Machiavel e li algumas vezes o Principe e sobre a obra tirei algumas conclusões:1º Machiavel é estremamente utilitarista, suas teses são sempre baseadas nos exemplos da história, onde encontro a regularidade dos humores dos homens. A sua politica diz que todos que podem devem conquistar o poder. Mas se quiserem e puderem estarão certos, mas se não o podem, estarão em erro.2º Bom, mas e quem está no outro lado não está no direito de se opor?3º A politica para M é só um negócio?Por favor, se tiver algum material ou alguma boa ideia, mande-me que te agradeço.Alcione

    #82443

    Também pretendo apresentar uma dissertação em Maquiavel e estou lendo “Os discursos”, depois de ter lido “O príncipe”. Não me aprece que Maquiavel tem a pretensão de ser utilitarista, embora às suas ideias levem a um entendimento extremamente desapaixonado da política, isto é, quando se trata de conquistar ou manter um domínio não se pode jamais titubear, se há uma pequena chance que seja, de que alguém faça-lhe frente, deve o homem de virtú se antecipar e retirar da frente o obstáculo, seja ele qual for e seja por que meios. Isto pode não ser virtuoso ou moral, se não se tratar de uma boa finalidade, que é o de conservar a liberdade dos cidadãos. Maquiavel sempre tem em mente às boas finalidades e em sendo assim, conservar a liberdade, às honras e a grandeza do domínio, “Não se deve trocar o que se faz pelo que se deveria fazer”. A política exige eficiência, resultados e de um bom príncipe se espera firmeza de espírito

    #82444

    Ficou parecendo que a mesma Alcione voltou ao tópico depois de aprofundar seus estudos sobre Maquiavel, para contestar a si mesma própria…hehe

    #82445
    mass
    Membro

    Gostaria de saber se os que estavam dispostos a discutir o assunto ainda são presentes no site.Caso forem, adoraria aprofundar as questões relativas à maquiavel. Caso não, é uma pena.Só para constar, citar O príncipe como uma obra de cunho monárquico é uma má tradução do significado de Príncipe. Maquiavel era um estudioso de Roma, especialmente Tito Lívio, historiador romano de maior destaque, e neste contesto, Príncipe vem de Princeps, Primeiro Cidadão, nome dado ao Presidente do Senado Romano, subordinado ao imperador. A tradução que considero mais adequada seria Chefe de Estado, como ele mesmo, Maquiavel, comenta no seu livro não famoso e de maior importância.Segundo, para discutir as idéias de Maquiavel, deve-se levar em conta o contexto do livro e sua escrita. Dois livros dele são os mais famosos, sendo O príncipe e Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio. Num, o livro foi dedicado à um terceiro, portanto, Maquiavel analisa as estratégias possíveis para que este terceiro possa tornar-se o Chefe de estado absoluto, se quiser, e se for portador da Virtu e Fortuna necessárias. No segundo, tudo acontece puramente, sem necessidades de favores ou proteção política, um discurso puro sobre construção de cidades e suas administrações. Obra muitíssimo interessante, por sinal.há um porblema na caixa de texto e não posso me extender mais que isso... problema estranho

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