O que é a Filosofia Oriental

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    Monstrinho
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    Por Filosofia Oriental entendo uma Epistemologia dentro da Teoria do Conhecimento, como fica bem claro neste vídeo do Tarananda Sati, cujos conhecimentos reúnem a sabedoria oriental com o conhecimento filosófico e científico ocidental.http://www.youtube.com/watch?v=evAcojNxCDIA questão é que, a ciência moderna, foi desenvolvida a partir da filosofia ocidental, mas ela desdenhou as considerações de Sócrates (que é o fundador da Filosofia propriamente dita) e Platão, cujos ensinamentos são similares às instruções dos mestres (filósofos) orientais.Até mesmo os professores de Filosofia se "embananam" todos quanto à explicação da Alegoria ou Mito da Caverna, porque não têm, em sua maioria, conhecimento da Filosofia ou Misticismo Oriental. Vejamos o que é a Alegoria da Caverna. Há homens que vivem dentro de uma caverna, e outros que vivem fora da caverna. Dentro da caverna, são projetadas sombras de objetos reais que estão fora da caverna, por meio de tochas iluminadas que produzem as sombras desses objetos e que, os que se encontram dentro da caverna acreditam-nas reais. Esses homens dentro da caverna estão "acorrentados" de modo que não podem "olhar para trás" para enxergar os verdadeiros objetos que são a causa das sombras. Como esses homens nunca viram os objetos reais fora da caverna, acreditam reais as projeções dentro da caverna. Sucede que, num determinado momento, um desses homens quebra os grilhões que o prende à caverna e suas pseudo-realidades, e, em defrontando-se com a luz do Sol, ao sair da caverna, primeiro fica "cego" (= entra em estado de perturbação), mas depois começa a entender a realidade, a saber que vivia num mundo de ilusões - a caverna - e que aquele é o mundo real. Quando ele volta para a caverna para avisar os outros sobre a ilusão em que vivem, ele é morto, porque é tido como mentiroso e charlatão. A caverna é o mundo material e as coisas, idéias, organização social, preceitos sociais, normas, tabus, tradições e costumes, são sombras projetadas pela realidade, o que levou muitos espíritas a acreditarem que o mundo material é uma cópia imperfeita do mundo espiritual. O que sai da caverna é o filósofo, o místico que tenta alertar sobre as ilusões e é morto ou ridicularizado (o próprio Sócrates, Jesus, Buda, Krihnnamurti e tantos outros). De fato, a Alegoria da Caverna traz esse inconveniente, que é supor que há um Mundo das Idéias (Platão) que é responsável por 'projetar' sombras - mundo material - e iludir aqueles que vivem mergulhados na matéria. Contudo, estou apenas citando o Mito da Caverna para dizer que nos primeiros tempos do "espírito filosófico" houve uma tentativa, aqui no ocidente, de se fazer uma filosofia baseada na razão, mas que investigasse os "fenômenos internos" do ser humano, mas com o tempo - principalmente com a filosofia de Aristóteles que investigou não só questões transcendentais mas também questões ligadas à Física, Astronomia e Biologia entre outras coisas - foi se voltando para a investigação dos fenômenos externos, até culminar, na Revolução Científica do Século XVII na Ciência Moderna, que é fundante da ciência que conhecemos hoje, e cujo papel se restringe a estudar o mundo externo. Então, devido à essa mentalidade histórica e tradicionalmente aceita, surgiu a idéia aqui no ocidente de que as "coisas do espírito", o "interior", a "experiência mística" eram coisas não passíveis de observação e experimentação e logo foram atiradas no canto e relegadas ao domínio do fantasioso e do charlatanismo. E não é verdade, pois a meditação é hoje comprovadamente uma prática que pode ser feita por todos indistintamente com obtenção de resultados igualmente acessível a todos, dependendo da pertinácia com que cada qual a ela se dedique. Contudo, se no ocidente houve uma ruptura com o Mito, surgindo daí a Filosofia, no oriente a Filosofia permaneceu ligada aos mitos e também às práticas religiosas, numa fusão em que, se privilegiou o conhecimento do "mundo interno", em detrimento da investigação do "mundo externo", e isto é olhado com menosprezo pela filosofia e pela ciência do ocidente, uma vez que, vangloriando-se das suas conquistas científicas e tecnológicas, julga-se grandiosa no tangente à trazer comodidades e facilidades para a vida material em todas as suas expressões, e, por outro lado, fingindo que o rei não está nu, ou seja, fazendo de conta que está tudo bem: a humanidade vive tormentos morais indizíveis, mas que importa? "Temos os psiquiatras para receitar remédios e a cura para as diversas doenças que afetam o corpo". Então, com relação à questão interior, a filosofia e a ciência ociental não sabe nada! E há muitos capítulos na História da Filosofia voltados à questão do auto-conhecimento, cujos expoentes máximos são sem dúvida alguma, Schopenhauer, Pascal, Agostinho, Nietzsche, e o próprio Sócrates além de tantos outros, mas que são poucos explorados e investigados pelos pesquisadores e pelos professores de Filosofia. Todavia, há uma rejeição quanto ao entendimento do próprio Nietzsche, que denuncia todas as mentiras da Filosofia Idealista, que projeta e idealiza através da razão, um mundo e um homem ilusórios, muito aquém do que realmente é o mundo e o homem!Cabe à Filosofia Oriental ou Misticismo Oriental trazer essa lição esquecida para o ocidente. A Doutrina Espírita surgiu com uma proposta de se enfatizar o Espírito em detrimento da matéria, num século (século XIX) em que houve uma explosão de descobertas e invenções que vieram a inaugurar uma nova era de comodidades e facilidades para a humanidade, mas também trazendo outros problemas, com o advento da Revolução Industrial. Mas a Doutrina Espírita ficam bem aquém dos ensinamentos dos instrutores do oriente, sustentando ainda o dualismo como verdade inquestionável e retomando conceitos católicos obsoletos como punição, resgate de faltas, lei do "plantou, colheu", e prevendo penas futuras para os que praticam o "mal". Então o chamado Misticismo Oriental não é um tipo de filosofia que possa ser convertido numa ciência que, utilizando dos mesmos métodos da ciência moderna, venha trazer à humanidade uma maneira de se praticar coletivamente os ensinos dos instrutores. Na verdade, o que a civilização do ocidente espera é isso mesmo: que a ciência possa operar o milagre da supressão dos males morais, tudo provado cientificamente! O que ela - a civilização ocidental - está esperando, na verdade, é mais uma forma de proteção, mais uma maneira de alguma autoridade científica ou filosófica estabelecer as bases, os fundamentos de uma teoria que seja aplicável no âmbito moral, e isto evidentemente não é possível, uma vez que a experiência mística tem que ser feita individualmente, salvo os casos em que coletivamente se busca essa experiência com o uso de drogas como o Santo Daime, a papoula, o LSD e outros. Mas aí não vale, porque, se se tira a droga, volta-se aos mesmos problemas? Coube a Friedrich Nietzsche apontar a hipocrisia do ocidente, mostrando que, embora a ciência tenha se oposto de forma imponente à religião (supostamente inimigas), e em tom de revanche contra ela, a ciência continuou se caracterizando por ser uma instituição cristã, ou seja, da mesma maneira que as pessoas delegavam a sua liberdade e responsabilidade pelos próprios atos à religião ("Pago o dízimo, mas deixe-me ter quantas amantes eu quiser sem que eu vá para o inferno após a morte"), à ciência cumpre esse papel hoje: "deixe-nos fumar, beber, fazer sexo, trabalhar além das forças, mas produzam-nos os remédios e calmantes para que continuemos vivos". Então o que as pessoas estão buscando são novas formas de proteção, buscando formas de fugirem de si mesmas e outorgarem às instituições o comando e o destino de suas vidas. Até mesmo os espíritas fazem isso: "estou orando, indo à casa da sopa alimentar as crianças; pronto! Me está garantido um lugar melhor no mundo espiritual". Mas a questão do auto-conhecimento, da libertação do unânime (e doente) formigueiro fica sempre relegada à segundo plano. A ciência e a filosofia ocidentais estão esgotadas: os professores de Filosofia nas escolas e universidades não fazem senão reproduzir os discursos filosóficos dos pensadores do passado, com altas formas de eloqüência e retóricas acadêmicas viciadas e ultrapassadas, e tudo isso em nome do "pensamento crítico". O único pensamento crítico possível é romper com as filosofias do passado, começar do "nada", como Nietzsche o fez. Somente desta maneira é que se constrói algo novo, como vemos nos textos do Krishnamurti. Mas como dizia o próprio Krishnamurti, "isto cabe a você fazer" e não esperar que outros o façam para você. "Você é o mestre; você é o guru; você é o preceptor; você é Deus, você é tudo!", dizia ele em suas palestras na Inglaterra e nos Estados Unidos. Para isso, precisamos libertamo-nos dos nossos pré-conceitos filosóficos e científicos, e estudar a Filosofia Oriental. Quem foi Krishna? Quem foi Buda? Quem foi Shankara? O que esses místicos/filósofos escreveram? O que eles praticaram? Graças à internet, temos hoje acesso a esses textos, porque se fosse depender da nossa Filosofia - em cujos currículos escolares não se ensina Filosofia Oriental - ainda estaríamos sem sequer saber da existência desses tantos filósofos como Vivekananda, Ramakrishna, Nisargadatta Maharaj, e também a Filosofia do Zen, que não possui nenhum corpo teórico de conhecimentos, mas cuja prática pacifica pessoas em todo o mundo. Fonte: http://mascarasdedeus.forumeiros.com/t130-misticismo-o-que-e-ser-mistico#311

    #88739

    Achei suas observações bastante pertinentes e contextualizadas, coloco alguns adendos:Existe uma discussão grande sobre o quanto esse "nascimento da filosofia" colocado no desenvolvimento do "logos grego" é um recorte eurocêntrico ou não, para fazer uma origem ocidental do ocidente, digamos. O próprio Nietzsche coloca esse quesito, mas, como um helenista que destoava dos meios acadêmicos oficiais, diz que na verdade não importa se os gregos são ou não autócnes, mas que pegaram a lança do ponto em que algum outro povo havia deixado e souberam a lançar ainda mais longe. Esse debate entre oriente X ocidente sempre renasce e permeia, desde as cruzadas, reconquista, neo-colonialismo, imperialismo etc. Hoje ainda está em voga, a um nível baixo, nas questões do islamismo, especialmente, que deixou de ser "parte do mundo", aceito, mesmo desconhecido, para carregar um estigma inadmissível (para muitos, você não pode nem mencionar um aspecto qualquer, que já vem a reflexão-condenação para a coisa como um todo, a época moderna, o terrorismo, extremismo etc). Muitos acadêmicos, entretanto, também trabalharam nesse ponto, se não na filosofia, em outras ciências humanas. Edward Said no clássico sobre o Orientalismo (como invenção do ocidente), por ex. é bastante abordado... entretanto...nossas maiores fontes continuam sendo indiretas. O brasil sempre se referencia às potências, em larga escala, mas as "potências" (européias e eua) conhecem e lidam com o mundo todo, num nível mais profundo. Algumas coisas aos poucos mudam esse quadro, com a especialização que temos no estudo das línguas e o aumento das relações globais, imigrações etc. No entanto, ainda é mais fácil, como no vídeo que você postou, ver alguém falando do oriente, e não o "tradicionalismo oriental" falando por si.No logos grego, se coloca uma distinção já com o místico e também com o mito, a filosofia é racional porque procura, apenas pela razão, procurar as verdades e interpretar o mundo. Dentro da natureza racional do homem, sem o saber corporal, dentro das suas ferramentas cognitivas, sem recorrer à revelação do espírito (a não ser para explicá-las pela razão), mas investigando, usando a dialética, e formulando teorias. A ligação entre os gregos e o oriente é bastante comentada, e também com o Egito... o próprio Mito de Atlântida é claro nesse sentido, pois Sólon teria viajado, assim como Platão, décadas depois, para o Egito, e lá aprendido saberes com a casta sacerdotal. Tales também viajou para o Egito, trazendo a geometria, palavra grega, mas que se origina na divisão de terras durante a cheia do Nilo (gaia_metria). Uma das expressões dos diálogos platônicos é: "Pelo cão, Sócrates"... o cão é um deus egípcio...Depois abordam o helenismo na expansão de Alexandre Magno, igualmente, o intercurso nunca acabou, sempre se manteve, tanto no mediterrâneo com N da África quanto com o oriente, apesar da expansão do Islã criar um bloqueio que as cruzadas não venceram. O relato das viagens de Marco Polo mostra esse poderio e riqueza dos reinos asiáticos, o que deixou a europa medieval, empobrecida e abalada pela peste, ensandecida. Vale lembrar que a manuntenção dos escritos de Aristóteles até a renascença européia, deu-se muito através de copistas e filósofos árabes, como o Averróes.Para defender a faculdade de filosofia, podemos dizer que essa abordagem não é pouca. Na Academia muito se estuda no assunto, de forma que não temos, talvez nada melhor para entrar nesses mundos. O problema dessas complexidades é que dão margem ao auto didatismo de pessoas em buscas espirituais, e aí a mistificação que cabem muitas vezes conflui com a ilusão ou com o engano. Na filosofia temos um cânone de autores a serem estudados, muitas vezes deixando de lado os autores "orientais". Todo saber precisa de recorte, e no caso da filosofia, a coisa é tão antiga e rica que não dá para dizer que empobreceu. De qualquer forma, os autores "ocidentais" são também lidos e estudados na Ásia, igualmente. Confúcio foi proibido na revolução maoísta (de inspiração marxista, alemão), mas agora está sendo retomado, no entanto, de forma ainda estilizada, nacionalista, e com esse viés de "sempre teve tudo antes", o que leva ao anacronismo, em alguns casos.Nas tradições esotéricas, a maçonaria alega um saber desde o egito, apesar de ter forte influência na europa, os rosacruzes são ocidentais, mas teriam sido iniciados por sábios árabes, Blavatsky da antroposofia é russa, mas foi influenciada por hindus. Camões já aborda a Ásia, o rio Ghângis e tudo mais no contexto da expansão marítima portuguesa, para cantar os feitos lusos.Na filosofia, Schopenhauer é o autor que  trouxe uma re-valorização do oriente, Kant e Platão são suas principais fontes tanto como os vedas.Na linguística, já no século XIX, Franz Bopp deu início à linguística, mais tarde formalizado por Saussure, ao provar a existência, pelo método histórico-comparativo, do idioma indo-europeu, estudando as semelhanças entre latim, alemão e sânscrito (cujos escritos preservados há muito tempo foram importantes).As potências européias escavaram, contra os próprios ocupantes modernos da terra, no oriente médio, trazendo informações sobre as civilizações da mesopotâmia, que até então estavam desconhecidas, a escrita cuneiforme foi decifrada, como também a pedra de rosetta.Na Cultura popular, essas redescobertas do Oriente também vêm desde muito antes da internet, sendo fortes, por exemplo, na ContraCultura dos anos 1960, que trouxe um sem número de valores e tradições para o povo, desde os hare-krishna, prática de yoga, macrobiótica, seicho no-iê, i-ching etc... Abs

    #88740
    Monstrinho
    Membro

    Olá, Valeu pela contextualização sócio-histórica da questão. Há outros paralelos pouco estudados: tanto Krishna quanto Buda e Krisnamurti, concordam que "o conceito não é a coisa", e no ocidente, vamos encontrar semelhantes concepções em autores como Kant, Bachelard e Foucualt entre outros na Filosofia, Saussure na Lingüítica, e na poesia, com Fernando Pessoa e seus heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Quer dizer: a filosofia e o pensamento ocidentais, também concordam em dizer que as representações simbólicas de mundo, são apenas criações da razão, mas a diferença é que, enquanto os mestres e gurus orientais leva isto a sério, os filósofos orientais têm-nas apenas como hipóteses, como teorias, como quaisquer outras. Só o fato da constatação da morte - existindo ou não vida após a morte - já seria bastante para se levar em conta a possibilidade de ser tudo ilusão. Hoje, a Antropologia é que resgata todos esses filósofos ocidentais - e alguns orientais - voltados para essa questão basilar e preocupante, de que, a realidade construída simbolicamente é uma ilusão. Mas sempre se dá um jeito de explicar que, "dentro da lógica simbólica das próprias relações sociais, elas ganham sentido". Será? Passo a palavra...

    #88741
    SE7MUS
    Membro

    ____Desculpe por intrometer-me no assunto, interessante, que para mim ainda é "caminho" para ser seguido a "passos largos" a fim de chegar ao conhecimento que os amigos têm. Tenho minhas impressões filosóficas a respeito dos pensamentos Ocidentais X Orientais que com muito prazer gostaria de compartilhar.Eu tenho, particularmente, como ponto chave o pensamento de Cristo. Não tenho esta linha de pensamento como têm os Cristãos-religiosos, cujas expressões mesclam com fantasias e surrealismos convencionais. Mas, possuo a lúcidez para raciocinar e discorrer, pelo menos onde se pode entender,  sobre o pensamento do Grande Mestre.Como foi dito acima pelos amigos que "a ciência moderna, foi desenvolvida a partir da filosofia ocidental, mas ela desdenhou as considerações de Sócrates (que é o fundador da Filosofia propriamente dita) e Platão, cujos ensinamentos são similares às instruções dos mestres (filósofos) orientais". Percebemos que de fato o mundo "metafísico" tem aparência de "intocável", coisa que a ciência ocidental ODEIA por não ser experimentável às suas ferramentas de pesquisas; mas por outro lado é um campo "palpável" para os orientais que tendem buscar esse mundo por meio de suas reflexões profundas e horas de meditações, ou seja, ferramentas "metafísicas" ou aquela que pode viajar e transcendê-la através das "ferramentas" do espírito.De fato, até podemos nos embananar quando o assunto é sair da "caverna", pois a final o que é a caverna? Será o nosso corpo? Porque saindo dos pressupostos sensoriais para especular o mundo desconhecido da natureza exterior do corpo podemos entrar na ciência ocidental, mas se no contrário em vez de usar os sentidos para o lado exterior para o lado interior do corpo temos a ciência oriental. Sendo assim, quem está realmente fora da dita CAVERNA? - É exatamente nesta confusão que finco minhas certezas nas certezas de Cristo, sem as fantasias ou esquizofrenias.Quando Cristo disse: "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida." João VI:63 - Ele separa terminantemente a questão da física e do espírito. Pois, para Cristo o físico não é para ser considerado objeto de preocupação, sendo assim, Ele até confirma certamente que suas palavras são direcionadores de vida, portanto, quando foi dito que "dê a outra face quando a primeira for ferida" deixa bem claro a sua desligação fundamental das aparências materiais para ligar o "SER" no mundo espiritual e originador das ações.Se os orientais têm suas ligações, mesmo indiretamente, com Cristo, logo, seus estudos de BIOLOGIA é a mais correta neste assunto sobre o que é vida ou não. Pois, a vida se origina de "dentro para fora". Enquanto a ciência ocidental afirma que a explosão única do big bang foi há milhões de anos, para os orientais o big bang continua explodindo multiformemente formando novas vidas e novas galáxias eternamente. Ora, este estudo de dentro para fora faz o tipo do Mestre em seus Sermões, p.e., "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mateus V:27-28 . Veja amigos... que esta afirmação é típica de um oriental. Para Cristo a realidade se faz no interior e não no exterior (lemos que os fariseus levam muito em consideração o lado exterior).  Outro exemplo, não pouco importante, que deve ser mencionado: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, Marcos VII:21; enquanto a ciência ocidental faz o censo sociológico, antopológico, etc. sobre o comportamento da humanidade, os orientais já encontraram a "cura" para o mal que há em nós há milênios. E nisto, quando nosso filósofos ocidentais especulam o que é Justiça, Imortalidade, Deus, Liberdade os orientais já desmistificaram a maior parte das grandes dúvidas que rodam inatamente nos corações da humanidade.Quando um dos filósofos disseram "Ser ou não ser, eis a questão" não é de fato para ser entendido como algo exterior, nos comportamentos no lar, na empresa, no teatro ou em qualquer lugar que exija outra personalidade do ser humano; mas únicamente por onde se deve seguir as perspectivas do SER, ora pelos lados ilusórios dos bens materiais, ora no eterno e invariável mundo espiritual (da idéias de Platão ou dos arquétipos de Carl G. Jung). A ciência e filosofia de Cristo é extremante interior, tal como é defendida no ORIENTE. No OCIDENTE se caracteriza uma possessão pelo lado explorador e devastador em nome da TECNOLOGIA, conforto, prazer no entretenimentos, reality shows, Bluethooth e por ai vai. Contudo, pelas vias da ótica de Cristo temos um dos testemunhos de que o discípulo Filipe foi "teletransportado" (Atos VIII.26-40); daí vem a contra-prova entre as ciências e seus travamentos conflitante  na busca das MAGIAS bluethooth contra a telepatia (Atos IX 10-19).Quando se diz que a "palavra de Cristo é espírito e vida" têm se em mão a chave para cura interior e não há como conformar com a luta dos pacientes para os melhores lugares na fila dos hospitais públicos, pois a maioria que pode compor a grandiosidade da fila são os doentes PSICOSSOMÁTICOS, e neste ponto... sem comentários. Como foi dito pelo amigo Monstrinho: "Cabe à Filosofia Oriental ou Misticismo Oriental trazer essa lição esquecida para o Ocidente". Quanto à lei do karma, eu digo: "Só planta onde tem terra, aqui se faz, aqui se paga. Pular para o lado espiritual tratar-se-á com as coisas espirituais".

    #88742
    Monstrinho
    Membro

    Olá, amigos! Olá SE7MUS, que bom que voltou! O "pensamento" ou a "filosofia" de Cristo é a mesma que a de outros iluminados, tanto no ocidente - Sócrates, São João da Cruz, Tomás de Kempis - quanto no oriente - Krishna, Buda, Lao tzu, Shankara, Nisargadatta, Sri Ramakrisna e Krishnamurti. Assim como a ciência - apesar de ela rejeitar hoje, verdades que considerou válidas, ontem - utiliza conceitos e experimentos históricos como critério para se validar uma idéa científica (por exemplo, a idéia de "átomo" que existe desde a Grécia e Roma), assim também a "Ciência Oriental" - acho que vc foi muito feliz em "criar" esse termo - utiliza esse critério, que, no seu caso, não é só histórico, mas é sobretudo de caráter universalizante - critério esse também exigido pela Ciência Ocidental. Quando digo "universalizante", é que, tanto Buda quanto Cristo, Sócrates e outros mestres, utilizaram os mesmos métodos e chegaram aos mesmos resultados quanto a busca do auto-conhecimento. Quanto a isto, argumentam os religiosos contemporâneos que, tais "prodígios" só foram possíveis naquela época, ou seja, nos tempos recuados, e que hoje, não é mais possível tornar-se um Jesus ou um Buda na vida, e isto não é verdade, porque os experimentos da "Ciência Oriental", são simples e de acesso a todos. São práticas como a atenção (que em Jesus de Nazaré é o "Vigiai e Orai"), a auto-observação e outras, todas fazendo parte de uma prática mais geral, que é a Meditação.Há paralelos importantes: vale lembrar que, se o século XIX correspondeu a uma imensa explosão de conhecimentos científicos, isto é, foi rico em descobertas e invenções, no oriente, na Ìndia, houve um renascimento da Filosofia Oriental, com o abundante vicejar de grandes mestres como Sri Ramakrishna e seus cerca de 20 discípulos - entre eles Swami Vivekananda - Mooji, Nisargadatta Maharaj e Krishnamurti entre outros. Há pontos de contato interessantes, todavia, entre Filosofia Ocidental e Filosofia Oriental, como Niezstche, Shopenhauer, o próprio Sócrates, e talvez Leibniz e Spinosa.E a Filosofia Oriental é simples e complicada ao mesmo tempo. É simples porque, não tendo como ferramenta básica o raciocínio, com poucas palavras ela define o seu objeto e o seu objetivo. Mas é complexa ao mesmo tempo porque, estando a razão ocidental habituada aos seus preconceitos e principalmente à sua arrogância em se considerar o centro de tudo, ela termina por não compreender os pressupostos da Filosofia Oriental. Por exemplo, dois conceitos importantíssimos, como ego e ilusão (Maya = ilusão cósmica dificilmente são compreendidos pela razão ocidental. Mas, aqui mesmo neste fórum eu já vi professores de Filosofia que compreendem os pressupostos da Filosofia Oriental. O que ela tem de mais importante a nos ensinar? Ela nos ensina a não aceitar as coisas como elas são, mas investigar, experimentar, duvidar, procurar por si mesmo saber se esse ou aquele conhecimento é verdade. Por exemplo: há "provas experimentais", que "comprovam" a Teoria do Big-bang. Mas repare que, as pessoas aceitam a teoria do Big-bang, porque acreditam nos cientistas e na ciência, e não porque elas mesmas foram lá e fizeram os testes para ver se a teoria é verdadeira. Essa questão é interessante porque ela remete sempre à questão da dependência à autoridade - questão essa que já foi abordada por mim em uns tópicos aí sobre Nietzsche; utilize a "busca" e encontrará os textos. Quando os navios de Colombo estavam chegando ao Brasil, os índios brasileiros não conseguiam ver as embarcações no horizonte, apesar de elas já serem visíveis. Por que isto acontecia? Porque eles não tinham o conhecimento da existência de navios de grande porte, e portanto, eles não conseguiam ver. Mas o xamã começa a observar ondas, movimentos em alto mar, e depois de vários dias vê as embarcações; chama toda a tribo e mostra, e, ainda assim, os membros da tribo acreditam no que estão vendo porque acreditam no xamã  :o e não porque simplesmente viram os navios. Veja o grau de extrema dependência perante a autoridade!!! E isto, acontece na nossa sociedade: quando nascemos encontramos um mundo já pronto, com tudo funcionando de modo correto, aparentemente. Acreditamos nas autoridades; acreditamos no que dizem os nossos pais, que nos ensinam a ser honestos, mas cuja honestidade eles mesmos não cumprem, em face de um mundo de extrema competição e violência - "quem pode mais, chora menos". Como diz Krishnamurti "o homem que diz: - quero mudar, melhorar, me dizei como!, está apenas buscando uma autoridade exterior para estabelecer a ordem dentro de si. Temos muito o que aprender com a "Ciência Oriental", portanto.Depois a genta papeia mais.  Vejam textos sobre Filosofia Oriental no meu blog http://www.mascarasdedeus.blogspot.com Abçs,

    #88743
    Suzana
    Membro

    :)

    #88744
    Monstrinho
    Membro

    :)

    Hum... (Suzana/Acácia/Holística/Única Virtual)Essa carinha de "homem de bem" aí não convenceu não hein!!!  ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D Está a parecer, típico de alguém que escreveu algo que a própria consciência depois acusou, se arrependeu e depois foi lá e apagou  ;) :D ;D ;) :D ;D

    #88745
    Acácia
    Membro

    Isso mesmo! “Bem-aventurados os pacificadores”.Eu ainda almejo as boas aventura (nças) s... ;)

    #88746
    Suzana
    Membro

    :)

    Hum... (Suzana/Acácia/Holística/Única Virtual)Essa carinha de "homem de bem" aí não convenceu não hein!!!  ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D Está a parecer, típico de alguém que escreveu algo que a própria consciência depois acusou, se arrependeu e depois foi lá e apagou  ;) :D ;D ;) :D ;D

    Não é de "homem de bem" mas, mulher de bem.

    #88747
    Monstrinho
    Membro

    :)

    Hum... (Suzana/Acácia/Holística/Única Virtual)Essa carinha de "homem de bem" aí não convenceu não hein!!!  ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D Está a parecer, típico de alguém que escreveu algo que a própria consciência depois acusou, se arrependeu e depois foi lá e apagou  ;) :D ;D ;) :D ;D

    Não é de "homem de bem" mas, mulher de bem.

    De "mulher de bem" você nada tem, pois não preciso chamar o Miguel aqui, para ele comprovar através do Endereço IP do seu computador, que Acácia/Diana/Suzana/Holística/Ùnica Virtual/Nairan e outras mais são a mesma pessoa, o que é proibido pelas regras de qualquer fórum. Por isso mesmo, gostaria de lhe pedir que só poste aqui no "meu" tópico, se puder contribuir. Se for para postar questões, "pensamentos" e querelas pessoais inúteis, peço que procure outro local. Espero que estejamos conversados sobre isso? Grato,  

    #88748
    SE7MUS
    Membro

    Olá mostrinho,Agente papeia sim....!Vou ler o blogVlewSE7MUS

    #88749
    Suzana
    Membro

    Está bem. Eu realmente ando falando (ainda que seja com os dedos  ;D) muitas inutilidades... Eu sei que meu IP consta em todos os meus nicks. Quem não saberia disso se não se interessasse não é mesmo? Mas quis brincar um pouquinho com os participantes destes sistemas que estão ficando enquanto os Céus e a Terra vão passando... Au revoir e sim senhor. Eu ouço e obedeço sem confusão nem aborrecimento... Mas, respeite ao sr. (ou sra.) Nairan pois ele(a) não sou eu. Ficou louco?! Este (a) sim, é uma pessoa sensata e de bem.

    #88750
    Monstrinho
    Membro

    [...]é uma pessoa sensata e de bem.

    Ontem à tarde um homem das cidades Falava à porta da estalagem.Falava comigo também.Falava da justiça e da luta para haver justiçaE dos operários que sofrem,E do trabalho constante, e dos que têm fome, E dos ricos, que só têm costas para isso.E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhosE sorriu com agrado, julgando que eu sentiaO ódio que ele sentia, e a compaixãoQue ele dizia que sentia.(Mas eu mal o estava ouvindo.Que me importam a mim os homens E o que sofrem ou supõem que sofrem?Sejam como eu - não sofrerão.Todo mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros,Quer para fazer bem, quer para fazer mal.  :oA nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.Querer mais é perder isto, e ser infeliz.)Eu no que estava pensandoQuando o amigo de gente falava(E isso me comoveu até as lágrimas), Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhosA esse entardecerNão parecia os sinos duma capela pequeninaA que fossem à missa as flores e os regatosE as almas simples como a minha.(Louvado seja Deus que não sou bom, E tenho o egoísmo natural das floresE dos rios que seguem o seu caminhoPreocupados sem o saberSó com florir e ir correndoÉ essa a única missão no mundo,Essa - existir claramente, E saber fazê-lo sem pensar nisso.)E o homem calara-se, olhando o poente.Mas o que tem com o poente quem odeia e ama?  ::) Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) IN: O Guardador de Rebanhos

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