O que é tempo?

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  • #69909

    Gostaria de saber um pouco mais sobre o que é o tempo. Ele é finito ou infinito ? É linear ou circular , revesível ou não , universal ou relativo , há um tempo ou há tempos?

    #74833

    O tempo não existe objetivamente. É uma modalidade perceptiva. O que chamamos de uma hora não possui uma duração estática. De acordo com o nosso estado emocional, essa uma hora pode ser longa ou curta. E há, ainda, a interessante alteração do tempo sob estado não usual de consciência. Conheço um caso de alguém que sonhou, no intervalo de algumas horas, que realizou uma viagem de três dias. Sua mente compactou três dias em algumas horas.
    E o mais interessante é que os acontecimentos de três dias couberam nessas poucas horas.
    O referencial que a psique usa para não perder a noção de tempo é o deslocamento espacial. Um minuto é o tempo que o ponteiro gasta para dar uma volta completa no mostrador. Se não tivermos um referencial espacial, perdemos a noção de tempo. Mas a distância é relativa! O espaço do mostrador, pequeno para nós, é gigante para um microorganismo. Suas poucas horas de vida não são, para ele, poucas horas de vida. A pequenez de sua vida é aparente: existe apenas desde o nosso ponto de vista. Mesmo assim, sua vida também não é extensa. A grande extensão existe apenas desde o seu ponto de vida de micro-criatura. De modo que a duração da vida de um ser não é nem longa e nem curta mas apenas o que parece ser em um dado momento para quem a contempla.

    #74834

    Gostaria que alguém pudesse me elucidar o conceito de “eterno presente” e se ele está relacionado de alguma forma a Parmênides e sua concepção de que as transformações são aparentes na natureza (imagino que o tempo também não exista para este filósofo). Se alguém pudesse comentar sobre a inexistência do passado e/ou me indicar bibliografia para consulta, ficaria bastante agradecido.

    #74835

    Insisto para saber se alguém pode me dar informações sobre os temas que eu relacionei acima. Desde já, muito obrigado.

    #74836

    Aproveitando meu tempo de férias, segue alguma coisa sobre o tempo: não vejo como muito correto associar o conceito citado nos moldes acima, de “eterno presente”, com Parmênides. Me pareceu que isso está mais relacionado com a concepçao fenomenologica. Vou tentar justificar minha observaçao. Com relação ao tempo, vale distinguir 3 concepções fundamentais:

    1- o tempo como ordem mensurável do movimento – é a concepçao mais antiga e difundida, ligada na Antiguidade ao conceito cíclico do mundo e da vida do homem e, na época moderna ao conceito científico de tempo. Somente sobre esta concepção já poderíamos escrever coisa demais, mas não me parece que seja aqui que encontrará a resposta para a sua questão. Contudo, apenas para esclarecimento, citando Aristóteles: os pitagóricos, ao definirem o tempo como “a esfera que abrange tudo”, relacionam-no com o céu, que com seu movimento ordenado permite medi-lo. Vale lembrar que Aristóteles definia o tempo como “o número do movimento segundo o antes e o depois”. Berkeley substituía a ordem do movimento pela ordem das idéias, e Newton distinguia tempo absoluto de tempo relativo, mas ambos consideram uma ordem e assim ainda falamos dessa concepçao de sucessão de coisas dentro de uma série de eventos.

    2- o tempo como movimento intuído – esta outra concepçao é apresentada por Hegel que define “o tempo é o princípio mesmo do Eu=Eu, da autoconsciencia pura, mas é esse princípio ou o simples conceito ainda em sua completa exterioridade e abstração”. Hegel nao identifica o tempo com a consciencia, mas com algum aspecto parcial ou abstrato da conciencia. Contudo, essa concepçao acaba trazendo consigo um tipo de reduçao do tempo a consciencia. Essa concepçao, em que pese a autoridade de Hegel, é bem anterior e foi mais difundida por Sto. Agostinho que foi quem a expressou de modo mais claro. Para Sto Agostinho, o tempo é identificado com a própria vida da alma que se estende para o passado e para o futuro: “Ninguém nega que o futuro ainda nao exista, mas na alma já existe a espera do futuro; ninguem nega que o passado já nao exista, mas na alma ainda existe a memória do passado” (Confissoes, livro XI, 28). Logo, para Sto. Agostinho, nao existem 3 tempos (passado, presente, furuto) mas somente 3 presentes (presente do passado, presente do presente, presente do fututo). Na filosofia moderna, Bergson reexpos essa concepcao contrapondo-a ao conceito cientifico de tempo. Segundo ele, o tempo da ciencia é “espacializado” e, por isso, nao tem as caracteristicas que a consciencia lhe atribui. Para a ciencia, o tempo pode ser representado por uma linha, mas “a linha é imovel, já está feita, ao passo que o tempo é aquilo que se faz, alias, é aquilo graças a que todas as coisas se fazem”. Bem parecido é o conceito de Husserl sobre o “tempo fenomenologico”, a corrente de vivências nao começa nem acaba, toda vivência está inserida em uma corrente infinita de vivências. Portanto, isso significa que a corrente de vivências, assim como a duraçao bergsoniana, tudo conserva; é uma espécie de eterno presente.

    3- o tempo como estrutura das possibilidades – este é o conceito encontrado na obra “Ser e Tempo” de Heidegger que, já no título, anuncia a identidade dos dois termos. É uma concepçao bastante original que considera o tempo a partir do futuro e nao do presente, o tempo é considerado uma espécie de circulo em que a perspectiva do futuro é aquilo que já passou e, por sua vez, o que já passou é a perspectiva para o futuro.

    Com o que foi exposto, sugiro a vc a leitura de Husserl (Idéias, “Ideen zu einer”) ou de Bergson (O pensamento e o movimento).

    Feliz 2004.

    #74837
    #74838

    Olá,
    Estava fazendo uma pesquisa sobre “o que é Tempo” para alguns filosofos e acabei entrando nesse forum de discussão.

    Gostaria de elogiar o nível dos comentários, que me entreteram e fizeram com que eu lesse quase todos os topicos e seus comentários!! (rs)

    Bom, peço a vocês informações sobre a minha pesquisa.

    Grata.

    #74839

    eu gostaria de saber o que é tempo? não o tempo que marcamos e sim o tempo de clima…temperatura!

    peço a vocês informações sobre minha pergunta
    grata

    #74840
    nahuina
    Membro

    mas isso ñ tem nada a ver com filosofia!!!!!!!!!!!
    eu ñ entendo este é um site de filosofia,ou pelo menos era isso que eu achava,e últimamente a maioria dos post são de pessoas que querem ajuda em trabalhinhos escolares!!!!!!!!!!

    #74841

    Oi pessoal, gostaria de saber como o tempo pode ser curvo se ele não existe objetivamente e como um leigo poderia perceber e entender melhor o que é o tempo?

    #74842

    Como um leigo poderia perceber e entender melhor o que é o tempo?

    Ele não pode, você acabou de dizer que ele não existe objetivamente…

    #74843

    A falta do objeto impede ou dificulta o entendimento ou a percepção de um leigo?

    #74844

    Não entendo a objetividade como a falta ou a existência do objeto. Essa aí é a objetividade acadêmica e ela é tola, primitiva demais…

    Objetividade, para mim, tem a ver com objetivo e, não, com objeto. Vou exemplificar:

    Podem existir dois vencedores, ou dois perdedores, para uma única partida de xadrez?

    A resposta deve logicamente ser, não. Pois se ela for sim, é inútil jogar xadrez, posto que os adversários podem se acusar mutuamente de perdedor e jamais se saberá quem venceu ou quem perdeu a partida.

    Logo, jogar xadrez perderia sua razão de ser, não haveria objetivo algum para a existência do jogo de xadrez. Tanto faria dizer que existe ou que não existe…

    …logo, se uma verdade é objetiva é só porque ela pode valer para nós dois, ao mesmo tempo. O contrário disso é o solipsismo ou o subjetivismo de cada um.

    #74845

    Gostaria apenas de saber o que é o tempo, como posso compriendê-lo melhor e como ele pode ser curvo?

    #74846

    Quem é este senhor de barbas brancas chamado Tempo?
    Na sociedade neoliberal e capitalista, vivemos um tempo sem memória aonde o espaço não faz parte desta concepção vazia de mundo. O Ter assumindo cada vez mais,maior valor que o Ser, comandado por uma globalização sedenta de sangue e fome, que escraviza o homem pelo próprio homem na ganância do Poder.
    Vivemos um estúpido tempo linear, aonde quem mais ganha é o que mais explora os seus semelhantes.
    Pobre tempo !
    Para Chesneaux, o tempo no qual vivemos é de uma sociedade sincrônica, integral, na qual o homem vive a obsessão do tempo, sociedade está que é cronofágica. Ou seja, o tempo sendo alimentado pelo próprio tempo sob o signo do Caos e da submissão humana.
    A memória social e histórica é descartada para que não sirvam de instrumentos de Liberdade e Cidadania.
    Para Heidegger o tempo é a estrutura das possibilidades então com certeza vivemos das impossibilidades de uma sociedade que para sobreviver alimenta-se de si mesma.
    As sociedades ditas ” simples” que é o caso das indígenas concebem o tempo de forma cíclica aonde a História Oral tem papel fundamental, porque é ela que retransmite os conhecimentos de geração à geração além é claro de manter a organização cosmogônica e social destes povos. A memória histórica e social é sempre preservada porque vivem o tempo-presente-dos antepassados e das leis da natureza.
    Por isto cada vez mais, estas sociedades vêm sendo exterminadas já que não quase nunca aceitam ser subjugadas nem fisicamente nem na lavagem das suas idéias.
    O alto indice de suicídio entre estes povos é a forma de rompimento e protesto contra a sociedade branca que é etnocentrista e burra.
    Então fico pensando …
    Quem é selvagem?

    Respondam.

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