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20/03/2010 às 17:16 #70973Miguel DuclósMembro
No período final do regime militar, membros de um grupo do exército brasileiro, ligado ao SNI, Serviço Nacional de Informações, vendeu urânio enriquecido para o Iraque, no Oriente Médio. Para isso usaram Paulo Maluf, então governador de São Paulo. A Mossad, serviço secreto israelense descobriu o plano, que também vazou internamente e acabou sendo investigado pelas divisões da CIA e da KGB no Brasil. Mais tarde os israelistas, apoiados pelos eua e seus satélites, fizeram um bombardeio certeiro às instalações nucleares iraquianas….Alexandre vom Baugartem (nada a ver com o criador do termo estética) era um jornalista, que havia trabalhado na revista o Cruzeiro e foi ligado aos militares. Ele escreveu uma novela que foi publiciada postumamente chamada "Operação Yellow Cake - a novela que deu bolo". Apesar de conter elementos de ficção e ser como um thriller policial, é inteiramente baseada nos fatos verídicos da situação descrita acima. Alexandre foi assassinado em um atentado no Rio, num daqueles de circunstâncias misteriosas e até hoje não esclarecidas, onde há suspeita de queima de arquivos. Quatorze páginas foram suprimidas dos originais, supõe-se que por serem muito reveladoras.Pelo que vi na web o melhor material sobre o assunto está no site da ufscar, com scans em pdf de artigos de jornais da época, como por exemplo:http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R05135.pdfNo entanto a novela é rara, saiu como encarte especial da revista Status. Então tem um pdf dela caso haja algum interesse, está em http://www.consciencia.org/docs/yellowcake.pdfVários personagens que aparecem sumiram para o anonimato, na curva do tempo. Outros morreram, outros ainda existem e estão atuantes. Existe uma descrição bem interessante de um esquema de corrupção "perfeito" montado pelo Mallouf, através do Banespa. A Copemi ainda existe, e o livro já prenuncia um escandâlo de madeira amazônica que ela se envolveria depois.A descrição que faz do gal Newton da Cruz, por exemplo:
Ele agora tinha certeza que tinha estragado o dia de pelo menos três e se dispunha a levar o gal. Newton ao ridículo mediante a provocação do seu temperamento muito explosivo. O general perdia o controle rapidamente e toda vez que ficava nervoso fazia besteiras e habitualmente falava demais, é era exatamente isso o que Neiva queria.
Parece bem coadunante com o que mostra este vídeo, postado no youtube, Liberdade de Imprensa na ditadura Militar, em que um jornalista perseguido provoca o general linha-dura. Uma parte que chega a ser engraçada é quando o tal jornalista, numa atitude até desesperada, tira o microfone do gal depois de dar-lhe a palavra, invertendo o papel da censura, o que provoca a fúria do militar.[youtube]http://www.youtube.com/v/IWuggz3aWhw&hl=pt_BR&fs=1&[/youtube]
29/03/2010 às 1:18 #87894EfeGueirosMembroPois zé…Vejam como são as coisas e os tempos... Já agora...Já pensou se o nosso "Lula" dos silvas, compilasse as técnicas do Maluf e oferecesse ao Irã sermos fornecedores de material para suas prováveis "bombas atômicas".Já descobrimos petróleo a dar com “paus” nos árabes. Ou seja, esta gloriosa “commoditie” sairá dos dias de glorias do oriente médio, para nossa gloriosa América Latina dos “Chaves”... e por que não... :yahoo_mini:Abraços,
29/03/2010 às 13:12 #87895Miguel DuclósMembroNão pensei nisso não, e nem vou pensar. A história não funciona na base do “e se acontecesse isso, e sim na base de fatos, documentos. Ainda mais que sua contraposição mais do que uma crítica ao Brasil atual, pareceu viuvez de general.
29/03/2010 às 16:39 #87896EfeGueirosMembroNão pensei nisso não, e nem vou pensar. A história não funciona na base do "e se acontecesse isso, e sim na base de fatos, documentos. Ainda mais que sua contraposição mais do que uma crítica ao Brasil atual, pareceu viuvez de general.
Não caro Miguel,Antes de tudo, a história não se contrapõe aos “SE”, muito pelo contrário, é com os “SE” que aprendemos, talvez você desconheça isto.Por outro lado, achei desnecessário e grosseiro de sua parte vir considerar-me, ou considerar meus comentários como viuvez de general.Por fim, se você não considera pensar, fim de papo. Afinal, não vimos aqui para documentar nada, ou trazer documentos passados em cartórios, ou chancelados por este para se ter créditos, ou ser acreditado.Apenas, e acredito que foi muito difícil para você tentar compreender o sentido de meus comentários. Mas, vamos aclará-lo, talvez assim, você não venha com quatro pedras nas mãos.A sintonia que quis fazer foi com as recentes ações havidas pelo nosso Lula “dos silvas” no Oriente médio. Se você assistido recentes “mesas” com feitas com pessoas bem qualificadas, em um canal de televisão fechada, teria visto, que tudo o que aqui coloquei foi por aquele momento discutido.Em síntese: Comentou-se que o Brasil não conseguia sequer resolver os problemas havidos em nossa América Latina (O MERCOSUL, por exemplo), ou as divergências provocadas pelo Chaves, veria o sentido dos meus comentários.Entretanto, obrigado por sua atenção aos meus comentários, mesmo que grosseiros.E trocando em miúdos, sem usar de “SE”, como você me recomendou, fim de papo. Os Generais deixaram bastantes viúvas, e não só as deles como os dos outros.E não me incluo-o em nenhuma delas.Não fui os marginais oportunistas como a tal da Dilma (terrorista) e outros, que assolam o governo do Lula (mensalões da vida), que matavam inocentes, como não fui amigo, ou oportunista de nenhum marginal General, que também matavam inocentes.Fraternos abraços,
30/03/2010 às 4:39 #87897Miguel DuclósMembroCaro EfeGuerreirosO fórum é de história do Brasil, que eu saiba, não se trabalha cientificamente na história com base nos "se" nesse sentido.. e se os persas tivessem ganho a guerra? E se Hitler não tivesse caído? E se a Terra fosse quadrada, como seria hoje? Isso não está no escopo da história, está no escopo da literatura, ficção. A história olha para o passado, com base em documentos, trabalha com hipóteses, sim, mas em cima do não-esclarecido, em cima da interpretação. Se não for isso, estou realmente defasado, pedirei que me indiques umas fontes.O negócio da viuvez está expresso nos próprios comentários no youtube, vê-se ali que é uma coisa comum, as pessoas estão com saudades da ditadura militar diante dos fracassos da "democracia", da corrupção do governo etc. O seu tom ao comentar o thread também foi meio apressado, não é? Por què, afinal, leste e baixaste o livro ou não? Trouxeste para o panorama atual. Muito bem:Uma das coisas que indiquei foi a atualidade de algumas figuras do livro, como falei, a tal copemi ainda existe, Delfim está aí, na ativa, Mallouf continua roubando miríades, contas no exterior etc. Estão todos aí.Uma coisa atual do livro é quando um militar fala, no processo de redemocratização que eles estavam planejando, que não ia "permitir o revanchismo". Nada mais atual, esssa questão está em pauta hoje, na questão da Anistia. E o livro é de 1982.Reparemos que nossa democracia também não é de fato, mas de Araque. Reparemos que o general Golbery de Couto e Silva quem "inventou" o Lula, deu força ao líder sindical, prevendo que ele podia ser perigoso como operário, mas fatalmente se perderia na política. Sabia disso? Pois é. Lula mesmo já declarou "nunca fui de esquerda", seu projeto de poder era pessoal. O inimigo dos militares era o legado trabalhista, representado especialmente por Brizola, contra isso foi dado o golpe. E não contra "comunismo", esse nem sequer tinha mais força real depois da intentona. As diretas já fracassaram, os militares passaram o poder quando e como quiseram. A elite civil que foi na verdade a mentora do golpe e usou os milicos para isso continua na ativa, o que existe foi um grande continuísmo.Outro ponto é podermos ver o histórico e a precedência das relações do Brasil com o Iraque e o Oriente Médio. O Ocidente apoiou o Iraque na guerra Irã X Iraque, aliás, o Saddam foi posto no poder e armado pelos EUA, Dick Cherney etc, ao passo que a urss apoiava o irã. Hoje a política externa está de novo lá no Oriente Médio, abanando o rabinho dizendo que não tem armas nucleares, sinaliza um apoio ao Irã e os problemas com os israelitas continuam.Por fim, ao criticar, não parta para a ofensa se sentiu ofendido com o "viuvez", isso é uma figura de linguagem, e não um xingamento como o de grosseiro. O seu reply inicial foi "grosseiro" também, ou não? "Pois zé", etc... usarias isso em qual meio formal? No outro você diz que o que falei é coisa de "louco" e mandou eu me tratar psiquiatricamente por causa do "se", está 2x0 nos adhomines pra ti, então, suas mensagens iniciais já vieram com ranço. Deixemos de lado isso e foquemos nos argumentos.Fim de "papo", de botequim e início dos debates, mesmo que eu não participe e não haja respostas de ninguém por longos períodos.
01/04/2010 às 16:27 #87898EfeGueirosMembroCaro EfeGuerreirosO fórum é de história do Brasil, que eu saiba, não se trabalha cientificamente na história com base nos "se" nesse sentido.. e se os persas tivessem ganho a guerra? E se Hitler não tivesse caído? E se a Terra fosse quadrada, como seria hoje? Isso não está no escopo da história, está no escopo da literatura, ficção. A história olha para o passado, com base em documentos, trabalha com hipóteses, sim, mas em cima do não-esclarecido, em cima da interpretação. Se não for isso, estou realmente defasado, pedirei que me indiques umas fontes.O negócio da viuvez está expresso nos próprios comentários no youtube, vê-se ali que é uma coisa comum, as pessoas estão com saudades da ditadura militar diante dos fracassos da "democracia", da corrupção do governo etc. O seu tom ao comentar o thread também foi meio apressado, não é? Por què, afinal, leste e baixaste o livro ou não? Trouxeste para o panorama atual. Muito bem:Uma das coisas que indiquei foi a atualidade de algumas figuras do livro, como falei, a tal copemi ainda existe, Delfim está aí, na ativa, Mallouf continua roubando miríades, contas no exterior etc. Estão todos aí.Uma coisa atual do livro é quando um militar fala, no processo de redemocratização que eles estavam planejando, que não ia "permitir o revanchismo". Nada mais atual, esssa questão está em pauta hoje, na questão da Anistia. E o livro é de 1982.Reparemos que nossa democracia também não é de fato, mas de Araque. Reparemos que o general Golbery de Couto e Silva quem "inventou" o Lula, deu força ao líder sindical, prevendo que ele podia ser perigoso como operário, mas fatalmente se perderia na política. Sabia disso? Pois é. Lula mesmo já declarou "nunca fui de esquerda", seu projeto de poder era pessoal. O inimigo dos militares era o legado trabalhista, representado especialmente por Brizola, contra isso foi dado o golpe. E não contra "comunismo", esse nem sequer tinha mais força real depois da intentona. As diretas já fracassaram, os militares passaram o poder quando e como quiseram. A elite civil que foi na verdade a mentora do golpe e usou os milicos para isso continua na ativa, o que existe foi um grande continuísmo.Outro ponto é podermos ver o histórico e a precedência das relações do Brasil com o Iraque e o Oriente Médio. O Ocidente apoiou o Iraque na guerra Irã X Iraque, aliás, o Saddam foi posto no poder e armado pelos EUA, Dick Cherney etc, ao passo que a urss apoiava o irã. Hoje a política externa está de novo lá no Oriente Médio, abanando o rabinho dizendo que não tem armas nucleares, sinaliza um apoio ao Irã e os problemas com os israelitas continuam.Por fim, ao criticar, não parta para a ofensa se sentiu ofendido com o "viuvez", isso é uma figura de linguagem, e não um xingamento como o de grosseiro. O seu reply inicial foi "grosseiro" também, ou não? "Pois zé", etc... usarias isso em qual meio formal? No outro você diz que o que falei é coisa de "louco" e mandou eu me tratar psiquiatricamente por causa do "se", está 2x0 nos adhomines pra ti, então, suas mensagens iniciais já vieram com ranço. Deixemos de lado isso e foquemos nos argumentos.Fim de "papo", de botequim e início dos debates, mesmo que eu não participe e não haja respostas de ninguém por longos períodos.
Concordo em número e grau... Já considero coisa do passado.Aliás, o que nós temos que considerar é o tema e as opiniões, mesmo que não façam nosso melhor ideal.Uma pequena correção: Meu Nick é EfeGueiros. E Não dos guerreiros.Fraternos abraços,
11/04/2010 às 13:26 #87899Miguel DuclósMembroAlguns links recentes são oportunos para este tópico, o blog do Geneton no g1 ( http://colunas.g1.com.br/geneton/ )http://colunas.g1.com.br/geneton/2010/04/10/os-bastidores-do-regime-militar-general-newton-cruz-descreve-o-dia-em-que-saiu-de-brasilia-para-o-rio-para-desmontar-um-novo-atentado-que-militares-estavam-tramando-depois-do-riocentro/http://colunas.g1.com.br/geneton/2010/04/03/confirmado-exercito-deu-dinheiro-a-preso-politico-em-troca-de-informacao-estrategica-sobre-partido-comunista-do-brasil/Não vi a entrevista no globo News, completa, mas a informação é de que: O general Newton Cruz, ex-chefe do SNI, em entrevista a Geneton Moraes na Globo News: " O Maluf me pediu para matar o Tancredo Neves".
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