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02/06/2005 às 20:18 #70232nahuinaMembro
O que são os sonhos qual a sua utilidade para o homem no sentido biológico ou qual a vantagem?por que sonhamos?
já o comentei em outros tópicos: ASSITAM WAKING LIFE!!!
11/06/2005 às 22:55 #79737Miguel (admin)MestreCreio eu q no sentido biológio sirva para alimentar a “máquina de retroalimentação negativa” (uma máquina que quanto mais longe ela estiver da posição de estabilidade mais ela se “esforça” para voltar ao estado desejado – o de equilíbrio). Pois eu realmente acredito que o ser humano foi programado para funcionar como uma máquina dessas, mas alguns conseguem, talvez, se libertar dessa programação.
Então o sonho seria o estado desejado, que o indíviduo sonha, duplamente, nele. E o organismo “relembra” como ele queria estar e ñ estar.
PS1: Opinião sem muita base científica, ou seja, altíssima probabilidade de está errada.
PS1: vc poderia resumir esse filme e dizer o título brasileiro?
11/06/2005 às 23:11 #79738nahuinaMembroo enredo de Waking Life retrata os momentos de sono de um jovem (Wiley Wiggins). Em seu caminho, encontra as tais personagens, desde filósofos e suicidas a bêbados e revoltados.Eu transcrevo p/vocês alguns diálogos do filme acompanhados de imagens para que vc’s tenham uma idéia da genialidade do filme…. Leiam e tirem suas próprias conclusões:
Existem dois tipos de sofredores…
aqueles que sofrem
da falta de vida…
e os que sofrem da abundância
excessiva da vida.
Eu sempre me posicionei na segunda categoria.
Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana…
são, essencialmente, nada diferentes
do comportamento animal.
As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo…
ao nível do super-chimpanzé.
Na verdade, o hiato entre Platão ou Nietzsche e o humano mediano…
é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano.
O reino do verdadeiro espírito…
o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado.
Por que tão poucos?
Por que a História e a evolução não são histórias de progresso…
mas uma interminável e fútil adição de zeros?
Nenhum valor maior se desenvolveu.
Ora, os gregos, há 3.000 anos,
eram tão avançados quanto somos hoje.
Quais são as barreiras que impedem as pessoas…
de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial?
A resposta a isso pode ser encontrada
em outra pergunta, que é…
qual é a característica humana
mais universal?
O medo…
ou a preguiça?“Nesta ponte,” adverte Lorca…
“a vida não é um sonho.
Cuidado e…
cuidado e cuidado.”
Tantos crêem que porque o “então”
ocorreu, o “agora” não está ocorrendo.
Eu não comentei? O “uau” contínuo
está se dando neste mesmo instante.
Somos todos co-autores desta
exuberância dançante…
na qual até nossas incapacidades se divertem.
Somos os autores de nós mesmos,
criando um romance de Dostoyevsky…
estrelando palhaços.
Isto em que estamos envolvidos,
o mundo…
é uma oportunidade de demonstrar
como a alienação pode ser fascinante.
A vida é uma questão de um milagre…
formado de momentos perplexos por
estarem na presença uns dos outros.
O mundo é uma prova…
para testar se podemos nos elevar
às experiências diretas.
A visão é um teste para saber
se podemos ver além dela.
A matéria é um teste
para a nossa curiosidade.
A dúvida é uma prova
para a nossa vitalidade.
Thomas Mann escreveu que preferiria
participar da vida que escrever.
Giacometti foi atropelado
por um carro, certa vez.
Ele lembra-se de ter caído
em um desmaio lúcido…
um prazer repentino…
ao perceber que algo
estava lhe acontecendo.
Assume-se que não se pode compreender
a vida e viver ao mesmo tempo.
Não concordo inteiramente. Ou seja,
não exatamente discordo.
Eu diria que a vida compreendida
é a vida vivida.
Mas os paradoxos me perturbam.
Posso aprender a amar e fazer amor
com os paradoxos que me perturbam.
E em noites românticas do eu…
saio para dançar salsa
com a minha confusão.
Antes que saia flutuando,
não se esqueça…
ou seja, lembre-se.
Porque lembrar é muito mais uma
atividade psicótica que esquecer.
Lorca, no mesmo poema, disse…
que o lagarto morderá
os que não sonham.
E, quando se percebe…
que se é um personagem sonhado
no sonho de outra pessoa…
isso é consciência de si.(Mensagem editada por nahuina em Junho 11, 2005)
11/06/2005 às 23:25 #79739Miguel (admin)MestreFiquei bastante curioso, vou ver se assisto esse filme nesse fim de semana ainda!
12/06/2005 às 20:56 #79740nahuinaMembrohttp://www.american-buddha.com/waking.life.htm#WAKING LIFE – (as imagens foram tiradas daqui)
http://www.screamyell.com.br/cinema/wakinglife.html – (há uma resenha muito legal neste site)(Mensagem editada por nahuina em Junho 12, 2005)
13/06/2005 às 1:53 #79741Miguel (admin)MestreAgora eu também quero.
Mas o assunto era o porquê dos sonhos ou Walking Life?
13/06/2005 às 4:23 #79742nahuinaMembroAgora eu também quero.
Mas o assunto era o porquê dos sonhos ou Walking Life?
o assunto É o porquê dos sonhos, mas o filme tem muita relação com o assunto13/06/2005 às 14:17 #79743Miguel (admin)MestreO que são os sonhos, qual a sua utilidade para o homem no sentido biológico ou qual a vantagem? por que sonhamos?
Os sonhos são produção de sentido no nível inconsciente – essa resposta não é científica, mas, se o Fróide pôde,…
…por que não eu, ah-ah, por que não e-euuu…
Além disso, também são realizações de desejos inconscientes (S. Freud).
(Mensagem editada por Mike em Junho 13, 2005)
31/07/2005 às 15:38 #79744Miguel (admin)MestreGosto muito de Sigmund Freud. Mas eu gosto dele, porque eu concordo com ele, eu acredito nele. Pois o que Freud falava, me parece muito coerente.
O fato dele ter sido científico e altamente sistemático, não me diz tanto, pois a ciência também comete grandes erros. Não importa para mim se a teoria é científica, filosófica ou religiosa. Não importa o método, todos são passíveis de erros e acertos. Não descarto nada.Acho que existe uma função biológica e uma função psicológica para o sonho.
A biológica talvez esteja ligada a produção de algum hormônio. Mas não sei, e não sou biólogo.
Psicologicamente, o sonho representa (eu acho) os desejos que temos, as nossas ambições, e desejos reprimidos. E os sonhos também representam os nossos medos ocultos. Isso digo com base em Freud.
O fato dos sonhos serem “meio sem sentido” se deve ao fato de os sonhos serem compostos por fragmentos do que vemos no dia, e esses fragmentos não são unidos de uma forma lógica. A arte surrealista pode ajudar a compreender o que é o sonho. Por isso, indico:
-Na pintura: Salvador Dali
-Na música: o disco “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” dos Beatles.
-No cinema, 3 filmes:
1-Waking Life
2-Sonhos de Akira Kurosawa
3-Cidade dos Sonhos, de David Lynch.Também pode haver uma função espiritual do sonho, que apesar de eu não crer, eu também não descarto. Acho válido mencionar, mas isso não é científico. Todavia, como já disse antes, ser científico ou não, me diz muito pouco.
Parece que quanto mais estudo filosofia, mais me dou conta que não existe alma imortal. Depois, eu estudo mais e me dou conta que deve existir sim. E assim fico oscilando. Por isso, nessa questão sou agnóstico. Mas tenho algum respeito e admiração pelo cardecismo (Alan Kardec) e principalmente pelo budismo (Gautama). Mas não creio que haja duas naturezas (uma natural e outra sobrenatural), creio que os fenômenos são todos pertencentes a uma única natureza. Gosto de algumas explicações que a parapsicologia dá aos fenômenos que a ciência descarta por falta de provas mais concretas ou por preconceito. No aspecto espiritualista, indico um livro: “Muitas Vidas, Muitos Mestres” de Brian Weiss. E dois filmes: O Sexto Sentido e Amor Além da Vida. Ambos não são apenas filmes hollywoodianos, são filmes bastante fiéis à doutrina espírita.OBS: Acho que o filósofo deve se questionar sobre tudo e assim não deve ter preconceitos de nenhuma espécie. Infelizmente, as pessoas religiosas se tornam fanáticos e deixam de conhecer a filosofia e a ciência por isso. Acabam se tornando escravas de uma fé. Mas muitas vezes, os filósofos também se tornam escravos da filosofia e os cientistas, escravos da ciência. Acabam se tornando fanáticos, como os religiosos que eles criticam.
Uma coisa que senti no filme Walking Life é que não há diferença entre o estado de sonho (quando dormimos) e o estado de vigília (quando acordados) e dos estados de vida consciente e consciência pós-morte. Quem nunca leu livros espíritas poderá protestar, mas há coisas no filme Walking Life que me lembram muito a doutrina espírita. Desde aquela mulher velha falando na televisão até aquele último diálogo no pinball. Uma possível interpretação para o final, quando Willy começa a voar e sumir no azul do céu, é que ele tenha descoberto que estava morto, e tenha decidido dizer SIM a pergunta que Deus nos faz (segundo o que conta o último diálogo do filme). No espiritismo, as almas que tem apego material forte, que não aceitam que morreram, ficam num estado meio “inconsciente” como num sonho, vagando pelo mundo. Elas só vêem o que querem ver, e algumas vezes, não sabem que estão mortas (como diz o filme O Sexto Sentido). Para quem já leu algo a respeito, essa interpretação é perfeitamente possível para esse filme, e muito coerente com alguns tipos de doutrinas espiritistas. Mas não creio que seja a única interpretação possível para o filme, é uma dentre várias.
Por fim, e voltando ao aspecto psicológico, indico mais um filme:
“Freud, além da Alma”.
O filme é excelente para introduzir, de forma dinâmica, os principais conceitos da psicanálise freudiana, e assim compreender um pouco os conceitos e suas respectivas histórias.13/09/2005 às 23:41 #79745Miguel (admin)MestreHoje eu sonhei que estava assistindo a uma aula com retroprojetor na universidade. Estava sentado ao lado de um ex-colega dos tempos de faculdade e ele comentava comigo que estava namorando uma garota muito bela de nossa turma com tais e tais características. Então, eu comecei a vasculhar a minha memória em busca dessa garota tão bela dos tempos de ensino superior e…
…eis que me dei conta de que ela nunca existira! – Nesse momento, acordo em pânico!
Droga! Só agora lembrei que deveria postar essa no tópico Irracionalismo…
22/02/2006 às 13:46 #79746salenaMembroSerá que nunca existiu mesmo a garota do sonho! ou está guardada na cela da repressão!!!!Gostei muito da sua resposta sosbre o sonho, parece ter conhecimento de Psicanálise. Fiz 'formação Psicanalítica durante 04 anos, e estudei muito o sonho. Pretendo escrever algo para debate sobre o assunto, porém não estou com muito tempo no momento aguarde que logo virá
02/04/2006 às 23:40 #79747MirianMembroEste é um trecho do livro de Vera Calvet – Curso de meditação Ráshuah – onde ela nos explica algo a respeito das frequencias cerebrais durante o sono e talvez seja interessante a esse tema do forun.DESCANSO NOTURNO E OS CICLOS DO SONO________________________________________________________________________________Pode parecer estranho para nós hoje em dia, mas até a poucas décadas atrás, pensava-se que o sono era uma interrupção de quase toda a atividade cerebral. Em 1953, um pesquisador chamado Nathaniel Kleitman, observou que os períodos de sono eram marcados por movimentos rápidos dos olhos, e batizou estes períodos de sono REM. A sigla REM vem da expressão em inglês – Rapid Eye Movement – que em português se traduz como – Movimentos Rápidos dos olhos. O uso do eletroencefalograma (EEG) no estudo do sono mostrou que de fato existe, ao contrario do que se pensava, muita atividade cerebral durante o sono. Mais recentemente o avanço da tecnologia introduziu a técnica de Microfios no estudo do cérebro - que utiliza fios com 32 microns de largura guiados através do cérebro - que emitem informações a respeito da atividade cerebral. Os estudos mostram que a atividade neural (atividade dos neurônios cerebrais) é bastante variada durante os dois estágios principais do sono, que são: O Sono REM e o sono Não REM.O Sono REM tem atividade mental semelhante ao estado de vigília no tocante a recepção de imagens mentais e de aceleração das freqüências de ondas cerebrais, porém com a interrupção do contato com o ambiente externo. O movimento que os olhos fazem por baixo das pálpebras fechadas, é o sinal de que a pessoa está recebendo imagens. Nesse momento do sono, dramatizamos nosso inconsciente através dos sonhos. A aceleração das freqüências de ondas cerebrais acontecem por conta das emoções que podem ser vivenciadas intensamente durante um sonho. Nesse sentido, sonhos agitados e emocionais podem elevar os batimentos cardíacos e as freqüências cerebrais a ponto da pessoa despertar com sintomas físicos de pânico, como suor, taquicardia, etc. É durante o sono REM, que há o processo de apreensão de um conhecimento, e que os neuroreceptores cerebrais de certas substâncias como as Monoaminas, por exemplo, se recuperam e recobram sua sensibilidade total, além de outros processos de recuperação física, mental e emocional. O sono REM é marcado por ondas de freqüências mais altas do que a fase Não REM e, portanto, não leva a um descanso profundo. Porém essa fase do sono é a responsável pela nossa recuperação emocional e sabe-se que o uso de certas substâncias químicas impedem essa importante fase do sono, o que acarreta muitos prejuízos à médio prazo. O Sono Não REM (NREM) ao contrário do sono REM é onde realmente existe o descanso profundo e menor atividade neural. Como o próprio nome já sugere, nessa fase do sono não existem os movimentos oculares. Não há recepção de imagens, nem sonhos. Essa fase do sono é marcada, porém, de atividade cerebral também, embora diferente da fase REM. Alguns neurônios de certas regiões cerebrais param suas atividades, enquanto que outros reduzem suas atividades. O padrão normal de funcionamento do cérebro muda drasticamente e os neurônios do córtex cerebral começam a disparar em sincronia, em um ritmo e freqüências muito baixas (ao contrário do que acontece no estado de vigília e durante o sono REM, onde não existe esse ritmo e sincronia na atividade neural) e o cérebro consome muito menos energia nessa fase do sono. Os batimentos cardíacos e a respiração tendem a regularidade e a calma. O sono NREM permite que as células reparem suas membranas danificadas pelos radicais livres, que as destroem quando estamos em estado de vigília. É essa a fase onde realmente existe descanso profundo durante uma noite de sono.Essas duas principais fases do sono (REM e NREM), se intercalam durante uma boa noite de sono, divididas em quatro estágios:Estágio 1 – É o primeiro estágio do sono, assim que o relaxamento e a sonolência dão lugar ao sono propriamente dito. Este estágio dura em média, apenas cinco minutos e a freqüência das ondas cerebrais caem rapidamente de 14 CPS (ondas alfa) até os ciclos inferiores aos 4 CPS (ondas delta). É um estágio que só acontece no início da noite de sono e após o qual, os próximos estágios vão se intercalar durante o resto da noite. Estágio 2 – As freqüências cerebrais vão aumentando e estabilizando-se entre as ondas alfa de altas freqüências (perto dos 13CPS) e ondas teta (7CPS). Fase do sono REM. Este estágio começa durando uma média de 15 a 20 minutos e chega a 50 minutos nos últimos ciclos do sono.Estágios 3 – Sono NREM com predomínio de ondas teta (7 a 4 CPS). Dura em média 20 minutos.Estágio 4 – Sono de ondas lentas, com predomínio de ondas delta (4 a 0,5 CPS). Sono profundo NREM. São estágios que predominam na primeira metade da noite de sono, durando em média 60 minutos e vão diminuindo nas últimas horas de sono. Estes estágios vão se intercalando durante uma boa noite de sono em ciclos. O primeiro ciclo no início da noite de sono vai do estágio 1 ao 4, e dura em média uma hora e trinta minutos. O próximo ciclo volta ao estágio 2, ou seja, inicia com o sono REM que vai aumentando em tempo de duração, enquanto que os estágios 3 e 4 vão diminuindo em tempo de duração. Vamos sonhando por mais tempo e descansando por menos tempo na medida em que a noite corre.GRÁFICO DO SONOObserve no gráfico que durante a primeira hora de sono, passamos muito mais tempo em ondas teta ( e delta ( de sono NREM, do que em ondas alfa ( em sono REM. Porém, na medida em que a noite vai passando, isso se inverte, aumentando o período de sonhos (REM) e diminuindo os períodos de descanso profundo (NREM). Porém, caso nosso inconsciente esteja muito sobrecarregado por conta de emoções intensas vividas durante o dia, por exemplo, exigirá maior atenção durante a noite de sono, e passaremos a maior parte do tempo em atividade REM, sonhando; dramatizando as emoções inconscientes e mal resolvidas. Desta forma, não permaneceremos em ondas de sono profundo (teta e delta), pelo tempo necessário. Como conseqüência, acordaremos pela manhã com a sensação de cansaço, de uma noite mal dormida, mesmo que não nos lembremos de nenhum sonho e sequer acordássemos durante a noite. Isso porque o estágio de sono REM é marcado por intensa atividade cerebral e pouco descanso. Só nos lembraremos dos sonhos que tivermos durante a noite, quando eles nos levarem perto das freqüências mais altas de ondas beta ( acima dos 14 CPS), e como conseqüência, acordaremos. A maior parte dos ciclos de sonhos noturnos não nos acordam e por isso podemos pensar que tivemos uma noite sem sonhos. Ou ao contrário, nos lembrarmos apenas do último ciclo de sonhos pouco antes de acordarmos e pensarmos que sonhamos a noite toda aquele único sonho recordado.
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