Para repensar o "31 de março"

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    Daqui a pouco será 31 de março. Quem dá importância para isso? Minha filha tem 21 anos e minha esposa também. Ambas já votaram para presidente, e em partidos diferentes. Não sei, mas suponho que minha filha votou em Lula e minha esposa em Serra, quando da eleição que deu vitória a Lula. E minha mãe, que nasceu em 1928, em quem votou nas últimas eleições? Passei anos tentando convencer minha mãe de votar em Lula. Nas últimas duas eleições eu duvido que ela não tenha votado nele. Nessas duas últimas eleições eu não votei. Na anterior, eu votaria em Lula, mas estava nos Estados Unidos. Nesta última eu anulei meu voto. Nós todos estamos lembrando de 31 de março? Que nada! Ninguém mais está interessado nisso. Isso passou. Passou mesmo? Algo ficou, e ninguém se dá conta disso. Em 31 de março de 1964 uma boa parte dos militares brasileiros e um grupo não pequeno de civis apoiaram um golpe armado contra o Presidente da República, João Goulart. Jango havia sido democrática e legitimamente eleito. Foi um erro dessas pessoas. Algumas delas ainda tentam se justificar: “ah, havia o perigo do comunismo”. Mentira. Não havia. Outras dizem: “havia bagunça e inflação”. Havia inflação, mas não bagunça. Comício e greve não é bagunça. Só senhoras sexualmente impotentes acham que manifestação nas ruas é bagunça. E inflação não é motivo para as pessoas pegarem em armas contra a democracia. Depois dessa “inflação” tivemos algumas bem maiores – e mais devastadoras. Não há desculpa para quem participou do golpe de 1964. Pode haver desculpa moral, mas não há desculpa política e muito menos desculpa intelectual. Foi um erro político levar a nação para o rumo da ditadura. Foi um erro intelectual acreditar que se fecharia o congresso, se faria uma limpeza e, então, poderíamos reabri-lo só com “bons elementos”, ou seja, só com gente da UDN, o partido simpático ao golpe. Nada, nada mesmo veio de produtivo e interessante com a ditadura militar. O que veio de interessante e produtivo teria vindo sem a ditadura, e faria de nós, hoje, um povo bem melhor. Pois o tempo que passamos na “infância política”, sem exercer o voto, sem viver a política, sem decidir por nós mesmos os caminhos da nação, nos fez crianças, nos tornou incapazes. Somos, até hoje, aleijões políticos. Estamos até hoje pagando um preço alto por isso. Alguns, ainda hoje, tentam justificativas: “ah, havia a guerrilha”. Não havia. A guerrilha só apareceu bem mais tarde, e como reação ao golpe. Além disso, ninguém no Brasil, em termos representativos, foi comunista. Mas nos tornamos imbecis anti-americanistas por causa de nossa ditadura. Ela tanto nos infelicitou que associamos a ela o que não deveríamos nunca ter associado: o poder do primo rico do Norte. Nada disso. O Brasil não estava e nunca esteve na mira da CIA. Kennedy tinha certeza absoluta que Jango era um presidente amigo e um democrata. “Nacionalizações brizolescas”? Talvez isso fosse o maior incômodo. Mas Brizola não era tão poderoso quanto quis parecer. Não ganharia uma eleição para a presidência nunca. Como de fato nunca ganhou. E Brizola não era anti-americano. Ao contrário, Brizola preferia o presidencialismo americano do que o parlamentarismo europeu, e nunca foi, nem na juventude, um comunista. Kennedy estava bem informado sobre isso. Nunca o Brasil foi o Chile. No Brasil, nossa população não iria, pelo voto, e nem mesmo por um “golpe sindicalista”, para um tipo de comunismo pró-soviético. Éramos por demais ocidentais em 1964. Os argentinos, inclusive, nos chamavam de “macaquitos”, por não gostávamos de ostentar nacionalismo bobo. E então, segundo eles, éramos imitadores dos americanos em muita coisa. Imitávamos, sim. Não éramos burros. Queríamos ser iguais aos que eram, no mundo, “os melhores” – os que faziam o mundo acontecer. Mas a ditadura corroeu nossa amizade com os americanos. Nossa ditadura não tinha relações com os Estados Unidos. Ao contrário, tudo fez para nos afastar da influência americana. Quando apareceram por aqui “técnicos americanos”, eles eram bem menos americanos do que nos foi dito por “comunistas de esquina”. Por uma razão simples a nossa ditadura não queria os americanos: ainda que os Estados Unidos tivessem uma política externa imperialista e anti-socialista, eram e sempre foram, internamente, a maior e mais sólida democracia do mundo – um exemplo que nossos ditadores nunca quiseram que ouvíssemos e víssemos. Não à toa, quando os americanos começaram a querer nos oferecer ajuda educacional e financeira, para além daquela que agências privadas vinham nos dando, por acordos espúrios com gente do nosso governo, corremos para Paris e para organismos internacionais menos americanizados e mais “impessoais”. Delfim Neto, ao inventar o “milagre brasileiro”, não fez isso em New York, mas em Paris. Nossos militares sabiam bem que foram eles que deram o golpe, e não a CIA.Nem “apoio estratégico” da CIA houve. Eles, os militares, sabiam bem que, a qualquer momento, os Estados Unidos poderiam mudar o rumo de seu olhar, e cobrar do Brasil a volta à democracia liberal. E assim foi feito. Quando Carter chegou à Presidência dos Estados Unidos, não foram só a China, a URSS e satélites, e Cuba, os alvos de suas críticas de desrespeito aos Direitos Humanos. Mas ele voltou seu olhar para o Brasil. Foi quando a Igreja Católica, na figura de D. Helder, o recebeu no Brasil. Carter promoveu uma revolução mundial pelos Direitos Humanos, sem discriminar ideologias. Foi um grande presidente americano para o mundo. Clinton não deixou por menos. Mas o Brasil aproveitou pouco. Pois havíamos abandonado nossa amizade com os parceiros com que lutamos juntos, contra o nazismo, na Itália. Nossa intelectualidade, ressentida com a ditadura militar – não sem razão –, e sob a influência de um pensamento caduco, que era o marxismo-leninismo do século XIX, voltou as costas para os Estados Unidos. Chegamos, inclusive, a ter inúmeros doutores que fizeram exame de inglês para serem doutores e, de fato, não liam em inglês. Inglês? Para quê deveríamos saber a língua do “colonizador”. Sim! Chegamos até a essa barbárie. Isso tudo não foi feito pela nossa mentalidade de esquerda. Isso foi fruto de uma mentalidade anti-americanista alimentada pela nossa ditadura militar, direta e indiretamente. Ora por raiva dos Estados Unidos, que pareciam ter dado apoio à ditadura aqui, ora por incentivo “nacionalista” da própria ditadura, fomos criando pessoas incapazes de notar que todo o mundo estava caminhando na direção de New York. Fomos ficando imbecis. Dia 31 de março, se formos inteligentes, deveríamos começar a fazer um movimento no sentido contrário do da ditadura militar. Deveríamos começar a reatar nossas relações com os Estados Unidos. Deveríamos começar a pensar de modo a ver o futuro, a ver como os americanos se desenvolveram, como era o modelo de Anísio Teixeira e de Monteiro Lobato, que abandonamos em troca de modelos que nunca vingaram: Chile de Alllende, Chile de Pinochet, Cuba de Fidel, Portugal de Salazar, Capitalismo regido por Partido Comunista Chinês, capitalismo escravizante japonês, ditadura coreana e, para alguns, aquele lixo que foi o comunismo da Albânia. Esses modelos nunca trouxeram riqueza. O “American Way of Life”, com todos os defeitos, fez mais. Tiradentes sabia disso. Mas a ditadura militar no Brasil chegou mesmo a dizer: não vamos mais incentivar a comemoração de Tiradentes. Sim, Tiradentes se inspirou na Revolução Americana, não na Francesa. Dia 31 de março é o dia de começarmos a pensar com mais clareza. Começarmos a entender a razão de “Arnoldão”, sendo republicano e conservador, está contra Bush, querendo apoiar a “resolução de Kioto”. Devemos começar a perceber como que senadores americanos votaram pela saída do Iraque. Devemos entender quem, nos Estados Unidos, está contra a prisão de Guantânamo. Devemos, em contra partida, ver quem no Brasil fala em democracia, mas que acabar com greves na base da lei. Ou quem ainda queima bandeiras americanas nas ruas para conseguir chegar, com alguns votinhos, a ser reitor ou ter um cargo no congresso. Poderíamos começar a perceber que o anti-americanismo nunca fui uma ideologia, sempre foi uma forma de oportunismo.  De vários lados. A reação violenta a este texto – aguardem – mostrará bem isso. Paulo Ghiraldelli Jr.“o filósofo de São Paulo”      http://www.ghiraldelli.pro.br

    #84785
    Brasil
    Membro

    Gostaria de fazer algumas observações sobre este texto:

    Daqui a pouco será 31 de março. Quem dá importância para isso? Minha filha tem 21 anos e minha esposa também. Ambas já votaram para presidente, e em partidos diferentes. Não sei, mas suponho que minha filha votou em Lula e minha esposa em Serra, quando da eleição que deu vitória a Lula.  

    Isso só mostra o desamparo político e eleitoral em que o Brasil se encontra. Ninguém se entende... Como é possível dento de uma família, opiniões tão diferentes a esse respeito? Será que uma família não sabe o que é bom pra ela? Ou está confusa para definir quem é o candidato ou partido menos nocivo? Acho que a segunda opção. Também poderia ser pelo fato de não identificarmos mais nada que se possa dizer que seja "OPOSIÇÃO".

    Em 31 de março de 1964 uma boa parte dos militares brasileiros e um grupo não pequeno de civis apoiaram um golpe armado contra o Presidente da República, João Goulart. Jango havia sido democrática e legitimamente eleito. Foi um erro dessas pessoas. Algumas delas ainda tentam se justificar: “ah, havia o perigo do comunismo”. Mentira. Não havia. Outras dizem: “havia bagunça e inflação”. Havia inflação, mas não bagunça. Comício e greve não é bagunça. Só senhoras sexualmente impotentes acham que manifestação nas ruas é bagunça.

    Sim, foi um erro. Porém como vc disse, um grupo não pequeno de civís apoiaram o golpe, e esse grupo não pequeno teve à sua frente, entre outros empresários poderosos, o Sr Roberto Marinho com seus jornais, rádios e TV. A grande maioria entre o povão, como sempre por ignorância,  "não era nem a favor nem contra, muito pelo contrário", ou seja, NÃO SE MANIFESTOU. Após o Golpe, a Rede Globo através de suas influências no governo até pela sua benevolência com os militares, assumiu o controle total da Time-Life, uma empresa estadunidense ligada à CIA.  De lá prá cá todos sabem o que a Globo se tornou, dividindo muito bem o poder do relacionamento fácil com os governantes.  No Nordeste a Rede Golbo sempre teve à frente o "coronél" ACM e no sul e sudeste, Roberto Marinho.Texto retirado do livro “Muito Além do Cidadão Kane” - Geraldo Anhaia Mello"A TV Globo foi ao ar no Rio pela primeira vez em 26 de Abril de 1965,pouco mais de um ano após o golpe militar.Roberto Marinho era o dono da emissora. Seu pai havia fundado o jornal OGlobo em 1925, mas morreu logo depois. Seus filhos herdaram o jornal. Aos 26anos, em 1931, Roberto Marinho tornou-se diretor do jornal. Na década de 40ele deu início às transmissões da Rádio Globo. Marinho obteve sua primeiraconcessão de TV em 1957, do presidente Juscelino Kubitscheck, cujo governoele apoiava, e a segunda do presidente João Goulart, cujo governo ele ajudoua derrubar…Em 1962 Roberto Marinho assinou um contrato de colaboração entre a Globoe o grupo Time-Life."http://blog.controversia.com.br/2007/02/18/

    Não há desculpa para quem participou do golpe de 1964. Pode haver desculpa moral, mas não há desculpa política e muito menos desculpa intelectual. Foi um erro político levar a nação para o rumo da ditadura. Foi um erro intelectual acreditar que se fecharia o congresso, se faria uma limpeza e, então, poderíamos reabri-lo só com “bons elementos”, ou seja, só com gente da UDN, o partido simpático ao golpe. 

    Pois é...  Mas se ninguém se manifestou contra...   O RS foi o único Estado a esboçar alguma reação, Brizola, então governador do RS mandou as tropas para a fronteira, mas foi desaconselhado pelo próprio Jango, seu sogro, pois  sabia que mais NENHUM  Estado havia reagido contra e portanto o RS seria massacrado.

    Alguns, ainda hoje, tentam justificativas: “ah, havia a guerrilha”. Não havia. A guerrilha só apareceu bem mais tarde, e como reação ao golpe.

    Não há justificativa, foi um golpe e o nome já diz tudo, GOLPE. Jango era  o Presidente democraticamente eleito.

    Além disso, ninguém no Brasil, em termos representativos, foi comunista. Mas nos tornamos imbecis anti-americanistas por causa de nossa ditadura. Ela tanto nos infelicitou que associamos a ela o que não deveríamos nunca ter associado: o poder do primo rico do Norte. Nada disso. O Brasil não estava e nunca esteve na mira da CIA.  

    "Sim claro", eles preferem o Paraguai, o Uruguai... Ora, faça-me o favor!!O Brasil demonstrava declarado apoio a Cuba, após a Revolução.Alguns meses antes de renunciar ao cargo de Presidente do Brasil, Jánio Quadros condecorou com medalha de honra ao mérito, o guerrilheiro socialista Che Guevara. Che esteve aqui e em solenidade foi condecorado pessoalmente por Jánio. Alguns meses depois Jánio "desmonta" o Brasil com o anúncio de sua renúncia. O motivo? "Forças ocultas". Em seu livro, "As veias abertas da América Latina",  Eduardo Galeano, notável historiador uruguaio  faz a seguinte observação:“No Brasil, as esplêndidas jazidas de ferro do vale do Paraopeba derrubaram dois presidentes - Jânio Quadros e João Goulart - antes que o marechal Castelo Branco, que tomou o poder em 1964, as cedesse à Hanna Mining Co.*1 Outro amigo anterior do embaixador dos Estados Unidos, o presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-51), tinha concedido à Bethlehem Steel*2, alguns anos antes, as quarenta milhões de toneladas de manganês do Estado de Amapá, uma das maiores jazidas do mundo, em troca de 1,4% para o Estado sobre as rendas de exportação; desde então, a Bethlehem está transferindo as montanhas para os Estados Unidos com tal entusiasmo que se teme que daqui a quinze anos o Brasil fique sem manganês para abastecer sua própria siderurgia. De resto, de cada cem dólares que a Bethlehem investe na extração de minerais, oitenta e oito correspondem a uma gentileza do governo brasileiro: as isenções fiscais em nome do “desenvolvimento regional”. A experiência do ouro perdido de Minas Gerais - “ouro branco, ouro negro, ouro podre”, escreveu o poeta Manuel Bandeira - não serviu, como se vê, para nada: o Brasil continua despojando-se gratuitamente de suas fontes naturais de desenvolvimento”*1- Empresa mineradora estadunidense*2- Empresa mineradora estadunidense”Eduardo Galeno – As Veia Abertas da A. L. – 1978

    Kennedy tinha certeza absoluta que Jango era um presidente amigo e um democrata. “Nacionalizações brizolescas”? Talvez isso fosse o maior incômodo.

    O maior incômodo era um país de dimensoões continentais como o nosso, com um mercado gigantescamente expressivo apoiando Cuba. Esse era o problema. Além é claro, de possuir riquezas intermináveis que poderiam passar a ser, como são até hoje exploradas.Kennedy tinha certeza absoluta que viveria pelo menos até os 65.  ;D

    Mas a ditadura corroeu nossa amizade com os americanos.

    hehehe, a ditadura corroeu boa parte dos recursos brasileiros, elevou astronomicamente a dívida externa, encheu os bolsos de muitos empresários picaretas brasileiros, quebou outros tantos, e engordou os cófres dos banqueiros e empresários estadunidenses e europeus. Mas, como se pudéssemos ter isso como um consolo, desenvolveu a tão atrasada à época, Indústria brasileira.  Quanto a "corroeu com a nossa amizade com os americanos"... Que papo é esse? Quando foi que o Brasil não gozou da "amizade" dos estadunidenses? Vocês já perceberam o que os EUA fazem com quem eles não têm "amizade"? Com quem se nega a abrir-se à exploração imperialista associada entre EUA e Europa? Os Governos brasileiros após o fim do militarismo, são tão submissos e entreguistas aos estadunidenses e UE, quanto foram os militares. E, a situação piorou pois, com o fim do militarismo o  poder se dividiu mais, em mais facções e hoje, na minha opinão, está dividido em 3 camadas: 1- O povo e, entre ele; empresas, prestadores de serviços, trabalhadores, estudantes, comerciantes, etc., que não exercem o seu poder.2- Aqueles que circulam nas casas legislativas, exeutivas e judiciárias; grandes empresários, banqueiros, alguns setores do funcionalismo público, igrejas, ONGs, lobs de todos os tipos, mafiosos, bingueiros, trafiantes da pior estirpe, até bandidos assassinos esquartejadores, numa infeliz lembrança ao deputado Hildebrando Pascoal. (que Deus o extermine)3- Os interesses internacionais, este último, "sábiamente" dividido entre EUA e Europa eventualmene deixando mais um ou outro também participar.Nesta verdadeira sinfonia de surdos o Brasil vai procurando "encontrar seu rumo". Aí vemos coisas como essa que está acontecendo com a Aviação brasileira que, como todos podemos notar é um problema que estava escondido. Só veio à tona após o acidente... e qual é o problema? Os radares sobre a Amazônia não "pegam" NADA!Lá é local de tráfico de tudo: pessoas, mateiais biofarmacológicos, ouro, diamante, drogas, armas...

    Nossa ditadura não tinha relações com os Estados Unidos. Ao contrário, tudo fez para nos afastar da influência americana.

    Caramba! E por que será que os EUA NUNCA fizeram nada para reestabelecer a democracia aqui? Nunca fizeram sequer uma advertência aos militares brasileiros, o que é isso?? Isso é muita ingenuidade!

    Dia 31 de março, se formos inteligentes, deveríamos começar a fazer um movimento no sentido contrário do da ditadura militar. Deveríamos começar a reatar nossas relações com os Estados Unidos.

    Ficar amigo dos EUA... Mais ainda?  :D

    Dia 31 de março é o dia de começarmos a pensar com mais clareza. Começarmos a entender a razão de “Arnoldão”, sendo republicano e conservador, está contra Bush, querendo apoiar a “resolução de Kioto”.  

    Sim, esta é a masturbação sociológica que também experimentamos por aqui...  PT e PSDB são tão adversários quanto companheiros... Dia 31 de março também é dia de vc pregar a submissão brasileira aos EUA...Abraços

    #84786

    Brazil (zil-zil!  ;D), recebi o artigo por e-mail, da lista do Portal Brasileiro de Filosofia, achei-o interessante, oportuno, e resolvi postar aqui. Na lista fizeram objeções parecidas, e posto a resposta do Paulo aqui:"Eu vou lhe contar um segredo de polichinelo: os Estados Unidos começaram a fazer pressão para o Brasil voltar à normalidade democrática antes mesmo de 1968. Quando Carter veio até o Brasil, essa pressão ficou insuportável para o governo. Carter tinha uma política de Direitos Humanos que não visava ditaduras de esquerda somente, mas toda e qualquer ditadura. Por outro lado, o nacionalismo meio que tosco dos militares brasileiros, que levaram Geisel a fazer as usinas nucleares com a Alemanha, já estava incomodando faz tempo os americanos. O Brasil nunca foi considerado um sério candidato ao comunismo e nem mesmo ao nacionalismo. Republicanos e democratas sempre tiveram a idéia de que o Brasil é de fácil relacionamento.Isso se confirma agora: Lula e FHC foram convidados a Camp David por republicanos e democratas."Sobre o 31 de março, eu não sei dizer se os EUA apoiaram ou não o Golpe. Mas o que mais me interessou no artigo é que ele diz que o anti-americanismo é infantil, além de, claro, ser uma apologia da democracia.Eu não discordo que os EUA, recentemente, é nada mais do que um Estado terrorista. Mas quem somos nós para falar? Que país desse mundo "não tem culpa"? Por que damos os EUA como "irreparável"? A diferença do Paulo é que ele acredita que a solução deve partir dos próprios Estados Unidos.Se são o país "que comanda o mundo", que dita as diretrizes do mundo, se são o país onde apesar de tudo existe a liberdade de expressar-se, não seria o lugar apto para as mudanças? Será que nossas relações com os EUA deveriam cessar? Isso não nos traz benefícios econômicos?De qualquer forma, é pano para muita manga. Aliás, li seus posts neste tema recentemente e gostei muito. Parabéns.

    #84787
    Brasil
    Membro

    Olá Junior Murtachelli

    Brazil (zil-zil!  ;D),

    Obrigado pelos efeitos especiais  ;D

    os Estados Unidos começaram a fazer pressão para o Brasil voltar à normalidade democrática antes mesmo de 1968. Quando Carter veio até o Brasil, essa pressão ficou insuportável para o governo. Carter tinha uma política de Direitos Humanos que não visava ditaduras de esquerda somente, mas toda e qualquer ditadura.

    Pô Junior, isso é um tremendo teatro que os caras fazem!! Eles só querem saber mesmo é dos interesses financeiros, se desde 1968 fizeram presão para democratizar, por que os militares só saíram em1985? Puro teatro! Assim como o "Arnoldão" do outro post... Pura masturbação sociológica! O que eles farão masmo é defender seus interesses financeiros... O "Arnoldão" diz que vai pessionar para assinarem o Protocólo de Kioto e fica só na masturbação sociológica... fazer MESMO... cadê?

    Estados Unidos começaram a fazer pressão para o Brasil voltar à normalidade democrática antes mesmo de 1968.

    O Golpe foi totalmente orquestrado, imposto aos Militares brasileiros que o fizessem e, acompanhado de perto pelos EUA, não houve necessidade deles fazerem efetivamente nada, por isso imagina-se que ele não tiveram nada a ver... grande ingenuidade! Eles tiveram TUDO a ver! Simplesmete não precisaram "por a cara", não precisaram intervir formalmente, militarmente, mas agiram por trás dos panos. Como eu escrevi no outro tópico, o Brasil mostrava CLARO apoio a Cuba!! Parece mentira não é? Mas é verdade!! Jánio condecorou o Che Guevara com medalha de HONRA AO MÉRITO!! Qual foi o mérito de Che? hehehe O mérito de Che, foi o de "botar os estadunidenses pra correr". Ou não?Refita isto. Coloque-se no lugar dos imperialistas... tente imaginar o que eles tiveram vontade de fazer quando o "louco" do Jánio Quadros condecorou com honras ao mérito o guerrilheiro socialista que botou eles pra correr de Cuba.As minas de ouro e manganez também tiveram seu peso nisso tudo pois,  Jango, um esquerdista,  não estava facilitando as coisas para os EUA explorarem nossas minas. Eles também não estavam nada contentes e nem tranquilos com Jango no poder.

    Sobre o 31 de março, eu não sei dizer se os EUA apoiaram ou não o Golpe. Mas o que mais me interessou no artigo é que ele diz que o anti-americanismo é infantil, além de, claro, ser uma apologia da democracia.

    Esse negócio de "anti" é muito relativo... vc tem que ser anti-prejuízo... anti-entreguismo... não importa em relação a QUEM!!Eu não acho que nós temos que ser anti-americano!! Eu acho que nós temos que nos dar o devido respeito nas negociações. Não "abrir as pernas" do País, como eles (nossos  políticos) vêm fazendo há décadas. O problema não é os estadunidenses o problema são os nossos corruptos. Que os EUA são imperialistas exploradores todos sabem mas, o que está afundando o Brasil são os corruptos governates que estão entregando nosso País aos interesses internacionais, isso sim.Dobrar-se a eles(EUA) não vai resolver, ao contrário, vai nos afundar. Um explorador, nada mais quer que, explorar enquanto for possível... Se bem que nós já "nos dobramos" há tempos...

    Eu não discordo que os EUA, recentemente, é nada mais do que um Estado terrorista

    Recentemente?? hehehe  No final da II Guerra, a URSS estava a um passo de ivadir territorialmente o japão, eles já haviam tomado as Ilhas Kurilas e estavam prestes a invadir o Japão e TERMINAR A GUERRA. Esse mérito seria dos russos e os EUA não quizeram deixar... por isso eliminaram quase 200 mil pessoas de uma só vez. Para não perder este título, este mérito. "País que acabou com a guerra". Os ocidentais só se esquecem que quem derrotou os alemães foram os russos e para isso morreram 20 milhões de russos. O Vietnã também foi uma demosntração do "canibalismo" capitalista estadunidense.

    Se são o país "que comanda o mundo", que dita as diretrizes do mundo, se são o país onde apesar de tudo existe a liberdade de expressar-se, não seria o lugar apto para as mudanças?

    Que mudanças? Só se for no país deles, alias lá o capitalismo é uma maravilha...  já aqui...Há algum tempo atrás eu conversava com alguém aqui (tb chamado junior)  e disse que: Existe o neoliberalismo dos ricos e o neoliberalismo dos pobres. O cara disse que isso era uma falácia...  Analize:O capitalismo daqui não dá chances a ninguém, as empresas têm que viver sonegando senão não sobrevivem, temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. TUDO acaba se resolvendo em algum tribunal, as leis não são para todos, o povo não têm habitação, saúde, segurança..  Que capitalismo tolo é esse?? Isso é seguir o modelo Americano?São completamente diferentes ou não? Seguir o modelo estadunidense é uma coisa, servir de alimento para o modelo estaduidense é outra. Nós e os outros países pobres alimentamos o "modelo estadunidese". É assim que o capitalismo deles funciona. Nós podemos fazer isso? Nós queremos fazer isso? Explorar os outros? Se não, então é melhor a gente ser mais "nacionalista", dar mais valor pras nosssas coisas, e pra gente mesmo. Aqui tem TUDO! Absolutamente TUDO! O Brasil não percisa do mundo. O mundo precisa do Brasil.

    Será que nossas relações com os EUA deveriam cessar?

    De maneira alguma! Só endurecer... Só dizer que aqui não é a casa da mãe joana. Quem vai fazer isso? Vc conhece algum político que defenda e cumpra isso? hehehe estamos chegando na identificação do probema... O problema é o entreguismo.Isso dá muuuuita grana pra quem entrega. Dá muito dinheiro pros corruptos(todos os políticos), É uma rede de intereses e isso só acaba com a mudança de consciência do povão que, ao que parece, não está nem aí.Os EUA são exploradores? São. Mas o problema não é este, o problema são os entreguistas, isso sim. Editado:Jánio Quadros condecoru Che em 1961, o apoio brasileiro à Revolucão Cubana era declarado, durante os quase 50 anos da questão Cuba/EUA, o momento mais tenso foi em 1962 durante a "Crise dos mísseis", Jánio renunciou por "forças ocultas" em 1962.janio6.jpgJanioChe.jpgAqui, o heróico e honrado médico, comandante guerrilheiro revolucionário, presidente do Banco Nacional Cubano e ministro da Indústria de Cuba, Ernesto Guevara de la Serna, passando em revista as Tropas Brasileiras:bio_che.jpghttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/janio2.htmAbraço

    #84788

    É, revendo agora, é impensável que Jango e os EUA tivessem relações amistosas. Esse apoio declarado à revolução cubana, em plena guerra fria, espanta.Pombas, tô perdido. A dificuldade de sempre nesses temas é que cada lado afirma uma coisa e você nunca sabe qual fonte é confiável e qual diz a informação verdadeira. Numa entrevista do Noam Choamsky ele afirma que "no momento do golpe de Estado militar, em 1964, o governo estadunidense mandou uma carta aos militares brasileiros parabenizando-os por terem proporcionado uma das maiores vitórias da liberdade no século XX".Pensei que não havia prova de que os EUA apoiaram mesmo o Golpe. Se for assim, nossa... Mais um vexame na história dos Estados Unidos...E na nossa história também, claro...Aliás, Brasil, leia a entrevista. O início dela é bom, o resto é da época em que tinhamos esperança no Lula. Gostará dela, creio. Há um link aqui para outra, da qual tirei a expressão "Estado terrorista":http://www.consciencia.net/entrevistas/chomsky.html

    Recentemente?? hehehe  No final da II Guerra, a URSS estava a um passo de ivadir territorialmente o japão, eles já haviam tomado as Ilhas Kurilas e estavam pretes a invadir o Japão e TERMINAR A GUERRA. Esse mérito seria dos russos e os EUA não quizeram deixar... por isso eliminaram quase 200 mil pessoas de uma só vaz. Para não perder este título, este mérito. "País que acabou com a guerra". Os ocidentais só se esquecem que quem derrotou os alemães foram os russos e para isso morreram 20 milhões de russos. O Vietnã também foi uma demosntração do "canibalismo" capitalista estadunidense.

    Preferi dizer "recentemente" para deixar em aberto a possibilidade do país mudar de rumo, por não querer dar os Estados Unidos como perdidos. De qualquer forma, não sabia que os russos estavam quase invadindo o Japão antes da bomba atômica ser lançada. Impressionante, mais uma vez.

    Que mudanças? Só se for no país deles, alias lá o capitalismo é uma maravilha...  já aqui...(...)Nós podemos fazer isso? Nós quermos fazer isso? Explorar os outros? Se não, então é melhor a gente ser mais "nacionalista", dar mais valor pras nosssas coisas, e pra gente mesmo. Aqui tem TUDO! Absolutamente TUDO! O Brasil não percisa do mundo. O mundo precisa do Brasil.

    Essa parte é excelente. Somos, afinal, uma das vítimas (mas não as grandes vítimas) do modelo capitalista e temos urgência de mudanças. Mas temos um povo que não nota isso, de forma alguma. Não temos nem um pouco a mentalidade de que podemos melhorar nosso país, tampouco uma mentalidade de coletividade, para guiar nossa política. A situação é crítica e eu, aqui, sou um tanto pessimista. Mas claro, desistir é besteira...Seria um bom tema discutir quais os problemas do modelo político atual e qual seria um modelo melhor. A entrevista do Chomsky é um pouco esclarecedora, neste ponto. Lerei com mais calma o que já discutiram sobre o tema e postarei um tópico ou dois sobre o tema depois.  ;)Brasil, espero o comentário sobre as usinas.

    #84789
    Brasil
    Membro

    É, revendo agora, é impensável que Jango e os EUA tivessem relações amistosas. Esse apoio declarado à revolução cubana, em plena guerra fria, espanta.

    Pois é Junior, e outra coisa que vc pode analizar também é o curioso fato de vc NUNCA ter tido esta informação!Não é estranho? Vc acabou sabendo disto através da "boca" de um " louco" que acha que o dinheiro faz mal ao Homem...  ;DO nosso jornalismo não fez muita questão de mostrar esse lado que, como vc disse, muda tudo...Tô sem tempo agora, depois escrevo sobre as Angras 1,2, 3...

    #84790
    Brasil
    Membro

    Olá Junior, Sobre as usinas nucleares  eu quero comentar algo sobre isto:

    o nacionalismo meio que tosco dos militares brasileiros, que levaram Geisel a fazer as usinas nucleares com a Alemanha, já estava incomodando faz tempo os americanos.

    Digo que as usinas foram construidas na Alemanha e compradas pelo Brasil, porque assim interessou e continua interessando aos EUA e aos seus parceiros europeus. Bem, em primeiro lugar, coloque-se no lugar do Geisel. Pra quê ele iria gastar bilhões de dólares para trazer essas usinas pra cá? Aqui a energia mais indicada sempre foi e será a energia proveniente de hidrelétricas.O custo da usina hidrelétrica é menor, o custo da energia gerada pela hidrelétrica é menor, o custo da manutenção é muito é menor e não traz qualquer risco. Não é um contra-senso? Digo que os militares TIVERAM que comprar, assim como o Lula TEVE que nomear Presidente do BCB, um cara que até 3 meses antes de eleger-se deputado/PSDB pela priemeira vez na vida,  era Presidente do Banco de Boston em sua matriz em Boston. Henrique Meiresles/PSDB, era e foi o único estrangeiro a presidir um banco nos EUA. Calcule a influência e grau de relacionamento desse cara com os barões do FMI. "Colocaram a raposa pra tomar conta do galinheiro".Mas continuando, os militares sofreram uma pressaão danada pra comprar aqueles merdas, por que? Bem, estratégicamente falando, se os EUA ou qualquer país quiser ter pontos internacionais de lançamento de ogivas nucleares, isso, numa eventual guerra, só seria possível se o ponto em questão tivésse uma usina nuclear. Pois, não se mantêm ogivas ativadas! Elas têm que ser preparadas antes do lançamento e isso só é técnicamente possível se existir uma usina no local. Não daria pra eles ativarem lá e mandar pra cá para  depois disparar, isso seria uma grande tolice, algo cômico. Tanto compraram essas merdas para satisfazer exigências estadunidenses, que até hoje tem uma usina inteira na caixa. Não montaram. Dá pra acreditar? Angra 3 tá na caixa. Ela já é obsoleta e nunca foi usada.No caso deles precisarem, em algumas horas, Angra 1 e 2 podem fazer varias ogivas. Isso é o que eu acho.

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