Pensamento genuíno – Reflectir antes de ler

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  • #71017
    Ihering
    Membro

    Olá amigos,Sou mais um novato do forúm que veio encher vossos sacos  :pardon_mini: -risosSe fizerem o favor de perder um pouco do vosso tempo...Quero saber da maneira pura de filosofar, quando ainda os primeiros grandes pensadores dispunham apenas de um mundo diante dos sentidos e suas cabeças para pensarem, quando não tinham à mão mais de três mil anos de pensamentos alheios escritos em livros, como faziam? Como chegaram a extraordinarias conclusões?Hoje dispomos de uma quantidade imensa de informação, e se eu decidir, por exemplo, saber o que é o pensamento, não procuro simplesmente reflectir antes de ler o que teem a dizer os quantos pensadores e estudiosos que escreveram acerca do assunto. Só então, ao coligir os diversos pontos de vista é que formarei uma opinião "própria", (que aliás, de própria não tem nada).Quero saber isso para que antes que mergulhe na infinidade de pensamentos alheios e me deixe ser levado por correntes, tenha como faról meus próprios pareceres.Tomem em consideração que sou apenas um curioso que nada sabe sobre filosofia e por isso tenho receio de que minhas perguntas não sejam de interesse para comunidade, se for esse o caso peço imensas desculpas. Abraços

    #88463
    umamart
    Membro

    Olá Ihering,Geralmente a resposta de uma questão já está contida na própria pergunta. Na maioria das vezes quando nos questionamos é porquê procuramos uma confirmação para aquilo que já sabemos. Como você mesmo disse, os primeiros grandes pensadores nada mais tinham do que o mundo a frente de seus sentidos, sua inteligência e sua capacidade de ordenação mental. E o que mais é necessário?Isso é o que eu faço, e portanto minha sugestão: Reflita bastante sobre o tema que você quer aprofundar, elabore hipóteses, faça ligações, tire suas conclusões e, sobretudo, sinta se aquilo lhe faz razão. E então, se quiser continuar aprofundando, vá buscar entre os grandes pensadores aqueles que encontraram conclusões consoantes com a sua. Afinal, para decidir se há alguma linha de pensamento que lhe satisfaça, você precisa primeiro ter o seu parâmetro formado.Não estou dizendo que é preciso a toda hora estar reinventando a roda. Mas é preciso ter um parâmetro próprio, construido com sua própria razão e suas próprias sensações, pois nem tudo que está escrito é necessariamente o mais sensato. Vá buscar nas grandes mentes a confirmação das suas idéias, e use os elementos deles, aqueles que lhes fazem razão, para aprofundar-se.É como a sua própria pergunta, em que você veio buscar no pensamento alheio a confirmação para aquilo que você já sabe: Reflita antes de ler.

    #88464
    Ihering
    Membro

    Olá amigo umamart,Repeti em pensamento centenas de vezes a pergunta para qual procuro resposta mas não encontrei nem sombra de resposta que me satisfaça. Me senti fraco, impotente. Agora sei não saber pensar. Afundo mais na minha ignorância.Antes de mais faz-se necessário aprender a reflectir para depois me dedicar à questão que me aflige. Pensar acerca do pensamento, reflectir sobre a reflexão, é muito mais complicado do que acreditava ser. Aqui vejo o motivo da nossa fuga, da procura constante de respostas prontas em pensamentos alheios. É muito mais cómodo e fácil.Obrigado pela atenção amigo(a) umamart.

    #88465
    Aristoteles
    Membro

    Olá amigo Ihering,Primeiramente o felicito pela sua inquietude de pensar por se mesmo, já que, “pensar por se mesmo” é a única forma de tomar consciência que uno existe. Lembre-se da primeira verdade deduzida por Descartes “Penso logo existo”.

    Quero saber da maneira pura de filosofar, quando ainda os primeiros grandes pensadores dispunham apenas de um mundo diante dos sentidos e suas cabeças para pensarem, quando não tinham à mão mais de três mil anos de pensamentos alheios escritos em livros, como faziam? Como chegaram a extraordinarias conclusões?

    Não existe a maneira pura de filosofar. Filosofar é simplesmente refletir sobre a realidade explicita na procura da realidade implícita. Filosofar é pensar e pensar é um processo que “pode e deve” ser efetuado por todas as pessoas que desejam evoluir que é a única razão da existência do ser humano.

    Hoje dispomos de uma quantidade imensa de informação, e se eu decidir, por exemplo, saber o que é o pensamento, não procuro simplesmente reflectir antes de ler o que têm a dizer os quantos pensadores e estudiosos que escreveram acerca do assunto. Só então, ao coligir os diversos pontos de vista é que formarei uma opinião "própria", (que aliás, de própria não tem nada).

    Aqui você coloca duas questões muito interessantes que merecem ser analisadas, “quantidade de informação” e “saber o que é o pensamento”. Vamos analisar primeiramente, o que é o pensamento?O pensamento é o resultado de "o processo pensar". O processo pensar consta das seguintes etapas: Perceber, discernir, refletir, raciocinar e deduzir. Estas faculdades são inatas em todos os seres humanos o que significa que potencialmente “todos os seres humanos” têm a mesma capacidade de pensar (fazer perguntas e obter respostas) e a única diferença que existe entre “eles”, radica no maior desenvolvimento de cada uma destas faculdades pelo uso delas.Agora analisemos a questão “quantidade de informação”. O problema com respeito a esta questão é que a maioria das pessoas está iludida e confunde “informação” com “conhecimento” o que não é verdade. A informação é somente o “que” da questão o conhecimento é obtido de forma individual por meio da procura das respostas às perguntas “por quê?” “para que?” “como?” “onde?” “quando?” da questão. Por este motivo, dificilmente encontramos nos fóruns pessoas que possuam um real conhecimento das matérias que se discutem, só possuem informação superficial ou opinião própria sendo a maioria das vezes sem base sobre o tema em questão e os debates se transformam em dialéticos ao invés de filosóficos.  Como conclusão final temos que, toda pessoa deve ter em mente que toda “informação” é subjetiva, por tanto, ela pode ser verdadeira, falsa, parcial ou imparcial entre outras várias qualidades e a conclusão final deve ser pessoal e para isto, deve ativar o “processo pensar” seguindo as etapas mencionadas.

    #88466
    mirtes
    Membro

    O pensamento é o resultado de “o processo pensar”. O processo pensar consta das seguintes etapas: Perceber, discernir, refletir, raciocinar e deduzir. Estas faculdades são inatas em todos os seres humanos o que significa que potencialmente “todos os seres humanos” têm a mesma capacidade de pensar (fazer perguntas e obter respostas) e a única diferença que existe entre “eles”, radica no maior desenvolvimento de cada uma destas faculdades pelo uso delas.

    E onde ficaria a lógica no "processo de pensar"? A dedução através do raciocínio não é a mesma dedução que se obtém através da lógica;

    Como conclusão final temos que, toda pessoa deve ter em mente que toda “informação” é subjetiva, por tanto, ela pode ser verdadeira, falsa, parcial ou imparcial entre outras várias qualidades e a conclusão final deve ser pessoal e para isto, deve ativar o “processo pensar” seguindo as etapas mencionadas.

    Toda informação é objetiva visto ter sido gerada pelo pensamento. O pensamento é acionado tendo como dados a imaginação.Aquele que é incapaz de imaginar e formular dúvidas pode não ser capaz de deduzir, por raciocínio ou lógica, de conceber o pensamento. A dialética e a filosofia se complementam neste processo.

    #88467
    Aristoteles
    Membro

    E onde ficaria a lógica no "processo de pensar"? A dedução através do raciocínio não é a mesma dedução que se obtém através da lógica;

    A dedução é o resultado da análise do raciocínio é um juízo. A lógica é utilizada para conferir a coerência utilizada na análise dos fatos.

    Toda informação é objetiva visto ter sido gerada pelo pensamento. O pensamento é acionado tendo como dados a imaginação.Aquele que é incapaz de imaginar e formular dúvidas pode não ser capaz de deduzir, por raciocínio ou lógica, de conceber o pensamento. A dialética e a filosofia se complementam neste processo.

    Toda informação é subjetiva porque todo pensamento é subjetivo é uma dedução individual. Sua objetividade (validez) deve ser demonstrada de forma prática ou através de formulas matemáticas (Einstein).

    #88468
    mirtes
    Membro

    “Penso, logo existo”.A dedução é lógica ou racional?

    #88469
    Aristoteles
    Membro

    "Penso, logo existo".A dedução é lógica ou racional?

    Se A = B e B = C então A = CIsso é lógica. Para pensar devo perceber, para perceber devo tomar consciência, para tomar consciência devo existir. Isso é raciocínio.Por tanto, “Penso logo existo”.Isso é dedução.

    #88470
    mirtes
    Membro

    O que realmente questiono sei que não encontrarei resposta ainda pois ingressei recentemente nos estudos filosóficos. Portanto sou aprendiz. A dúvida quanto a pergunta é apenas para manter meu pensamento genuíno em relação aos diversos conhecimentos que irei adquirir e ter a condição de selecionar aqueles que complementarão no que desejo me aprofundar.

    "Penso, logo existo".A dedução é lógica ou racional?

    Seria possível perceber na Obra dos diversos autores o pensamento que surge puro e simplesmente do empirismo? Poderia citar dois filósofos nesta condição?

    #88471
    Aristoteles
    Membro

    O que realmente questiono sei que não encontrarei resposta ainda pois ingressei recentemente nos estudos filosóficos....

    A filosofia não se estuda se pratica. Toda vez que você analisa uma realidade na procura de conhecimento, você está filosofando.Filosofar é pensar tendo como base a realidade obtida por meio de nossos sentidos físicos. O verdadeiro filósofo é a pessoa que procura a realidade implícita (verdade deduzida) na realidade explícita (ex. Pitágoras, Aristóteles...). Quando a base do pensamento são as idéias o pensamento é uma abstração, uma opinião sobre uma verdade e os pensadores são dialéticos (praticam a dialética).Existe uma grande diferencia entre um debate dialético e um debate filosófico. No debate dialético (sobre idéias) a base é a retórica e na maioria dos casos os debatedores demonstram ter pouco conhecimento sobre o tema em questão. O resultado não é uma verdade é uma opinião sobre uma verdade. No debate filosófico (sobre realidades) a base é o conhecimento sobre o tema e por tanto a participação dos debatedores está limitada a aqueles que o possuem. O resultado é uma verdade que pode ser demonstrada. É lamentável que neste fórum esta condição não seja respeitada. Existem participantes que por falta de aporte intelectual desmotivam e até paralisam o debate (morre com sua participação).

    A dúvida quanto a pergunta é apenas para manter meu pensamento genuíno em relação aos diversos conhecimentos que irei adquirir e ter a condição de selecionar aqueles que complementarão no que desejo me aprofundar.

    Você não adquire conhecimento o que você adquire é informação que posteriormente deverá ser transformada em conhecimento por você através da experiência ou trabalho intelectual.

    Seria possível perceber na Obra dos diversos autores o pensamento que surge puro e simplesmente do empirismo? Poderia citar dois filósofos nesta condição?

    Na realidade todos os pensamentos surgem do empirismo a diferença está que a experiência ao invés de ser externa é interna (através do trabalho intelectual).

    #88472
    mirtes
    Membro

    Existe uma grande diferencia entre um debate dialético e um debate filosófico

    Estou percebendo.

    No debate dialético (sobre idéias) a base é a retórica e na maioria dos casos os debatedores demonstram ter pouco conhecimento sobre o tema em questão. O resultado não é uma verdade é uma opinião sobre uma verdade.

    O gosto pela filosofia creio que seja inato. Apenas não se revela àqueles que não a buscam e não pode se desenvolver sem a experiência da dialética;

    No debate filosófico (sobre realidades) a base é o conhecimento sobre o tema e por tanto a participação dos debatedores está limitada a aqueles que o possuem. O resultado é uma verdade que pode ser demonstrada

    Isto sim, se aproxima da resposta a minha questão. Penso que uma realidade limitada gera apenas uma sequencia demonstrável de verdades também limitadas;

    É lamentável que neste fórum esta condição não seja respeitada. Existem participantes que por falta de aporte intelectual desmotivam e até paralisam o debate (morre com sua participação).

    Conforme minha análise acima, sim. O empirismo como resultado interno  reage ao ao que surge de forma externa. Eis o contraste de idéias não sustentável ao debate. Seria como se o autor do raciocínio  "penso, logo existo, refletisse sobre seus pensamentos e  fosse capaz de observá-los, análisá-los, questioná-los e chegar a dedução: O pensamento que me faz existir não são meus.

    É lamentável que neste fórum esta condição não seja respeitada. Existem participantes que por falta de aporte intelectual desmotivam e até paralisam o debate (morre com sua participação).

    Esta é uma realidade.

    #88473
    Brasil
    Membro

    “Re: Pensamento genuíno – Reflectir antes de ler “Há um quiproquó  nesta frase... Não é possível refletir antes de ler!!A menos que “refletir” não esteja relacionado ao que se vá ler... Ou então se o leitor for algum bidú para adivinhar o que está escrito.

    Hoje dispomos de uma quantidade imensa de informação, e se eu decidir, por exemplo, saber o que é o pensamento, não procuro simplesmente reflectir antes de ler o que teem a dizer os quantos pensadores e estudiosos que escreveram acerca do assunto. Só então, ao coligir os diversos pontos de vista é que formarei uma opinião "própria", (que aliás, de própria não tem nada).

    Na verdade, o que se busca na leitura focada no conhecimento, não são as opiniões dos autores, e sim os argumentos.Ou seja, “pensamento genuíno”, que, segundo eu entendi, seria o pensamento a respeito de um determinado assunto antes de ler algo sobre este assunto, é comum a qualquer pessoa. Não foi só na Grécia antiga.Muitas pessoas nunca leram qualquer obra filosófica ou histórica e têm lá o seu entendimento sobre as questões que lhe envolvem.

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