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31/03/2001 às 1:51 #69862Miguel (admin)Mestre
gostaria da biografia do filosofo merleau-ponty
31/03/2001 às 3:12 #73762Miguel (admin)MestreExperimente isso: Google Search Results
16/05/2003 às 14:11 #73763Miguel (admin)MestreEstou com dificuldade de interpretar este texto de merleau-ponty: “Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes. Sente-se mal no já feito. Sendo expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime a afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse à distância.” Se alguém poder me ajudar agradeceria.
16/05/2003 às 15:39 #73764Miguel (admin)MestreUma tentativa de comentário simples:
“Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes. “
A filosofia não é uma coleção de respostas prontas, mas um caminho de busca. Ela coxeia porque fazemos uso das palavras, expressamo-nos pelas palavras, com nossa visão mergulhada numa situação (histórica, social, corporal – vejo o mundo através dos meus sentidos). Vamos tateando nessa busca por respostas, coxeando…
A filosofia está mergulhada na situação, mas não queria estar mergulhada, queria ser o centro, onde os sentidos nascentes (portanto, ainda não afetados) seriam completamente imparciais (se podemos dizer assim). Merleau-Ponty, em “Fenomenologia da Percepção”, critica os preconceitos racionalistas, ao aplicar a razão você introduz a sua posição, interpreta, e coloca preconceitos. Merleau-Ponty faz menção aos “sentidos nascentes” como sensações “puras”, antes da razão. O assunto é longo e complexo. Detalhe: ele estava muito consciente do erro de Descartes e se esforça para nao repeti-lo, de onde o interesse de sua obra. Ponty sabe que toda percepção é sempre situada.
Sente-se mal no já feito.
Filosofia é busca, é caminho. Se encontrou a resposta, o lugar, então parou de caminhar e morre. Foi o erro de Marx: por isso ele queria o fim da filosofia. E foi a praga que foi. Hoje os marxistas estão tentando voltar a caminhar, mas fica parecendo que as pernas atrofiaram…
Sendo expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime a afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse à distância.”
A filosofia ensina a ver os detalhes e nuances do todo. E sempre há mais para se ver. É a utopia da posse à distância porque não quer se contentar com a resposta situada. A história muda, e a visão muda com ela. Por isso a filosofia não se sente bem no já feito.
Se alguém poder me ajudar agradeceria.
Espero ter ajudado.
Abraços.
16/05/2003 às 20:31 #73765Miguel (admin)Mestre“Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes.”
acho q é q tentamos usar a filosofia para explicar tudo (como se ela estivesse acima da ciencia, etc), ninguem se ve livre dela, ela tá sempre lá, nos perturbando, nos dizendo, peraí, tem algo errado, algo ñ se encaixa.
ou seja, o “lugar” q colocamos as nossas crensas (filosofias pessoais), é na certeza junto com os fatos.“Sendo expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime a afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse à distância.”
alguem me disse certa vez q o único geito de representar perfeitamente algo é com ela mesma.
E que vendo de fora/longe (outro ponto de vista), enxergamos melhor. (tipo como alguem nos analiza melhor do q nos mesmos nos analizamos as vezes)
E q vc ñ pensa muito sobre aquilo q c tem certeza.levando isso em consideração eu interpretei como:
analizar melhor as coisas, saber mais, mas se negar a “por um ponto final”.Ou….
eu viajei completamente. hehehe08/08/2004 às 0:16 #73766Miguel (admin)MestreUm comentário-opúsculo sobre minha percepção pura e momentânea desta questão:
Seria mais ou menos de forma abrangente a A Razão de ser de tudo! A Filosofia coxeia porque a tudo deseja (e potencializa-se nisto) conhecer e preencher o vazio dos conceitos. A Filosofia se dá não meramente isolada na comtemplação, mas a Filosofia é a própria ação do indivíduo, sua práxis, o pólo de concentratividade das relações entre o mutável e o imutável…o próprio perpassar histórico em sua locupletar dialética.
A Expansão que a Filosofia propõe para a consciência do homem é pavorosa porque expõe o Homem aos seus maiores medos e o coloca isolado em sua espiritualidade de se fazer sapiente. As idéias e os legados lingüísticos são extremamente perecíveis quando se trata de transformação do espaço-tempo e o homem que age, conhece a si mesmo na ação e apartir da contiguidade temporal do ser e do estado dos objetos do conhecimento é que brota a intencionalidade que atribue significado à ação.
A Filosofia é eterna busca de si mesma e do próprio homem, porque a Filosofia só se faz “Amor ao conhecimento” se amar o detentor do mesmo e a sua inteligibilidade, a sua profunda trasnformação e a sua multifacetada manifestação sobre o Meio e sobre todos os outros.08/08/2004 às 12:01 #73767Miguel (admin)MestreO texto todo de Merleau-Ponty: “Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes. Sente-se mal no já feito. Sendo expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime a afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse à distância.”
Como dizia o Xico Picadinho, vamos por partes.
“Pois é impossível negar que a filosofia coxeia.” Esse pressuposto é necessário: trata-se do reconhecimento de que a Filosofia não é um resultado final e acabado, mas algo que está sendo sempre construído pela contribuição individual das diferentes filosofias. Nesse sentido, “a filosofia coxeia”.
“Habita a história e a vida, mas quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes.” Isso talvez seja o desejo de todo o filósofo, sem o qual a própia Filosofia não existiria: situar-se na nascente de onde todo o conhecimento começa a fluir (“naquele ponto em que são adventos, sentidos nascentes”). Sentimos aqui uma nostalgia da origem sempre se situando aquém de todo início e além de todo fim – pois a origem também pode estar no fim!
“Sente-se mal no já feito.” Atitude salutar, que se espera de todo filósofo: que se sinta mal diante da tradição filosófica que herdou e daquilo que os filósofos estão fazendo no momento. Que se sinta desconfortável. Que duvide. Que interrogue. Que pesquise. Que coloque ente parêntesis. Enfim, sem isso também a Filosofia não existiria.
“Sendo expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo que exprime a afastando-se dele para lhe captar o sentido.” Paradoxo de todo pensar filosófico: a eterna relação ente o objeto conhecido e o sujeito que conhece. Diante da filosofia, estamos diante da expressão dessa relação. Mas para nos situarmos filosoficamente diante dessa filosofia, devemos descoincidir no texto o objeto e o sujeito para, com esse distanciamento, procurarmos seu sentido. Da mesma forma em nosso esforço de conhecer um objeto situado fora de nós mesmos. O distanciamento do objeto é pressuposto para seu conhecimento – pois somente conhecemos o fenômeno e nunca o objeto em si mesmo, que se coloca sempre aquém e além de nosso conhecimento. Em síntese: não podemos reduzir o objeto ao conhecimento que temos dele. O sentido que recolhemos desse objeto será assim sempre relativo ao grau de nosso próprio conhecimnto.
Diante dessa linha de raciocínio, o que é a Filosofia? Resposta de Merleau-Ponty: “É a utopia de uma posse à distância.”
Essa é a utopia da fenomenologia, que reconhece a impossibilidade do conhecimento habitar o ser, mas apenas apreender seus reflexos. Todo conhecimento é uma “posse à distãncia”.
03/12/2005 às 22:15 #73768Miguel (admin)MestreEstou com muita dificuldade de entender o cogito de Merleau-Ponty.Espero que alguém me ajude.
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