Preciso de ajuda tripla.

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    E ae pessoal, blz?

    Tipow, eu estou precisando a juda pra fazer três trabalhos pra faculdade (UFRJ – IFCS). Acontece que a contrário do que eu esperava, os três trabalhos foram marcados na mesma época e tenho o mesmo prazo de entrega(dia 8/12). Por isso eu precisava que alguém me ajudasse como pudesse pra adiantar meu lado

    1 – O primeiro trabalho é uma resenha do livro “A filosofia como ciência de rigor”, de Husserl. Eu estou tendo grandes dificuldade e mesmo tentando fazer só esse trabalho por uma semana e meia, eu só consegui fazer 3 parágrafos, e preciso fazer 10 páginas.

    2 – O segundo são duas perguntas sobre a II meditação de Descartes:

    a. Reconstrua, explicitando o objetivo e o resultado da argumentação apresentada por Descartes nos parágrafos de 4 a 8(inclusive) da 2.a meditação

    b. Qual é a função do exemplo do pedaço de cera na 2.a meditação? Reconstrua os argumentos pelos quais Descartes alcança seu objetivo

    3 – O último é um mini questionário sobre Teoria do conhecimento:

    a . Quais são, para o empirismo e para o racionalismo, as fontes de conhecimento?

    b. Que críticas Platão faz, respectivamente, ao empirismo, ao relativismo e ao mobilismo universal?

    c. Analise a concepção tradicional de conhecimento (crença verdadeira justificada). Dê destaque ao conceito de verdade como correspondência.

    d. Caracterize a concepção empirista do conhecimento, assinalando suas eventuais dificuldades de fundamentação.

    NÃO ESTOU PEDINDO PARA FAZER TUDO POR MIM ENQUANTO EU FICO ESPERANDO PORQUE EU ACHO ISSO DESLEAL. Porém, eu sou calouro de filosofia e entrei zerado na faculdade, por isso talvez não consiga fazer tudo sozinho. por isso, QUALQUER AJUDA SERÁ MUITÍSSIMO BEM VINDA!! Desde já agradeço a todos.

    #80743

    Sobre a questão do cogito, segue abaixo explicação da História da Filosofia de Abbagnano (vol VI). Existe farto material na web e aqui no site o texto http://consciencia.org/moderna/desmedi.shtml
    _________________________________________
    Encontrar o fundamento de um método que deve ser o guia seguro da
    investigação em todas as ciências só é possível, seguindo Descartes;
    mediante uma
    crítica radical de todo o saber. É necessário suspender, pelo menos uma
    vez, o assentimento a todo o conhecimento Comummente aceite, duvidar de
    tudo e considerar provisoriamente como falso tudo o que seja susceptível de
    ser posto em dúvida. Se, persistindo nesta atitude de crítica radical,
    se chegar a um princípio sobre o qual não seja possível a dúvida, esse
    principio deverá ser considerado extremamente sólido e tal que possa
    servir de fundamento a todos os outros conhecimentos. Em tal princípio
    se encontrará a justificação do método.
    A dúvida cartesiana implica dois momentos distintos: 1º reconhecimento
    do carácter incerto e problemático dos conhecimentos sobre os quais
    recai; 2.’-a decisão de suspender o assentimento a tais conhecimentos e
    de considerá-los provisoriamente falsos. O primeiro momento é de
    carácter teórico, o segundo é de carácter prático e implica um acto
    livre da vontade doutrina cartesiana do livre-arbítrio está já
    4nplícita neste segundo momento (§ 401). Evidentemente, a suspensão do
    juizo ou epoché (segundo o termo dos antigos cépticos), se abole todo o
    juízo que afirme ou negue a verdade de uma ideia, não abole todavia as
    próprias ideias. Ela diz respeito à existência, não à essência, das
    coisas. Recusar-se a afirmar a realidade dos objectos sensíveis não
    significa negar as ideias sensíveis de tais objectos. A epoché suspende
    a afirmação da realidade das ideias enquanto possuídas pelo homem, mas
    reconhece essas ideias como puras ideias ou
    essências. O que implica uma indicação precisa do sentido em que se
    move o processo da dúvida., Este processo será bem sucedido se,
    reduzido mediante a epoché o mundo da consciência a um mundo de puras
    ideias ou essências, se encontrar uma ideia ou essência que seja a imediata. revelação de, uma
    existência. E tal será o caso do eu.
    1 Ora, Descartes afirma que nenhum grau ou forma de conhecimento se
    subtrai à dúvida. Pode-se, é por isso se deve, duvidar dos
    conhecimentos sensíveis, seja Porque os sentidos algumas v= nos
    enganam, embora nem sempre nos enganem, seja porque no sonho se têm-
    conhecimentos semelhantes aos da vigília sem que se possa encontrar um
    critério seguro de distinção entre uns e outros. É bem certo haver
    conhecimentos verdadeiros quer no
    sonho, quer na vigília, como os conhecimentos matemáticos (dois mais
    três são sempre cinco, quer se esteja a dormir ou acordado), mas nem
    mesmo
    estes se subtraem à dúvida, porque também a certeza relativa a eles
    pode ser ilusória. Enquanto nada de certo se souber acerca de nós
    próprios e
    da nossa origem, pode-se sempre supor que o homem foi criado por um
    génio mau ou por uma potência maligna que se, tenha proposto enganá-lo
    fornecendo-lhe conhecimentos aparentemente certos mas
    desprovidos de verdade. Basta fazer uma tal hipótese (e pode-se
    fazê-la, dado que não se sabe nada) para que mesmo os, conhecimentos
    subjectivamente mais certos se revelem duvidosos e capazes de esconder
    o engano. Assim, a dúvida se estende a todas as coisas e se torna
    absolutamente universal.
    Porém, mesmo no carácter radical desta dúvida se apresenta o princípio
    de uma primeira certeza. Eu posso admitir que me engano ou que estou
    enganado de todo em todo. Posso supor que não há Deus, nem o céu, nem
    os corpos, e que eu próprio não tenho coipo. Mas para que me engane ou para que seja
    enganado, para duvidar e para eu que penso seja qualquer coisa e não nada. A proposição penso, logo
    existo é a única absolutamente verdadeira porque a própria dúvida a
    confirma. Toda a dúvida, suposição ou engano, pressuporá sempre que eu
    que duvido, suponho ou me engano, exista?(A afirmação existo será
    portanto verdadeira todas as vezes que a concebo no meu espírito.
    Ora, esta proposição contém também, evidentemente, uma certa indicação
    acerca do que sou eu
    que existo. Não posso dizer que existo como corpo, já que nada sei da
    existência dos corpos, a respeito dos quais a minha, dúvida permanece.
    Eu só existo como uma coisa que duvida, isto é, que pensa. A certeza do
    meu existir liga-se apenas ao
    meu pensamento e às suas determinações: o duvidar,
    * compreender, o conceber, o afirmar, o negar,
    * querer, o não querer, o imaginar, o sentir e, em geral, a tudo quanto
    existe em mim e de que sou imediatamente consciente (H Resp., Def. 1).
    As coisas pensadas, imaginadas, sentidas, etc. podem não ser reais; mas
    é real decerto o meu pensar, sentir, etc. A proposição eu existo
    significa apenas eu sou uma coisa .pensante, isto é, espírito,
    intelecto, razão. A minha existência de sujeito pensante é certa como o
    não é a existência de nenhuma das coisas que penso. Pode ser que aquilo
    que eu percepciono (por exemplo, um pedaço de cera) não exista; mas é
    impossível que não exista eu que penso que percepciono esse objecto.
    Sobre esta certeza originária, que é ao mesmo tempo uma verdade necessária, deve fundar-se
    todo e qualquer outro conhecimento.
    Sobre tal certeza assegura Descartes poder fundar em primeiro lugar a
    validez da regra de evidência. “Tendo notado, &z ele (Disc., IV; d. Med.
    111) que não há nada nesta afirmação: eu penso, logo existo, que me
    assegure que eu diga a verdade, senão que vejo clarissimamente que para
    pensar é necessário existir, julguei poder tomar por regra geral que as
    coisas que concebemos de um modo claro e distinto são todas
    verdadeiras”. Porém, já a alguns contemporâneos de Descartes (por
    exemplo, HUET, Cens. phil cartes, H, 1) esta relação entre o cogito e a
    regra da evidência se apresentara problemática. Se o princípio do
    cogito é aceite porque evidente, a regra da evidência é anterior ao
    próprio cogito como fundamento da sua validade: e a pretensão de
    justificá-la em virtude do cogito torna-se ilusória. Mas o cogito e a
    evidência serão verdadeiramente dois princípios diversos entre os
    quais seja necessário estabelecer a prioridade? Será o cogito apenas
    uma entre as variadíssimas evidências que a regra da evidência garante
    serem verdadeiras? Na realidade, o cogito não é uma evidência mas antes
    a evidência no seu fundamento metafísico: é a evidência de que a
    existência do sujeito pensante tem por si mesma, a transparência
    absoluta que a
    existência humana, como espírito ou razão, possui no seu próprio
    âmbito. A evidência do cogito é urna relação intrínseca ao ou e pelo
    qual o ou se
    liga imediatamente à própria existência. Esta relação
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    não recebe a sua validez de nenhuma regra mas tem o princípio e a
    garantia da sua existência unicamente em si mesma. A regra da
    evidência, provisoriamente deduzida da consideração das matemáticas,
    nela encontra a sua última raiz e a sua justificação absoluta; torna-se
    assim verdadeiramente universal e susceptível de ser aplicada em todos
    os casos. Diz de facto Descartes, respondendo a uma
    objecção análoga (Lett. à Clercelier, Junho-Julho
    1646, Oeuvr., IV, 443): “A palavra porincípio pode-se tornar em
    diversos sentidos: uma coisa é procurar uma noção comum que seja tão
    clara e
    geral que possa servir como princípio para provar a existência de todos
    os seres, os entia, que se
    conhecerão depois; outra coisa é procurar um ser, a existência do qual
    nos seja mais conhecida do que a dos outros de modo que possa servir
    como
    princípio para os conhecimentos.
    Isto permite responder à outra questão (também ela tradicional na
    crítica cartesiana), se o cogito é ou não um raciocínio. Em tal caso,
    suporia uma premissa maior: “tudo o que pensa existe” o (como Gassendi
    observava) não seria um primeiro princípio. O próprio Descartes afirmou
    decididamente contra os seus críticos o carácter imediato e intuitivo
    do cogito. E, na realidade, a identidade entre a evidência (no seu
    princípio) e o cogito’ estabelece também a identidade entre o cogito e
    a intuição, que é o acto da evidência. Se a intenção, como se
    viu (§ 397), é o acto com que a mente se torna transparente a si mesma,
    a intuição primeira e fundamental é aquela com que se toma transparente
    a si mesma a existência da mente, ou seja, do sujeito pensante. O
    cogito, como evidência existencial originária é a intuição existencial
    originária do sujeito pensante.
    O sujeito pensante, definido pela auto-evidência existencial é, segundo
    Descartes, uma substância (Disc., IV; Resp., II def. 5; Resp., III).
    Descartes aceita aparentemente a noção escolástica de substância e por
    ela entende o sujeito imediato de qualquer atributo de que tenhamos uma
    ideia real. Mas, na realidade, tal noção sofre nele uma metamorfose
    radical. A substância pensante não é outra coisa senão o pensamento
    existente. A substancialidade do ou não implica o reconhecimento de um
    qualquer seu desconhecido subjectum, mas apenas exprime a intrínseca
    relação pela qual o eu é evidência da sua própria existência. De modo
    análogo, o carácter substancial da extensão (a que se reduz a
    corporeidade das coisas) significará apenas a objectividade da extensão
    relativa aos outros caracteres dos corpos, mas excluirá todo o
    substracto recôndito. A substância pensante não é senão o pensamento,
    enquanto existência evidente a si mesma. A aparente aceitação por parte
    de Descartes do termo aristotélico-escolástico de substância é, na
    realidade, uma nova definição do próprio termo, cujo significado se
    exaure na intrínseca relação existencial do eu.
    As considerações precedentes permitem estabelecer a originalidade do
    princípio cartesiano do cogito. Descartes indubitavelmente repetiu (se
    conscientemente ou não é impossível dizê-lo) um movimento de pensamento que remonta a S.to , Agostinho (§ 160), que de Santo
    Agostinho o passou para a Escolástica, e foi retomado e renovado por
    Campanella quase ao mesmo tempo que por Descartes (§ 385). Mas não há
    dúvida de que, como o próprio Descartes afirmou (Resp., IV), S.to
    Agostinho se servira do cogito para fins bastante diversos dos dele.
    Ele visava ao reconhecimento da presença transcendente de Deus no
    homem, e na tradição medieval o cogito agustiniano conserva
    o mesmo valor. Quanto a Campanella, viu-se que o principio vale para
    ele unicamente como fundamento de uma teoria naturalística da sensação.
    Mas o que torna evidente a separação radical que existe entre os
    precedentes históricos do cogito cartesiano e o próprio cogito é que
    neste falta o carácter problemático que mercê do cogito vem a assumir
    toda a realidade diversa do eu. pela primeira vez, Descartes fez valer
    o cogito como relação do eu consigo mesmo, portanto como principio que
    torna problemática qualquer outra realidade e que ao mesmo tempo
    permite justificá4a. Só Descartes compreendeu o pleno valor do cogito
    em todas as suas implicações e o utilizou como principio único e
    simples para uma reconstrução metafísica que tem como seu ponto de
    partida a problematicidade do real.

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