RELIGIÃO – Freud, Feuerbach, Nieztsche & Cia.

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    Aos que gostam de discutir o tópico Religião, posto recortes de Freud, Feuerbach, Nieztsche, Wilton e M. Chaui. Estão abertas as discussões! (Que suponho resultem acaloradas!)"Quão invejáveis, para aqueles de nós que são pobres de fé, parecem ser aqueles investigadores que estão convencidos da existência de um Ser Supremo! Para esse grande Espírito, o mundo não oferece problemas, pois ele próprio criou todas as suas instituições. Quão amplas, exaustivas e definitivas são as doutrinas dos crentes, comparadas com as laboriosas, insignificantes e fragmentárias tentativas de explicação que constituem o máximo que somos capazes de conseguir! O Espírito divino, que é, ele próprio, ideal da perfeição ética, plantou nos homens o conhecimento desse ideal e, ao mesmo tempo, o impulso a assemelhar suas próprias naturezas a ele. Eles percebem diretamente o que é superior e mais nobre e o que é inferior e mais vil. Sua vida afetiva se regula de acordo com sua distância do ideal, em qualquer momento. Quando dele se aproximam — em seu periélio, por assim dizer —, é-lhes trazida alta satisfação; quando, em seu afélio, se tornam distantes dele, a punição é o severo desprazer. Tudo isso é estabelecido tão simples e inabalavelmente. Só podemos lamentar que certas experiências da vida e observações do mundo nos tornem impossível aceitar a premissa da existência de tal Ser Supremo. Como se no mundo já não houvesse enigmas suficientes, é-nos proposto o novo problema de compreender como essas outras pessoas puderam adquirir sua crença no Ser Divino de onde essa crença obteve seu imenso poder, que esmaga ‘a razão e a ciência’.Foi a isso que chegamos. E, embora não queiramos retirar nada, não podemos esconder de nós que, de uma ou outra maneira, é insatisfatório. A causa, por assim dizer, não combina com o efeito; o fato que desejamos explicar parece-nos ser de magnitude diferente de tudo pelo qual o explicamos. Talvez todas as investigações que até aqui fizemos não tenham revelado a totalidade da motivação, mas apenas certa camada superficial, e talvez, por trás desta, outro fator muito importante aguarde a descoberta? Em vista da extraordinária complexidade de toda a causação na vida e na história, algo dessa espécie era de esperar".S.Freud - O que é verdade em Relgião - Vol 23 das Obras Completas


    "Deus é para ti algo que existe, um ser, pelo mesmo motivo que é para ti um ser sábio, feliz e bom. A diferença entre as qualidades divinas e a essência divina é apenas que para ti a essência, a existência não se manifesta como um antropomorfismo, porque nesta tua existência está a necessidade que Deus seja para ti um existente, um ser; mas as qualidades te aparecem como antropomorfismos, porque a necessidade delas, a necessidade que Deus seja sábio, bom, justo, etc. não é imediata, idêntica à essência do homem, mas sim uma necessidade que existe por meio da consciência que o homem tem de si mesmo, por meio da atividade do pensamento. Eu sou sujeito, essência; eu existo, posso ser sábio ou ignorante, bom ou mau.       Existir é para o homem o princípio, a essência fundamental da sua imaginação, a condição dos predicados. Por isso anula ele os predicados, mas a existência de Deus é para ele uma verdade consumada, intocável, absoluta, certa e objetiva. Mas não obstante é esta distinção apenas aparente. A necessidade do sujeito está apenas na necessidade do predicado. Tu és essência apenas como essência humana; a certeza e a realidade da tua existência estão apenas na certeza e na realidade de tuas qualidades humanas. O que é sujeito está apenas no predicado; o predicado é a verdade do sujeito; o sujeito apenas o predicado personificado, existente. Sujeito e predicado distinguem-se apenas como existência e essência. A negação dos predicados é por isso a negação do sujeito. O que resta da essência humana quando retiras dela os predicados humanos? Mesmo no idioma da vida comum estabelecem-se predicados divinos: a providência, a sabedoria, a plenipotência ao invés da essência divina.      A certeza da existência de Deus, da qual se disse que é para o homem tão segura, até mesmo mais certa do que a própria existência, depende, portanto, somente da certeza da qualidade de Deus — não é uma certeza imediata. Para o cristão é uma certeza somente a existência do deus cristão, para o pagão a existência do deus pagão. O pagão não duvida da existência de Júpiter porque não repudiava a essência de Júpiter, porque não podia imaginar deus em nenhuma outra qualidade, porque para ele esta qualidade era uma certeza, uma verdade divina. A verdade do predicado é unicamente o penhor da existência. O que o homem imagina como verdadeiro, imagina imediatamente como real, porque originariamente só é verdadeiro para ele o que é real — verdadeiro em oposição ao que é imaginado, sonhado. O conceito do ser, da existência é o conceito primevo, original, da verdade. Ou ainda: inicialmente faz o homem com que a verdade dependa da existência, só mais tarde faz com que a existência dependa da verdade.       Deus é então a essência do homem contemplada como a mais elevada verdade; mas Deus ou, o que significa o mesmo, a religião é tão diversa quão diversa for a qualidade na qual o homem concebe esta sua essência, na qual ele a contempla como essência suprema. Por isso esta qualidade na qual o homem pensa Deus é para ele a verdade e exatamente por isso ao mesmo tempo a mais elevada existência ou antes a mera existência; porque somente a mais elevada existência é propriamente existência e merece este nome. Deus é então um ser existente, real pelo mesmo motivo que ele é este ser determinado; porque a qualidade ou determinação de Deus nada mais é que a qualidade essencial do próprio homem, mas o homem determinado é apenas o que ele é, tem somente a sua existência, a sua realidade em sua determinação. Não se pode tirar do grego a sua qualidade de grego sem se tirar dele a sua existência."L. Feuerbach - A Essência do Cristianismo!     


    "Não nos enganemos: grandes intelectos são céticos. Zaratustra é um cético. A força e a liberdade que surgem do vigor e da plenitude intelectual se manifestam através do ceticismo. Homens de convicção estática não são levados em consideração quando se pretende determinar o que é fundamental em matéria de valor e desvalor. Homens de convicção são prisioneiros. Não vêem longe o bastante, não vêem abaixo de si: para um homem poder falar de valor e desvalor é necessário que veja quinhentas convicções abaixo de si – atrás de si... Uma mente que aspira a algo grande, e que também deseja os meios para isso, é necessariamente cética. A liberdade de qualquer tipo de convicção constitui parte da força, da capacidade de possuir um ponto de vista independente... A grande paixão do cético, o fundamento e a potência do seu ser, é mais esclarecida e mais despótica que ele próprio, coloca toda sua inteligência a seu serviço; lhe torna inescrupuloso; lhe concede a coragem para empregar até meios ímpios; sob certas circunstâncias, lhe permite convicções. A convicção enquanto um meio: muito só pode ser alcançado por meio de uma convicção. A grande paixão usa, consome convicções, mas não se submete a elas – sabe-se a soberana. – Pelo contrário, a necessidade de fé, de uma coisa não subordinada ao sim e não, de carlylismo, se me permitem a expressão, é a necessidade da fraqueza. O homem de fé, o “crente” de toda espécie, é necessariamente dependente – tal homem é incapaz de colocar-se a si mesmo como objetivo, e tampouco é capaz determinar ele próprio seus objetivos. O “crente” não se pertence; apenas pode ser o meio para um fim; precisa ser consumido; precisa de alguém que o consuma. Seus instintos atribuem suprema honra à moral da despersonalização; tudo o persuade a abraçar essa moral: sua prudência, sua experiência, sua vaidade. Todo tipo de fé é em si mesma a expressão de uma despersonalização, de um alheamento de si... Após se ponderar sobre quão necessários à maioria são os regulamentos restringentes; sobre quão necessária é a opressão, ou, em um sentido mais elevado, a escravidão, para possibilitar o bem-estar ao homem de vontade fraca, e especialmente à mulher, então finalmente se compreende o significado da convicção e da “fé”. Para o homem de convicção a fé representa sua espinha dorsal. Deixar de ver muitas coisas, não possuir imparcialidade alguma, ser sempre de um partido, estimar todos os valores com uma ótica severa e infalível – essas são as condições necessárias à existência desse tipo de homem. Mas isso faz deles antagonistas do homem veraz – da verdade... O crente não é livre pra responder à questão do “verdadeiro” e do “falso”; segundo os ditames de sua consciência: a integridade, neste ponto, seria sua própria ruína. A limitação patológica de sua ótica faz do homem convicto um fanático – Savonarola, Lutero, Rousseau, Robespierre, Saint-Simon – o tipo desses encontra-se em oposição ao espírito forte, emancipado. Mas as grandiosas atitudes desses intelectos doentes, desses epiléticos das idéias, exercem influência sobre as grandes massas – os fanáticos são pitorescos, e a humanidade prefere observar poses a ouvir razões..."Nietzche - O Anticristo


    "A inconsciência do religioso não o faz perceber as artimanhas de sua própria mente. Ao dedicar-se a adoração e a adulação de um ser imaginário, detentor de superpoderes (Alguma semelhança com o Superman?), este se apequena e se desvaloriza, renunciando a seus poderes naturais e possíveis. Primeiro, não percebe que os positivos atributos divinos são atributos dele mesmo, e da humanidade, projetados num ser mítico. Segundo, não percebe que a extensão do poder e da perfeição que atribui a este ser, são apenas obras do desejo e da imaginação: Uma Idealização; que não existe em nenhuma entidade natural (e todas são naturais, mesmo as obras do homem; como as do João-de-Barro).Ao remover de si mesmo os poderes e qualidades possíveis, despe-se destes, tornando-se um quase-nada, a depender de eventuais favores do ser mítico, entronizado como detentor de TUDO e em quantidades máximas. Ao auto empobrecer-se desta forma aviltante, o homem deliberadamente abdica de sua adultez, retornando à condição infantil de dependência de um ser “superpoderoso” - pai+mãe - somados em uma entidade psíquica de poder e autonomia.      Comete ainda outro "pecado": Mostra-se infantil em não aceitar seus próprios e naturais limites  - o possível e não o idealizado! O possível e real apresenta naturalmente limites; o idealizado, imaginado, desejado são obras da mente, em desacordo com estes limites reais e, por isto mesmo, afastados da realidade – um sonho pueril.O homem assim despido torna-se a si mesmo um mendicante, um farrapo sonhador, um dependente crônico do poder que exporta para fora de si mesmo! Um ser nestas condições – auto-destituído de quantia significativa de quaisquer valores nobres sofre intensa rebaixa em sua auto-estima, seu amor próprio – fenômeno raramente consciente. Não percebe o religioso que o ser que mais carece de sua fé é ele mesmo! Só assim ele reforça sua auto-estima, experimenta seu poder real (Aceitando sua natural limitação) e assume tanto os benefícios quanto os riscos de “estar por sua própria conta” – a adultez. O adulto que se despe de qualidades e poderes, despe não só a si mesmo, mas à humanidade como um todo - despe o homem! Ao destituir-se a si mesmo de qualidades fundamentais, despe à própria espécie e passa a não confiar em seus semelhantes. Neste ato, mostra-se um ser traumatizado, magoado; que devolve à seus mal-feitores (homens) um ranço de descrença e desautorização, desinvestindo-os de poder benéfico.  Há no religioso um traço forte de dano emocional, de queixa, de desespero, que em sua imaginação não podem ser atendidos a não ser por seres imaginários.Sem fé em si mesmo e em seus semelhantes, sua solidão e desespero o levam a agarrar-se a solução que lhe resta: O retorno fantasioso de um pai bondoso e superpoderoso e da condição infantil correspondente."Wilton Alano - Impublicado


    "O sagrado é uma experiência da presença de uma potência ou de uma força sobrenatural que habita algum ser – planta, animal, humano, coisas, ventos, água, fogo. Essa potência é tanto um poder que pertence própria e definitivamente a um determinado ser, quanto algo que ele pode possuir e perder, não ter e adquirir. O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade de alguns sobre outros, do poderio de alguns sobre outros, superioridade e poder sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos.A sacralidade introduz uma ruptura entre natural e sobrenatural, mesmo que os seres sagrados sejam naturais (como a água, o fogo, o vulcão): é sobrenatural a força ou potência para realizar aquilo que os humanos julgam impossível efetuar contando apenas com as forças e capacidades humanas. Assim, por exemplo, em quase todas as culturas, um guerreiro, cuja força, destreza e invencibilidade são espantosas, é considerado habitado por uma potência sagrada. Um animal feroz, astuto, veloz e invencível também é assim considerado. Por sua forma e ação misteriosas, benévolas e malévolas, o fogo é um dos principais entes sagrados. Em regiões desérticas, a sacralização concentra-se nas águas, raras e necessárias.O sagrado opera o encantamento do mundo, habitado por forças maravilhosas e poderes admiráveis que agem magicamente. Criam vínculos de simpatia-atração e de antipatia-repulsão entre todos os seres, agem à distância, enlaçam entes diferentes com laços secretos e eficazes.Todas as culturas possuem vocábulos para exprimir o sagrado como força sobrenatural que habita o mundo. Assim, nas culturas da Polinésia e da Melanésia, a palavra que designa o sagrado é mana (e suas variantes). Nas culturas das tribos norte-americanas, fala-se em orenda (e suas variantes), referindo-se ao poder mágico possuído por todas as coisas, dando-lhes vida, vontade e ação, força que se pode roubar de outras coisas para si, que se pode perder quando roubada por outros seres, que se pode impor a outros mais fracos.Entre as culturas dos índios sul-americanos, o sagrado é designado por palavras como tunpa e aigres. Nas africanas, há centenas de termos, dependendo da língua e da relação mantida com o sobrenatural, mas o termo fundamental, embora com variantes de pronúncia, é ntu, “força universal em que coincidem aquilo que é e aquilo que existe”.Na cultura hebraica, dois termos designavam o sagrado: qados e herem, significando aqueles seres ou coisas que são separados por Deus para seu culto, serviço, sacrifício, punição, não podendo ser tocados pelo homem. Assim a Arca da Aliança, onde estavam guardados os textos sagrados, era qados e, portanto, intocável. Também os prisioneiros de uma guerra santa pertenciam a Deus, sendo declarados herem. Na cultura grega, agnos (puro) e agios (intocável), e na romana, sacer (dedicado à divindade) e sanctus (inviolável) constituem a esfera do sagrado.Sagrado é, pois, a qualidade excepcional – boa ou má, benéfica ou maléfica, protetora ou ameaçadora – que um ser possui e que o separa e distingue de todos os outros, embora, em muitas culturas, todos os seres possuam algo sagrado, pelo que se diferenciam uns dos outros.O sagrado pode suscitar devoção e amor, repulsa e ódio. Esses sentimentos suscitam um outro: o respeito feito de temor. Nasce, aqui, o sentimento religioso e a experiência da religião.A religião pressupõe que, além do sentimento da diferença entre natural e sobrenatural, haja o sentimento da separação entre os humanos e o sagrado, mesmo que este habite os humanos e a Natureza.A palavra religião vem do latim: religio, formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular). A religião é um vínculo. Quais as partes vinculadas? O mundo profano e o mundo sagrado, isto é, a Natureza (água, fogo, ar, animais, plantas, astros, metais, terra, humanos) e as divindades que habitam a Natureza ou um lugar separado da Natureza.Nas várias culturas, essa ligação é simbolizada no momento de fundação de uma aldeia, vila ou cidade: o guia religioso traça figuras no chão (círculo, quadrado, triângulo) e repete o mesmo gesto no ar (na direção do céu, ou do mar, ou da floresta, ou do deserto). Esses dois gestos delimitam um espaço novo, sagrado (no ar) e consagrado (no solo). Nesse novo espaço ergue-se o santuário (em latim, templum, templo) e à sua volta os edifícios da nova comunidade.Essa mesma cerimônia da ligação fundadora aparece na religião judaica, quando Jeová indica ao povo o lugar onde deve habitar – a Terra Prometida – e o espaço onde o templo deverá ser edificado, para nele ser colocada a Arca da Aliança, símbolo do vínculo que une o povo e seu Deus, recordando a primeira ligação: o arco-íris, anunciado por Deus a Noé como prova de seu laço com ele e sua descendência.Também no cristianismo a religio é explicitada por um gesto de união. No Novo Testamento, Jesus disse a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as Chaves do Reino: o que ligares na Terra será ligado no Céu; o que desligares na Terra será desligado no Céu”.Através da sacralização e consagração, a religião cria a idéia de espaço sagrado. Os céus, o monte Olimpo (na Grécia), as montanhas do deserto (em Israel), templos e igrejas são santuários ou moradas dos deuses. O espaço da vida comum separa-se do espaço sagrado: neste, vivem os deuses, são feitas as cerimônias de culto, são trazidas oferendas e feitas preces com pedidos às divindades (colheita, paz, vitória na guerra, bom parto, fim de uma peste); no primeiro transcorre a vida profana dos humanos. A religião organiza o espaço e lhe dá qualidades culturais, diversas das simples qualidades naturais."M. Chaui - Convite a Filosofia


    Fim (Por enquanto!)

    #84755

    Olá, cientista. Vou pôr aqui um trecho que li hoje, do livro Estória da Filosofia Americana, de H.B. van Wesep. Achei interessantíssimo."A verdade sobre este assunto pode ser expressa da seguinte maneira. Deus não é conhecido, nem tampouco entendido: é utilizado - umas vezes como fornecedor de comida, outras vezes como apoio moral, outras como amigo, outras ainda como objeto de amor. A única coisa que a consciência religiosa exige é que ele se mostre útil. Existirá Deus na realidade? Como é que ele existe? O que é ele? - tudo isso são problemas destituídos de qualquer importância. A verdadeira finalidade da religião, em última análise, não é Deus, é a vida, mais vida, uma vida mais ampla, mais rica, mais satisfatória. O amor à vida, em todos os níveis de desenvolvimento - é nisto que consiste o impulso religioso."

    #84756
    Cientista
    Membro

    UMA VISÃO MUITO INTERESSANTE, JUNIOR!MAS MUITO MESMO!Acho que fecha com algumas das minhas intuições!

    #84757
    Cientista
    Membro

    Este artigo foi publicado no jornal loca ZERO HORA faz cerca de um mês e me pareceu vir a calhar como material de reflexão:AFINAL QUEM SOMOS - Moacir Costa de Araújo Lima - Professor universitário e físicoA ciência nos descreve um mundo e nós acreditamos nela. Em função disso, nos preparamos para viver naquele mundo que nos está descrito, tentando buscar sintonia com suas leis.Por isso, no mundo sombrio da mecânica clássica, que inspirou o materialismo realista, tinha lugar o egocentrismo, a opressão do mais forte submetendo o mais fraco, porque, nele, as coisas só funcionavam à força.Assim sendo, todo o oculto era fantasia; éramos máquinas, correndo em um Universo-máquina, previsível, governado por leis imutáveis, relativamente às quais não tínhamos a menor possibilidade de intervenção. Biologicamente, éramos considerados mutações ao acaso, simples portadores de DNA, na busca implacável por mais, num Universo sem sentido.Caráter, honradez, ética, eram simples conseqüência das posições dos átomos em nossas células. Nada referente à consciência. Por isso, Bertrand Russel, filósofo e matemático inglês, afirmou que ao nos enxergarmos refletidos no espelho da Física Newtoniana, estamos mergulhados no desespero inarredável ao qual ela deu origem e conclui, que assim sendo, toda a labuta dos séculos, toda a devoção, toda a inspiração, todo o brilho do gênio humano estariam destinados à extinção na vasta morte do sistema solar; e que todo o templo da conquista humana deveria inevitavelmente ser soterrado sob os escombros de um universo em ruínas.A Nova Física, no dizer de Allan Wolf, PhD em Física Quântica, escritor e conferencista, traz um novo ar de liberdade e responsabilidade. A certeza, o tudo está previsto da Física Newtoniana, é substituída por um Universo de possibilidades; e nesse Universo de possibilidades é nossa consciência que realiza escolhas. Somos, então, responsáveis. A Física Quântica trouxe para o Universo da Qência a presença indispensável da consciência do observador, que passa, de mero e impotente observador, a co-criador da realidade.Demonstra-se que, em experiências nas quais o elétron pode assumir o comportamento de onda ou de partícula, é a consciência do observador que irá fazê-lo adotar uma ou outra manifestação. Ademais, a grande lei da Física Quântica é a Lei de Interconectividade: tudo no Universo está interconectado, logo, não há ações isoladas. Nossa consciência influi no universo material, nas outras consciências e nos constrói de dentro para fora, tornando-nos os arquitetos de nosso destino, pois, rigorosamente, somos o que fazemos de nós.A matéria perde sua substaricialidade. É caso particular da energia. A Ciência conclui que o Universo Físico é essencialmente não-físico, a ponto de dizer que seus componentes básicos são energia e intenção. Surge a hipótese do observador absoluto. Muitos esperam que, assim como o século 20 derrubou um a um os alicerces da perspectiva materialista, fazendo ruir seu edifício, o século 21 derrubará a parede de ferro existente entre a fé, raciocinada por óbvio, e o laboratório.Chegamos pouco a pouco à equação: Conhecimento científico + espiritualidade = sabedoria.

    #84758
    Cientista
    Membro

    Conforme alguns dicionários,TEÍSMO - crença em um ser supremo; um ou mais deusesDEUS É.. .um ser sagrado.a realidade última a quem a adoração e a oração são dirigidas.o criador ou fonte de tudo que existe.ser de atributos perfeitos, por exemplo, infinidade, imutabilidadeeternidade, bondade, conhecimento (onipresença), e poder (onipotência).certas características humanas (desejo, amor, raiva e perdão).uma realidade experimentada, viva. (“Deus de fé”).“chaõ do ser” (Paul Tillich).transcendente (além do mundo).imanente (presente no mundo).alteridade, independência de e poder sobe a ordem mundial.impessoal ou suprapessoal.Aquele, a unidade suprema que abraça ou criou todas as coisas.unidade e a diversidade interior. Fonte - Encarta + Britannica

    #84759
    Cientista
    Membro

    Marx era filósofo, advogado e historiador, e interessou-se por um estudo feito por um outro filósofo, Feuerbach. Este investigara o modo como se formam as religiões, isto é, o modo como os seres humanos sentem necessidade de oferecer uma explicação para a origem e a finalidade do mundo.Ao buscar essa explicação, os humanos projetam fora de si um ser superior dotado das qualidades que julgam as melhores: inteligência, vontade livre, bondade, justiça, beleza, mas as fazem existir nesse ser superior como superlativas, isto é, ele é onisciente e onipotente, sabe tudo, faz tudo, pode tudo. Pouco a pouco, os humanos se esquecem de que foram os criadores desse ser e passam a acreditar no inverso, ou seja, que esse ser foi quem os criou e os governa. Passam a adorá-lo, prestar-lhe culto, temê-lo. Não se reconhecem nesse Outro que criaram. Em latim, “outro” se diz: alienus. Os homens se alienam e Feuerbach designou esse fato com o nome de alienação. M. ChauiEstamos convencidos de que o pior mal, tanto para a humanidade quanto para a verdade e o progresso, é a Igreja. Poderia ser de outra forma? Pois não cabe à Igreja a tarefa de perverter as gerações mais novas e especialmente as mulheres? Não é ela que, através de sus dogmas, suas mentiras, sua estupidez e sua ignomínia tenta destruir o pensamento lógico e a ciência? Não é ela que ameaça a dignidade do homem, pervertendo suas idéias sobre o que é bom e o que é justo? Não é ela que transforma os vivos em cadáveres, despreza a liberdade e prega a eterna escravidão das massas em benefício dos tiranos e dos exploradores? Não é essa mesma Igreja implacável que procura perpetuar o reino das sombras, da ignorância, da pobreza e do crime? Se não quisermos que o progresso seja, em nosso século, um sonho mentiroso, devemos acabar com a Igreja.” Mikhail BakuninEu li a Bíblia de capa a capa. Chamar aquele livro de ‘a palavra de Deus’ é um insulto a Deus. Chamar aquele livro de um guia moral é uma afronta à decência e dignidade dos povos. Chamá-lo de guia para a vida é fazer uma piada de nossa existência. E pretender que ela seja a verdade absoluta é ridicularizar e subestimar o intelecto humano.” Autor: PerdidoDeus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?” Epicuro

    #84760
    Cientista
    Membro

    Aí surge, a partir de um povo então politicamente insignificante, o povo dos judeus, o    monoteísmo: Deus é um só, todos os outros são falsos deuses. A religião do deus único - no singular e em maiúscula – era inicialmente um fenômeno cultural restrito a um pequeno povo de nômades. Gregos e romanos, os senhores do mundo civilizado, toleravam o povo dos judeus com seu deus único. Os romanos, então, nem tiveram dúvida. No grande templo que reunia ecumenicamente todos os deuses de todos os povos, o Panteão, colocaram também uma estátua homenageando o deus dos judeus. Afinal, por que não? E assim surge a contradição de um deus, que quer ser único, posto no meio de um coletivo variegado de deuses oriundos de todas as partes e representando as mais diversas culturas. O deus dos judeus não era um deus universal, um deus a ser reverenciado por todos os povos, um deus que ditasse leis a todos os povos, um deus que fizesse justiça a todos os homens [2] . Não, o deus dos judeus era deus somente dos judeus. Suas leis eram apenas para os judeus, seu povo escolhido; sua justiça e sua bondade valiam apenas para com os judeus. O deus dos judeus não reinava por sobre os outros povos, não, o deus uno e único do povo judaico, Javé, era um deus que numa contenda entre judeus e não-judeus estava sempre ao lado de seu povo e de seus adoradores contra todos os seus adversários, quaisquer que fossem eles. O deus dos judeus não era universal como o império romano com seu comércio, suas estradas e seu jus inter gentes, mas sim um deus particular de uma pequena tribo de nômades sem nenhuma importância política e militar. Mas era um deus uno e único, transcendente: surgia o monoteísmo.Dentro do pequeno povo judaico, perdido na periferia do império e, portanto, da civilização, nasceu, então, uma seita político-religiosa menor ainda e ainda menos importante: os essênios. À beira do Mar Morto, uma das regiões mais inóspitas do mundo, de dentro da seita dos essênios nasce o germe intelectual que vai crescer, florescer, espalhar-se por todo o império, por todo o mundo civilizado, o cristianismo: a religião de um deus transcendente que, pela encarnação, se faz homem e assim se torna também imanente. Surge aqui o deus que é transcendente e imanente, quanto mais transcendente é pensado mais imanente ele fica." Carlos Cirne Lima - A fundação Ética e o AbsolutoTranscendende: Muito elevado, sublime, superior; Metafísico; Que está acima das idéias e conhecimentos ordinários. (Michaelis)

    #84761
    Kamil
    Membro

    UMA VISÃO MUITO INTERESSANTE, JUNIOR!MAS MUITO MESMO!Acho que fecha com algumas das minhas intuições!

    Podia dizer quaes são estas suas intuiçõis cientista?estou curioso pra sabaer! Quem sabe sao iguais as minhas!?por favor!bye

    #84762
    Variable
    Membro

    Ver gente grande discutirndo fantasias como Divindades é desmerecedor à nossa espécie! Nâo têm mais o que fazer não?

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