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31/07/2004 às 18:10 #78408Miguel (admin)Mestre
Oi Pilgrim!!
Talvez o que eu sinta quanto a vontade de vida e vontade de potência não esteja exatamente no contexto do Zaratustra, ou melhor, tenho dúvidas que fogem um pouco desse contexto, então acho que não seria certo de minha parte expressar meus questionamentos que não têm muito a ver com o tema deste fórum!
Mas foi de muita ajuda suas respostas, deixaram muitos pontos mais claros e direcionaram minha visão à novos focos importantíssimos que não dava tal valor.Muito Obrigada!!
Beijos.03/08/2004 às 17:49 #78409Miguel (admin)MestreOlá,amigos
Patrícia, acho que seus questionamentos tem a ver sim com o contexto do fórum, não acho incorreto mesclar questões “pessoais” com questões “hermenêuticas”, alias neste caso os extremos é que são desinteressantes.Defendo uma certa liberdade na leitura, mas ela continua sendo “leitura” e não “invenção”, a pura leitura também é puro pedantismo, erudição barata.
Acho que quanto a diferença entre “vontade de potencia” e “vontade de vida” Nietzsche se põe em contraponto a Darwin e a Schopenhauer.Para Schopenhauer “vontade” e “vontade de vida são sinônimos”, e esta vontade é o que “move o mundo”.Para Nietzsche à vontade de vida é uma conseqüência da vontade de potencia.
Um homem para Nietzsche “vive para crescer” e não “cresce para viver”.Este crescer significa crescer em potencia, o que preenche o “vazio” da vida.Eu já citei em outro post o livro do Jose Thomas Brum “O pessimismo e suas vontades” que trata exatamente desta questão.Na verdade o livro é a tese de mestrado do autor (que teve como orientador Clement Rosset, amigo de Cioran) e tem um prefacio de orelha (é assim que isso chama? hehe) assinado pela professora Scarlet Marton.Bem, muito bom o livro, de leitura muito agradável.
Sir Pilgrim, não entendo de que forma vc enxerga a filosofia viculada à cura ou ao veneno (ou overdose).Você considera que o excesso de lucidez é prejudicial?Ou considera que o excesso de filosofia leva a extrema falta de lucidez?Ou outra coisa?
Eu não sei…até porque acho (concordando com Cioran) que a filosofia é de uma profundidade suspeita em comparação a arte, acho que a filosofia mantém um certo “vinculo social”um certo “ar jovial”, a filosofia quer ser compreendida literalmente e para isso sacrifica certa parte da “profundidade”.O filosofo só se torna profundo quando critica a filosofia?A “filosofia” de Novalis é bem pouco filosófica hehe(para Novalis realidade=poesia)…por certo que esta “profundidade” pode ser apenas uma loucura…mas justamente, ter consciência disso é lucidez!
Schopenhauer e Cioran representam vidas “doentes”?O certo é que precisamos de vocação para lucidez, Cioran escreve “eu tenho vocação para pedra!”.E eu tenho vocação para geólogo hehe, ou melhor, tenho vocação para brincar com as pedras.E sempre há uma no meu caminho, a “pedra filosofal” a pedra de Sisifo.E quem tem a cura para Sisifo que atire a primeira filosofia! Hehe
Sir Pilgrim, saiba que nem leio tanto Blake assim, mas é que ele sempre me vem a mente.Acho que é porque ele representa para mim a “tolerância metafísica”, tudo é sagrado e nem por isso tudo é certo, tem muita a coisa a ser feita, mas tudo é perfeito.Tudo é sagrado até que alguém pise na sua unha encravada, e toda estupidez é real até vermos “the holy sunrise” e colocarmos o infinito na palma de nossa mão.Essas visões são conciliáveis?Creio que o verdadeiro “sagrado” seja encarnar essas duas visões em um único momento…tarefa difícil, mas assim disse a praga ou a benção de meu bardo interior hehe
Abraços
09/08/2004 às 1:32 #78410Miguel (admin)MestreOlá Patricia
Obrigado pelo seu elogio.
Falando apenas sobre alguns pontos do seu primeiro post:
Creio que existe sim um individualismo em Nietzsche. O autor vai contra o chamado “populacho”, os “instintos de rebanho” e afirma uma aristocracia, o homem superior, que com apenas uma inflexão afasta de si todos os males do mundo.
Esse homem superior não se apega a outra coisa que não a si mesmo e à razão da terra. Joga com os outros o nobre jogo da Vontade de potência, que envolver a trama e o embate de forças conflitantes, querendo aumentar-se. A situação da terra, a grande sacada é essa, é de excesso, de abundância de recursos, de exacerbação. E não de falta, de penúria, de lamento, sofridão. Não é preciso postergar ao além a essência da vida. Essa terra e essa vida já bastam ao homem superior.
Existe a chamada repressão? Sim. Nietzsche usa o revolucionário método genealógico para desmascarar a moral, usa sua agudez psicológica para reintepretar a história. A moral é uma arma inventada pelos fracos para subjugar os fortes, uma arma espiritual, sofisticada, e de grupo, de reunião.
E no entanto Zaratustra desce da montanha por amor à humanidade. Declama seus discursos em praça e salva o pobre trapezista. Nietzsche se decepciona com os alemães, e com seus contemporâneos. Mas coloca a afirmação na posteridade (diz que nasceu póstumo), condiciona o “passo evolutivo” do homem para o super-homem no futuro, mediante a transvaloração de todos os valores. Zaratustra, alter ego de Nietzsche, é apenas o anunciador de tal mudança. Alguém que diagnosticou uma situação de enfermidade no espírito ocidental conteporâneo e clamou com urgência por um retorno às origens, a coisa da Grécia, do dionisíaco. Mas não seria um mero retorno, é preciso superar também os gregos, diz ele em A Gaia Ciência.
As cartas de Nietzsche são belíssimas. A primeira biografia de Nietzsche, e você provavelmente leu essa, traz muitos trechos de cartas, foi feita em cima de documentos originais pelo francês Daniel Halevy. O escritor Jerônimo Monteiro traduziu muito bem.
Podemos identificar ao longo da vida de Nietzsche essa cega devoção a seus amigos, essa vontade de superação, de fazer algo que existe também na obra. Mas ela vai se apagando, se amainando, principalmente depois da ruptura com Wagner. Mantém alguns fiéis amigos, mas a sua saúde piora, e no entanto ele não fica somente ranzinza. Mesmo doente escreve seus melhores livros, um atrás dos outros e custeia de seu próprio bolso as edições, que ninguém lê. Vemo-o lamentado a falta de leitores que entendam seus escritos, a falta de interlocutores. E o final disso tudo nós já sabemos.
11/08/2004 às 17:11 #78411Miguel (admin)MestreEntender não é tão difícil quanto concordar…
…o sobrehumano de Nietzsche é apenas um mito…
…e quem discordar que o prove apontando pelo menos uma pessoa a quem se possa atribuir tais qualidades!
12/08/2004 às 19:16 #78412Miguel (admin)MestreHomem do livro, eu de novo:
Sir Pilgrim, não entendo de que forma vc enxerga a filosofia viculada à cura ou ao veneno (ou overdose). Você considera que o excesso de lucidez é prejudicial? Ou considera que o excesso de filosofia leva a extrema falta de lucidez? Ou outra coisa?
Mais provável as duas coisas. Há sim um sentido existencial na filosofia, filosofia pode ser vivida ou mudar o modo de viver ou iluminar (obscurecer é outra possibilidade) a visão. Em todos os casos muda o jeito de caminhar, “curar”. Mas mais frenquente é encontrar sujeito buscando viver na reflexão, fuga da incertezas da vida, o mundo da reflexão é muito mais facilmente moldável pela razão, com o consequente sentimento de controle, segurança, etc. E acontece ainda de ser mergulhado em criticismo pessimista, quando não recheado de cinismo. Julga com isso ter se tornado verdadeiro “filósofo”…
Concordo em parte com Kierkegaard acerca de uma porção importante de subjetividade na verdade. Mais de uma vez lemos por aqui aquela pergunta: “o que é a verdade?”. Não é, certamente, que “2 + 2 = 4”. Vc daria sua vida por “2 + 2 = 4”? Ficou claro? Melhor se não.
Acho, isso pode ser usado noutro sentido, apologia do senso comum; mas não é a intenção original. Qual a diferença entre o “cavaleiro da fé” e o fanático? No campo da razão não se encontram todas as respostas. Essa questão, tratada no “Temor e tremor” de Kierkegaard, ainda não está satisfatoriamente respondida para mim, mas não tenho como “lucidez” viver desgostoso com a vida, desconfiando de tudo e de todos. O “desencantamento do mundo” oferece muita coisa além do “enfeitamento”, do tédio e da angústia? Senão, o doente é que está são.
Alguém que tenha lido Nietzsche deve se recordar de passagens do “Ecce Homo”, faço jogo com alguns textos sobre a saúde e a doença. Prestem bem atenção a isso: os anos de minha mais baixa vitalidade foram aqueles em que eu deixei de ser pessimista: o instinto do auto-restabelecimento proibiu-me uma filosofia da pobreza e do desânimo… Explica depois que o pessimismo associado com infelicidade e culpa é coisa do fraco e do decadente.
Não está escrito que otimismo esteja associado com falta de percepção, reflexão ou vitalidade, mas creio que o otimismo que vence o pessimismo é o maior sinal de força. Claro, quando não acontece pela via da fuga mas do enfrentamento e da vitória. O jogo inverte o contexto e dá novo significado à passsagem: Um ser tipicamente mórbido não pode sarar, e ao menos ainda curar a si mesmo; para alguém tipicamente sadio, ao inverso, o estar-doente pode até mesmo ser um enérgico estimulante à vida, à mais-vida. Assim, de fato, me aparece agora aquele longo tempo de doença: descobri a vida como que de novo, inclusive a mim próprio, saboreei todas as boas e mesmo as pequenas coisas, como não seria fácil a outros saboreá-las – fiz de minha vontade de saúde, de vida, minha filosofia… E o golpe mais forte que deixaria Nietzsche provocado: a religião como fonte de vida e esclarecimento – ele se enganou quando viu um gigante, era uma fenix
Eu não sei…até porque acho (concordando com Cioran) que a filosofia é de uma profundidade suspeita em comparação a arte, acho que a filosofia mantém um certo “vinculo social”um certo “ar jovial”, a filosofia quer ser compreendida literalmente e para isso sacrifica certa parte da “profundidade”.O filosofo só se torna profundo quando critica a filosofia?
Não sei.
A “filosofia” de Novalis é bem pouco filosófica hehe(para Novalis realidade=poesia)…por certo que esta “profundidade” pode ser apenas uma loucura…mas justamente, ter consciência disso é lucidez!
Pessoalmente tenho encontrado novo valor na poesia, mas nem só, também teologia, literatura… Filosofia não brota do nada, entendo que lança ou cria raízes em outros solos. Quem escreveu muito bem sobre isso foi Paul Ricoeur.
Dizia alguém, esqueci o nome: “o mundo sem mistério seria muito chato”, e se não disse deveria ter dito.
[]'s
14/08/2004 às 18:52 #78413Miguel (admin)MestreOlá caro amigo Peregrino (voltemos pois, as truduções ;)
Primeiramente lhe agradeço pelo link do texto sobre Nietzsche, e pela paciência de responder às minhas interrogações.
“Mas mais frenquente é encontrar sujeito buscando viver na reflexão, fuga da incertezas da vida, o mundo da reflexão é muito mais facilmente moldável pela razão, com o consequente sentimento de controle, segurança, etc. E acontece ainda de ser mergulhado em criticismo pessimista, quando não recheado de cinismo. Julga com isso ter se tornado verdadeiro “filósofo”…”
Entendo(?)..um exemplo deste viver na reflexão seria a doutrina budista?Afinal a iluminação,o fim dos desejos, só pode ser adquirido através da reflexão (não que ele não dependa do corpo, o que afinal qualquer idéia depende) mas a iluminação pode ser adquirida meditando embaixo de uma arvore, e esta mudança interna dá conta de todo resto…
Quanto ao cinismo, ha aquele famoso, e muito engraçado, episodio em que Nietzsche “acusa” o “pessimista” Schopenhauer de tocar flauta depois da sobremesa(ou algo assim).De fato, isso pode ser interpretado como cinismo.O mesmo vale para Cioran, o “tédio” em pessoa que viajou quase a França inteira de bicicleta, e chegou inclusive a ser entrvistado por uma revista especialzada em bikes.Inclusive, em uma entrevista a Fernando Savater (o “melhor” filosofo vivo na minha opinião) ele disse que convenceu um engenheiro a não suicidar-se…maior tédio que a vida é a morte oras!E Cioran diz: Vcs acham q sou triste o tempo inteiro?Claro que não, eu não penso o tempo inteiro.”Me vinculam demais a um filosofo, sou apenas um ser humano”
A proposito ou gosto de Nietzsche e de Cioran sem fazer uma conciliação entre ambos, eles são na questão da “fundamentação da vida” de opiniões opostas.E pra ser sincero, simpatizo mais com a “afirmação” de Nietzsche…assim mesmo acho que Cioran tem muito a me ensinar, mesmo que seja como um oposto a meus objetivos.
“Concordo em parte com Kierkegaard acerca de uma porção importante de subjetividade na verdade. Mais de uma vez lemos por aqui aquela pergunta: “o que é a verdade?”. Não é, certamente, que “2 + 2 = 4”. Vc daria sua vida por “2 + 2 = 4″? Ficou claro? Melhor se não”
Esta é certamente uma forma interessante de absolver (rs) Jesus do dogmatismo.Mas convenhamos,Pilatos teve la suas “razões” hehe
“(…)mas não tenho como “lucidez” viver desgostoso com a vida, desconfiando de tudo e de todos. O “desencantamento do mundo” oferece muita coisa além do “enfeitamento”, do tédio e da angústia? Senão, o doente é que está são.”
Entendo por “lucidez” um uso irrestrito da razão.Entendo por razão o padrão de ordem e medida.Medir com todo rigor é aniquilar.Fixada a “lucidez” desta forma, creio que esta traga desgosoto sim (isto é reconhecer que não temos solo, que nosso “ponto de arquimedes” é na verdade uma linha infinita)…ao menos num primeiro momento.Chorar a perda de algo que nunca “existiu”(ou que sempre existiu) é um exemplo de re-sentimento não?(Concordo que exista essa estetização do melancolia,sim, muito bem observado, e pessoalmente a repudio hehe)
“E o golpe mais forte que deixaria Nietzsche provocado: a religião como fonte de vida e esclarecimento – ele se enganou quando viu um gigante, era uma fenix”
Concordamos que a religião é um instrumento de trabalho!
“Pessoalmente tenho encontrado novo valor na poesia, mas nem só, também teologia, literatura… Filosofia não brota do nada, entendo que lança ou cria raízes em outros solos. Quem escreveu muito bem sobre isso foi Paul Ricoeur”
Concordo, a filosofia não tem um objeto proprio, precisa estar sempre pescando, e muitas vezes multiplicando os peixes de outros “mares”
)
Duas frases então para terminar, não sei quem escreveu,ou não, a frase que você postou mas tem uma parecida de nosso velho Rei Arthur:
“Quanto menos inteligente é um homem, menos a existencia lhe parece misteriosa”Mais Uma:
“Deixemos pois, de intepestivos melodramatismos e filosofemos jovielmente, quer dizer, como é devido” Ortega Y GassetCaminhemos em espirais ora! ;-)
15/11/2004 às 22:26 #78414Miguel (admin)MestreOi Miguel.
Desculpe a demora pela resposta.
Sim, eu li essa biografia, achei muito boa mesmo! Bom, as dúvidas que me envolvem já não são as mesmas…. muitas se perderam, se sufocaram…….. mas somos amantes dos questionamentos e sempre estaremos em sua companhia!
Não acredito ser possível o super-homem… também acho que Nietzsche não foi um… acredito ser impossível um homem que carrega esse inconsciente coletivo chegar a valorizar tal comportamento. Qual sua opinião?Você diz: “A moral é uma arma inventada pelos fracos para subjugar os fortes, uma arma espiritual, sofisticada, e de grupo, de reunião.”
Quem seriam os fortes?? Seriam os que ousaram como Nietzsche?? Nietzsche também não sofreu as influencias de sua nacionalidade, de seus estudos? Afinal você não concorda que a “consciencia coloca sua marca no modo como percebemos o mundo. Talvez possamos comparar isto com o que acontece quando colocamos água num jarro de vidro. A água toma a forma do jarro. Do mesmo modo, as impressões dos sentidos se adaptam às nossas “formas da sensibilidade”.” E assim sendo, a moral existe em todos nós, julgamos com certa moralidade, mesmo que essa seja muito mais pessoal que coletiva… portanto, agimos moralmente, todos? O que você acha??Só uma coisa: Os debates que encontro aqui são de alto nível, até um nível que não tenho, não sou grande pesquisadora, nem uso tanto a coerência… só pergunto o que não consigo responder sozinha… Também gostei da forma que me respondeu, foi muito claro, palavras que eu compreendia bem o significado. Obrigada!
Até logo!
11/02/2005 às 19:14 #78415Miguel (admin)MestreQuerer saber sobre Nietzsche, biografia.
Querer aprender sua filosofia , não sejas Cristão ou pelo menos não tente atribuir seu pensamento a idéais codificadas , como excelentes filósofos hermeneuticos fizeram , no caso de Marx e o manifesto… e Freud e o complexo de édipo, assim tu avanças no entendimento de sua obra.13/02/2005 às 4:58 #78416Miguel (admin)MestreALÉM-HOMEM é antes de tudo HOMEM!!!NADA QUE VER COM O cinematográfico!
Além-Homem é o que se determina em valor, o que não se cansa de afirmar a existência,o que diz SIM!
O QUE ACREDITA NA ETERNIDADE AQUI MESMO E NÃO EM OUTRO MUNDO.
O QUE SE TORNA A SI MESMO sem medo, MUITO EMBORA e por ter mesmo TRANCENDido certos LIMITES CONSIDERADOS POR MUITOS ´´intocáveis“(aqui na concepção mesma dos existencialistas).
O QUE AVALIA, EXPERIENCIA, ´´CRIA“, O QUE NÃO TEM MEDO, O QUE NÃO SE DEIXA GUIAR SEM SE DEIXAR GUIAR…………………
………………
…………ETC.27/08/2005 às 2:20 #78417Miguel (admin)Mestregostaria de saber se o superhomem de nietzsche tera alguma descendencia de nobreza( se vira de alguma classe aristocratica ou coisa do tipo) ou se podera ser um individuo de linhagem menos favorecida. ou seria este superhomem de nobreza de carater( um carater duro, insensivel, inquebravel) pouco importanto titulos de nobreza.
20/02/2006 às 0:54 #78418Miguel (admin)MestreOlá a todos, visitantes!Li todas as postagens até agora, e ficou evidente que alguns aqui possuem bastante fluência ao discorrer sobre Nitch e a filosofia em geral.Não creio na força de minha escrita, tampouco de minhas idéias, e apenas atuo nas circustâncias mais adequadas... Entretanto, F. N. proporciona tal excitamento, às primeiras leituras, que é impossível ficar de fora de uma boa discussão à respeito; postarei em todos os fórums que encontrar.E arrisco dizer que o maior filósofo foi Nietzsche.E sua filosofia ergue-se sobre si própria, evidenciando suas predições. De que estaria ligado à catástrofes, no futuro.Direi um pouco sobre o que achei, após ler trechos de Also sprach Zaratustra, que é o único contato que tive, afora o já citado volume da série Encanto Radical, da dona Scarlet... que só li pela metade, embora seja diminuto.Na minha pessoalidade, encontrei em Nietzsche uma semelhança com Beethoven. Da mesma forma que aquele, este se afirmou apenas afirmando. E, diferentemente de, por exemplo, Mozart era demasiado humano.... (digamos que Mozart era demasiado dionisíaco)Uma coisa que acho, é que um livro como "Assim falou..." - dada sua alegoria imprevisível, sua forma amalucada (com capítulos que nunca complementam os capítulos imediatos), sua poesia muitas vezes descabida e exagerada - ter ganhado fama através dos eventos, e chegar a ter hoje o respeito que tem, é um fato mais que notável.Outra coisa que eu acho, é que podería-se dividir melhor o conceito de super-homem. Atualmente, ele abarca também as mulheres? Uma mulher poderia ser uma ponte para o super-homem?Acho que as mulheres ainda não têm capacidade nem para serem filósofas, e nem para trabalharem ativamente na evolução. Acho que Nietzsche tinha opinião parecida. Quando trata das muheres, é para ilustrar algo usando suas peculiaridades biológicas.Quem tiver ouvidos que ouça a música de nome homônimo, de Richard Strauss
20/02/2006 às 2:05 #78419Miguel DuclósMembroOlá VictorA sua colocação de que Nietzsche foi o maior filósofo bate com a maneira que o próprio Nietzsche referia-se a si. Veja esse trecho, por exemplo:"Confidencio que não é impossível que eu seja o principal filósofo desta era, e mesmo um pouco mais que isso, algo decisivo e fatal permanecendo entre dois milênios"http://www.consciencia.org/wiki/index.php/Nietzsche_Letters_1888:ptQuanto ao Zaratustra, é considerada a "obra-prima" do autor, a começar por ele mesmo, que se refere ao Zaratustra sempre com muito zelo e carinho. Declara mesmo que escreveu o livro em absoluta segurança, como se o livro fosse citado. Nesse texto que coloquei aparece um pouco disso, na correspondência.Porém, talvez não seja uma boa "porta de entrada" para o pensamento nietzscheano, se podemos colocar nesses termos. É uma obra densa, pesada, com uma forma de escrita que, embora muito rica e profunda, não revela ao iniciante a sutileza do estilo do autor. Nietzsche escreve muito bem, e é um mestre da língua alemã, um filósofo para ser lido em voz alta. Por isso, aliás, que tem que se tomar muito cuidado com a tradução: prefira as responsáveis. Uma escolha mais adequada talvez seja, sem ordem cronológica, além do bem e mal, genealogia da moral, ecce homo ou nascimento da tragédia.A questão do Nietzsche e as mulheres é bastante delicada, podemos tentar desenvolvê-la um pouco mais, com base em alguns parágrafos e aforismas que constam nas obras, especialmente Gaia Ciência e ALém do bem e Mal. A própria Scarlet trabalha essa questão, que foi abordada especificamente em alguns cursos que ela e que ela provavelmente incluiu nos livros dela (não tenho conhecimento a respeito, mas seria oportuno consultar, caso venhamos desenvolver esse tema).abs
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