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22/12/2008 às 23:23 #85974Oliveira, D.Membro
Caro Philipon,Sem qualquer ofensa ao seu texto que, muito bem escrito, continua trazendo uma série de equívocos conceituais. Não sei qual filosofia procura “praticar”, como filósofo da prática, em qual fonte busca saciar sua sede, que é legítima, porém a absorção, vamos dizer assim, apresenta algumas limitações.Não tenho a pretensão ou a didática que seus textos trazem ao longo dos tópicos que pudemos acompanhar, os quais tenta surpreender pela “erudição” no sentido de apresentar “pseudo” verdades, mas vamos tentar contribuir no debate.Quando você me convida a falar sobre teoria, diante de tamanha “ecletidade” não sei de que falará, mas, como filósofo da prática que é, insisto na leitura, pois, acredito no propósito do fórum, no qual, você tem contribuído sobremaneira. Não obstante, acredito que a relação entre observação-conhecimento-teoria- verdade, a qual tem explicitado por diversas vezes nos vários tópicos, guarda especificidades e raízes mais profundas, do que a sua produção idealista de verdade.Acredito que, nunca conheceremos a verdade, desde tempos idos essa é a busca de grandes mentes do pensamento humano. Ao analisarmos a realidade nos aproximamos dela e tentamos explicá-la, a partir daí, vão surgindo teorias das mais diversas, no entanto, qual a verdade?Todavia, não vamos mais discutir a dialética, pois a sua concepção transita da grega ao idealismo francês, não ultrapassando ao ponto de provocar a negação da negação.Dessa forma, se me permite, proponho dar um salto no seu texto, para nos determos um pouco mais na sua “idéia” do pensamento de Marx. E aqui prezado, preciso dizer que mostra-se profundas limitações.Primeiramente, Karl Marx não era um “filósofo idealista humanista” como coloca, pelo contrário, tratava-se de um pensador MATERIALISTA, cuja ação e pensamento, com profundas raízes no humanismo, visavam uma sociedade na qual fossem suprimidas as classes sociais.Quando coloca que Marx ”através da abstração da dialética criou princípios que posteriormente os sintetizou numa doutrina como uma solução para os problemas sociais”, não sei onde leu isso, mas novamente está equivocado. Dificilmente encontrará na obra de Marx a busca de solução para os problemas sociais, mas sim a questão social. Problemas sociais e fatos sociais pertencem à Comte, Durkheim e outros positivistas (acredito até que você guarda certa admiração por essa corrente), e tão pouco se valha de qualquer abstração da dialética para propor a transformação social, ou como preferir a revolução.No tocante a sua afirmação que “os paises que colocaram em prática as idéias e conceitos descritos por Marx, ao programar as reformas sociais ainda que parcialmente, desencadeou conflitos internos e guerras civis responsáveis por milhões de perdas em vidas humanas” novamente precisa ir mais a fundo nos textos de Marx, ou mudar sua fonte de pesquisa. NENHUM país conseguiu implantar o socialismo real e transitar para o comunismo, nem mesmo a Rússia, pois, ao analisarmos o contexto e atores da revolução russa veremos que diferem já na raiz, do preconizado por Marx.O alemão, ao longo de sua obra explicita seu propósito revolucionário via ditadura do proletariado, no entanto, a revolução russa foi estritamente camponesa, não conseguindo transcender o totalitarismo, de forma semelhante temos em Cuba, com algumas diferenças, cujas bases foram fundadas em uma guerrilha, tendo na figura do Che, aquele que possivelmente tinha a dimensão do pensamento de Marx, tentando expandir a revolução, porém, foi abandonado e lançado na jaula dos leões, alguns colocam sob suspeita o próprio Fidel. No Vietnã também não tivemos o socialismo real, tão pouco na Alemanha, ou ainda, na China, cujo “comunismo de mercado” está distante do pensamento de Marx.Portanto, caro amigo, para se propor a ser um filósofo da prática, necessitamos todos de maior entendimento, e, acredito muito nesse espaço como forma de produção de conhecimento.Quanto a sua análise do desastre, compartilho parcialmente de sua construção, trazendo para trama das relações, o modo de produção capitalista, a minimização e subserviência estatal.Assim, continuemos estudando e praticando. Gostaria de encerrar com uma pergunta. Qual o conceito de verdade para você, sem querer trazer aqui qualquer perspectiva socrática?
23/12/2008 às 23:30 #85975PhiliponMembroAmigo Oliveira, eu insisto que seu problema é que só estuda filosofia e não pratica. As pessoas que só estudam filosofia não demonstram ter pensamento próprio, só defendem os pensamentos de outras pessoas como é seu caso. Agora passarei a contestar suas perguntas:
Não sei qual filosofia procura “praticar”, como filósofo da prática, em qual fonte busca saciar sua sede...
Amigo Oliveira, quando você estude ou leia, deve tratar de entender o contexto (espírito) da frase e não só a forma literal. O que eu coloquei foi:
O termo filosofia vem da palavra grega Philosophia que significa Amor à Sabedoria (verdade). A palavra Philosophia era utilizada para identificar o que praticavam os philosophos.
Se você pensa um pouco, verá que no contexto da frase, a palavra Philosophia é um complemento da palavra philosopho, e seu significado global seria: Eu sou filósofo e pratico o Amor à Sabedoria (verdade). Para você esta difícil entender isso?! Você realmente acredita que se pode ensinar Amor à Sabedoria (verdade)?! Gostaria de saber como. Amigo Oliveira, quem pratica filosofia é o filosofo. O filósofo é uma pessoa que tem amor pela verdade e a busca, em outras palavras todos nós somos filósofos e por tanto todos de alguma forma praticamos filosofia (algumas vezes). Amigo, o problema seu é que a pesar de estudar filosofia, não compreende o que é "filosofia" nem o que é "verdade" mais isso é devido a que entre os filósofos modernos tampouco existe uma definição unânime.
Não tenho a pretensão ou a didática que seus textos trazem ao longo dos tópicos que pudemos acompanhar, os quais tenta surpreender pela “erudição”...
Amigo Oliveira, aqui você me está demonstrando que não compreende o significado da palavra “erudição”. Erudição significa: vasto saber adquirido pela leitura Aqui coloco pra você, um exemplo de uma pessoa que “surpreende” pela “erudição”
Caro Miguel Duclós, talvez estejamos partindo de uma mesma vertente para discutir a problemática entre teoria e prática. Acrescentaria, além da 11ª das 11 Teses contra Feuerbach, todas as demais, mas, em evidência também a 8ª e, sobretudo, cabe incluir os “Manuscritos Ecônomico-Filosóficos”, principalmente, quando Marx discute a fenomenologia.
Amigo, analise meus escritos, e verá que o que apresento é realmente uma linha de pensamento fundamentada relacionada a uma verdade. Continuando...
... tenta surpreender pela “erudição” no sentido de apresentar “pseudo” verdades...
Aqui uma vez mais está demonstrando que não tem idéia do significado da palavra “Verdade” e isto é devido a que confunde “Dialética” com “Filosofia”. Agora vou a tratar de explicar a você com “mi modo simplista” o que significa cada uma delas. O termo “Philosopho” foi criado por Pitágoras para definir sua profissão, e para especificar o que fazia, criou o termo “Philosophia”. Agora se Pitágoras criou os termos, fica claro que a única definição plausível para “Filosofia” é “Atividade do filósofo”. O filosofo nessa época tinha consciência que a única forma de adquirir a verdade é através do conhecimento obtido da análise de fatos reais. Os fatos reais se estudam através da ciência e como as únicas ciências que se estudavam nessa época eram: Matemática e Astronomia. As únicas “ verdades” que se conservam dessa época estão relacionadas com essas ciências. Você deve ter escutado falar de os teoremas de Pitágoras, Euclides e outros... Essa era a atividade do filósofo, procurar verdades que pudessem ser demonstradas através de fatos reais. Mais, além de filósofos, eram pensadores e como tal, gostavam da retórica e analisavam temas como Política, Economia, Religião, Ética... Dentro da oratória se acostumava apresentar uma “Tese”, uma “Antítese” e como resultado se obtinha uma “Síntese” que era posteriormente considerada como uma nova “Tese”. Ao processo e arte de se buscar a verdade pelo diálogo e pela discussão se denominou “Dialética”. O resultado da dialética era considerado como uma “verdade provável” não era factível de ser comprovada através de fatos reais. Agora vamos a falar sobre o significado de “verdade” que parece ser seu maior problema. Vou a colocar o significado através de um exemplo para seu melhor entendimento. Imagine que você nunca tinha visto um televisor e visitando um amigo, ele lhe mostra um, e fala pra você, este é um televisor. Posteriormente visitando a outro amigo que também tem um, você fala para ele, nossa você tem um televisor! No exemplo, a exclamação “nossa você tem um televisor” é uma “verdade”, não uma “realidade”, devido a que o termo “televisor” foi obtido por você através do julgamento de um “conhecimento” e este, obtido de outra “realidade”. Agora se analisamos a “verdade” obtida, chegaremos à conclusão que não é uma “verdade real” e sim uma “verdade conceitual” devido a que o termo “televisor” é um conceito. Para uma “verdade conceitual” ser transformada numa “verdade real” a “verdade” deve ser demonstrada com fatos reais (demonstração física). O que faziam os filósofos era similar, primeiro analisavam “fatos reais” e obtinham “conhecimento”. Posteriormente através de julgamento e discernimento do conhecimento obtinham “verdades” as quais, eram comprovadas através de fatos reais sendo desta forma, transformadas em “verdades reais”. A verdade obtida através da “Dialética” não é uma “verdade real” é uma “verdade provável” não se pode comprovar através de fatos reais. Para terminar...
Primeiramente, Karl Marx não era um “filósofo idealista humanista”...
Amigo meu, Karl Marx escreveu a “Doutrina Marxista”. O que significa que você tampouco sabe o que significa “doutrina”. Para seu conhecimento “Doutrina” é um conjunto de dogmas e princípios que fundamentam um “sistema ideológico”. Agora falar que Karl Marx não era idealista significa que você nem sequer entende os pensamentos dos filósofos. Amigo Oliveira, se sua intenção é discutir sobre filósofos e demonstrar sua “erudição” sobre filosofia, neste mesmo site existe um fórum sobre filósofos. Acredito que será bem recebido. Um abraço...
24/12/2008 às 1:20 #85976Oliveira, D.MembroCaro PhiliponNovamente o prezado companheiro traz uma mistura disforme de conceitos com os quais não trabalha bem. Mais uma vez insisto, tente se aprofundar um pouco mais no materialismo histórico e dialético e talvez, compreenderá um pouco melhor o que tenho procurado, minimamente, discutir.Partimos de correntes distintas para análise da temática proposta, ou ainda, na forma como procuramos analisar a realidade. Assim, você continuará abordando a dialética em seu sentido idealista, o qual respeito, mas não vejo grande fecundidade, principalmente, quando tenta abordar conceitos que não domina, e, aparentemente, tem uma leitura superficial - aqui me refiro às suas abordagens sobre Marx."Para seu conhecimento “Doutrina” é um conjunto de dogmas e princípios que fundamentam um “sistema ideológico”. Agora falar que Karl Marx não era idealista significa que você nem sequer entende os pensamentos dos filósofos"Procure estudar um pouco mais o pensamento do genial alemão, principalmente, os conceitos marxianos, evitando assim tantos equívocos.Que você tem uma razoável leitura dos clássicos gregos é inegável. No entanto, sugiro que não adentre terrenos para você ainda escuros, quando não souber ou não entender onde buscar a candeia.Desculpe-me a insistência, não sei que leitura fez ou quem falou, enfim, como teve acesso à informação que Marx era um pensador idealista. Por gentileza, me passe à referência, prometo que lerei com muito cuidado.Por fim, seu amor pela sabedoria aparece carregado de limitações. Nesse contexto, o que diria Pitágoras? Caro Philipon, você e suas verdades....
25/12/2008 às 20:14 #85977BrasilMembroOlá amigosPermitam-me expor o que penso sobre os aspectos observados abaixo:
O alemão, ao longo de sua obra explicita seu propósito revolucionário via ditadura do proletariado, no entanto, a revolução russa foi estritamente camponesa(...)
Um país precisa de Agricultura e de Indústria, seja ele praticante do regime de governo que for. A Indústria russa foi boicotada de todas as formas, seja no acesso às matérias primas ou insumos, seja na colocação de seus produtos no mercado. Aí está algo que Marx não contava: A “torcida” contra, a mobilização internacional contra tudo que tivesse origem nos países comunistas; produtos industrializados, alimentos, arte, música e até notícias. Essa “torcida” contra, que até então se caracterizava apenas em controle midiático e algumas leis supostamente “protecionistas”, tomou corpo e ganhou nome após o final da 2ª Guerra, com a divisão geopolítica entre comunistas e capitalistas, levantou-se a Cortina de Ferro. Só pra se ter uma idéia do que isto implicou aos países comunistas, posso dizer que lembro-me de que um mesmo produto industrializado em países comunistas, devido às taxas de importação restritivas, impostas pelos EUA, sob a força ou a coerção em todos os países capitalistas, custava às vezes dez ou vinte vezes mais caros. Essas taxas restritivas eram uma grande hipocrisia, pois seria menos desonesto dizer que as importações de produtos industrializados nos países comunistas estavam proibidas. Mas para não assumir o caráter ditador do Capitalismo, criou-se taxas de importação da ordem de 1.000%, 2.000%, etc., uma piada. Como a “filosofia” do comunismo não é a acumulação de capitais, somente os comunistas perderam nesta. A reciprocidade destes expedientes não representou maiores problemas aos capitalistas.
(...)forma semelhante temos em Cuba, com algumas diferenças, cujas bases foram fundadas em uma guerrilha, tendo na figura do Che, aquele que possivelmente tinha a dimensão do pensamento de Marx, tentando expandir a revolução, porém, foi abandonado e lançado na jaula dos leões, alguns colocam sob suspeita o próprio Fidel.
Cuba é um caso à parte, pois além de sofrer a antipatia do mundo capitalista, também representava à época um iminente perigo aos paises imperialistas. A coisa não acabou na Revolução Cubana... Eles tinham o Che. A Revolução Cubana não ficou circunscrita ali naquele local. Ela vislumbrava todos os países sob jugo imperialista.Imaginar a URSS tendo de enfrentar problemas econômicos devido à Cortina de Ferro não é tão difícil... Agora imaginemos aquela pequena ilha, que é a Nação Cubana, enfrentando todos os tipos de tentativas de desestabilização do governo, por meio de terrorismo, espionagem e boicotes econômicos. Cuba acabou se transformando numa irritante pedra no sapato estadunidense. O objetivo de Fidel era libertar seu país, mas o objetivo de Che era libertar todas as pessoas. Che não foi “jogado aos leões”! Ele seguiu seu destino já programado muito antes de conhecer Fidel. Che não era cubano, abraçou a Revolução Cubana pelos seus ideais de libertação e não por alguma ligação mais forte àquele país em detrimento de outro. “Sou patriota de todas as pátrias.” ( Che)Conheceram-se por acaso em um bar no México, Che, um médico que saiu andando pelo mundo e tinha ideais libertários, e Fidel, um advogado, filho de pais ricos, e que junto com seu irmão venderam todo seu patrimônio para tentar a revolução em seus país e fracassaram, naquelas alturas, um exilado político. Certamente Fidel cativou Che, provavelmente Fidel lhe contou de sua desventura revolucionária e o que se sucedeu depois disso. Em 1953 quando tentou deflagrar a revolução atacando um quartel general do Exército Cubano e fracassou, esteve preso e pode ver seus companheiros terem os olhos e os testículos arrancados à faca, antes de serem executados. Sofreu torturas e só foi poupado porque precisava ser julgado e assim sepultarem o “mito revolucionário” e não o revolucionário. O julgamento foi assistido por observadores da ONU e Fidel escreveu sua própria defesa, a qual leu diante do tribunal. Esta defesa é o livro que ganhou o nome de “A História me absolverá”, nele Fidel relata seus motivos e tudo o que se passou, inclusive a carnificina que presenciou. Quando a Revolução Cubana triunfou acabou a guerrilha e começou a guerra. Cuba passou a ser atacada por bombardeios aéreos em suas zonas urbanas e pontos estratégicos tanto do ponto de vista militar como também econômico, e o povo cubano pode então ter certeza de quem realmete era o seu inimigo, pois até então, não sabiam ao certo. Che continuou ao lado dos cubanos, foi concomitantemente ministro da Indústria e presidente do Banco Central Cubano. Che foi nomeado presidente do BCC porque era um homem incorruptível. Assinou oficialmente a cédula cubana com o seu apelido, num gesto de desamor ao dinheiro.Acabado os ataques e acalmadas as tensões, Che não conseguia se ver como um “administrador cubano”, não poderia segundo suas aspirações, continuar sendo “poder” em Cuba. Por isso seguiu seu destino: Libertar mais pessoas do jugo imperialista. Che não poderia dar “seu novo endereço” e a mídia capitalista levantou uma série de suspeitas sobre o paradeiro do Che. “Especialistas” de assuntos políticos chegaram a dizer que Fidel matara o Che em uma “disputa interna” no partido. Com todas as especulações que se levantavam, Fidel leu em público a carta de despedida que recebera de Che, uma carta em que Che, além de exaltar a inteligência e honra de Fidel, deixa claro, segundo sua opinião, quem era e deveria ser o líder cubano. Isso pôs fim às especulações maldosas e deu inspiração ao compositor Carlos Puebla para fazer a canção mundialmente conhecida “Hasta siempre comandante”. Che não foi abandonado em momento algum! Apenas seguiu suas aspirações libertárias, primeiro no Congo onde não encontrou revolucionários e sim pessoas querendo se salvar por todos os meios, inclusive a delação e a traição, e depois na Bolívia, onde acabou sendo preso e assassinado, após ser delatado por pessoas das quais queria libertar.
26/12/2008 às 0:05 #85978Oliveira, D.MembroCompanheiro BrasilOportunas e pertinentes considerações.Não abordamos mais detalhadamente esses aspectos da Revolução Russa, e, sobretudo da Revolução Cubana, para não fugirmos ao contexto do debate a partir de alguns itens que o prezado Philipon nos havia colocado. Ainda que, é preciso salientar, talvez não tivéssemos a mesma competência e conhecimento na abordagem trazida por você, no sentido de algumas especificidades de ambas as revoluções. Realmente são vários aspectos a se considerar.Trouxemos ao debate algumas considerações na tentativa de provocar uma melhor abordagem no que tange aos princípios marxianos, para, minimamente, apresentar ao prezado Philipon, “filósofo da prática”, alguns detalhes que nos impossibilita considerar as tentativas de instauração do socialismo nos países supracitados (Rússia, Cuba, Vietnã e China), totalmente condizentes com a teoria de Marx. Concordo plenamente com sua explanação sobre os boicotes realizados à Rússia Socialista, ou se preferir, à URSS, tanto nos aspectos econômicos, como em outras dimensões sociais, como esporte, a arte, enfim, a cultura de maneira geral.É evidente que para qualquer país tanto a agricultura como a indústria são de extrema importância ao cenário econômica e como conseqüência ao social. Mas, ao nos aproximarmos dos escritos de Marx, veremos que a força motriz da revolução, segundo suas considerações, seria o operariado, principalmente pela dimensão político-organizativa desse seguimento da classe trabalhadora, não somente para tomada de poder, mas, sobretudo para sua manutenção, haja vista a Comuna de Paris.No entanto, a revolução Russa constitui um feito incrível, principalmente, ao considerarmos que, ao contrário do que Marx previu, na Rússia o levante proletariado, para não dizer lumpemproletariado deu-se sem total amadurecimento das forças produtivas, impossível naquele contexto.Finalmente, discutirmos aspectos das revoluções é de extrema importância para não perdermos de vista na opacidade do modo de produção capitalista, a possibilidade de vivermos sob as bases de uma melhor sociedade. Suas considerações contribuem diretamente na produção de conhecimento com vistas a buscarmos novas perspectivas analítico-práticas sem perdermos a historicidade e criticidade das relações.att
30/12/2008 às 15:50 #85979PhiliponMembroAmigo Oliveira, Você me colocou o apelido de “filósofo prático” e é a única coisa que lhe dou razão. Minha mãe ficou viúva quando eu tinha 6 anos, e para poder nós manter a minha irmã e a mim, teve que trabalhar. Por este motivo eu fui enviado a uma Colégio-Internato à idade de 7 anos.Apesar de o Internato ter excelentes professores, não passava de ser uma prisão. Numa prisão, uma pessoa deve se virar sozinha e para isto, se não deseja virar saco de pancada, deve pensar mais rápido que as demais pessoas as 24 h do dia (filósofo prático) além de compreender o modo de pensar e de atuar delas (psicologia). Se contabilizamos 14 anos de internato (3 diferentes), isso me dá a experiência de: 24 X 360 (dias) X14 (anos) de pensamento rápido e o estudo psicológico de 5.000 pessoas diferentes. Esse foi meu inicio na filosofia prática e que continuo exercendo por 50 anos. Depois desta pequena introdução vamos entrar em nosso tema de discussão. Amigo, A verdade, eu não pensava continuar dialogando com você devido a que temos uma diferencia muito grande na forma de compreender os fatos em geral. Minha análise é a de um “filósofo prático” e meus fundamentos são em base a fatos reais. Sua análise é em base a erudição e seus fundamentos são referenciais (não próprios). Sua compreensão da leitura é literal e não contextual (falta aplicar pensamento global). Para fundamentar o que estou falando, vamos analisar uma resposta sua. Numa resposta minha coloquei um exemplo de como poderíamos filosofar sobre um fato real cotidiano. O fato analisado foi o desastre ecológico de Santa Catarina e a base da análise foi a seguinte informação: “Para minimizar os efeitos, o governo fiz um aporte de 2 bilhões de reais para ajudar as vítimas e a reconstrução do Estado e outras regiões do país e o povo brasileiro enviou uma quantidade tão grande de toneladas de roupas e outros (que não usava)...que as agencias encarregadas de coletar as doações tiveram que fechar as áreas de recebimento devido a que estavam superabastecidos”. Posteriormente fiz uma análise demonstrando o efeito (desastre) e sua causa, mostrando a seguinte relação: Excesso chuva => Aquecimento global => Excesso poluição => Excesso produção industrial => Excesso de consumo. Depois disto, coloquei uma nova informação: “O governo fiz um aporte de 2 bilhões de reais para ajudar as vítimas na reconstrução do Estado e outras regiões do país e ao mesmo tempo o governo aprovou um pacote econômico de R$ 9 bilhões para manter o crescimento da industria automotriz e fomentar o consumo”. Finalmente coloquei as conclusões da análise das informações: “Em outras palavras ou governo aportou 2 bilhões para minimizar o efeito do desastre e 9 bilhões para maximizar a causa do desastre”. Em realidade, eu coloquei o exemplo, com uma análise incompleta só para analisar seu modo de pensar. Sua resposta foi:
Quanto a sua análise do desastre, compartilho parcialmente de sua construção, trazendo para trama das relações, o modo de produção capitalista, a minimização e subserviência estatal.
Amigo Oliveira, segundo sua resposta, você não entendeu absolutamente nada do contexto do escrito, e isso, prova que você não analisa a leitura e seu raciocínio sobre a mesma é a base de conceitos prefixados. Um “filósofo prático” teria pensado: Que está querendo dizer este cara?... Bom, primeiro ele está mostrando o envio da imensa quantidade de toneladas de roupas e outros... Parece que ele nós quere indicar o bom coração do povo brasileiro... Mais espera aí, depois colocou a relação Causa – Efeito, do desastre. Excesso chuva => Aquecimento global => Excesso poluição => Excesso produção industrial => Excesso de consumo. Onde o efeito é “Excesso de chuva” e a causa é “Excesso de consumo”, agora se nós analisamos o conjunto das informações colocadas, da para entender o que realmente está querendo dizer... Se por lógica enviamos coisas em bom estado que não utilizamos, e isto, porque com certeza foram substituídas por outras, em realidade o que nós estamos enviando são milhares de toneladas de “Excesso de consumo” (causas do desastre). Então, o “filósofo prático” chegaria a seguinte conclusão... Nossa! devido ao meu excesso de compras desnecessárias estou causando desastres ecológicos. A partir de agora, vou falar para minha família, amigos e para quem me deseje escutar, que nós formamos a parte importante da causa do desastre de Santa Catarina. Amigo Oliveira, eu estou achando que seu problema é excesso de erudição e falta de compreensão do contexto que lê. Agora vou a responder a sua resposta:
Caro PhiliponNovamente o prezado companheiro traz uma mistura disforme de conceitos com os quais não trabalha bem. Mais uma vez insisto, tente se aprofundar um pouco mais no materialismo histórico e dialético...
Amigo Oliveira, trate de ser mais específico em suas respostas. Você esta falando que utilizo “uma mistura disforme de conceitos com os quais não trabalha bem”. Quais são esses conceitos, seja objetivo, eu lhe apresentei definições sobre: filosofia, filósofo, verdade, pensamento, realidade, dialética... Agora vamos a analisar seu “Genial” alemão Karl Max Para um “filósofo prático” o “Genial” Karl Marx seria considerado como um pensador medíocre e bastante limitado e seus fundamentos seriam os seguintes: Este cara possui um conhecimento muito superficial das coisas, e isto é devido a que seu pensamento é superficial. Vamos analisar, o porquê? Para começar devemos analisar a origem do conhecimento. Quando nós temos “experiências externas”, “percebemos” “realidades”. Quando nós “percebemos” “realidades” adquirimos “consciência” da realidade. A resposta da “consciência” a este fato é uma “interpretação superficial” do fato refletida na forma de um “pensamento superficial” Aqui temos o primeiro erro do “Genial” Karl Marx. Quando analisou as “experiências externas” ele não “percebeu as realidades”, ele considerou as próprias “experiências externas” como realidades. Quando nós “analisamos e discernimos” isto é meditamos sobre um “pensamento superficial” obtemos o “conhecimento da realidade”. Aqui temos o segundo erro do “Genial” Karl Marx. Todas suas idéias e doutrinas tiveram como base somente o “pensamento superficial”, ele nunca teve consciência da existência do “conhecimento da realidade”. O terceiro erro do “Genial” Karl Marx foi acreditar na filosofia “monista” isto é, que todo é “matéria” e sua origem é uma “substancia fundamental”. Isto, todo “filósofo prático” sabe que não é verdade, já que, a estrutura da matéria é composta por átomos e a estrutura do átomo e composta por partículas fundamentais: fótons, leptons, quarks e outros... A partir destes erros, o “Genial” Karl Marx criou toda sua filosofia ideológica. Devido a sua ignorância sobre a realidade, ele desconhecia a existência de uma “realidade externa” e uma “realidade interna”. Que a “realidade externa” existe por se mesma, para sua existência, não precisa de observador. Como o “Genial” alemão considerava que a “experiência prática é a realidade” (erro), considerava que a realidade era “dinâmica” (erro) e pelo tanto precisava de um observador (erro). A “realidade interna” corresponde à existência das faculdades da "psique" isto é, consciência, discernimento, raciocínio, lógica, além das sensações físicas sentimento, emoções... Como o “Genial” alemão era ateu e materialista, não considerava valida esta realidade. Para ele, o ser humano era considerado como matéria, e os pensamentos eram produzidos pela interpretação das experiências práticas, obtidas através das relações entre os meios de produção (matéria), os operários (matéria) e as lutas de classes (matéria) pelo tanto, o pensamento também é matéria e como o “Genial” Karl Marx considerava que a “experiência prática” era a “realidade”, chegou à “genial” conclusão que o pensamento (matéria) é a “realidade”. E essa é a base de toda sua doutrina, “materialismo histórico e dialético” Por todo o exposto, um “filósofo prático” consideraria ao “Genial” Karl Marx um “ignorante mesmo”. Para finalizar...
Caro Philipon Mais uma vez insisto, tente se aprofundar um pouco mais no materialismo histórico e dialético e talvez, compreenderá um pouco melhor o que tenho procurado, minimamente, discutir.
Amigo Oliveira, até agora você não tem colocado um só pensamento próprio. Só tem colocado referencia de pensamento o que prova que você possui erudição e não é um “filósofo prático”. A prova está que o tópico do forum é Teoria X Prática e em seu post termina discutindo sobre a "Revolução Russa". Um abraço...
30/12/2008 às 17:20 #85980Oliveira, D.MembroCaro PhiliponSua história, tal qual Oliver Twist de Charles Dickens, é de fazer marejar os olhos de qualquer um, por isso, respeito muito. Tenho certeza que foram, e talvez ainda sejam momentos difíceis, mas paremos por aqui...Eu realmente pensei que não apareceria mais por aqui, como foi na extensa e intensa discussão com o nobre niilista “cdp2x”, mas também não vem ao caso.Retomemos a discussão...Diante da concretude que fundamentam suas análises, frente à tamanha genialidade que coloca o alemão Karl Marx como um pensador medíocre, resta-me curvar diante de uma grandeza jamais vista. Espero que, tão logo conclua sua(s) obra(a), a(s) qual(ais) ficará(ão) para posteridade, pois, não acredito que qualquer contemporâneo tenha capacidade suficiente para apreender sua complexidade, lembre-se desses singelos momentos e me presenteie com um volume ou, ao menos, algum manuscrito. Talvez você seja o que realmente estejamos necessitando, do ponto de vista filo-sociológico, na contemporaneidade.Voltando o exemplo de Santa Catarina, para ser sincero, não me detive muito a sua falácia causal. Por isso, respondi de uma forma um tanto quanto genérica e despretensiosa, pois, partindo de um filósofo da prática, com um precário aporte teórico, não tive a paciência necessária. Espero que me perdoe e mais uma vez me curvo diante de sua grandeza analítica.Não me detive primeiro porque não compartilho que a causa seja o excesso de consumo, se considerarmos uma relação de causalidade, dentro de sua fenomenologia, pois, entendo que consumo seria o efeito. E, segundo, bem, voltemos à dialética.Temos o modo de produção capitalista que, em seus processos de trabalho impõe profundas alterações na sociedade, tanto em aspectos infra-estruturais, como superestruturais. Assim, em sua lógica e racionalidade, as relações de consumo são força motriz, ou seja, somos impulsionados tanto pelas necessidades materiais, como pelos aspectos culturais, a consumirmos cada vez mais. Dessa forma, amplia-se a produção, extrapolando divisas, acarretando diversos efeitos, tais quais; o aquecimento global, fome, violência, enfim, várias refrações da questão social.Portanto, a causa não é o consumo, mas sim o modo de produção sob o qual por hora nos encontramos. Isto é, temos o modo de produção capitalista que impõe profundas alterações nas relações materiais e tradicionais em um constante e dinâmico movimento, que em sua ética demonstra em condições práticas toda a sua dimensão destrutiva, tendo no aquecimento global, parte dessa problemática.Todavia, dentro de seu referencial teórico (ou ausência dele), em sua genialidade, filósofo da prática, você até começou bem.Por fim, a Revolução Russa, foi por mim apresentada a partir de uma incoerência sua, não sei se recorda-se. Mas, também, não vejo aí um problema. Temos sim um interessante contexto para discutirmos a relação Teoria x Prática, no entanto, para isso, precisamos conhecer.att
30/12/2008 às 23:15 #85981PhiliponMembroAmigo Oliveira, Para variar demonstrou que sua compreensão na leitura de texto é nula. Eu coloquei essa pequena biografia não para emocionar a você. Eu coloquei essa biografia para que você tomasse consciência que não está dialogando com um babaca que aceita como resposta valida qualquer besteira sem pé nem cabeça como você vem apresentando até agora. Mais lamentavelmente essa capacidade você tem demonstrado que não possui. Obrigado por me lembrar do amigo “cdp2x”, eu não me lembrava a quem você se parece, agora me lembrei. Você se assemelha ao notável niilista “cdp2”. Ambos dois demonstram que são alienados, não possuem pensamento próprio. Ambos dois falam coisas “sem pé nem cabeça”. Ambos dois se comportam como pessoas medíocres, acham que com o pouquíssimo conhecimento que possuem podem encarar a qualquer pessoa de forma séria num fórum, só falando que a pessoa possui problemas conceituais. Ambos dois têm sérios problemas de compreensão. Ambos dois escutaram falar do termo “pensar”, mas ambos dois não sabem como se usa nem para que sirva, Como você se assemelha tanto ao notável “cdp2x”, meu dialogo com você termina agora. Amigo Oliveira, como você gosta tanto do notável “cdp2x”, deve ter notado também que todos os tópicos em que ele se tem apresentado morrem com ele. E isto é devido a que ninguém tem saco para discutir sobre bobagem “sem pé nem cabeça”. Foi bom ter dialogado com você mesmo que não tenha apresentado nada próprio e o pouco que apresentou é ininteligível. Um abraço e um Feliz Ano Novo junto a sua família. Que o próximo ano seja pleno de amor, saúde e motivação na procura de novos conhecimentos.
31/12/2008 às 1:31 #85982Oliveira, D.MembroCaro PhiliponAgradeço os votos e desejo o mesmo a você e aos que te circundam, não faço questão de sua imensa sabedoria, mas, reforço caro filósofo da prática, tão logo conclua sua excepcional obra, a qual coloca, segundo seus últimos dizeres, o pensamento de Marx na mediocridade, lembre-se de mim. Finalmente, quanto a ininteligibilidade do que temos apresentado até então, realmente pode aparecer como tal para quem não conheça, no entanto, ...até breve.Que nos encontremos em outros Fóruns, filósofo da prática.att
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