Início › Fóruns › Fórum Sobre Filósofos › Marx › Uma sociedade revolucionária?
- Este tópico está vazio.
-
AutorPosts
-
08/02/2007 às 4:23 #70607Natalia R.A.Membro
Prezados,Realmente, não há como negar, que Marx e seus pensamentos, suas análises sobre o capitalismo, influenciaram e até hoje faz com que pessoas, como eu, pense sobre a sociedade, sobre as relações econômicas, históricos-sociais de uma forma diferente, através deste olhar Marxista e não de um olhar "comum".Mas, a questaõ que levanto aqui é que: Até que ponto o capital, o "status" que o indivíduo tem em uma sociedade, pode influenciar na construção ou desconstrução de uma sociedade que só leva em consideração capital- lucro-status, ou seja, uma sociedade capitalista, indivudualista e contraditória?Haveria alguma forma de vivermos, sem nos impregnarmos deste quadro "sou o que tenho" porque sou "dono" dos bens de produção ou porque sou um "intelectual" e não um "alienado"?Bem,espero que vocÊ me ajude nesta reflexão""Obrigada!
08/02/2007 às 23:49 #84258Miguel (admin)MestreBem vinda ao fórum, Natália.Ao que me parece a sua reflexão recai sobre uma possível mudança do eixo da sociedade, que atualmente é o capital, para a sociedade em si, correto? Se for esta sua proposta, temos um tópico muito parecido:Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro?Leia e deixe sua opinião também.
28/08/2008 às 12:05 #84259artmovMembroÉ plenamente possível uma sociedade sem dinheiro e Marx foi o primeiro a teorizar isso. Não se deve confundir o CAPITALISMO DE ESTADO implantado na União Soviética e outros países com a proposta de Marx e a luta dos trabalhadores na Comuna de Paris, Revolução Russa, Guerra Civil Espanhola, entre outras experiências.ESta é a sociedade do ter e não do ser, como dizia o psicanalista Erich Fromm.
28/08/2008 às 14:52 #84260BrasilMembroOlá artmov, bem-vindo ao fórum!
É plenamente possível uma sociedade sem dinheiro e Marx foi o primeiro a teorizar isso.
Me desculpe, mas a menos que eu estiver muito enganado, eu acho que Marx não cogitou o desuso de dinheiro como proposta. Ele até explanou esse aspecto, mas como simples objeto de comparação de valores materiais e valores de trabalho. O uso do dinheiro para representar os valores de troca de mercadorias e trabalho, em sua teoria, na prática, continua! Portanto, não seria uma sociedade sem dinheiro e sim, com pouco dinheiro. A proposta de Marx é a de regular o uso de dinheiro.Uma sociedade sem dinheiro deveria necessariamente abolir os valores expressos e implícitos em cada coisa, cada objeto, cada serviço, cada dia trabalhado, cada pessoa, cada corporação, etc., e substituir por valor único de compromisso. Tão somente isso. Todos ou cada um tem igual valor desde que faça algo útil à sociedade como um todo, observando todos os aspectos.
01/11/2008 às 14:21 #84261AriadneMembroBrasil, na doutrina marxista a mercadoria, o mercado e o dinheiro são a alienação. O que Marx propõe é completamente absurdo. Numa sociedade complexa não se pode decidir politicamente qual a quantidade de cada tipo de produto se irá produzir. Isso só pode ser regulado pela existência de uma moeda, de um mercado. Consumidores precisam ser soberanos, ter autonomia em relação ao Estado, tanto do ponto de vista do consumo como da produção. O mercado, no entanto, também tem seus limites de funcionamento? Sim. Daí a necessidade de adequá-lo a determinadas regras, segundo Keynes.
19/11/2008 às 17:14 #84262BrasilMembroOlá Ariadne
Numa sociedade complexa não se pode decidir politicamente qual a quantidade de cada tipo de produto se irá produzir.
Numa sociedade sem dinheiro o que decide isso é a demanda. Não há interesse de um e nem de outro, de produzir mais ou menos determinado produto, respeitando-se evidentemente os interesses ecológicos e ambientais, que vêm antes dos individuais. Não é o que ocorre na prática.
Consumidores precisam ser soberanos, ter autonomia em relação ao Estado, tanto do ponto de vista do consumo como da produção.
Na sua frase, leia “cidadãos” onde se lê “consumidores” e terá a sociedade ideal. O grande problema é o “consumo” e tudo o que HOJE está associado a ele. A palavra consumir está muito relacionada ao comércio, à compra e ao dinheiro evidentemente. Uma transformação lingüística por força do hábito: Consumir, antes de tudo é fazer uso, gastar.Na sociedade sem dinheiro consumir é fazer uso. Não existe comércio de espécie alguma. A demanda (procura) determinará o que e quanto será produzido. A ocupação (trabalho) de cada um não é escolhida por necessidade de "algo em que se ganhe mais dinheiro" e sim escolhida pelo dom que se tem. Para poder assimilar esta idéia de uma sociedade sem dinheiro, porém com tecnologia e conforto, uma verdade tem que estar bem clara em nossas mentes: A Terra provém todos os recursos.Assim sendo, não falta matéria prima, não falta espaço, não falta gente capaz de exercer sua profissão com satisfação desde que não se sintam inferiorizados, explorados, lesados, assim como se sentem praticamente todos os contribuintes de todos os fiscos e sistemas tributários mundiais. Se algum contribuinte desejar me desmentir... Que fique à vontade :D
12/02/2011 às 18:14 #84263BENEDITO GOMESMembroOlá amigos, No modelo de Economia Neoliberal existe um distanciamento, um vácuo, entre o "financeiro/teórico" (ou seja, os valores econômicos, que, na prática, só existem na mente dos seres humanos) e os valores reais; em outras palavras, a visão de mercado acaba tendo mais importância para nós do que o valor de uso, o valor intrínseco das coisas, das necessidades verdadeiras que temos. A meu ver, um modelo de sociedade onde a economia não seja o centro das atenções, mas, sim, e em seu lugar, a busca pelo suprimento das necessidades materiais (associado a isto, as de espírito) de todos/as, regida por um sistema democrático, que obedeça aos interesses populares, um estado forte que garanta a igualdade, a dignidade, o respeito aos seres humanos e a nossa Casa Comum é o ideal - o que, conseqüentemente, se aproxima do socialismo, ou de uma adequação deste, o ecossocialismo.Não digo eliminar o dinheiro, mas impor limites efetivos a especulação. Um bom começo seria a criação de uma moeda mundial. É impossível manter uma economia justa enquanto pessoas ganham fortunas à custa de trabalho nenhum, somente através da troca de moedas e de ações.
14/02/2011 às 13:06 #84264massMembroA ironia da especulação é que ela não é culpa dela mesma. A especulação altera a visão dos outros sobre os produtos, e os outros tendem a comprar e vender influenciados pela especulação, e assim possibilitam a especulação.Não sei se me fiz entender, mas o capitalismo, apesar de financeiro, ainda é baseado em oferta e demanda. O financeiro só tem poder pela ansiedade de comprar/produzir de pessoas/empresas, ou até a necessidade de investimento para conforto/crescimento, e isso que cria a oportunidade ao financeiro ou às ações.Uma moeda internacional não mudaria isso, a não ser que salários e preços fossem tabelados internacionalmente também, o que é impraticável. Ai, então, deveria existir a busca pelas necessidades e somente. Um problema, qual a ordem das necessidades? Se existisse esse tipo de organização, antes de continuar os investimentos em tecnologia, deveria existir a distribuição e produção de alimentos para atingir a necessidade básica. Mas acontece que o ser humano, não por defeito, tende a querer resolver as suas próprias necessidades, e não a necessidade do somali de 18 anos e 7 filhos.O comunismo de Lenin funcionaria se Trotsky chegasse ao poder ao invés de Stalin, e assim difundisse o comunismo à todas as nações ao invés de investir somente na URSS? Eu acho que sim, pois não haveria parametros para comparar e acreditar que o comunismo estava errado, porém algum conceito novo há de surgir para concertar os problemas do capitalismo e da democracia. Sim, da democracia, pois eu não acho que democracia seja o final da linha para a evolução política mundial, visto que é certamente um sistema falho, não querendo dizer que existam melhores no momento...Só entendo, no momento, uma coisa. Economia é emocional. Um economista deveria ser um psicólogo de massas, antes mesmo de aprender porcentagem básica. Especulação é emoção, e só tem força pela emoção geradora de uma resposta, também emotiva, ganancia ou medo, dependendo do caso.
-
AutorPosts
- Você deve fazer login para responder a este tópico.