Vontade De Poder

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  • #70044

    Olá! Como vão?
    Não conheço nada da obra de Nietzsche, e por isso, tenho algumas perguntas:
    1)O que Nietzsche queria dizer quando se referia ao termo “Vontade De Poder”?
    2)E quando se referia ao “super-homem”?
    Fico grato por qualquer ajuda.

    #77258

    A vontade de poder ou potência, é a vontade de expandir-se, tornar-se mais, crescer, desenvolver-se, ser mais: “a própria vida é vontade de potência”.

    O além-homem é um mito para manter a constante superação.

    #77259

    Vida é vontade de potência.

    A vida se determina por vários níveis de condensação ou díspersão de forças. Concentrar a vida, afirmar a vida, é a vontade de potência.

    O além do homem não é um mito. O homem é uma corda estendida sobre um abismo. Perigosa travessia, perigoso olhar para trás. Numa das pontas da corda está o animal, na outra está o além do homem. O além do homem é aquele que passou pela tresvaloração de todos os valores. O além do homem é a razão da terra, afirma a vida e cria seus próprios valores. Está situado no porvir.

    Estou em época de provas, depois lhe respondo melhor. Leia o texto a seguir para saber um pouco mais:
    http://www.consciencia.org/contemporanea/nietzsche2.shtml

    abs

    #77260

    O 'espírito livre' é quem cria seus próprios valores, que econtra a si mesmo.

    O 'além-homem' é uma motivação, um sentido, ou seja, um mito, não um estado.

    É necessário considerar também o 'homem superior'.

    #77261

    Embora repita o que alguns colegas anteriores expuseram, espero estar contribuindo de alguma forma…

    A noção de “super-homem” designa um ideal de ser humano ainda por surgir, condensando a mensagem que Zaratustra, seu profeta(“Assim falou Zaratustra), vem trazer aos homens imersos no niilismo. O “super-homem”, criador de seus próprios valores e fiel à sua vontade de potência, viverá conciliado com seu corpo , com o incessante perecimento de tudo que existe e com o inevitável transcorrer do tempo.

    A “vontade de potência” não é simplesmente uma vontade que deseje dominar ou que aspire à potência, e sim um princípio criador que, através de uma hierarquia de forças, impõe uma direção a uma parcela da realidade.

    Afirmação da vontade de potência indica que a perspectiva dessa vontade prevaleceu, que uma nova hierarquia passou a vigorar e portanto, novos valores foram criados. O super homem é apresentado como o ser humano no qual essa vontade de potência afirma-se na plenitude , criando novos valores.

    #77262

    Olá, me inscrevi hoje no site, e lhes deixo uma citação que gosto muito :
    ” Os homens mais espirituosos, pressupondo-se também que sejam os mais corajosos, são os que mais amplamente vivenciam as trajédias mais dolorosas : mesmo por isso, contudo, eles honram a vida, porque ela lhes contrapõe o seu maior antagonismo”
    Abraços.

    #77263

    Emerson Mauleón: Eu sou neofita nesse asunto e na filosofia em geral,eu nao sou de seu pais,nao estudei na universidade, nao terminei a escola, por favor lhe pido paciencia, porque nao sei muito portugues mas quero me expresar. Eu nao acredito no SUPER HOMEN, eu acredito na SUPER RENUNCIA DO HOMEN a toda vontade de subyugar todo quanto exise. Tambem acredito que o caminho do homen tendría que haber sido la busqueda constante de su autenticidad absoluta.(perdao pelo espanhol)asim aconteceu com peter camezind, harry haller e especialmente con Sidartha. Tambem acredito no recheado da bolacha, nos amigos da lavanderia y no mecano. muito obrigada.

    #77264

    Hola Catalina, cuánto al idioma no hace falta que te preocupes, pues como ves, yo hablo español.Bueno, te comento para empezar, que para alguien que se dice sin estudios, utilizaste una palabra difícil eh : neófita,la tuve que buscar en el diccionário, y aprovecho esta palabra para entrar en el tema : neófita significa una persona recién iniciada en una religión – te pregunto : consideras lo relacionado a Nietzsche como una religión ? ya me contestarás. Bueno, ahora cuánto al superhombre…uy uy uy tema difícil….pero veamos me dices que no crees en él, y si en una Super Renúncia Del Hombre, y de los ejemplos que me diste te cojo uno : Sidartha – es un excelente ejemplo, puesto que el budismo es una religión de la renúncia, no? Y visto desde este prisma, lo que me parece que veo en tus palabras, es que no crees en el Super Hombre según lo ha definido Nietzsche, y si, según tu punto de vista, el Sidartha seria un ejemplo de camino ideal, de la autobúsqueda de autenticidad, sería en realidad, “el verdadero superhombre” , es eso ? Aguardo tus comentarios.Por fin te pregunto lo siguiente : Estudiaste Nietzsche por tu propia cuenta? Y lo más importante, has leído
    el Zaratustra ?
    Termino enviándote un saludo desde Brasil(de dónde eres?), y felicitándote por tu excelente buen humor al decirme que crees en el relleno de las galletas…ja ja ja…muy bueno….profundo eh
    Detalle : te recomiendo que te registres en el site, pues así puedes, en la parte de “editar perfil” recibir por email todos los mensajes que se envian las personas dentro del site (aunque se hable de todo, y muchas cosas no sean de nuestro interés, siempre hay alguna esperanza, no? ) :-))
    Un abrazo.

    #77265

    Tenho escrito muito pouco no site por falta de tempo, mas interessei-me pela mensagem da Catalina. Primeiramente gostaria de animá-la para que continuasse escrevendo, apesar da dificuldade com o portugues. Embora com um ou outro errinho confesso que sua mensagem é mais clara que de muitos daqui mesmo.

    Continuando: sou cristão – o que desperta imagens preconceituosas na cabeça de muitos “esclarecidos” que encontramos por aí, sei que vão voltar a esse ponto de novo – e também formado em filosofia. Tenho predileçao pela filosofia contemporânea e sempre considerei Nietzsche um autor interessante. Ultimamente, inclusive, o tenho lido muito; de dois modos, academicamente, buscando entender ao modo dele, livremente, buscando fazer ligações e despertando reflexões pessoais.

    Poderia discutir nuances da obra de Nietzsche, e com isso já teríamos assunto para perder de vista, contudo, isso eu costumava fazer no ambiente acadêmico mesmo. Não discordo com a referência da Catalina aos neófitos e, pelo contrário, acho-a bem pertinente: é comum encontrar discípulos de Nietzsche que o consideram o último referêncial de verdade, e a obra dele o ápice da sabedoria – embora, quem sabe, algum mais esclarecido não chegue a utilizar essas palavras. Nietzchianismo como algum tipo de religião estranha que pretende fazer a ponte (quem leu a obra deveria reconhecer os termos) entre o homem e o Super-Homem (leia-se Deus, provocando).

    Finalmente ao ponto – perdoem-me se nao cito as fontes, talvez o faça depois, mas agora falta tempo e já vou escrevendo demais. Os textos abaixo são retalhos da obra de Nietzsche, colhidos livremente, sem respeitar – EVIDENTEMENTE – os desejos dele. Gosto de ler Nietzsche, é alguém interessante para se ler… mas um péssimo companheiro de viagem. Se vale a pena aprender a pensar com Nietzsche, provavelmente é uma droga pensar como ele. Filosofe com o martelo, mas nao martele o próprio dedo.

    Por que isso? Nietzsche chama a atenção para a importância da vida, e para a importância de se ser um indivíduo, autor, não figurante, da vida. Mas no processo, esquece da dialética (ela de novo): o outro sou eu, somos. Repete o erro de Kant (a quem criticava com frequência): ao se colocar como referencial único entra numa espiral sem saída em redor do próprio umbigo.

    Os pensamentos:

    (1) “Deus também tem o seu infermo, é a compaixão pelo homem.”

    (2) “… compaixão só serve para trazer dor”

    Os dois acima, estavam num contexto de crítica, quando criticava as virtudes (de novo critica ao cristianismo?!). Mas, noutra parte:

    (3) “.. quem foge da dor, foge da vida… a dor faz parte da vida”

    Quando se defendia (contratacando) os que falavam contra posições da sua obra. Entretanto, aplique-se esse terceiro ponto aos dois anteriores. Um Deus da Vida (desvirtuado? mas a aceitação do próprio passado é que vai contra ao “espírito de vingança”!) deveria necessariamente sentir dor, compaixão (Deus-Amor). Sempre me interessei pela filosofia do encontro.

    Interessei-me mais por sua mensagem, Catalina, porque vai em direçao à aplicação prática de pontos levantados pela crítica de Nietzsche… Mas, sem também negar as razões de Nietzsche, renúncia por submissão imposta não seria alimento para vida, mas escravidão. Isso também foi, noutro contexto, levantado por Kierkegaard, e esse cristão. Citaram Zaratrusta, entao peguei carona. Procurei dar seqüência à abordagem da Catalina, talvez não ao modo dela, o que significa que ela pode discordar de mim.

    Prefiro ler a obra de Nietzsche como uma tragédia. Nietzsche lembra o estilo sofista, com grande apelo para a persuasão pela força das palavras – leia-se retórica -, razão (ela de novo) pela qual deveria ser lido com cuidado para nao levar gato por lebre.

    Seria fácil encontrar crítica à prudência, ou qualquer outra virtude, naquelas obras – mais retórica. Mais fácil ainda encontrar passagens que colocam Nietzsche em contradição, são inúmeras e ele nao se preocupava com isso. Ele usa das palavras como quer, desde que cumpram o objetivo de convencer.

    Por outro lado, Nietzsche não queria discípulos, tinha desprezo por isso – MAS, também não queria adversários. Ele queria era falar! E falava bem.

    Abraços.

    #77266

    Não consigo entender como alguém possa entender Nietzsche “como o ultimo referencial da verdade”.Para minha mitologia filosófica particular (abreviação MFP) Nietzsche se encontra ao lado de Pascal,Kierkgaard,Emil Cioran (etc).Entendo que dois elementos unem esses filósofos: o estilo pessoal de escrita “quase autobiográfica” (como diria Susan Sontag) e o que chamo (permita me a liberdade) de “pessimismo metafísico”.Pessimismo metafisico, porque (grosso modo) se trata de um desgosto com a própria existência e não com condições que podem variar durante a vida(“escrevo”,não se trata uma revolta contra as vicissitudes da vida).
    Kierkgaard possui o “pulo ao desconhecido” assim como Nietzsche possui sua verdade artística (ou artificial).Mas creio que ambos partiram do mesmo solo, ou melhor, da ausência de solo.
    Apesar disso penso que ao menos Nietzsche e Cioran (não conheça Kierkgaard o suficiente, ainda) não trocariam a feliz alienação do homem comum ( ou de um santo) às sutilezas da razão.Então, ambos agem em revolta contra a ausencia de uma verdade certa e segura.Nietzsche valora (ou transvalora) artificialmente e Cioran sarcasticamente se auto destrói (como todo bom metafisico) e se espreguiça de existência.
    Enfim, (para não demorar demais) acho que a filosofia de Nietzsche é muito sutil (chega até a dar tontura como diz Gerard Lebrun), essa dialética louca é caracteristica da filosofia dele assim como o é da filosofia de Pascal (talvez daí venha as contradições).Também creio (só creio mesmo..) que Nietzsche possua um pessimismo irônico que ultrapassa uma leitura apenas estruturalista de seus textos…respirando o ar de suas obras a vontade de potencia “realmente” me parece artificial (ou artística).Mas, a vida não é mesmo uma obra arte?…Só Deus sabe!..

    #77267

    “La idea de poder (Match) o potencia ha estado casi siempre presente en el pensamiento de Nietzsche, pero se ha abierto paso especialmente a partir de Así habló Zaratustra ((Also Sprach Zarathustra, 1883-1891) y de Más allá del bien y del mal (Jenseits von Gut und Böse, 1886), culimando em los fragmentos póstumos que la hermana de Nietzsche agrupó bajo el título de La voluntad de poder (Der Wille Zur Match). La más conocida expresión es la que figura en este último título –, a veces tambien llamada, en español, -. Esta expresion abunda en los citados fragmentos póstumos; en ellos se habla de la voluntad de poder como conocimiento en la Natureza, como sociedad e individuo, y como arte.

    No es facil determinar lo que Nietzsche entendía por 'voluntad de poder'; es razonable pensar que entendía muy diversas cosas, aun todas parecen tener um rasgo común: el de un ímpetu o impulso que vai siempre , que no se detiene nunca. Nietzsche estimaba que la voluntad de poder expresaba un movimiento destinado a sustituir en el futuro al completo nihilismo, pero de tal modo que presuponía, lógica y psicológicamente, el nihilismo (fragmentos de noviembre de 1887 a marzo de 1888). No hay que entender la voluntad de poder en sentido psicológico, aun quando Nietzsche habla de ella a menudo em términos psicológicos. La voluntad de poder és más bien algo vital, orgánico y biológico. Por eso al referirse a la voluntad de poder de poder en el conocimento Nietzsche destaca el valor biológico del conocimento. La voluntad de poder es entendida en función de la vida. Sin enbargo, no se quipara a la voluntad de vivir de Schopenhauer, que Nietzsche critica justamente por redurcirse a un tipo de realidad psicológicac-vital. Nietzsche se opone firmemente a toda concepción de la vida como (Wille Zur Match, III, 682). La adaptación orgánica es meramente pasiva, pero la voluntad es supremamente activa, justamente que va siempre de lo más interno a lo más , que consiste en manifestarse y sin cesar. De ahí la oposición al darwinismo, que destaca la del hombre. La voluntad de poder nietzscheana sobrepasa toda actividad individual y toda aspiración a la individual>.

    Nietzsche trata de concentrar la noción de voluntad de poder en la idea de una fuerza universal impulsora. Ni tiene simplemente un sentido orgánico o vital y no es tampoco una espécie de impulso ínsito en toda materia. De alguna manera es una realidad – si bien de una . Nietzsche afirma que la voluntad de poder es (Wille Zur Match, III, 688)., de modo que no hay, además de ella, una fuerza física, dinámica o psíquica (loc cit.). Nietzsche niega, sin embargo, que la voluntad de poder sea una substancia de ninguna especie. No es tampouco un principio o una ley. La voluntad de poder se expresa en (Kraft-Quanta). Es, pues, una realidad esencialmente dinámica. Pero no es dinámica sólo en tanto que es un devenir que se contrapone al ser. La voluntad de poder – que es, dice Nietzsche [ de la realidad ] – no es no ser ni devenir, sino pathos. Lo que llamanos es sólo la forma más conocida del ser, y es especificamente (Wille Zur Match, III, 689).

    La noción de voluntad de poder está estrechamente relacionada com la de e o y com la de – si bien esta última parece incompatibible con una voluntad de poder en contínua expansión -.En los fragmentos póstumos de Nietzsche estas tres nociones se hallan frecuentemente entrelazadas, pero la voluntad de poder parece tener la preeminencia.

    La voluntad de poder se opone a la , de la que Nietzsche habla, despectiva y sarcásticamente, al comienzo de Más aallá del bien y del mal (Lenseits vom Gut und Bóse,§§1-4).Por qué, pregunta Nietzsche, la vrdad más bien que la ? Cuando los filósofos hablan de la verdad, expresando una , se engañan a sí mismos; al fin y al cabo, su pensamiento está guiado por . Un falso juicio, afirma Nietzsche en uno de sus más famosas pasajes (ibid., §4), no constituye objección contra él; lo important es saber se el juicio sirve o no para mantener y fomentar la vida. Si la mantiene y fomenta no importa su no verdad. Colocárse más alla del bien y del mal es el camino hacia la voluntad de poder; a menos que sea la expreción de esta voluntad de poder.

    Véase: G. Abel, Nietzsche. Die Dynamik der Willen zur Match und dir ewige Wiederkehr, 1984 -G. G. Grau, Ideologie und Wille Zur Match. Zeirgemässe Betrachtungegn über Nietzsche, 1984 – F. Decher, Wille zum Leben-Wille zur Match. Eine Untersuchung zu Schopenhauer und Nietzsche, 1984.”

    J. FERRATER MORA, Diccionario de Filosofía, vol. 4. Ariel, Barcelona, 1994.}

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