Senso Moral

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  • #69788

    Gostaria de saber um pouco mais a respeito da consciência e o senso moral, relacionado com a vida HOJE. Por exemplo: o aspecto da criança que pede esmola na rua, o porquê de “nós” darmos esmola, ajuda ou relutância contra isto. Estamos
    ajudando ou fazendo com que se tornam pessoas dependentes ou revoltadas conosco? Atenciosamente aguardo resposta Janise

    #71129

    Penso que o exemplo da Janise parte daquela máxima chinesa “Se der um peixe a um homem, você o alimenta por hoje, se você ensiná-lo a pescar, você o alimenta pelo resto da vida”. Porém, creio que nem sempre a questão é tão simples
    quanto parece. Existe hoje nas grandes cidades o que se chama de mendigo profissional, mães de ruas, crianças que passam fizeram da esmola um “negócio”. Mas será que essa é uma alternativa que eles preferem? Será que se houvesse
    alternativa de emprego, oferta de educação gratuita, o caminho natural não seria sair da criminalidade e da mendicância, passando para uma cidadania saudável?
    Infelizmente, o governo e a própria sociedade na maior parte não dão alternativas para que isso aconteça, apesar de
    inúmeras iniciativas a esse respeito terem sido feitas. Um cidadão com dinheiro, que segundo sua consciência, perceba que é extremamente injusta a divisão de renda do Brasil, e resolva ajudar, ao meu ver não está tomando uma atitude
    hipócrita ao dar uma esmola: ele pode estar acabando com a fome da pessoa naquele dia, e esse é um gesto válido. Se
    quiser ajudar de uma forma mais duradoura, pode colaborar com alguma insituição, adotar uma criança carente. Porém, dar uma simples esmola não deve servir de subterfúgio hipócrita para forçar uma sensação de dever ético cumprido

    #71130

    A concentração de renda neste nosso país é absurda, as causas são estruturais. O problema é decidir quais os caminhos que tornam possível uma distribuição mais justa.A decisão é ideológica, uma opção política. Mas a complexidade do Brasil não oferece soluções simples, nosso capitalismo é do tipo selvagem, existe extorsão, a idéia por trás é arrancar o máximo de lucro possível, imediatamente. Mata-se a galinha dos ovos de ouro, não pensa-se em reaplicar para crescer. è sempre oportunismo e sacanagem. Se auto devora. Por outro lado, é esta também a atitude de nossos governantes. Por tanto existe miséria, e mais miséria. Sem oportunidades numa democracia que não merece este nome. É só de faixada.

    #71131

    Essa é uma questão que, ao meu ver, deve ser sinceramente analisada por cada um de nós, quando diante desta situação. Muitas vezes nós queremos dar uma esmola pra um pobre, mais para dar ao nosso ego o gostinho de uma “boa ação” do que pra realmente pensar no outro, principalmente porque sabemos que uma esmola não vai resolver o problema da pessoa. Eu penso que todo esse movimento de caridade é válido apenas no momento que vc faz com o desejo profundo de que o melhor para aquela alma aconteça (note que vc não precisa dar dinheiro pra desejar isso) mas não vale nada quando o intuito é apenas se livrar de uma responsabilidade moral.
    O que quero dizer com isso é que nenhuma dessas situações de desigualdade vai mudar se a nossa consciência não mudar, se continuarmos nessa de não ter compromisso com a coerência de nossas ações e de não querer assumir responsabilidades pelas coisas que acontecem no mundo. É sempre muito fácil culpar a história, os governantes, a pobreza ou seja lá o que for, por tudo de ruim que nós vemos, o que é difícil é pensar que a sociedade como está foi construída por nós mesmos,
    e o que devemos procurar não são os culpados, mas o que dentro do homem o leva a atitudes tão débeis.

    #71132

    Cara Renata: Acho que sua mensagem toca em dois pontos importantes: O primeiro é que o dinheiro não é a única maneira de ajudar uma pessoa carente. O segundo é que existe algo no interior do homem que leva à ganância, à desigualdade. Por outro lado, acho que este quadro é bastante heterôgeneo. O que se discute em relação à aos governantes são as opções que são oferecidas para as pessoas poderem exercer, mais do que bondade, sua responsabilidade social e cidadania. Neste ponto, além do governo não dar uma apoio para que efetive a boa vontade, temos ainda uma sociedade fechada, mas com muitas pessoas com o intuito sincero de ajudar, mas sem opções, daí o motivo de darem esmolas. Acredito o homem tem esta parte débil, mas também uma parte boa: afinal, existem vountários que trabalham duro de graça e no sacrifício para oferecer aos mendigos um pouco de conforto e alimentação. Mas este problema não pode ser arcado somente pela sociedade. Abraços

    #71133

    Acho que dar ou não esmolas, seja quais foram os motivos que nos levaram a isso, não é a questão que deve ser colocada. Insisto que em dizer que o problema é outro: a concentração de renda que cria um verdadeiro abismo entre milhões de miseráveis e alguns muito ricos. É um problema social, determinado por um modelo econômico. Nossa consciência deve decidir qual o melhor caminho para modificar as condições econômicas que são responsáveis por tanta miséria. É político, social. Nossos políticos deveriam nos representar. Dizer que nós é que fazemos nossa sociedade e portanto o governo não tem nenhuma responsabilidade pelos problemas sociais brasileiros é uma manipulação da verdade.

    #71134

    Com certeza, Onofre, o homem tem essa parte boa. E justamente por isso é capaz de olhar para si mesmo e perceber que as coisas ruins podem ser melhoradas. Por essa crença pessoal na capacidade e desejo do homem de ser melhor do que é, eu sempre enfatizo que nenhuma solução pode vir do exterior, precisa surgir de dentro dos homens até atingir realmente todo o grupo, a sociedade, enfim. A questão que coloco é: de onde vem a concentração de renda? Quais os porquês da desigualdade e o que cada um pode fazer? Não creio em paliativos… também não tenho a resposta, mas creio q temos de ir sempre ao cerne da questão e nesse caso, o cerne da questão é que todos somos homens e construimos isso. O que no homem o leva a não se importar com outros homens?

    #71135

    Caras Amigas: Gostaria de avisar que o fórum tem uma estrtura própria e rígida de tópicos de mensagens, para que as discussões fiquem organizadas e rendam mais. Para sugerir um tema mande um email para [email protected] com o subject sugestão de tema para o fórum. Para Temas que não se enquadram na proposta deste fórum, usar o fórum geral aqui Obrigado

    #71136

    Dar ou não esmolas, não mudará o fato de que o pedinte fez a opçao por este meio de sobreviver,esteja ele excluido ou não da sociedade de consumo, não será por nossa “doação” que iremos piorar ou melhorar sua situação, o ato de pedir esmolas é uma opçào individual, pois não são todos os excluidos socialmente que pedem esmolas.

    #71137

    Será que ele realmente teve uma escolha, uma escolha do mesmo tipo que você tem quando decide se vai comprar um computador novo ou um aparelho de som?

    #71138

    Boa noite.
    Em resposta a Ricardo, penso que a filosofia precisa da ciência e vice versa. O problema é que os cientistas, quando se deparan com problemas ligados ao cognitivo, comunican com fórmulas, linguagem formal e que os filósofos, por ignorar a linguagem formal, não abordam certos assuntos racionais e apresentam tendências para a metafísica!

    #71139

    Boa tarde,

    O senso moral.

    – A moral é o conjunto de regras reveladas que visa, dentro de um determinado grupo, manter uma relação estável de poder entre estado e sociedade.

    Ética.

    – É uma regra que, dentro de um grupo, determina ou define um ato individual como não sendo feito em detrimento desse grupo e vice-versa.

    Logo, o senso moral representa o grau de sensibilidade à aprobação que pode receber o indivíduo do seu grupo de “appartance” ou pelo grupo de dominação.

    Nesse sentido, em relação à sociedade e o estado, um ato pode ser percebido como moral por um , por outro ou pelos dois.

    O ato ético, por definição, recebe aprovação de todos quando se afere nos limites de um grupo onde não há relação de força ou dominação. Quando existem essas relações perversas, o ato ético é percebido como prejudicial à essa relação.

    #71140

    Olá a todos

    Cristophe disse que: ” – A moral é o conjunto de regras reveladas que visa, dentro de um determinado grupo, manter uma relação estável de poder entre estado e sociedade”
    Como consequência disso, quando se trata de relação entre duas camadas da sociedade civil, não há qualquer relação moral, e em sociedades que não há estado não deve haver também qualquer tipo de relação moral.

    Quanto ao ato ético, nos fala de uma situação um tanto utópica, um grupo onde não haja nenhuma relação de força ou dominação : ” O ato ético, por definição, recebe aprovação de todos quando se afere nos limites de um grupo onde não há relação de força ou dominação. Quando existem essas relações perversas, o ato ético é percebido como prejudicial à essa relação. ”

    E quanto a sua definição de ética, me parece certa ,tirando um ponto, não é apenas a relação de um determinado individuo com a totalidade( como a sua definição poderia dara entender) por exemplo, a relação dé uma pessoa com o “público”
    ou qualquer outra entidade que simbolize um grnade número de pessoas, mas abarca também a relação inter-individual, entre duas pessoas apenas.

    #71141

    Hola Lucas,
    Você entendeu perfeitamente: não há sociedade perfeitamente ética, existe apenas o caminho para ética.
    Porém entre duas sociedades, dois grupos, somente pode haver uma relação moral, contrariamente ao que você acredita. Dois grupos podem apenas produzir regras diferentes que se choquam em diversos aspectos.
    Quanto à ética, ela abarca tanto a relação inter-individual, como a indivíduo-sociedade ou a sociedade -indivíduo.

    A liberdade, por influência do aspecto moral da sociedade aceita que: não se deve fazer ao outro o que nos não gostaríamos que ele nos fizesse!!!
    A ética vai um poco além e afirma que se deve fazer ao outro o que nos gostaríamos que ele nos fizesse!!! Isto configura a diferença fundamental entre moral e ética. Dixit!

    #71142

    Olà Christophe,

    Estou de acordo com você que se deve fazer uma distinçao entre comportamento (ou conjunto de comportamentos) e o logos filosofico que discorre sobre tais comportamentos. Porém querer limitar a palavra etica ao estudo e reservar a palavra moral para o comportamento, me parece um tanto arbitrario (querelle de mots). Na historia da filosofia grandes tratados que abordam o comportamento sao chamados “Moral”. Contrariamente se pode aplicar a palavra ética para designar um conjunto de comportamento e nao uma reflexao. Como por exemplo na expressao “a ética medical”. Assim senso se a distinçao da idéia é correta, a distinçao das duas palavras nao se justifica. Elas sao sinonimas, uma de origem grega e a outra de origem latina.

    Cordialmente

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