A GUERRA DO VIETNÃ: FOI UMA INCURSÃO NORTE-AMERICANA
NO VIETNÃ DO NORTE OU UMA DECLARAÇÃO DE GUERRA DOS NORTE-VIETNAMITAS AOS EUA?
Luciano Bezerra Agra
Filho
RESUMO: O que foi a guerra do Vietnã?[2]Guerra
do Vietnã do Norte ou Guerra Norte-Americana? Meu objetivo ao pesquisar sobre A
Guerra do Vietnã e de tentar expor o conhecimento em suas origens, pois, apesar
de ser um acontecimento de nossa era, pouco se sabe sobre o mesmo, a não ser
através de filmes e noticiários que na maioria das vezes são um tanto
superficiais no relato dos fatos. A Guerra do Vietnã foi muito além destes
filmes a noticiários, suas seqüelas são sentidas até hoje, pelo que dela
tomaram parte direta ou indiretamente. Em linhas gerais, tentarei mostrar desde
os aspectos geográficos, até renascimento do país depois do término da guerra.
Analiso neste artigo as características filosóficas, geográficas, históricas da
Indochina e assim sucessivamente, que a priori, muito favoreceram os asiáticos
nos conflitos contra os invasores franceses. Tento expor também, a política de
exploração, ocorrida a partir do século XIX, nesta região. Bem como, a
resistência, por parte dos indochineses a política imperialista das grandes potências.
Por fim, tento expor um pouco do Vietnã atualmente, que, apesar das divisões,
das perdas humanas e materiais, conseguiu impor-se frente a grande potência de
nossa era: os Estados Unidos.
Palavras-Chave: A Guerra do Vietnã – Norte-Americana – Norte-Vietnamita.
THE WAR IN VIETNAM: WAS AN INCURSION NORTH-AMERICAN IN
VIETNAM NORTHERN OR A DECLARATION OF WAR IN THE NORTH-VIETNAMESE TO THE USA?
ABSTRACT: That was the war in Vietnam? The Vietnam War in Northern or
North-American War? My aim to find on the war in Vietnam and trying to present
knowledge in their origins, because, despite being an event of our era, little
is known about the same, not be through films and news that in most cases are
somewhat superficial in the report of the facts.The war in Vietnam was far
beyond these films news, its sequelae are experienced until today, that it took
part directly or indirectly. In general, I will try show geographical aspects
since, until revival of the country after the end of war. I analyze in this
Article the characteristics philosophical, geographical, historical Indochina and so on, that a priori, very favored the Asians in conflicts against the
invaders French. I try bare also, the policy of exploitation, occurred from the
19th century, in this region. As well as, resistance, on the part of
indochineses the imperialist policy of the major powers. Lastly, I try display
a little Vietnamese currently, that, despite the divisions, the human and
material losses, managed-front the great power of our era: the United States.
Key-words: The War in Vietnam – North-American –
North-Vietnamese.
LA GUERRE DU VIETNAM: A L’INCURSION NORD-AMÉRICAIN AU VIETNAM DU NORD OU UNE DÉCLARATION DE GUERRE DANS LE NORD-VIETNAMIENS À DES ÉTATS-UNIS?
RÉSUMÉ: quelle était la guerre au Vietnam? La guerre du Vietnam du Nord ou du
nord-américain de guerre? Mon but de trouver sur la guerre du Vietnam et à
essayer de connaissances actuelles dans leurs origines, parce que, malgré un
événement de notre ère, peu est connu à propos de la même, ne pas être moyen de
films et les nouvelles que la plupart sont quelque peu superficiel dans le
rapport des faits. La guerre du Vietnam a été bien au-delà ces films nouvelles,
ses séquelles sont expérimentés jusqu’au aujourd’hui, qu’il a pris part
directement ou indirectement. En général, j’essaierai afficher les aspects
géographiques puisque, jusqu’au renouveau du pays après la fin de la guerre.
J’analyse dans cet article les caractéristiques philosophique, géographiques,
historiques indochine et ainsi de suite, qu’a priori, très favorisée les
Asiatiques dans des conflits contre les envahisseurs français. J’essaie strict également, la politique de
l’exploitation, s’est produite à la 19e siècle, dans cette région. Ainsi que,
de résistance, de la part de indochineses la politique impérialiste des grandes
puissances. Enfin, j’essaie afficher un peu vietnamiens actuellement, que,
malgré les divisions, les droits et des pertes matérielles, géré-devant la
grande puissance de notre ère: les États-Unis.
Mots-clés : la guerre du Vietnam – nord-américain –
nord-vietnamiens.
INTRODUÇÃO
A Guerra do
Vietnã começou em 1959 e terminou no dia 30 de abril de 1975, dezesseis anos
após em locais como o Vietnã do Norte, Vietnã do Sul e Sudeste Asiático. As
batalhas ocorreram nos territórios intervenientes do Vietnã do Norte, Vietnã do
Sul, Reino do Laos, Camboja, Vietnã do Sul, Estados Unidos, Coréia do Sul, Austrália,
Nova Zelândia, Filipinas, Tailândia, República do Khmer, Vietcong, China, Coréia
do Norte e União Soviética, tendo como principais líderes, a saber, Nguyen Van
Thies, Ngo Dinh Diem, Nguyen Cao Ky, Ngo Quang Truong, Lam Quang Thi, John
Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, William Westmoreland, Creighton Abrams,
Dwight D. Eisenhower, Gerald Ford, Earle Wheeler, Robert McNamara, Frederick
Weyand, Elmo Zumwalt, Robin Olds, John S. McCain II, Park Chung-hee, Chae
Myung-shin, Lee Se-ho, Harold Holt, Ferdinand Marcos, Keith Holyoake, Lon Nol,
Thanom Kittikachorn, Vang Pão, Hoang Minh Tão, Nguyen Minh Chau, Tran The Mon, Nguyen
Chi Thanh, Truong Muc, Dong Sy Nguyen, Vo Minh Triet, Le Duc Tho, Nguyen Van
Toan, Nguyen Huu Na, Pham Hung, Van Tien Dung, Le Duc Anh, Chu Pong Dói, Tran Van
Tra, Troung Chinh, Tran Do, Ho Chi Minh, Vo Nguyen Giap, Lê Duẩn, Nikita
Khrushchov, Leonid Brejnev, Mao Tse-Tung e Pol Pot.
O Vietnã havia
sido colônia Francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi
dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo
orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura
militar, passou a ser capitalista, aliado dos Estados Unidos. A relação entre
os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa
no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues, com apoio de Ho Chi Minh e
dos Soviéticos, atacaram uma base Norte-Americana no Vietnã do Sul. Essa
articulação se concretizou, nas décadas de 1970 e 1980, o cinema
norte-americano produziu diversos filmes sobre a participação dos Estados
Unidos na Guerra do Vietnã. Como se pode perceber, muitos deles apoiavam a
intervenção americana no conflito; outros, porém, criticavam essa política,
manifestando posições antimilitaristas, como, por exemplo, Amargo Regresso (de
H. Ashby, 1978), O Franco Atirador (de M. Cimino, 1978), Apocalypse Now (de F.
F. Coppola, 1979), Nascido para Matar (de S. Kubrick, 1987) e Nascido em 4 de
Julho (de O. Stone, 1989). Sobre a sociedade e a política norte-americanas das
décadas de 1960 e 1970. Considerando, então, paralelamente ao conflito
asiático, os Estados Unidos também intervieram militarmente na República
Dominicana, a pretexto de combater a presença comunista nas Américas. Devido a
esse ponto de base do país na política interna, os movimentos pacifistas
norte-americanos promoveram diversas manifestações com o objetivo de pressionar
o governo para que retirasse suas tropas do conflito vietnamita. Ao final de
sua participação na Guerra do Vietnã, os Estados Unidos haviam sofrido, além de
pesadas perdas humanas e econômicas, um desgaste na sua imagem de potência
militar capaz de resolver conflitos internacionais. Devido aos gastos militares
e à alta dos preços do petróleo no mercado internacional, o governo e a
sociedade norte-americana enfrentaram uma séria crise econômica, na década de
1970. É possível presenciar, que segundo Airton Ortiz em seu livro Vietnã
Pós-Guerra argumentou o seguinte:
Em seu novo livro, Vietnã pós-guerra, Ortiz relata a
expedição que realizou pelo sudeste asiático, onde visitou a Tailândia, o Laos,
o Vietnã e o Camboja. O texto está centrado no Vietnã, onde passou a maior
parte do tempo, viajando de Hanói, no norte, a Saigon, no sul, passando pela
baía Ha Long e pela Zona Desmilitarizada, antiga fronteira entre o Vietnã do
Norte e Vietnã do Sul. Visitou os locais onde se deram as maiores batalhas
durante a Guerra do Vietnã. “Meu objetivo nesta viagem”, explica Airton 0rtiz,
“é recontar a história da guerra a partir do ponto de vista dos vietnamitas,
pois tudo o que sabemos sobre esse conflito nos chegou pela visão da imprensa
norte-americana”. Ao chegar em Hanói, o repórter descobriu que até o nome da
guerra é diferente dependendo de quem a conta. Para os Estados Unidos e para o
resto do mundo, tratou-se da Guerra do Vietnã. Mas, entre os vietnamitas, é
conhecida como Guerra Americana. Outro fato que surpreendeu Airton Ortiz é que,
enquanto a imprensa ocidental informava que o motivo da guerra era impedir o
avanço do comunismo no mundo, isso em plena Guerra Fria, para o povo do Vietnã
o conflito aconteceu para defender o país da invasão de uma potência
estrangeira. Atualmente, segundo o autor, o Vietnã é um país com um sistema
político ditatorial, onde a burocracia ligada ao Partido Comunista — que de
comunista não tem mais nada — governa com mão de ferro. Não há liberdade de
imprensa nem partidos de oposição. Mas o sistema econômico é capitalista,
baseado na economia de livre mercado. “Seguindo o padrão da China”, explica
Ortiz, “essa dualidade excludente deverá levar o Vietnã, e mais tarde a China,
a conflitos internos. À medida que a classe média enriquece com o capitalismo,
também rejeita a ditadura política”. Dentre os 85 milhões de habitantes, o
Partido Comunista do Vietnã conta com apenas 2 milhões de filiados. Segundo
Airton 0rtiz, a viagem foi uma grande aventura. Ele percorreu também o delta do
rio Mekong, uma região selvagem, onde teve de comer carne de cobra, único
alimento disponível. “Navegar pelo rio Mekong”, explica, “foi uma das maiores
aventuras que já enfrentei”.(ORTIZ, 2009, p. 01)
É interessante
perceber neste fragmento acima, que a Guerra do Vietnã foi um conflito armado
que começou em 1959 e foi até 30 de abril de 1975. As hostilidades se
originaram como os EUA invadindo a política interna do Vietnã. Podemos
ver, a princípio, conforme o definido pela Convenção de Genebra, os
vietnamitas tinham direito a terem eleições livres para que escolher os seus
governantes. Entramos neste raciocino dando um enfoque aos
diplomatas americanos, mas eles sabiam que, se fossem autorizados
plebiscitos no país, os comunistas iriam vencer com mais de 90% dos votos, por
causa da popularidade de seu líder, Ho Chi Minh, que era um patriota e herói da
resistência vietnamita que era contra a ocupação japonesa e a luta pela
independência da França. Entendendo que estavam com o
maior medo dos Estados Unidos não era só a possibilidade do Vietnã cair nas
mãos dos comunistas, mas sim o chamado efeito dominó, ou seja, que os ES
vizinhos tentassem seguir o exemplo do Vietnã do sul. Assim
sendo, fica claro que os EUA apoiava o regime ditatorial que era do Vietnã
do Sul com dinheiro, armas, carros de combate e assessores militares. É a partir
do ano de 1962, que as tropas, no entanto, combatiam de um
lado com coalizão de forças incluindo os EUA, a República do Vietnã do sul, a
Austrália, a Nova Zelândia, as Filipinas e a Coréia do Sul, e no outro lado a
República democrática do Vietnã, a Frente de liberação nacional e também a
guerrilha comunista sul-vietnamita. É comum percebermos, que cerca
de 540 000 americanos foram enviados ao Vietnam em 1965 e 1973 para ajudá-los a
preservar a independência do Vietnã do Sul capitalista em relação ao norte que
era comunista. É de extrema importância, que os Vietcongs
tinham uma grande rede de abrigos subterrâneos e túneis, que realizavam
armadilhas e emboscadas. A URSS e a China forneciam material ao Vietnã do Norte
e ao FLN, eles não tiveram participação militar ativa no conflito.
É
importante analisar que a Guerra do Vietnã é freqüentemente representada no
cinema norte-americano como um trauma para aquela sociedade, sendo que uma
guerra em um país distante, na qual muitos jovens morreram e o país foi
derrotado por uma força militar tecnologicamente muito inferior. Em que
consiste o envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã a, pelo menos, após
a Segunda Guerra Mundial? Em contrapartida o governo norte-americano
preocupava-se com a expansão do poder comunista pelo sudeste asiático, pois
esta colocaria em risco os interesses americanos no Pacífico. Assim sendo,
entendia como desestabilizador para o equilíbrio político da Ásia os seguintes
acontecimentos ocorridos após o término da 2ª Guerra Mundial, a saber, tais
como a Revolução Chinesa de 1949; o fracasso do colonialismo francês na
Indochina e o surgimento do Laos, Camboja e de um Vietnã dividido; a
independência da Indonésia e sua postura neutralista e independente frente ao Estados
Unidos e União Soviética e a Guerra da Coréia. Qual foram os dois movimentos de
resistência ao envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã, ocorridos nos
EUA? Vale dizer que estes dois movimentos consistiram nas contínuas baixas de
soldados norte-americanos e os alastramentos do conflito fortaleceram diversos
setores contrários ao desenvolvimento norte-americano no Vietnã. Como se vê a
cobertura da imprensa sobre a participação de tropas norte-americanas em
situações de extrema violência, tais como os bombardeios de Napalm e o massacre
de My Lai, que forneceram à sociedade norte-americana imagens e informações que
estruturaram diversos focos de oposição, críticas foram feitas pelos próprios
meios de comunicação, por segmentos do clero liberal, pelo movimento
estudantil, especialmente contra o alistamento, pelo movimento negro e por
grupos pacifistas.
Este fato deu
inicio a guerra. Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu apenas ao Vietnã do
Norte e do Sul, embora os Estados Unidos e também a União Soviética prestassem
apoio indireto. Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no
conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados
norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais
fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha,
enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos,
helicópteros e outros recursos. No final da década de 1960, era claro o
fracasso da intervenção dos Estados Unidos, em 1968, o exercito norte-vietnamita
invadiu o Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda forca.
No começo da
década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade
nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para
as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das
tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no
conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. Sem apoio
popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o acordo de
Paris, que previa o cessar fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das
tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte. O conflito deixou mais
de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A
guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e mais que isso provocou
prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de
julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética.
1. A INDOCHINA
A "virada" que culminou com a derrota
americana na Guerra do Vietnã (1954-1975) começou com uma série de ataques dos
inimigos comunistas em 1968. É o episódio conhecido como "Ofensiva do
Tet". O nome é uma referência à data de início das batalhas, o feriado de
ano-novo lunar, chamado pelos vietnamitas de Tet Nguyen Dan. A partir da
madrugada de 31 de janeiro de 1968, o governo comunista do Vietnã do Norte e
seus aliados, os guerrilheiros da Frente de Libertação Nacional, mais
conhecidos como vietcongues, iniciaram ataques simultâneos contra várias
cidades do Vietnã do Sul – um país capitalista defendido pelo exército
sul-vietnamita e por nações como Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul e,
principalmente, Estados Unidos. A idéia da invasão militar comunista era lutar
para "libertar" o povo do Sul da "opressão capitalista".
Eles achavam que a invasão provocaria uma rebelião popular contra o governo do
Vietnã do Sul, coisa que nunca aconteceu. No começo, o ataque-surpresa deu
certo, mas os americanos e sul-vietnamitas reagiram rapidamente. Como o poderio
militar do lado capitalista era muuuito maior, os comunistas foram expulsos em
poucos dias de quase todas as cidades que invadiram. Mas, apesar da vitória
militar americana, as imagens da invasão frustrada provocaram um bruta estrago
nos Estados Unidos. "A Ofensiva do Tet chocou a opinião pública americana.
A cobertura dos combates feita pela TV deixou em muita gente a impressão de que
os Estados Unidos e seus aliados estavam em situação desesperadora", diz o
historiador americano Ronald Spector, da Universidade George Washington. Dentro
dos Estados Unidos, aumentaram os protestos contra a guerra. Com o filme
queimado, o governo americano ainda segurou seus soldados no Vietnã por quatro
anos, mas acabou retirando as tropas em 1972. Diante do abandono americano, o
exército e os guerrilheiros do Norte ganharam terreno. Acabaram tomando a
capital Saigon em 1975, vencendo a guerra e unificando o Vietnã sob o regime
comunista. (NAVARRO, 2011, p. 01).
Com referência
a isso, Navarro argumentou uma indagação, a saber. Mas, afinal, qual era
realmente o objetivo dos Americanos era apenas defender o Vietnam do Sul contra
uma invasão dos comunistas do Norte, ou defender o sul e depois invadir o norte
ou não era essa intenção dos Americanos pois se invadissem o norte a China e
URSS podiam intervir no conflito? Os americanos estavam decididos a conter o
avanço do comunismo na Ásia e por isso despacharam tropas para o Sudeste
Asiático. Percebo que o tempo de treinamento para adaptar-se em um ambiente tão
inóspito quanto as florestas do Sudeste Asiático foi muito curto. É
interessante assinalar que os povos da Península da Indochina[3]
são muito antigos, e foram tradicionalmente resistentes à invasores. Durante o
domínio chinês, por exemplo, as mais variadas formas de independência foram
feitas. Posteriormente, esta mesma resistência funcionou contra os franceses,
japoneses e os norte-americanos. Quanto à ocupação demográfica, prevalece uma
diferença. Os vales e deltas superpovoados – como é o caso do rio Vermelho; no
norte do Vietnã, e da Planície do Mecong, no sul do país. Mas, esta
concentração demográfica deve-se em parte, pelas condições favoráveis, que
estas regiões dão a cultura do arroz – que é um dos principais produtos de
subsistência dessa região. Inclusive na região do delta do rio Vermelho,
durante a guerra da Indochina(1946/1954/, houve a tentativa francesa de isolar
a região, constituindo uma linha de defesa para este fim, denominada Linha de
Lattre.[4]
A partir do
século XIX, o sudoeste asiático foi objeto de exploração colonial, devido à sua
matérias-primas agrícolas e minerais. Os que mais realizaram essas explorações
foram os franceses. Os ingleses e os holandeses. A Indochina, no caso, sofreu
colonização francesa. A Revolução Industrial, passou a ser vivida intensamente
pela Europa, no século XIX, e a necessidade de conseguir matérias-primas
agrícolas e minerais, eram uma constante, pois, na Europa, havia a deficiência
desses produtos, enquanto que na Ásia, havia abundancia de matérias-primas, tão
necessárias ao desenvolvimento industrial. Além do mais as metrópoles
européias, tinham como objetivo, ampliar seus mercados, para colonização de
seus produtos manufaturados e para seus investimentos.
1.1. O VIETNÃ E A OCUPAÇÃO
FRANCESA
Indochina, ou Península Indochinesa, é uma região do
sudeste asiático, entre o leste da Índia e o sul da China. Inclui Vietnã, Laos,
Camboja, e, às vezes, Tailândia e Myanmar – antiga Birmânia. O termo foi
cunhado pelos franceses, que assim alcunharam sua colônia que compreendia os
atuais países Vietnã, Laos e Camboja. O nome Indochina surgiu porque essa
região fica justamente espremida entre duas grandes culturas asiáticas, a
indiana (a oeste) e a chinesa (ao norte). Essas duas civilizações milenares
tiveram forte influência sobre a vida e os costumes dos vários reinos que
governavam a Indochina antes da expansão colonial européia. […] A Indochina
foi colônia francesa entre meados do século XIX e meados do século XX. Ela
englobava três países atuais: o Vietnã, o Laos e o Camboja. O domínio francês
no território, visando a extração de matérias-primas como a borracha,
estabeleceu-se gradualmente entre 1858 e 1893. No século XX, a região seria
palco de vários acontecimentos polêmicos. No início da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), por exemplo, o avanço japonês na área levou o governo dos Estados
Unidos a congelar todos os bens nipônicos em território americano. Um mês
depois, os japoneses atacariam a base ianque de Pearl Harbor, colocando os dois
países em guerra. Entre 1955 e 1975, seria a vez de a Indochina se transformar
em cenário de outro importante conflito do século XX: a Guerra do Vietnã, que
opôs os Estados Unidos ao Vietnã do Norte. Foi só após o final desse confronto
que as fronteiras da região finalmente adquiriram o formato atual, dividindo-se
em três países – Vietnã, Laos e Camboja. […] (BRUNO, 2009, p. 01).
O sudoeste
asiático era objeto de cobiça das metrópoles européias e dos Estados Unidos,
por este motivo foi partilhado entre estas nações. A Península da
Indochina(Vietnã, Laos e Camboja), sofreu ocupações francesa. As revoltas
contra a colonização no Vietnã eram constantes, mas somente a partir do século
XX, é que os movimentos de revolta, tornaram-se mais organizados. Dentre estes
movimentos organizados, está a criação dos partidos Nacionalista e Comunista.
Ambos representavam a resistência às nações imperialista. O partido comunista,
a partir de 1940, ganhou mais impulso, quando o Vietnã foi ocupado pelos
japoneses. O Japão com as demais potências já citadas, buscava conseguir
matérias-primas e ampliar mercados para colocação de seus produtos
manufaturados e aplicar parte de seus investimentos, além de reposicionar parte
de sua população [mudar a população de determinado local para outro local], exemplo,
reposicionar uma população do centro de uma sala para o canto, pois o país
sofria os problemas de uma superpopulação.
Gradativamente,
o Japão foi conquistando algumas porções asiáticas. A Indochina foi incorporada
ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial, isto sem sofrer oposição francesa.
Mas, vale salientar que durante a guerra, devido aos alemães-aliados dos
japoneses, derrotaram os franceses, deste modo, a França achava-se sem
condições morais de tentar fazer a resistência aos japoneses na colônia da
Indochina. Mesmo assim, a França administrou a colônia até 1945.
Foi formada em
1941, a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã. Esta liga ficou
mais conhecida como movimento, Việt Minh[5].
Apesar de o movimento agrupar várias tendências ideológicas, o mesmo tinha a
predominância de elementos comunistas e era tanto até francês, como
antijaponês, ou seja, contra qualquer tipo de exploração. O grande líder da
Liga Revolucionária foi Ho Chi Minh[6].
Após o término da II Guerra Mundial, posteriormente, por força de acordo de
cessar fogo, teve que desocupar a região. Os vietminhs aproveitaram a situação
de abandono das metrópoles sobre a Indochina, e declararam a independência do
Vietnã. Assim, acredita-se, que o movimento vietminh, alastrou-se e, após 4
anos de guerrilhas contra os japoneses, já mantinha certo domínio sobre algumas
áreas no norte e no sul do país. Em 2 de Setembro de 1945, Ho Chi Minh,
proclamou a independência do Vietnã. A França é claro, não aceitou a situação e
rapidamente, restabeleceu seu domínio no Sul do país, pois lá influência
sócio-cultural do colonialismo, havia sido mais forte. No Norte, o movimento
vietminh, era mais organizado, portanto, tinha mais força.
O movimento
vietminh contava com um amplo apoio popular, pois, durante a guerra contra o
domínio japonês, o movimento conquistou e manteve sob seu controle inúmeras
área. Nelas, os vietminhs, fizeram uma administração, que, antes de tudo,
levava em conta as tradições da população. Em algumas áreas, o movimento chegou
a fazer reforma agrária, expropriando quase sempre o grande proprietário. O
governo francês tentava negociar com o vietminh, mas, as negociações não
surtiam efeito. O objetivo do movimento vietminh era unificar o país, e
torná-lo independente. Por outro lado, os franceses até concordavam com uma
independência, mas com certas limitações. O acordo entre as duas partes era
impossível, pois, os objetivos eram totalmente opostos, e, não sendo possível
um acordo, em fins de 1946, estourou a guerra, que ficou conhecida com a guerra
da Indochina, entre franceses e vietminhs.
Concluímos
que o Vietnã, como toda a Indochina, foi uma colônia francesa desde os anos
1860 [Napoleão III] no processo do colonialismo da Ásia e África. Desde o
início do colonialismo no século XIX sobre a Indochina, houve reações
nacionalistas contrárias à ocupação estrangeira. Essas reações na Indochina já
existiam antes da ocupação francesa e eram contra a China, vista também no
Vietnã como potência agressora. No entanto, esses movimentos foram mais
intensos após a Segunda Guerra Mundial, pois o mundo passou a ter outra
configuração.
Percebemos que
as potências coloniais européias, arrasadas e em crise pela guerra, não
conseguiam manter a estrutura colonial. Acrescente-se a essa situação a
formação da ONU, que passou a incentivar e promover o processo de
descolonização e a consciência da autodeterminação dos povos. A estas condições
soma-se a Guerra Fria com a bipolarização entre EUA e URSS, que procuravam
ampliar as suas áreas de influência sobre essas áreas coloniais européias.
Esses fatores associados aos movimentos nacionalistas resultaram no processo de
descolonização na Ásia, que grosso modo se estendeu de 1945 a 1975.
É interessante
assinalar que o Vietnã foi ocupado pelos japoneses durante a Segunda Guerra e,
com sua derrota, reocupado pelos franceses. Durante a ocupação japonesa
formaram-se fortes grupos de resistência de orientação socialista, que se
opuseram à tentativa de recolonização francesa no pós-Guerra. A luta pela
independência em relação à França terminou em 1954, consagrada nos Acordos de Genebra,
e no fim da guerra, criando, ao norte do paralelo 17º da península indochinesa,
o Vietnã do Norte, socialista, e ao sul o Vietnã do Sul, capitalista.
Como se vê, após
1961, os EUA passaram a interferir na região, provocando a Guerra do Vietnã,
que terminou em 1975 com a derrota norte-americana. Podemos afirmar, em certo
sentido, que a Guerra do Vietnã completou o processo de descolonização do
Vietnã com a unificação do Norte e Sul. Com a Guerra Fria, após a Segunda
Guerra, acirram-se as disputas entre EUA e URSS por áreas de influência.O
Vietnã, após a luta contra a França, em 1954, ficou dividido entre o Norte
[socialista] e o Sul [capitalista]. Nesse período formou-se, no Sul, o
vietcongue, uma organização política de esquerda que recebia apoio do Vietnã do
Norte e combatia o governo sul-vietnamita, por meio de guerrilhas. O
crescimento da influência socialista no Vietnã do Sul levou a uma intervenção
por parte do governo dos EUA, dando suporte ao governo sul-vietnamita. A partir
de 1965 tiveram início os bombardeios aéreos sobre o Vietnã do Norte,
generalizando a Guerra no Vietnã. Os EUA imaginavam que a socialização do sul
do país resultaria numa expansão comunista na Ásia. A guerra para os EUA foi
extremamente desgastante, dela saindo derrotados. Enquanto o Sul recebia ajuda
dos EUA, o Norte recebia-a de parte do bloco socialista – caracterizando a
bipolarização do período da Guerra Fria.
1.2. A GUERRA DA INDOCHINA
Em 1941, durante a Segunda Guerra, os franceses perdem
a região para as tropas japonesas. Na época a França estava sob domínio da
Alemanha nazista e não ofereceu grande resistência. Parte da administração da
Indochina, principalmente áreas do Camboja e do Vietnã, os japoneses delegam à
aliada Tailândia. Quando os japoneses se rendem no final da Segunda Guerra
(1945), a estrutura colonial da região começa a desmoronar. No norte do atual
Vietnã, o líder nacionalista e comunista Ho Chi Minh anuncia a criação da
República Democrática do Vietnã. As monarquias do Laos e Camboja hesitam em
fazer o mesmo e esses territórios são reocupados pela França (1946). A França
não aceita a independência do norte do Vietnã e tem início a Primeira Guerra da
Indochina. O conflito acaba em 1954 com vitória das tropas de Ho Chi Minh. No
acordo de paz, o Vietnã é dividido em dois países, o Vietnã do Norte, sob o
regime comunista de Ho Chi Minh, e Vietnã do Sul, monarquia encabeçada por Bao
DaI. O monarca é deposto no ano seguinte por Ngo Dinh Diem, que proclama a
República no sul e assume a Presidência Aproveitando-se da derrota francesa,
Laos e Camboja também conseguem se livrar do domínio colonial (1955). A paz na
região dura pouco. (BRUNO, 2009, p. 01).
Nessa passagem
acima, Bruno expõe que o conflito entre vietminhs e franceses, teve início em
1946. De início, os franceses forçaram os vietminhs a se deslocarem das áreas
mais povoadas como o Delta do Rio Vermelho, para se refugiarem nas regiões
acidentadas e florestas do Norte, a partir daí, tem início a luta de guerrilhas.
O armamento francês era mais moderno e, de início, puderem controlar com
facilidade, as áreas mais povoadas do Vietnã. Os vietminhs não podiam fazer
frente aos franceses com seu armamento rudimentar, refugiaram-se, então, em
regiões de difícil acesso, esperando ajuda da amiga China Comunista. Mas,
afinal a China ainda é comunista? Confirma-se, portanto, que é essa a pergunta
de todo estrangeiro que chega à China. Cabe ressaltar, que a China
politicamente, continua um país comunista, ou seja, o partido comunista é
único, manda em todos e controla ou governa tudo. É interessante assinalar que
os atuais detentores do poder querem que essa situação continue porque o
marxismo permite conservar o poder e exercê-lo de forma autoritária.
Em conseqüência
disto, esse autoritarismo, junto com o controle sobre tudo o que se diz e se
faz na China, é relativamente aceito pelo povo, devido às raízes confucionistas
da cultura chinesa, e é por isso que o Confúcio ensinou que o ideal da
perfeição humana é alcançar a harmonia com a ordem geral do mundo em todos os
aspectos da vida, o econômico, o social, cultural e o religioso, inclusive a
autoridade é a responsável para que essa harmonia seja conseguida. Percebe-se
que a sociedade confucionista é organizada em relações de autoridade, e é
possue dependência em todos os níveis, a saber, sendo que o governo, onde a
autoridade é responsável pelo bem geral dos cidadãos; empresa, onde o
presidente é responsável pelo bem dos funcionários e família, e ainda o pai é o
responsável pelo bem da mulher e dos filhos.
Entretanto essa
mentalidade está enraizada há 2 mil anos e é um dos aspectos mais marcantes da
cultura chinesa, mas os comunistas levaram às extremas conseqüências princípios
já aceitos há milênios pelo povo chinês. Porém, se a China é politicamente
marxista, agora é também aberta à economia de mercado, embora somente em
determinadas regiões, contrariando assim os princípios do próprio marxismo. Fica
ainda uma indagação: Esse casamento poderá continuar ou é apenas uma fase de
transição que terá o seu desfecho na volta ao antigo ou na abertura global ao
capitalismo?
Durante 5
anos, ou seja, de 1948 à 1953, os conflitos se desenrolaram mais no Norte do
país. Por um lado, os franceses detinham e reforçaram cada vez mais suas
posições próximas ao Delta do Rio Vermelho, que era a área mais povoada e
urbanizada da região. Os guerrilheiros vietminhs saíam se mal nos seus ataques,
pois, o poder de fogo dos franceses, era superior. Por outro lado, os franceses
saíam-se mal, quando saíam de suas áreas guarnecidas, devido à certas táticas
dos guerrilheiros vietminhs que tinham um melhor conhecimento da região. Em
1953, a guerra já tinha reflexos negativos sobre a opinião pública francesa,
então, o comando militar francês, decide tomar uma iniciativa mais eficaz. Os
guerrilheiros vietminhs, estavam começando a estender suas bases dentro do
território de Laos. A aldeia de Diem Bien Phu[7]foi
o ponto escolhido pelos franceses para mudar o percurso da guerra. A escolhida
da aldeia foi devido à mesma ficar próxima à fronteira de Laos, e, a conquista
da aldeia e das regiões vizinhas limitaria, na visão do comando militar
francês, a atuação dos vietminhs, que tinham base em Laos.
Dien Bien
Phu, localizava-se dentro de uma área que estava sob o domínio vietminh, assim,
expulsando a guerrilha da região, o movimento seria desmoralizado. No entanto,
nesta aldeia, havia um campo de aviação, o único da região. A existência do
mesmo seria superimportante, porque toda a operação francesa, basearia-se no
uso intensivo de recursos aéreos. O plano foi chamado de Operação Castor[8],
e o mesmo foi posto em ação a 20 de novembro de 1953. As tropas francesas
aerotransportadoras, saltaram sobre a aldeia de Diem Bien Phu, que em
pouquíssimo tempo, foi totalmente controlada. Logo após, por via aérea,
começaram a chegar mais soldados, mantimentos e material bélico. Aos poucos, as
posições francesas em torno da aldeia foram sendo reforçadas. Tudo estava ocorrendo
dentro do planejado, mas, certos aspectos geográficos foram um tanto,
desconsiderados pelos franceses. A aldeia de Diem Bien Phu, localiza-se em um
vale, cercado de colinas, densamentes florestadas e envoltas constantemente por
neblina. Além disso, nessa época, estavam iniciando-se as chuvas torrenciais de
verão, e, como a operação baseava-se essencialmente em uso de aviões, os
problemas começaram a surgir. Ainda mais, os aviões operavam quase no limite do
combustível, pois, suas bases localizavam-se no Delta do Rio Vermelho,
distantes de Diem Bien Phu.
Além dos
aspectos geográficos estarem favorecendo os guerrrilheiros vietminh, a China
havia dado ajuda militar aos mesmos. Os franceses por sua vez, subestimavam a
ajuda chinesa aos vietminhs. Destaca-se neste período o general Vo Nguyen Giap[9],
líder militar do movimento vietminh. O mesmo usou métodos bastante criativos
para fazer frente ao poderio bélico francês. Em 13 de março de 1954, a
artilharia vietminh surpreendeu os franceses. O campo de aviação foi
inutilizado pelos vietminhs. Aos poucos, o cerco contra os franceses foi se
apertando, até que em 7 de Maio de 1954, os franceses se renderam. Com a
vitória dos vietminhs, o prestígio francês foi totalmente abalado. A França, era
apoiada pelos Estados Unidos, e ainda a França, foi a mesa de negociações,
iniciadas em 8 de Maio em Genebra, na Suíça. Essas negociações foram marcadas
pela derrota de Diem Biem Phu, mudaram a situação política da Indochina. Laos e
Camboja tornaram-se independentes. O Vietnã foi dividido em Vietnã do Norte,
com capital em Hanói, e Vietnã do Sul com capital Saigon, sendo que o Vietnã do
Norte, era de orientação comunista, chamado oficialmente de República Popular e
Democrática do Vietnã do Norte, enquanto que o Vietnã do Sul, era de orientação
norte-americana ou capitalista.
2 – VIETNÃ – PÓS CONGRESSO DE
GENEBRA
A guerrilha comunista intensifica os combates no sul
do Vietnã com a formação da Frente de Libertação Nacional, conhecida como
Vietcong, que luta para derrubar o regime de Diem e reunificar o país. A Guerra
do Vietnã começa em 1959 e opõe militares do Vietnã do Sul à guerrilha apoiada
pelo Vietnã do Norte. Os EUA se envolvem no conflito em 1961 e ampliam seu
apoio ao sul até a intervenção militar aberta, quatro anos depois. Os
vietcongues resistem aos ataques com táticas de guerrilha. A violência e a
continuidade da guerra levam a opinião pública dos EUA a opor-se à participação
do país no conflito. Ho Chi Minh morre em 1969. Os bombardeios norte-americanos
sobre Hanói, em 1972, e o bloqueio de portos norte-vietnamitas não dão
resultado. No auge da guerra, os EUA têm cerca de meio milhão de militares
envolvidos. Em 1973 aceitam o cessar não fogo e retiram-se da região dois anos
depois. Morrem no conflito mais de 58 mil norte-americanos e entre 1 milhão e 2
milhões de vietnamitas. Com a retirada dos EUA, os comunistas ocupam Saigon, em
abril de 1975, pondo fim à guerra. A cidade passa posteriormente a se chamar Ho
Chi Minh. Em 2 de julho de 1976, o Vietnã é oficialmente reunificado sob o
regime comunista, aliado da União Soviética (URSS). O governo nacionaliza
empresas, coletiviza a agricultura e reprime opositores. Milhares de pessoas
são enviadas a campos de trabalho forçado. As tensões com a China aumentam em
1978, quando o Vietnã invade o Camboja e derruba o regime do Khmer Vermelho
aliado dos chineses, instalando um governo pró-vietnamita. Em 1979, em
represália, a China realiza ataques contra o Vietnã. Na década de 1980, o
Vietnã mergulha numa crise econômica, agravada pelo embargo comercial imposto
pelos EUA e pelo alto custo da presença militar no Camboja. (BRUNO, 2009, p.
01).
Neste fragmento
acima, Arthur Bruno argumentou que após os acordos de Genebra em 1954, a
política da Indochina sofreu modificações. Os Estados Unidos, não quiseram ter
nenhuma participação nos acordos de Genebra. O próprio Vietnã do Sul se recusou
a assinar os acordos. Estas posições mostram bem o frágil equilíbrio
geopolítico da região. Em meados de 1934, o Vietnã do Sul estava realmente em
confusão e não havia grande probabilidade de um governo efetivo que pudesse ser
estabelecido. Bảo Đại[10],
o chefe de Estado e antigo Imperador, não tinha a confiança do povo e estavam
tendo dificuldades em encontrar um líder para formar o governo. Bảo
Đại indicou Ngo Dinh Diem, quando a Conferência de Genebra ainda
estava em sessão, para o cargo de Premier do governo do Vietnã do Sul. Depois
de um começo bastante problemático, Ngo Dinh Diem consegue derrotar as forças
paramilitares das seitas político-religiosa, edifica um exército, estabelece um
pouco da administração civil e começa a estender o controle do governo central
à zona rural. Os Estados Unidos ofereceram apoio conselho e auxílio econômico
ao novo Premier. Dinh Diem acabou-se firmando no governo. Consegue expulsar Bảo
Đại do cargo de chefe de Estado e proclama a República do Vietnã.
Seu governo passa, então, a ser apoiado decisivamente pelo governo dos Estados
Unidos.
Em 1956,
eleições seriam realizadas, mas Dinh Diem suspende-as, fazendo assim, com que
seu governo torne-se cada vez mais autorizado. O mesmo passa a primar pela
falta de eficácia da corrupção e do nepotismo. Dinh Diem, chega até mesmo a
interferir na organização política tradicional das aldeias, realiza uma
contra-reforma agrária, e começa a perseguir os opositores de seu regime. Todas
estas medidas, foram fazendo com que, a oposição contra Dinh Diem fosse
aumentando de forma significativa. De início, os atos de insurreição foram
sendo contidos pelo governo, mas, a partir de 1960, foi formada a
Frente Nacional para a Libertação do Vietname [FNL][11],
com um exército guerrilheiro conhecido pelo nome de Vietcong.
2.1. COMEÇA A GUERRA – VIETNÃ
DO SUL
A Guerra do Vietnã começou em 1959 e terminou em 1975,
dezesseis anos após. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte,
Vietnã do Sul, Laos e Camboja. O Vietnã havia sido colônia Francesa e no final
da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do
Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União
Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser capitalista,
aliado dos Estados Unidos. A relação entre os dois Vietnãs, em função das
divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959,
vietcongues, com apoio de Ho Chi Minh e dos Soviéticos, atacaram uma base
Norte-Americana no Vietnã do Sul. Este fato deu inicio a guerra. Entre 1959 e
1964, o conflito restringiu apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora os
Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto. Em 1964,
os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados
e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território
marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os
vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos
empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos. No
final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção dos Estados Unidos,
em 1968, o exercito norte- vietnamita invadiu o Vietnã do Sul e os Estados
Unidos responderam com toda forca. No começo da década de 1970, os protestos
contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens,
grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos
Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já
eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A televisão
mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra. Sem apoio popular e com
derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o acordo de Paris, que
previa o cessar fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas
norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte. O conflito deixou mais de 1
milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra
arrasou campos agrícolas, destruiu casas e mais que isso provocou prejuízos
econômicos gravíssimos no Vietnã. O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de
1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética. (QUEIROZ, 2010, p. 01)
Nessa passagem,
nota-se claramente, que em 1960, Jonh Kennedy, era eleito presidente dos
Estados Unidos, e já em seu discurso de posse, traça em linhas gerais, como
seria a política externa de seu governo: Assim Nelson Bacic Olic se expressa
que: “que as nações saibam que, nos queiram bem ou mal, pagaremos qualquer
preço, enfrentaremos qualquer sacrifício, apoiaremos qualquer um de nossos
aliados, inimigos para garantir a manutenção e o florescimento da liberdade.”
(OLIC, 1988, p. 20). Lyndon Johnson, em 1961, vice-presidente dos Estados
Unidos, durante uma visita que fez ao Vietnã do Sul, afirmou que: “a decisão
básica com relação ao futuro do Sudoeste Asiático será tomada aqui. Devemos decidir
entre ajudar esses países da melhor maneira que pudermos ou desistir de vez,
retirando nossas defesas para San Francisco e nos resignando a transformar
nosso país numa fortaleza.” (OLIC, 1988, p. 20). Com esta afirmação, as
intenções norte-americanas, com relação ao Vietnã, tornam-se bem claras. Os
Estados Unidos começaram a envolver-se na guerra, para tentar sufocar o
movimento dos vietcongs. Paralelamente à essa ajuda militar, os Estados Unidos,
procuraram influenciar Dinh Diem a fazer algumas reformas políticas, mas, a
política do país estava deteriorizando-se. Diem, tinha compromisso somente com
a corrupção e o favoritismo. Enquanto todos estes acontecimentos ocorriam no
Vietnã do Sul, o Vietnã do Norte passava por um intenso processo de implantação
do socialismo. Até 1960, este país havia recebido ajuda externa basicamente
somente da CHINA e da URSS. No Vietnã do Sul, o Vietcong, passou a receber
ajuda do Vietnã do Norte, com isso, amplas áreas do Vietnã do Sul, passaram
para o controle dos guerrilheiros vietcongues. O governo norte-americano, passa
a achar que a situação não exigia somente contingentes militares, e sim, uma
real intervenção, os norte-vietnamitas estavam merecendo uma lição[12].
Lyndon
Johnson, recebe o aval do Congresso americano para intervir na área a partir
daí, inicia-se os bombeiros sobre o Vietnã do Norte, bombeiros estes, que se
prolongaria por quatro anos. Mesmo assim em 1965, mais de 70% do território sul
vietnamita estava em poder dos guerrilheiros vietcongueses. A partir de 1966, a
situação se modifica. As operações de guerra norte-americanas passaram a ganhar
proporções. Conseguem aos poucos, dominar áreas tanto no Vietnã do Sul, como no
Vietnã do Norte. Apesar da resistência, em especial do Vietnã do Norte o
território foi parcialmente destruído pelos intensos bombardeiros, que
terminaram por abalar sua infra-estrutura econômica. Mas, apesar de os
norte-americanos contarem com uma certa vantagem, os mesmos também enfrentaram
uma série de dificuldades, tais como, incapacidade do exército sul-vietnamita
de fazer frente a guerrilha vietcongue, bem como evitar a infiltração de armas,
mantimentos e homens através de Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã[13];
a característica do conflito como uma luta contra o invasor e assim
sucessivamente. Apesar destas desvantagens, os norte-americanos estavam cientes
de que dentro de alguns meses, a guerra terminaria. Entretanto, no cenário
internacional, um fato novo despontava a opinião pública mundial e
norte-americana, em particular, mostravam-se cada vez mais contrárias a
participação dos Estados Unidos na guerra. Tentando extrair proveito disso, o
Vietnã do Norte planejou, juntamente com os vietcongues fazer uma grande
ofensiva sobre o Vietnã do Sul. Juntos, tentaríamos provocar o colapso do
exército sul vietnamita, tentaríamos também, abalar a determinação política de
os Estados Unidos se manterem na guerra.
Esta ofensiva
ocorreu a 31 de Janeiro de 1968, e ficou conhecida como ofensiva do TET[14].
O exército do Vietnã do Norte, atacaria as províncias do Norte do Vietnã do
Sul, enquanto que os vietcongues tentariam atacar todas as cidades e centros
administrativos, principalmente a capital, Saigon. A ofensiva pegou de surpresa
os norte-americanos e o exército sul-vietnamita. Durante a primeira semana, a
vitória pareceu pender para os atacantes; na semana seguinte, no entanto,
grande parte das áreas conquistadas já havia sido retomada pelos
sul-vietnamitas e norte-americanos. Mas, apesar de ter fracassado militarmente,
pois não houve conquistas efetivas do território sul-vietnamita, do ponto de
vista psicológico a ofensiva desgastou profundamente a imagem do governo e das
forças armadas norte-americanas ante sua sociedade.
A invasão da
embaixada norte-americana em Saigon pelos vietcongues, os bombardeiros
norte-americanos indiscriminados sobre a população civil, a crueldade da guerra
exibidas em detalhes pelas câmaras de TV, entre outras coisas, mostravam uma
realidade, por demais diferente da que o governo tentava passar aos cidadãos. A
população. A população norte-americana questionava se depois de tantos
desperdícios, não só de dinheiro, mas como também de vidas como os inimigos
poderiam ter desecadeados uma ofensiva de tão grandes proporções? A imagem que
os Estados Unidos tentavam passar era que os inimigos estavam praticamente
derrotados. Segundo Todd Gitlin, dizia que:
Já pouco depois da Ofensiva do Tet, em 1968, uma
maioria de americanos estava convencida de que a guerra era errada – errada porque
invencível, e não pelas razões morais e políticas preconizadas pelo movimento
contra a guerra, mas mesmo assim errada. A longa luta popular contra a Guerra
do Vietnã – que eu saiba, o mais bem-sucedido movimento antibélico da história
– transformou os EUA não só para melhor mas também para sempre. O consenso
político do pós-guerra que havia fundido os partidos Republicano e Democrata se
rompeu. A presunção de uma virtude automática americana caiu por terra. Agora,
podia-se admitir que a Casa Branca mentia, que a CIA, com demasiada freqüência,
desmantelava a democracia, que os interesses americanos eram mais egoístas e
menos universalistas do que proclamava a retórica da Guerra Fria. (GITLIN,
2001, 96)
O comando
militar norte-americano no Vietnã solicitou, o envio de mais soldados para por
fim a guerra. As manifestações antibélicas nos Estados Unidos e em outras
partes do mundo aumentaram. Os Estados Unidos estavam ficando isolados num
plano diplomático internacional, o mesmo estava desacreditado. Além do mais, o
fato de que, uma pequena nação, estava resistindo à maior potência mundial,
contada sua falta tecnologia de guerra, foi fazendo com que a imagem dos
Estados Unidos fosse sendo desgastada, isto, tanto no período Estados Unidos,
como também nos países aliados. A oficina de TET, teve como conseqüência
imediatas como suspensão dos bombardeios norte-americanos sobre o Vietnã do
Norte, que tinham ocorrendo desde 1965; início das conversações de paz em Paris
(1968) visando buscar uma solução política para o término do conflito. Em 1969,
Richard Nixon, assume a presidência dos Estados Unidos, propondo-se a “trazer
os rapazes para casa”. (OLIC, 1988, p. 31). Negociações de paz continuaram
ocorrendo em Paris. Por um lado os norte-americanos somente concordavam em sair
caso os norte-vietnamitas cessassem a ajuda de que estavam dando aos
vietcongues, por outro lado, os norte-vietnamitas, insistiam na substituição do
governo do Vietnã do Sul do governo de coalizão no qual eles também estivessem
incluídos. Os combates continuaram, embora em número e em intensidade menores.
Ao mesmo tempo, os soldados norte-americanos iam, aos poucos sendo retirados do
Vietnã.
Neste período,
as condições morais dos soldados norte-americanos, estavam precárias. A
perspectiva de sair do inferno da guerra fazia com que muitos deles não se
arriscassem em ações consideradas sem nenhuma finalidade bélica. O uso de
drogas, o abandono ao exército, as idéias negativas sobre a guerra, trazidas
pelos novos recrutas, e o não-acatamento de ordens dos oficiais, mostravam
claramente em que condições psicológicas encontravam-se os soldados
norte-americanos ao Vietnã. Os soldados norte-americanos continuavam sendo,
gradativamente retirados do Vietnã. Em março de 1970, o presidente Nixon, manda
bombardear Camboja, visando desmantelar refúgios vietcongues no país; no mês
seguinte, Camboja é invadida por tropas do Vietnã do Sul e dos Estados Unidos.
No ano seguinte, soldados sul-vietnamitas, apoiados pela aviação norte-americana,
invadem Laos. Enquanto isso, as negociações de paz em Paris, continuam sem
resultados, uma vez que os dois lados buscavam obter vantagens.
O general Vo
Nguyen Giap – o estrategista de Dien Bien Phu e da Ofensiva do TET – planeja,
então, uma ofensiva geral sobre o Vietnã do Sul, a fim de testar a força de
exército sul vietnamitas e forçar a saída dos norte-americanos. A ofensiva
ficou conhecida como Ofensiva da Páscoa[15].
Os ataques concentrariam-se em 3 regiões básicas do Vietnã do Sul; a cidade de
Hué, ao Norte; as regiões dos planaltos centrais; as áreas próximas a Saigon e
o Delta do Mecong, ao Sul. Nos dois primeiros meses foram conquistadas, amplas
áreas do Vietnã do Sul, causando assim, um grande impacto. No entanto, os
aviões de guerra norte-americanos, conseguiram deter a invasão e reiniciaram os
bombardeiros sobre o Vietnã do Norte. Bombardeiros estes que, iam de acordo com
o andamento das negociações de paz em Paris; toda vez que estas emperravam, os
norte-americanos aumentavam a intensidade dos ataques. Seu objetivo era abalar
economicamente e psicologicamente o Vietnã do Norte, para permitir que o
governo do Vietnã do Sul, ficasse um pouco mais aliviado.
A priori, os
bombardeiros, ficaram restritos apenas 40 Km além da zona desmilitarizada
existente entre os dois Vietnãs[16].
Posteriormente, os bombardeiros se estenderam a todo Vietnã do Norte. Esta
operação chamou-se Linebacker I[17].
Em Dezembro de 1972, houve uma nova ofensiva aérea – operação Linebacker II[18],
foi feita sobre o Vietnã. Foi o mais intenso e violento bombardeio de toda a
guerra e atingiu indistintivamente objetivos militares e áreas rurais sem
qualquer importância militar. Em 27 de Janeiro de 1973, é assinado em Paris, o
acordo de paz, e no dia seguinte anuncia-se o cessar fogo. Segundo o governo
norte-americano, o que levou os norte-vietnamitas a assinarem o acordo de paz
foram os devastadores bombardeiros sofridos por eles. Em fins de março de 1973,
Nixon, argumentou que na nação os Estados Unidos tinham conseguido uma paz
honrosa no Vietnã[19].
2.2. FASE FINAL DA GUERRA: A
PAZ SUPERFICIAL
Em 27 de janeiro de 1973, representantes do
Vietnã do Norte e do Sul, bem como dos Estados Unidos, assinaram em Paris um
difícil acordo que pôs fim à guerra do Vietnã. […] a assinatura do acordo de
paz, em 27 de janeiro de 1973, alimentou grandes esperanças. O cessar-fogo
firmado em Paris deveria significar o fim da guerra do Vietnã. Com isso, o
presidente norte-americano Richard Nixon queria terminar a intervenção militar
dos EUA na Indochina: "Falo hoje à noite no rádio e na televisão para
anunciar que fechamos um acordo que põe fim à guerra e deve trazer a paz para o
Vietnã e o Sudeste Asiático. Durante os próximos 60 dias, as tropas norte-americanas
serão retiradas do Vietnã do Sul. Temos de reconhecer que o fim da guerra só
pode ser um passo em direção à paz. Todas as partes envolvidas no conflito
precisam compreender agora que esta é uma paz duradoura e benéfica". […]
O acordo de paz previa a retirada completa das tropas dos Estados Unidos. Em
contrapartida, o Vietnã do Norte se comprometeu a soltar todos os prisioneiros
de guerra norte-americanos. Além disso, Hanói reconheceu o direito à
autodeterminação do Vietnã do Sul. Foi criado também um conselho de
reconciliação nacional, presidido pelo chefe de Estado Nguyen Van Thieu,
encarregado de convocar eleições livres no Vietnã do Sul, com a participação
dos comunistas do Vietcong e outros grupos de oposição. Os principais
arquitetos do acordo de Paris foram os chefes das delegações do Vietnã do Norte
e dos EUA, respectivamente Le Duc Tho e Henry Kissinger, encarregado especial
de Nixon. Pelos seus esforços, os dois diplomatas foram agraciados com
o Prêmio Nobel da Paz de 1973. Foi principalmente Kissinger quem forçou
uma mudança de rumo na política externa dos Estados Unidos, depois que os
protestos dos pacifistas criaram uma situação insustentável para Washington.
[…] (MAREK, 2011, p. 01)
O
acordo de Paris de 1973, entre outros itens, estabeleceu a retirada total das
tropas e dos assessores estrangeiros; a troca de prisioneiros; a criação de um
governo no Vietnã do Sul, que seria eleito de forma democrática e sob a
supervisão de uma comissão internacional. Mas, o que acontece é que, do que foi
estabelecido, pouco foi cumprido do acordo, procurando cada lado extrair o
máximo de vantagens. Na verdade, a paz era somente superficial. No decorrer de
1973, o exército sul-vietnamita recuperou algumas áreas norte-vietnamitas.
Isto, devido à ajuda norte-americana e as perdas humanas e materiais sofridas
pelos vietcongues e norte-americanos com os bombardeiros. No final de 1974, os
norte-vietnamitas e o Vietcong, tentaram uma nova ofensiva contra o Vietnã do
Sul, isto, devido à diversos acontecimentos ocorridos, que, de uma forma ou de
outra, influenciaram desfavoravelmente o Vietnã do Sul: a hostilidade cada vez
maior do Congresso americano ao presidente Nixon, pelas repercussões do
rumoroso caso Watergate[20];
o elevado aumento dos preços do petróleo, ocorrido após a guerra do Yom Kippur[21], que refletiu
negativamente, sobre a economia do Vietnã do Sul; crescente corrupção nos
quadros do governo; intensa ajuda prestada pela URSS aos norte-vietnamitas para
a reconstrução e reequipamento militar. Quanto à reação norte-americana, a esta
nova ofensiva, os comunistas sentiram que não havia necessidade de maiores
preocupações. Aliás, isto quer dizer que à capacidade de resposta do exército
sul-vietnamita, os norte-vietnamitas fizeram uma sondagem militar ao Norte e ao
centro do Vietnã do Sul, em fins de 1974, reconhecendo a debilidade das forças
armadas sul-vietnamitas. Isso foi imediatamente explorando pelas tropas do
Vietnã do Norte e do Vietcong, que avançaram sobre as áreas dominadas pelo
exército sul-vietnamita. O que podia ser uma resistência feroz dos
sul-vietnamitas, transformaram-se numa incrível debanda. Armamentos intactos e
suprimentos era deixados para trás, passando a ser largamente utilizados pelos
vietcongues e pelas tropas norte-vietnamitas que avançavam.
Ao mesmo tempo, ia ocorrendo
um grande êxodo de civis sul-vietnamitas, não somente pelo medo da guerra, e
sim também para não serem submetidos ao domínio dos norte-vietnamitas e
vietcongues. No final de março de 1975, a metade do Vietnã do Sul, já estava
ocupada pelos comunistas. Em abril de 1975, os Estados Unidos, desistiram de
intervir na região, para eles, a guerra havia terminado. Na manhã do dia 30 de
abril, poucas horas depois da partida dos últimos americanos, tanques
norte-vietnamitas derrubaram os portões do palácio presidencial de Saigon, e os
representantes do governo Sul-vietnamita de renderam incondicionalmente. Trinta
anos a guerra, haviam terminado. O Vietnã, em 1976, foi unificado sob o domínio
comunista, com capital em Hanói. Saigon, a antiga capital do Vietnã do Sul,
passou a se chamar Ho Chi Minh, em homenagem ao grande líder e fundador do
Partido Comunista do Vietnã[22].
3 – UM POUCO DO VIETNÃ HOJE
O atual Vietnã, juntamente com o Laos e o Camboja,
fazia parte do território conhecido como Indochina, que desde o final do século
XIX era uma possessão da França. No decorrer da Segunda Guerra Mundial, o Japão
avançou sobre o Sudeste Asiático, desalojou os franceses e anexou a região aos
seus domínios. Organizadas na Liga Revolucionária para a Independência do
Vietnã, liderados por Ho Chi Minh, os vietnamistas reagiram aos japoneses e no
final da Segunda Guerra proclamaram, na parte norte do país, a República
Democrática do Vietnã. Logo a seguir, os vietnamistas entraram em guerra contra
os franceses, que teimavam em reconquistar a região, e os venceram de modo
espetacular na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Nesse mesmo ano, na
Conferência de Genebra, convocada para celebrar a paz, decidiu-se que até as
eleições gerais, que se realizaria em 1956, o Vietnã independente ficaria
dividido em: * Vietnã do Norte (socialista), com capital em Hanói, governado
por Ho Chin Minh; * Vietnã do Sul (pró-capitalista), com capital em Saigon,
liderado por Bao Dai. Nos anos seguintes, ao mesmo tempo em que a Guerra Fria
se acentuava, a rivalidade entre os dois Vietnãs cresceu e as eleições com
vistas à reunificação do país não se realizaram. Opondo-se à divisão do Vietnã
e ao ditador que os governava, os sul-vietnamistas fundaram, em 1960, a Frente
Nacional de Libertação. Essa organização era formada por grupos de
guerrilheiros socialistas conhecidos como vietcongues. A Frente recebeu o
imediato apoio do Vietnã do Norte. Decididos a conter a expansão do socialismo
na região, os Estados Unidos começaram a enviar ajuda militar ao governo do Sul
e com isso precipitaram o início de uma nova guerra. Durante os doze anos em
que estiveram envolvidos nesse conflito, os EUA despejaram sobre o Vietnã
milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados.
Apesar do poderoso arsenal bélico, os norte-americanos foram derrotados pelas
forças norte-vietnamistas e vietcongues, retirando-se da região em 1973. A
guerra, no entanto, prosseguiu até 1975, ano em que o governo de Saigon
rendeu-se aos seus adversários.No ano seguinte, os vencedores promoveram a
unificação do país, transformando o Vietnã num Estado socialista. (RAFAEL,
2007, p. 01).
A antiga
Saigon, hoje atual Ho Chi Minh, é um dos pouquíssimos lugares do Vietnã que,
mostra mudanças nos últimos dez anos. A arquitetura ainda é a mesma, o
movimento frenético das ruas também, as cicatrizes da guerra também não
desapareceram. Mas, no seu interior, a cidade mudou radicalmente. Durante a ocupação
norte-americana, Saigon era tida como uma cidade parasita, pois, produzia o
mínimo daquilo que consumia. Hoje, Ho Chi Minh, fornece mais de 35% da produção
industrial de todo o Vietnã, além de exportar alimentos para o Norte do país. O
antigo cassino transformou-se em teatro popular. Casebres e barracos, que
haviam sido construídos ao longo dos canais e dos rios, foram removidos. Os
moradores estão sendo levados para apartamentos no bairro de Tan Binh.
Atualmente o Vietnã, é um país onde o novo surge em meio ao pesadelo do
passado. A população procura pacientemente renascer em meio aos traumas
deixados pela guerra. A luta da reconstrução, talvez seja tão longa, quanto à
luta contra inimigos. Mas, se uma vitória já foi possível, outras não serão
impossíveis. Atualmente, Ho Chi Minh é o pólo de desenvolvimento industrial do
Vietnã. O analfabetismo é considerado erradicado. Desde 1975, foram criadas um
milhão de empregos, 300 empresas industriais estatais, e por volta de 25 mil
unidades privadas e cooperativas de artesanato.
Nem em Ho Chi
Minh, nem em outras regiões do Vietnã, se vêem crianças com sinais de
subnutrição. A cidade dispõe ainda de mais de 600 creches, inúmeras faculdades
e escolas de adultos. Em Hanói, o passado milenar, a ocupação chinesa e a
colonização francesa vêm ao encontro do visitante a cada esquina. Templos,
torres, monumentos, vindos dos confins dos séculos, convivem com os belos
edifícios de arquitetura colonial francesa, recuperados para ministérios e
outros departamentos administrativos. Percebe-se, ainda, que Hanói é também os
lagos, o Parque de Lênin, os jardins e fatalmente, os vestígios da guerra. Há
tanto em Hanói, como em Ho Chi Minh, Da Nang [Costa do Centro-Sul][23],
Haipong[Delta do Rio Vermelho][24],
e outras cidades vietnamitas, a mesma quantidade de bicicletas que parecem
andar em ininterrupto desfile. Possui, a cidade de Hanói, aproximadamente um
milhão de habitantes[menos que a cidade de Ho Chi Minh]. A construção de novas
moradias se faz lentamente. As pequeninas casas abrigam duas ou mais famílias,
o que leva muita gente a preferir dormir em esteiras nas calçadas, quando o
calor aperta e chuva não cai. Em Ho Chi Minh, há mendigos, mas em número
ínfimo, se comparados com os de cidades como Rio de Janeiro, Buenos Aires, e
assim sucessivamente.
CONCLUSÃO
Ao terminar o
meu artigo sobre A Guerra do Vietnã, concluímos que, desde a Segunda Guerra
Mundial, este conflito, foi, um dos mais importantes da nossa era, pois, o
mundo chegou a atingir a geração dos anos 60 do século XX. Esta guerra foi um
pesadelo terrível, o qual, percebo, jamais será esquecido. Não somente pela sua
longa duração, nem pela resistência e luta dos vietnamitas contra uma super
potência, mas, sobretudo pelo sofrimento que a mesma impôs aos que dela
participaram e as cicatrizes são profundas. Para os vietnamitas, a guerra não
deixou somente milhares de vítimas, e sim também um país totalmente destruído,
que ainda tenta se reconstruir de todo seu esfacelamento e acima de tudo, a
Guerra do Vietnã deixou também a imagem de um povo determinado, que lutou com
todas as suas forças, para não se tornar submisso. Os norte-americanos também
ficaram marcados por este grande pesadelo, pois, milhares deles foram mortos e
multilados, e é por isso que o mundo não foi mais o mesmo depois desta guerra.
Atualmente o
Vietnã, juntamente com o Laos e o Camboja, fazia parte do território conhecido
como Indochina, que desde o final do século XIX era uma possessão da França. No
decorrer da Segunda Guerra Mundial, o Japão avançou sobre o Sudeste Asiático,
desalojou os franceses e anexou a região aos seus domínios. Vale ressaltar que
foram organizadas na Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã,
liderados por Ho Chi Minh, os vietnamistas reagiram aos japoneses e no final da
Segunda Guerra proclamaram, na parte norte do país, a República Democrática do
Vietnã. Em conseqüência disto, os vietnamistas entraram em guerra contra os
franceses, que teimavam em reconquistar a região, e os venceram de modo
espetacular na Batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Em seguida houve nesse mesmo
ano, na Conferência de Genebra, convocada para celebrar a paz, decidiu-se que
até as eleições gerais, que se realizaria em 1956, o Vietnã independente
ficaria dividido em Vietnã do Norte [socialista], com capital em Hanói,
governado por Ho Chin Minh; Vietnã do Sul [pró-capitalista], com capital em
Saigon, liderado por Bảo Đại.
Nos referentes
anos posteriores, ao mesmo tempo em que a Guerra Fria se acentuava, a
rivalidade entre os dois Vietnãs cresceu e as eleições com vistas à
reunificação do país não se realizaram. Em contraposição à divisão do Vietnã e
ao ditador que os governava, os sul-vietnamistas fundaram, em 1960, a Frente
Nacional de Libertação. Essa organização era formada por grupos de
guerrilheiros socialistas conhecidos como vietcongues. A Frente recebeu o imediato
apoio do Vietnã do Norte. Estavam decididos a conter a expansão
do socialismo na região, os Estados Unidos começaram a enviar ajuda militar ao
governo do Sul e com isso precipitaram o início de uma nova guerra. Durante os
doze anos em que estiveram envolvidos nesse conflito, os EUA despejaram sobre o
Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil
soldados.
Assim,
acredita-se que o poderoso arsenal bélico, os norte-americanos foram derrotados
pelas forças norte-vietnamistas e vietcongues, retirando-se da região em 1973.
A guerra do Vietnã, no entanto, prosseguiu até 1975, ano em que o governo de
Saigon rendeu-se aos seus adversários. No ano seguinte, os vencedores
promoveram a unificação do país, transformando o Vietnã num Estado socialista,
isto quer dizer ainda, que a vitória do Vietnã do Norte, obteve a Retirada das
Forças norte-americanas da Indochina, da dissolução do Vietnã do Sul, com a
reunificação do país sob o regime comunista e da Ascensão do comunismo no
Camboja e no Laos.
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