Início › Fóruns › Questões sobre Filosofia em geral › Morte › A Morte é só uma parte da vida!
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19/05/2006 às 13:18 #70453jgsaMembro
Olá,Gostaria de me posicionar sobre esse assunto um tanto quanto intrigante. Na maioria das vezes, as pessoas cultivam um certo receio ou até mesmo medo da morte!Faço uma observação:Por que se preocupar com a única coisa que é certa em seu futuro? Não vejo a morte como um problema, mas sim como algo que muitas vezes é desejado, não digo que a desejo, mas que devemos encara-la com mais leveza.Minha única curiosidade é saber o que encontrarei depois que morrer.Gostaria que vocês se posicionem a respeito disso!
20/05/2006 às 3:26 #82375Miguel (admin)MestreÉ cara, tenho que confessar que passo horas tentando compreender não o que vem depois da morte, mas sim o que é a morte. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão, mas assim que descobrir algo eu te aviso..rs… :PAbraços.
20/05/2006 às 3:29 #82376Miguel (admin)MestreMudando de assunto: com relação à sua assinatura, concordo que o mundo é realmente uma batalha. Mas por que tem que ser assim? Não podemos mudar isto?
20/05/2006 às 13:48 #82377jgsaMembroUnVoit,Nunca pensei em como mudar isso porque não penso que seja tão negativo. Para mim, o faz a vida ser excitante é justamente o inesperado e as batalhas. Já pensou, se não houvesse problemas, como a vida seria sem graça.A indagação que eu faço é outra: Por que temos que pensar? Já pensou que se não fossemos racionais, 90% por cento dos nossos problemas seriam resolvidos. Não iríamos, por exemplo, questionar a danada da morte. Não digo que não gosto de ser racional. Não consigo conviver com tantas pessoas que deixaram de raciocianar há muito tempo, e algumas talvez nunca tenho feito. Mas o que eu posso fazer? Apenas a minha parte. E quanto mais estudo mais o sofrimento aumenta pois como já foi dito: "O muito saber traz canseira e enfado, quem acumula ciência acumula tristeza"! O mais estranho é que eu gosto de acumular essa tristeza! heheh
20/05/2006 às 17:24 #82378Miguel (admin)MestreOlá jgsa,não posso acreditar que uma sociedade em nos consideremos uns aos outros como inimigos em constante batalha possa ser sadia. Isto tem nome: capitalismo. Além do mais, problemas existirão estejamos ou não unidos, sendo que a união nos ajudaria a resolver a maior parte destes ditos "problemas".Quanto à questão racionalidade/felicidade, concordo plenamente com vc. Aliás, eu já tinha postado algo sobre isso aqui, mas, complementando, creio que isto esteja relacionado à consciência, pois é impossível ser feliz sabendo qual é a nossa (e dos outros) miserável condição nesta miserável vida. É impossível ser completamente feliz sabendo que neste momento milhões de pessoas sofrem com doenças, guerras, etc e etc...Voltando à questão "morte", recomendo o conto "O Muro", de Sartre. É sobre o último dia de vida de três caras condenados à morte. Muito interessante.Falou.
22/05/2006 às 11:29 #82379jgsaMembroConcordo plenamente que a maior causa dos nossos problemas sociais atuais é a praga do capitalismo, onde os ricos dependem da miséria dos pobres (pra os quais a melhor solução e alívio seria a morte. Hironico não??).Admiro as idéias de Marx, apenas o acho um pouco utópico, pois como diz o agente Smith em Matrix: O ser humano é um vírus." Se você parar para observar certas características verá que ele tem uma certa razão.O melhor a fazer é seguir no grande jogo da vida, torcendo pra que um dia toda essa desgraça acabe de uma vez!
22/05/2006 às 14:53 #82374Miguel (admin)MestreO melhor a fazer é seguir no grande jogo da vida, torcendo pra que um dia toda essa desgraça acabe de uma vez!
Olá,Concordo em partes com vc, pois não podemos apenas torcer, mas sim devemos ser parte ativa da mudança.
A indagação que eu faço é outra: Por que temos que pensar? Já pensou que se não fossemos racionais, 90% por cento dos nossos problemas seriam resolvidos. Não iríamos, por exemplo, questionar a danada da morte. Não digo que não gosto de ser racional. Não consigo conviver com tantas pessoas que deixaram de raciocianar há muito tempo, e algumas talvez nunca tenho feito. Mas o que eu posso fazer? Apenas a minha parte. E quanto mais estudo mais o sofrimento aumenta pois como já foi dito: "O muito saber traz canseira e enfado, quem acumula ciência acumula tristeza"! O mais estranho é que eu gosto de acumular essa tristeza! heheh
Voltando a este assunto, também me sinto de modo parecido às vezes. Mas penso que este impulso para o saber é o que nos diferencia dos animais, logo, por mais doloroso que isto possa ser, somos obrigados a ceder.Apesar disso, conhecer as nossas dores já é um bom caminho para que possamos remediá-las, não concorda?"Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer". (Woody Allen)
23/05/2006 às 11:40 #82380jgsaMembroUnVoit,Quando eu disse que devemos torcer para que toda essa desgraça acabe, não quis passar a idéia de ficar parado vendo tudo acontecer, quis dizer que devemos ser ativos, fazermos a nossa parte, deixarmos a nossa marca, e não passarmos desapercebidos.Como eu disse, não acho ruim raciocinar, às vezes é uma benção, mas também poder ser uma praga."E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"Só tendo consciência de que o mundo é uma desgraça é que podemos melhorá-lo, se não tivermos consciência de que um problema existe, como poderemos resolve-lo não é mesmo?
08/06/2006 às 15:31 #82381FlagMembroEu acho que um grande problema que nos atormenta em relação á morte é o facto de que podemos sofrer em antes de morrer.Ninguém gosta de pensar sequer como é morrer afogado, por isso é que eu acho que as pessoas têm tanto medo da morte.Pessoalmente eu tenho medo de certos assuntos porque sei pouco sobre eles, portanto é por isso também que eu tenho medo da morte, porque não sei quase nada sobre ela, só sei é que um dia a nossa vida vai acabar, e o que há depois dela é incógnita.No meu caso eu tenho a crença que depois de morrer nada acontece, é o fim, nada de paraíso nada de inferno, nada de alma, nada de fantasma, mas tal como eu disse, é só o que eu penso.
05/11/2006 às 15:50 #82382BrasilMembroOlá unVolt, permita-me, respeitosamente questionar essa sua posição:
...passo horas tentando compreender não o que vem depois da morte, mas sim o que é a morte. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão...
Essa sua incerteza me faz entender que vc acredita na existência de um Ser superior e/ou criador.Pois, quem não acredita em nada disso, acha que a morte é uma simples falência múltipla de órgãos ou a falência de um órgão vital para a sobrevivência do corpo humano.Vêem a morte como uma interrupção definitiva dos sentidos e, consequênte apodrecimento do corpo, nada mais.Não quero dizer com isso, que tenho certeza sobre algo neste assunto, além do que acabei de dizer. Abraços reflexivos
07/11/2006 às 4:04 #82383Miguel (admin)MestreEssa sua incerteza me faz entender que vc acredita na existência de um Ser superior e/ou criador.Pois, quem não acredita em nada disso, acha que a morte é uma simples falência múltipla de órgãos ou a falência de um órgão vital para a sobrevivência do corpo humano.Vêem a morte como uma interrupção definitiva dos sentidos e, consequênte apodrecimento do corpo, nada mais.
Olá Brasil,Eu já disse aqui, e vc deve se lembrar, que minha posição quanto à existência ou não de Deus é bastante incerta. Creio, por um lado, que uma atitude cética frente a qualquer assunto "obscuro" é sempre o mais vantajoso, e a idéia de uma vida sem qualquer causa última dá uma agradável sensação de liberdade. Por outro lado, esta liberdade, este saber-se dono de si mesmo, traz consigo a consciência da completa responsabilidade que se tem durante o curto espaço de tempo em que estaremos na face da Terra.Mas apesar da comodidade que a idéia de um Deus proporciona, ainda prefiro no mínimo viver como se Ele não existisse, enquanto não encontrar evidências que provem o contrário.Tentando explicar a frase que vc questionou, posso dizer que minha incerteza com relação à morte se dá justamente dentro da visão materialista que vc citou ("interrupção definitiva dos sentidos, e conseqüente apodrecimento do corpo"). Sendo a vida baseada puramente na matéria, não podemos dizer que a vida desaparece, já que a matéria também não desaparece, simplesmente muda de forma. E como sabemos que a consciência se extingue após a desagregação da matéria? Tudo o que sabemos é que aqueles que perderam sua forma biológica própria não se expressam mais como indivíduos, porém esta matéria que se desagregou será novamente componente de uma nova forma biológica, que por sua vez também carregará uma (nova?) consciência.Enfim, o que eu escrevi acima deve estar muuuuito confuso, mas não vou apagar porque eu realmente estou muito confuso..hehehe... O que quero realmente dizer é que, se não sabemos ao menos definir o que é a vida, como saberíamos definir a morte?Até mais...
07/11/2006 às 21:00 #82384BrasilMembroEu já disse aqui, e vc deve se lembrar, que minha posição quanto à existência ou não de Deus é bastante incerta.
Desculpe-me, eu não me recordava disto.
Creio, por um lado, que uma atitude cética frente a qualquer assunto "obscuro" é sempre o mais vantajoso, e a idéia de uma vida sem qualquer causa última dá uma agradável sensação de liberdade.
Cético duvida! Vc tem incerteza! Assim como eu, só que eu acredito na existência de uma força, um Ser, Deus (sei lá), o fato é que eu não tenho certeza, mas não sou um cético, e nem vc, na minha opinião.cép.ti.co adj (gr skeptikós) 1 Diz-se daquele que segue o cepticismo. 2 Que duvida de tudo que não está provado de modo evidente. 3 Descrente. sm 1 Partidário do cepticismo. 2 Aquele que duvida de tudo que não está provado de maneira evidente. 3 Indivíduo descrente. Antôn, acepções 2 e 3 do adj e do s: crente. Var: cético.
Por outro lado, esta liberdade, este saber-se dono de si mesmo, traz consigo a consciência da completa responsabilidade que se tem durante o curto espaço de tempo em que estaremos na face da Terra.
Isso para alguns, pois para outros(a maioria), traz uma completa irresponsabilidade e senssação de salve-se quem puder. Um corrida maluca, mais ou menos como isso que estamos vendo acontecer por todo o mundo: Guerras, desordem, exploração, desumanidade, cobiça, ganância e outras perversidades humanas. Ainda bem que temos alguns beatos hehehe... e outros apartados de religião, como nós que, acreditando ou não, procuram cumprir seu papel de Ser Humano.Também não quero deixar de dizer que os fanáticos, exercem um papél nocivo, ao meu ver.Matam e se matam pelas suas religiões ou por interpretações diversas das diversas religiões.
Mas apesar da comodidade que a idéia de um Deus proporciona, ainda prefiro no mínimo viver como se Ele não existisse, enquanto não encontrar evidências que provem o contrário.
Bem, eu também vivo como se ele não existisse, não faço absolutamente nada em função dele ou de algo ligado à religião ou doutrina religiosa, apenas acredito que não somos só carne e osso e que existe uma força superior que determina algumas leis, imperceptíveis para todos nós. Não saberia te dizer porque acredito nisto que acabei de dizer, alias o termo correto nem seria “acreditar” e sim “sentir”.Mas, posso dar alguns exemplos que também não provam nada... heheheO que nos diferencía dos demais animais é o raciocínio, mas existe situações em que o animal entende perfeitamente o que está acontecendo. Exemplo: Se uma pessoa sofrer um acidente violento bem diante de seus olhos, isso vai te abalar o emocional, dependendo do acidente, a pessoa que presenciou pode atém sofrer uma parada cardíaca. Ao passo que, se o acidente acontecer bem diante dos olhos de um animal irracional, como um cão por exemplo, ele não vai esboçar sentimento algum, nem mesmo se o acidentado for o seu dono. A diferença é que o animal não raciocina e não tem emoções, porém o homem raciocina e deveria agir como o cão. Por que? Porque somos carne e osso, nada mais! Por que importar-se com aquele que foi triturado bem na sua frente? Azar dele!! Sorte sua!! OU não??Esses setimentos têm base em algo desconhecido por nós, uns acham que chama-se Deus, outros chamam de Alá, outros não chamam de nada, apenas acreditam em uma força regente ou influênte, outros PENSAM que não acreditam e outros não acreditam mesmo. Esses últimos são perigosos, na minha opinião, pois não respeitam os sentimentos mais comuns aos humanos.
Tudo o que sabemos é que aqueles que perderam sua forma biológica própria não se expressam mais como indivíduos, porém esta matéria que se desagregou será novamente componente de uma nova forma biológica, que por sua vez também carregará uma (nova?) consciência.
É uma hipótese... Uma nova vida, com certeza ela carrega! Ou acarreta!
Enfim, o que eu escrevi acima deve estar muuuuito confuso, mas não vou apagar porque eu realmente estou muito confuso..hehehe...
O que é confuso é o assunto em sí! hehehe
O que quero realmente dizer é que, se não sabemos ao menos definir o que é a vida, como saberíamos definir a morte?
Daí o sentimento de respeito e os demais sentimentos:compaixão, solidariedade, fraternidade, etc. Isso tem bases ou origem desconhecidas, pois se raciocinarmos friamente... pra que me importar com os outros? Vamos todos apodrecer mais cedo ou mais tarde! Por que respeitar meu semelhante? Só porque eu posso ser preso se eu não o fizer? Então quando a polícia não está por perto eu posso desrrespeitar? É por aí... A consciência de quem não acredita em absolutamente nada superior a ele próprio, só pode ser assim, egoista e fria.Abraços
07/11/2006 às 21:36 #82385Miguel (admin)Mestrepra que me importar com os outros? Vamos todos apodrecer mais cedo ou mais tarde! Por que respeitar meu semelhante, só porque eu posso ser preso se eu não o fizer? Então quando a polícia não está por perto eu posso desrrespeitar? É por aí… A consciência de quem não acredita em absolutamente nada superior a ele próprio, só pode ser assim, egoista e fria.
Não acredito na existência deste ser superior (apesar de também não negar), mas nem por isso sou frio e egoísta. A impressão que tenho é de que este Deus que vc descreve seja uma espécie de polícia invisível e onipresente, um fator de controle moral. A única diferença é que, ao invés de ir para a cadeia, vai-se para o inferno ao infringir determinadas leis.Creio que a natural tendência humana para a compaixão é simplesmente algo instintivo, necessário à manutenção da vida, já que somos seres sociais assim como as abelhas. Eu não furto pois não não gostaria de ser furtado, é um simples pacto social! É racional, mesmo que às vezes inconsciente e hereditário. Não vejo sentimento transcendente algum no respeito ao próximo, até porque ele não é presente só na nossa espécie...Isto tem certa relação com o que discutimos no tópico sobre ética (aqui) - que aliás eu preciso responder. Para mim, todos os valores para se viver em sociedade são frutos de um pacto, ou contrato, que não tem nenhum valor metafísico ou transcendente. Não há nenhum Deus ou Ser Superior na definição destes valores, apenas a razão e/ou a seleção natural.Abraços.(ah, eu te mandei um MP... ;))
07/11/2006 às 22:56 #82386BrasilMembroA impressão que tenho é de que este Deus que vc descreve seja uma espécie de polícia invisível e onipresente, um fator de controle moral.
Quando vemos uma maldade muito grande e nos revoltamos, ou um acidente terrivel e, nos sensibilizamos, é porque alguns acreditam nesse fator de controle moral?
Creio que a natural tendência humana para a compaixão é simplesmente algo instintivo, necessário à manutenção da vida, já que somos seres sociais assim como as abelhas
Não é necessário à manutenção da vida!! Pelo contrário, necessário à manutenção da vida seria eu não dar atenção para essas coisas, afinal, carne e osso é só carne e osso! Perder tempo e desviar minha atenção de meus compromissos não é essencial à vida! Sensibilizar-se com uma pessoa extremamente deficiente e que sofre constantemente é essencial à vida? Quando nos sensibilizamos diante de fatos assim é porque acreditamos que existe uma força que nos policia? É instinto? Instinto de que? Por instinto os animais abreviam a vida de seus morimbundos. Na grande maioria das espécies, quando existe uma animal doente os outros se encarregam de eliminá-lo, e eles vivem em sociedade!
A única diferença é que, ao invés de ir para a cadeia, vai-se para o inferno ao infringir determinadas leis.
Isso é o que alguns acreditam, nem todos! Há até quem acredite que estamos no inferno! ...dependendo do ponto vista, eu não discordo. O que será que pensa uma criança que teve seus pais decaptados e as imagens disso foram ao ar em seu país? E crianças que preseciaram marginais estuprarem e assassinarem seus pais e familiares? O que será que pensam? Em que acreditariam? Em Deus, em nada, ou no Demônio? Tudo é uma questão de ponto de vista...Abraço
07/11/2006 às 23:29 #82387Miguel (admin)MestreNão desejar aos outros o que se não se deseja para si mesmo é uma convenção que se impregnou profundamente nos costumes, nada mais que isso. A sociedade precisa dessa atitude generalizada para que seus membros continuem submissos e satisfeitos, e o indivíduo precisa da sociedade, logo, tem que se adequer às convenções. Se fosse algo inato, sobrenatural, não precisaríamos ensinar às crianças que não se deve matar, roubar e etc, elas já saberiam de antemão. Porém o que vemos é que o primeiro instinto das crianças é o egoísmo, que vai sendo gradualmente reprimido pela sociedade.Já havíamos comentado sobre um pacto social, e mais uma vez esta discussão chega a Rousseau: a sociedade corrompe o homem ou o homem corrompe a sociedade?Abraços...
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