Início › Fóruns › Questões do mundo atual › Ensino de Filosofia › O carácter formativo da filosofia
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09/03/2002 às 18:28 #69964Miguel (admin)Mestre
A filosofia aparece para muitos conotada como um esforço inútil, espaço hermético e abstracto habitado por um conjunto de intelectuais mal-amados que discutem entre si o indescirnível! De quem é a culpa disso? Dos professores que são os agentes que introduzem os alunos nesse mundo; da sociedade em geral cada vez mais presa ao imediatismo, ao utilitarismo, à aparência, à futilidade, ao abandono do humano.
Como reverter? Combatendo, agindo.
A filosofia é, acima de tudo, uma atitude perante a vida, atitude essa que exige um esforço considerado nos dias de hoje suplementar: pensar. Para quê pensar? Começar a pensar é começar a ser consumido, como bem dizia Camus! Pensar custa e dói! Daí a cisão que o pensamento consciente de si introduz no nosso quotidiano, daí o facto de não voltarmos a reconher-nos no espelho! Daí a consciência de ser. Ora bem, talvez se aulas de filosofia fossem este exercício de pensar a filosofia deixasse de ser conotada como um esforço inútil e preverso. Iniciados na arte de pensar, os alunos aperecebem-se de que a filosofia vai de encontro aos seus anseios, às suas dúvidas e às questões que colocam a si próprios.
Fazer das aulas de filosofia um espaço em que os alunos, atentos, registam conteúdos (impensáveis) que ordeiramente debitam nos testes onde, raramente atingem resultados satisfatórios é, de facto, um esforço inútil e constitui a própria negação da filosofia enquanto tal. Nesses moldes ela não interessa em nenhum nível de ensino a não ser como conjunto de teorias que se memorizam e pronto se esquecem….
Ou de facto percebemos que a filosofia nos diz respeito ou nunca perceberemos nada de filosofia…
A filosofia não é um exercício onde todos sabem mais ou menos o mesmo, diferindo apenas a forma de o expressar!!! Isso seria tão redutor!… mas como ensinar pensar a quem resiste? Como mostrar que pensar conduz mais rapidamente a bons resultados do que simplesmente debitar informções?
Tarefa difícil, hercúlea, que cabe a todos (especialmente a professores) desenvolver.
O caminho mais fácil é o mais apetecido. O caminho mais fácil é o mais desejado. Pensar introduz inquitude, desconforto. Mas não será justamente essa a “arma” com que podemos hoje lutar num mundo onde o homem se encontra longe de si? Não será esse “desconforto” a verdadeira forma de “felicidade” possível, na medida em que introduz a consciência e a cautela? Não teremos todos os que formamos jovens um papel decisivo nessa tarefa? É fornecendo aos jovens as armas com que eles podem lutar-pensamento-que podemos iniciá-los numa espécie de “arte da sobrevivência” e prepará-los para serem autênticos.
É disso que se trata na filosfia- pensar, reflectir, ver o mundo com outros olhos. A filosofia é deste mundo e diz respeito a todos nós. Tem, no ensino, um carácter formador imprescindível. É preciso cativar pois o essencial (ainda) é invisível para os olhos…
abs.23/06/2002 às 5:04 #76157Miguel (admin)Mestrea maior culpa desse imagem da filosofia eh dos proprios jovens , que discriminam a filosofia : “ae nerd!” , “ae deu uma de filosofo” , isso as pessoas q pensam tem de aguentar , pensar eh dificil , e com o medo da exclusao social eles aderem a maioria e fazem disso um habito , dae qdo se tira essa disciplina do segundo grau , ja como eh mal vista , os jovens nao se importam
acreditar eh facil
pensar eh dificila funcao dessa disciplina na formacao de cada um eh tao importante hoje , com o enfraquecimento da religiao , que faria os jovens terem valores a seguir e pensar sobre seus atos ,melhorando a sociedade e infelizmente a filosofia nao eh mais obrigatoria no ensino
23/06/2002 às 5:08 #76158Miguel (admin)Mestree tem mais
um grande exemplo disso q eu falo eh a saida de um integrante da casados artistas 2 , pergutaram as pessoas na rua kem deveria sair , as pessoa falavam fulano pq eh casa dos artistas e nao casa dos filosofos , fulano pq pensa muito e faz pouco , fulano pq fala muito dificil
isso mostra a “filosofobia” por parte do povao15/02/2004 às 4:30 #76159Miguel (admin)Mestrerealmente que a retirada de materias como Filosofia e o Latim e algo relamente prejudicial para nos alunos de faculdades e de ensino medio mas a retirada dessas materias tem uma explicacao a filosofia faz com as pessoas questionem sobre todo tipo de assunto isso realmente nao e nada interessante para o modelo capitalista e sim para os burgueses e mais interessantes que pensemos que a sociedade evoluiu e chegou ao estagio mais elevado o medelo capitalista ou como dizia marsx o modelo capital.
20/07/2004 às 14:34 #76160Miguel (admin)MestreDifícil polêmica: incluir a disciplina de filosofia no segundo grau, à priori, parece ser uma boa idéia…
..será que, se atulharmos o segundo grau com disciplinas que consideramos importantes, os jovens ficarão mais inteligentes?
Ou será que, se os atulharmos de disciplinas, eles terão um conhecimento cada vez mais superficial e uma vida cada vez mais neurótica?
Será que a qualidade de ensino das universidades consiste em aumentar o número de horas na grade curricular?
To be or not to be?
That's the question!28/07/2004 às 6:29 #76161Miguel (admin)MestreEu vou dar a minha opnião como aluna do ensino médio. Eu tive a oportunidade de ter aulas de filosofia em 3 colégios diferentes e em nenhum deles a esperiência foi muito boa. Os professores passavam uma apostila qualquer, mandavam a gente decorar uns nomes, umas datas, uns conceitos e pronto. Aí vinha a prova, a turma tinha decorado esses dados e depois nunca mais pensava em filosofia. Será que adiantam aulas de filosofia desse jeito?
Também nas mensagens anteriores eu percebi um certo esnobismo em relação à juventude. As mensagens dão a entender que, em especial, a atual geração não gosta de filosofia. Na minha escola (apesar das aulas horríveis de filosofia) pelo menos 70% dos alunos se preocupam com filosofia. Eles lêm muito, têm discursões bem legais e desafiam as noções estabelecidas. Eu sei que isso que acabei de falar acontece mais na minha escola do que em outras por aí (estudo no Colégio de Aplicação da UFS). Mas, mesmo assim, eu já tive esperiências que me mostraram que os jovens estão interessados em filosofia, mas não do modo que ela é apresentada a eles.28/07/2004 às 23:29 #76162Miguel (admin)MestreÉ, Marina, não preciso dizer mais nada: você já sabe porque não funciona…
Eu também não sou nenhum inovador, mas reconheço que só professores verdadeiramente capazes fomentariam o interesse por aprender e cultivar os saberes em seus alunos, de forma mais descontraída, senão prazerosa…
31/07/2004 às 13:10 #76163Miguel (admin)MestreTodavia, não seria bom esquecer de mencionar que mesmo professores competentes necessitam de apoio e de um certo grau de liberdade dentro das instituições de ensino para desenvolverem seus trabalhos com os alunos.
De que adiantaria o professor ter iniciativa e ser criativo se a instituição o limitar a seguir um rígido programa de aulas no qual ele não encontra espaço para desenvolver seu talento.
Isso aconteceu muito no ensino didático das décadas passadas onde predominava um retrocesso à postura positivista, a qual primava pela especialização em detrimento da capacidade de compreensão dos alunos, como uma espécie de preparação para absorção de “mão-de-obra” por algum sistema tecnocrático.
31/07/2004 às 17:44 #76164Miguel (admin)MestreEu sou também um aluno de ensino médio e tenho uma visão bem diferente da sua, Mariana. Não discordo de você. Eu estou no terceiro ano do ensino médio e nunca tive sequer uma aula de filosofia, mas se for pra ter uma aula a mais de decoreba como você disse que foi a sua prefiro realmente ficar sem. O que observo nos jovens que comigo estudam é um grande interesse pelo pensamento, mas uma tremenda insegurança. Por volta dos 70% também, na minha turma, os jovens se interessam por pensar e divagar. O problema é que eles tem certas verdades pre determinadas que eles não gostam de quebrar. Não digo que o que eles acham é o errado, porém eles, na maioria das vezes, nao estão dispostos a olhar por outra perspectiva.
Acho que a filosofia alcançou sim os jovens, o que falta é interesse. Pelo menos a meu ver, a questão de se “é nerd ou não” já “saiu de moda”. No terceiro ano do ensino médio eu vejo muito pouca gente ainda com esse conceito(apesar de ainda existir alguma)
12/09/2004 às 20:49 #76165Miguel (admin)MestreGostaria de saber como se é ensinado a filosofia em uma faculdade? Seria simplesmente através do contato com textos de diferentes filósofos. Ou se é estimulado o ato de refletir, baseando-se em análises dos textos de antigos filósofos, acrescido do entendimento da realidade social da época?
Porque as vezes a filosofia é simplesmente transformada em alicerce para um pseudo status, quando alguns a utilizam para citar nomes de filósofos ou trechos de seuas reflexões?
Quem cria esta visão distorcida da filosofia?
Seria a filosofia isso, Decorar trechos de citações e nomes?Além destas perguntas resta-me informar que tenho a grata satisfação viver com pinceladas de filosofia a minha vida. Adoraria poder levar a filosofia, verdadeira busca pelo pensar, a todas as pessoas de nossa sociedade principalmente crianças e jovens, onde com certeza teriamos não somente críticos vorazes, mas também elementos dispostos a transformar o nosso meio.
16/09/2004 às 1:58 #76166Miguel (admin)Mestrepessoal na minha opinião a filosofia faz muita diferença. na minha escola tenho um professor de filosofia bom principalmente pq ele ensina ótimos conceitos o difícil que parece que ninguém liga pra ele, eu ligo pq hj penso de forma diferente ele introduz a história mas com certeza a filosofia deixa as pessoas mais inteligentes e expressivas ,díficil reconhecer isso em uma sociedade que forja soldados para o capitalismo,outro aspecto porém é o fato de que os soldados vão lutar,lutar,lutar e no fim sem causa isso é deprimente prefiro acreditar que vamos valorizar o “pensar” melhor um dia . abraços…
30/09/2004 às 15:09 #76167Miguel (admin)MestreGente! Pensar, todas as pessoas pensam. Mesmo que de forma condicionada por influências externas, como o sistema capitalista por ex. . O fato é que não se precisa fazer filosofia para se pensar. O tipo de reflexão feita em filosofia pode ser feita em qualquer outra área de conhecimento. Por exemplo: existe um raciocínio lógico que condiciona o olhar do médico sobre o seu objeto de estudo, no caso, a doença ou o paciente. Mas esse raciocínio independe hoje em dia de qualquer conhecimento filosófico, pois está absolutamente condicionado pela política que define, no interior da profissão de médico, o próprio olhar do médico em relação ao paciente e à doença. Nós “humanos”, inventamos todo o tempo maneiras de ver. Então em minha opinião a questão do ensino de filosofia pode tanto ser uma arma positiva para se fazer, não pensar, mas, ver de outras maneiras, quanto negativa, se ficar resumida ao estudo de história da fiosofia, o que geralmente produz aulas chatas e cheias de decoreba. Assim, a questão do “pensar”, como do ensino de filosofia é uma questão política.
03/10/2004 às 16:32 #76168Miguel (admin)MestreÑ creio q o problema da falta de filosofia e da discriminação aos jovens filósofos venham de jovens ou de seus professores mas sim q venha da sociedade, sociedade essa q veio mudando com o capitalismo pratico, assim denomino esse capitalismo q vivemos hoje, q cada vez mais se preocupa com a falta de esforço q deve ser feitos para tarefas banais e complexas! O governo tambem leva parte da culpa por essa ideia fixa de praticidade, acham vcs meus companheiros q o governo possui interesse em q a massa tenha a ferramenta filosófia em suas mãos??? Claro q não, filosofia não apenas gera pensamentos, mas sim é o pensamento, levando-se em conta q os seres pensantes de verdade fazem protestos e discutem a natureza de problemas camuflados pelo capitalismo os governantes temtam manter as classes inferiores o mais longe possivel da filosofia usando assim outra filosofia a “filosofia conformista”!
08/10/2004 às 19:54 #76169Miguel (admin)Mestretentar retirar das pessoas o direito de realmente saber PENSAR é uma tática usada por grupos de interesse como a elite dominante para manter a sociedade alienada, pois esta nesta condição apática e acrítica aceita qualquer coisa que lhe for imposta, pois não saberá reclamar pelos seus direitos e muito menos saberá se organizar para reivindicar por uma sociedade mais justa e igualitária.A filosofia nos ajuda a reflitir, a realmente enxergar o que há por trás das novelas,dos filmes, das músicas com letras fúteis, dos comerciais de cerveja, cigarros, daquela comida enlatada, dos refrigerantes e de todo modo de vida que nos é apresentado e imposto.
22/11/2004 às 23:04 #76170Miguel (admin)MestreNão acredito que a elite esteja preocupada com a castração do uso da filosofia na sociedade, pois se esta castração foi imposta por eles a tempos atrás, o que vivemos agora é simplesmente a inercia destes períodos, trata-se de uma preguiça tão somente individual que como não poderia deixar de ser reflete-se diretamente na sociedade.
Será que nós que estamos aqui, utilizando este site, com a nossa formação, nosso estilo de vida, não somos a própria elite?
Será que somos os próprios coitadinhos excluidos ou somos os preguiçosos reclamões que não assumimos uma postura realmente transformadora no nosso próprio quintal? -
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