O que é o nada?

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  • #85129
    jota erre
    Membro

    Alguém conhece a doutrina Zen?

    #85130
    jota erre
    Membro

    Existe uma discussão até polêmica sobre a validade da filosofia oriental. “Filosofia é coisa do ocidente”, dizem.Mas, enfim, a doutrina Zen sotô promove uma prática de meditação que consiste em pensar em nada, para se alcalçar uma certa realização espiritual, que se chama "satori". Um momento de iluminação máxima do espírito.Os monges ficam em posição de lótus por horas tentando não pensar em nada. "O vazio é a matéria e a matéria é o vazio", afirmam.O grande desafio para tal prática é que, para se querer não pensar em nada é necessário que se tenha alguma coisa em mente, como então, "esvaziar" a mente?

    #85131
    Brasil
    Membro

    Dizem que essa meditação seria benéfica na cura de doenças etc. Eu não sei até onde isso é verdade mas, se fizer bem pra saúde, acho válido. Porém se isso não for verdade, não vejo outras qualidades nisso. Ou seja,  ficar horas tentando não pensar em nada…  Bem, é preciso definir bem o que se quer: Se vc é um cara que, como eu, gosta de tecnologia, máquinas fazendo nossas tarefas mais desgastantes,  gosta de música, artes, conversa, risada, descobrir coisas novas, conhecer lugares diferentes, etc., essa meditação deve ser uma tortura.Já, pra quem está de saco cheio de tudo isso que eu disse acima, essa meditação deve ser mesmo o máximo!  ;D

    #85132
    Cokk
    Membro

    A título de reforço: não é porque dizemos que “o nada é inexistente” que ele exista. Como eu tentei mostrar no meu primeiro comentário nesse tópico, podemos falar de minotauros sem supor sua existência real. Se o nada existe porque podemos dizer que o nada é aquilo que não existe, então podemos criar uma realidade a partir da nossa linguagem, o que representa o ponto culminante do velho idealismo transposto em termos contemporâneos.Por isso, se a filosofia discute o real, deve necessariamente prescindir de minotauros assim como do nada. A discussão, assim, recai sobre o critério de realidade. Esse é um tema muito complexo no qual pouco existe em consenso.Minotauros, assim como o Nada, caem muito bem na literatura. Prefiro que fiquem por lá.Abraços.

    #85133

    E aí pessoal, sou novo no fórum, esta é minha primeira postagem.Cokk, você está confundindo o Nada com ligação entre idéia e realidade objetiva. É certo que minotauros existem. Como idéias no campo da ficção, mas existem.

    #85134
    Cokk
    Membro

    Então, ao pensarmos em um minotauro, nós o criamos, o que é um exímio trabalho de artífice da realidade. Igualmente, você poderia criar um quadrado redondo? Malgrado eu possa enunciar um quadrado redondo, parece pouco plausível que essa entidade possa existir.De qualquer modo, quando eu disse que minotauros não existem, eu quis deixar claro que não existem tais entidade no que chamaríamos de universo espaço-temporal. Assim como não existem quadrados redondos.O que possa existir no campo da ficção não constitui o objeto da filosofia, mas, às vezes, o da literatura.Abraços.

    E aí pessoal, sou novo no fórum, esta é minha primeira postagem.Cokk, você está confundindo o Nada com ligação entre idéia e realidade objetiva. É certo que minotauros existem. Como idéias no campo da ficção, mas existem.

    #85135
    jvictorr
    Membro

    Se penso logo existo.Se você cria o minotauro e ele pensa o que você pensa, você existe não o minotauro.

    #85136

    Então, ao pensarmos em um minotauro, nós o criamos, o que é um exímio trabalho de artífice da realidade. Igualmente, você poderia criar um quadrado redondo? Malgrado eu possa enunciar um quadrado redondo, parece pouco plausível que essa entidade possa existir.De qualquer modo, quando eu disse que minotauros não existem, eu quis deixar claro que não existem tais entidade no que chamaríamos de universo espaço-temporal. Assim como não existem quadrados redondos.O que possa existir no campo da ficção não constitui o objeto da filosofia, mas, às vezes, o da literatura.Abraços.

    E aí pessoal, sou novo no fórum, esta é minha primeira postagem.Cokk, você está confundindo o Nada com ligação entre idéia e realidade objetiva. É certo que minotauros existem. Como idéias no campo da ficção, mas existem.

    Nós podemos usar nossa imaginação para criarmos um híbrido imaginário de homem e touro. Nós não podemos usar nossa imaginação para criamos um quadrado redondo. A geometria tem limites que até nossa imaginação não pode ultrapassar, deve ser por isso que era tão admirada por alguns filósofos. :)O que quis dizer é que a inexistência objetiva de um idéia é um assunto que não concerne ao tópico. O autor quer saber o que é o Nada, a inexistência absoluta de qualquer coisa: representação, idéia ou objeto. Explicitarmos a falta de ligação entre uma idéia e a realidade espaço-temporal que habitamos não nos leva ao significado do Nada, que aliás é algo bem difícil de ser definido.

    #85137
    Cokk
    Membro

    Se você leu a minha primeira postagem, sabe que não pretendi esclarecer o que seria o nada à luz de uma ligação entre uma idéia e a realidade objetiva. O que fiz, prevendo que alegariam o fato linguístico de podermos enunciar o nada como prova da sua existência, foi recorrer aos argumentos de Quine de posse da teoria das descrições definidas, de Russell. Nesse sentido, reitero, podemos falar, portanto imaginar coisas que não existem. Que essas coisas podem existir na mente é óbvio e não discuto. O importante é notar, contudo, que elas não existem no que chamamos de realidade objetiva. É uma maneira simples e econômica de resolver o problema, na qual encontro mais vantagens do que desvantagens. Uma teoria que suponha um universo povoado à medida da nossa imaginação não tem nenhuma vantagem sobre uma teoria que supõe, sob critérios objetivos, ainda que discutíveis, uma porção menor de entidades. É muito mais fácil equilibrar dois pratos na ponta de duas varetas do que incontáveis pratos nas mesmas duas varetas.É claro, como disse, que isso não define, explica nem sequer aponta o Nada. Se admitirmos que certas coisas não existem, não vejo como poderíamos negar que o nada seja o que não existe. Mas, se o nada existe, como alguns tendem a crer, é necessário outro termo equivalente para significar o que o senso-comum, ao meu ver com sólidas razões, significa quando diz "nada". Mas uma disputa sobre lexicografia não poderia me interessar menos.Com o exemplo do quadrado redondo que usei, minha intenção foi deixar claro que nem tudo em que pensamos existe. Você diz que não podemos imaginar um quadrado redondo, mas eu posso escrevê-lo conscientemente -- tal como fizemos com minotauros, do que resultou a defesa de sua existência --, sabendo que seu significado é o que eu supus inicialmente. Nesse caso, você afirmaria, então, que a linguagem não é a expressão do pensamento? Pois, se a linguagem é a expressão do pensamento, ao enunciar "quadrado redondo", eu devo previamente ter pensado em tal coisa. Por outro lado, se a linguagem não é a expressão do pensamento, o que seria ela?Ainda acima eu disse que não tinha a pretensão de discutir o que seria o nada, pois atualmente me satisfaço com a idéia de que o nada significa o que não existe.Os argumentos a que recorri não são inéditos, estão quase integralmente nos textos que citei no meu primeiro comentário.Um pedido meu a todos, mas motivado pelo comentário de jvictorr: seria conveniente que as observações e objeções fossem fundamentadas, e não lançadas com a frágil pretensão de resolver um problema com duas linhas. Problematizações formalizáveis em poucas linhas geralmente pressupõem tempo incalculável de reflexão. Não somos gênios, portanto não ajamos como tais. E, inclusive se fôssemos, a explicitação do raciocínio exposto seria ainda imprescindível a discussões.

    Então, ao pensarmos em um minotauro, nós o criamos, o que é um exímio trabalho de artífice da realidade. Igualmente, você poderia criar um quadrado redondo? Malgrado eu possa enunciar um quadrado redondo, parece pouco plausível que essa entidade possa existir.De qualquer modo, quando eu disse que minotauros não existem, eu quis deixar claro que não existem tais entidade no que chamaríamos de universo espaço-temporal. Assim como não existem quadrados redondos.O que possa existir no campo da ficção não constitui o objeto da filosofia, mas, às vezes, o da literatura.Abraços.

    E aí pessoal, sou novo no fórum, esta é minha primeira postagem.Cokk, você está confundindo o Nada com ligação entre idéia e realidade objetiva. É certo que minotauros existem. Como idéias no campo da ficção, mas existem.

    Nós podemos usar nossa imaginação para criarmos um híbrido imaginário de homem e touro. Nós não podemos usar nossa imaginação para criamos um quadrado redondo. A geometria tem limites que até nossa imaginação não pode ultrapassar, deve ser por isso que era tão admirada por alguns filósofos. :)O que quis dizer é que a inexistência objetiva de um idéia é um assunto que não concerne ao tópico. O autor quer saber o que é o Nada, a inexistência absoluta de qualquer coisa: representação, idéia ou objeto. Explicitarmos a falta de ligação entre uma idéia e a realidade espaço-temporal que habitamos não nos leva ao significado do Nada, que aliás é algo bem difícil de ser definido.

    #85138

    Tudo bem, Cokk. Agora compreendi o que você quis dizer. Achei por um instante que estava fugindo do ponto central do debate.

    #85139
    jota erre
    Membro

    Caro Cokk,Vc sabe que o termo "realidade objetiva" tem vários significados. Gostaria de saber o que vc entende por ele.Abs.

    #85140
    Cokk
    Membro

    Por realidade objetiva eu entendo a realidade concebida pelo senso-comum; ou seja, a realidade externa à própria consciência. Abraços.

    Caro Cokk,Vc sabe que o termo "realidade objetiva" tem vários significados. Gostaria de saber o que vc entende por ele.Abs.

    #85141
    DamaNegra
    Membro

    O nada….não é, simplesmente não existe, e ainda acredito que não há o nada, não existe um lugar, uma coisa, que não seja nada, porque ser for nada já será alguma coisa não é.Portanto, acho que o nada é apenas um modo de dizer que algo não tem importância, que não custou esforço, que não tem valor, o ao contrário de tudo...Afinal o que é o tudo...

    #85142
    jvictorr
    Membro

    Ora seria o nada então aquilo que ainda não foi criado?

    #85143

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    « Responder #29 em: Janeiro 31, 2008, 06:25:05 »


    Então, ao pensarmos em um minotauro, nós o criamos, o que é um exímio trabalho de artífice da realidade. Igualmente, você poderia criar um quadrado redondo? Malgrado eu possa enunciar um quadrado redondo, parece pouco plausível que essa entidade possa existir.

    quadrado redondo é impossível, são dois conceitos incompatíveis.Um minotauro é possível porque podemos imaginá-lo.Eu defendo a teoria de que tudo o que é possível imaginar, é possível conceber e por conseguinte, existir.

    Ora seria o nada então aquilo que ainda não foi criado?

    O que não foi criado não existe porque nem sequer podemos reflectir sobre esse algo.já o nada, nas suas diferentes definições de vazio físico/metafísico, pode ser pensado.

    Ao contrario da posição cautelosa e curiosa de Heidegger, para mim o princípio é simples:O nada é tão importante e real como o tudo.O nada é tudo o que não existe O problema é que o nada existe, mesmo que apenas com conceito.

    Wink


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