Podemos DECIDIR o que sentir, do que gostar e no que acreditar?

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  • #70660
    Luka
    Membro

    Não é como se o que sentimos, gostamos e acreditamos fossem coisas inerentes? Podemos controlar essas coisas, escolher, decidir sobre elas?O meio nos influencia, nossa herança genética, experiências, conhecimento - mas, sobretudo, "parece" existir uma inclinação nata para certas coisas. Temos controle sobre isso?Comentem, por favor, exemplifiquem. O que acham?

    #85012
    Brasil
    Membro

    Olá Luka

    Não é como se o que sentimos, gostamos e acreditamos fossem coisas inerentes?

    Penso que é inerente!

    Podemos controlar essas coisas, escolher, decidir sobre elas?

    O que gostar,  o que sentir, penso que não, o que popdemos é decidir NÃO optar pelo que gosta ou sente, de acordo com um eventual contexto, mas isto seria uma opção de fuga e não de oposição ao sentimento ou ao gosto.Abs

    #85013
    Brasil
    Membro

    Olá Luka, aqui tem algo a respeito:"Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação.  Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro.O ponto de partida dessa investigação é o fato da consciência. Consciente, Pré-Consciente e InconscienteSegundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente.Inconsciente. A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (1933, livro 28, p. 90 na ed. bras.)."http://www.psiqweb.med.br/persona/freud.html

    #85014
    Luka
    Membro

    Brasil,Mas se admitirmos que certas coisas são inerentes, não é como se no lugar de escolher, fôssemos "escolhidos" por elas?Quero dizer, se as coisas são pré-deterninadas, não decidimos, nós apenas obedecemos. O prazer, que é o que nos move, está diretamente associado aos que sentimos, gostamos e acreditamos. Temos escolha?Se seguimos nossas inclinações somos felizes, mas não são escolhas nossas - se não seguimos, são decisões nossas, mas somos infelizes.Entende onde quero chegar?

    #85015
    Brasil
    Membro

    Mas se admitirmos que certas coisas são inerentes, não é como se no lugar de escolher,  fôssemos "escolhidos" por elas?

    Figurativamente falando, é isso.

    Quero dizer, se as coisas são pré-deterninadas, não decidimos, nós apenas obedecemos. O prazer, que é o que nos move, está diretamente associado aos que sentimos, gostamos e acreditamos. Temos escolha?

    Temos escolha de optar por recusar o que se gosta ou se sente mas, não sobre gostar ou sentir.

    Se seguimos nossas inclinações somos felizes, mas não são escolhas nossas - se não seguimos, são decisões nossas, mas somos infelizes.

    É isso, porém, muitas vezes o que se gosta é potecialmente mais nocivo do que o fato de recusar  aquilo que se gosta. Como o álcool e as drogas por exemplo. Em muitos casos, paradoxalmente a pessoa é mais feliz lutando contra seus gostos e sentimentos do que entregando-se a eles.Abs

    #85016
    Luka
    Membro

    Hum. Acho que esse tópico é um tipo "filosofices". Favor deletar! Não tinha visto as regras do fórum ao me inscrever. Peço desculpas!  ;)

    #85017
    Brasil
    Membro

    Hum. Acho que esse tópico é um tipo "filosofices". Favor deletar! Não tinha visto as regras do fórum ao me inscrever. Peço desculpas!  ;)

    Olá Luka, não creio que unVolt se referia a este tópico especificamente...   É só um aviso geral, creio...Não apague não! porque esse tópico ainda vai dar boas reflexões, espero...  ;)

    #85018

    Hum. Acho que esse tópico é um tipo "filosofices". Favor deletar! Não tinha visto as regras do fórum ao me inscrever. Peço desculpas!  ;)

    Olá Luka, não creio que unVolt se referia a este tópico especificamente...  É só um aviso geral, creio...Não apague não! porque esse tópico ainda vai dar boas reflexões, espero...  ;)

    Isso mesmo, Brasil. Na verdade estas regras já existiam, inclusive, quando eu me registrei no fórum. Apenas copiei o texto e coloquei-o como um tópico fixo.E o termo "filosofices" se refere, creio eu, a teorias e discussões não pautadas pelo bom senso.

    #85020

    Luka, é uma questão que acho muito interessante. Minha resposta a ela é: sim, podemos decidir o que sentimos, podemos decidir do que gostamos, podemos decidir no que acreditar. Para respondê-la, terei que explicar o que é, para mim, sentir e acreditar. Antes disso, adianto que nego o conceito de inconsciente - se prefere, sua existência.Não é algo que, confesso, consigo explicar com clareza, por isso peço paciência. Serei prolixo, por certo. Se eu for um completo idiota - por favor me avise! Mas, deixemos disso.O cerne desta idéia é notar que qualquer emoção, se analisada, não tem fundamentação suficiente para não podermos negá-la. O homem não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Que, na emoção, há um resquício de crença, de ação, e como tal pode ser manipulada. Ou seja, para decidir o que se sente, em muito, é necessário voltar-se contra si mesmo, contra nossa emoção atual.Um exemplo concreto: o do amante ciumento. Não sei qual sua experiência em namoros, mas não é tão raro encontrar amantes ciumentos e talvez já tenha tido um. O ciúme se dá por dois motivos; 1. falta de confiança em si mesmo para manter a parceira, 2. uma noção de "propriedade" estúpida. Vamos, primeiro, analisar o motivo 2. Ele é bem claro, na medida em que pessoas com auto-estima também podem sentir ciúmes. Mesmo que você se considere excelente, ou, melhor dizendo, que não há motivos para sua amada abandonar-te e que ela continuará contigo, você pode muito bem sentir ciúme.Como assim? Por mais que ela te ame por certos motivos, ela pode muito bem encontrar outros motivos para amar outro, nem que seja simplesmente sexo e fetiches! - quero dizer que não há limites para o número de pessoas que podemos amar.Aqui é necessário considerar a cultura em que o homem é inserido, conceitos que ele recebe e não pergunta se são bons, não os analisa - tais como "namoro", "monogamia", "tradição". Nossos machões não raro consideram as mulheres uma propriedade, um objeto, algo a mostrar, um troféu. Certas partes do nosso ser é moldada pela nossa cultura - c'est la vie. Temos vergonha que nossa namorada transe com outro cara, porque sabemos que as outras pessoas rirão de nós e nos considerarão perdedores - mas tudo isso sem motivo algum. Temos vergonha apenas porque existem outras pessoas para nos julgar. A emoção não é, necessariamente, algo racional.Boa parte das pessoas, ao saber da "traição" do outro, não se perguntam: será que devo me sentir mal por isso? Por que isso é uma "traição"? Por que ela não pode amar outro e ter prazer com outro? Se ela fica feliz transando com dois homens e uma mulher, porque não? Por que acho isso degradante? Por que eu estou infeliz com isso? A decisão de querer ela só para mim é sábia?O que quero dizer? Quero dizer que a liberdade se dá de acordo com a conversa que temos com nós mesmos. Podemos, se quisermos, ampliar nosso consciente: vasculhar dentro de nós mesmos, decidir o que aceitamos em nós e o que não. Eu não aceito nada que não foi escolhido por mim. Veja: na pergunta que dei, cada um dá sua escolha, e dane-se. Eu, por incrível que pareça, gosto da monogamia, por puro romantismo mesmo. Mas sei que é algo arbitrário e poderia ter escolhido outra coisa - era só eu acreditar nisso, era só eu decidir. Entendo como outra pessoa pode escolher o oposto.Conceitos-chave: o pensamento é um guia da emoção; pode ser sua aceitação, pode ser sua negação, depende de como procedemos em nossa mente, pois pensar é conversar consigo mesmo. E há toda a liberdade da linguagem e dos símbolos dentro de nós - logo, uma liberdade de sentir. E pensamos porque,  hein? Pensamos para nos livrar de problemas. Alguns deles, emocionais! Quem consegue parar de pensar quando acaba um namoro, e tem a maior vontade de voltar mesmo não sabendo contornar os obstáculos?Aqui vai um trecho do Convite À Filosofia, da Marilena Chauí, no capítulo liberdade:"Como disseram os filósofos Sartre e Merleau-Ponty, somos “seres em situação” e a verdade está sempre situada nas condições objetivas em que foi alcançada e está sempre voltada para compreender e interpretar a situação na qual nasceu e à qual volta para trazer transformações. Não escolhemos o país, a data, a família e a classe social em que nascemos – isso é nossa situação -, mas podemos escolher o que fazer com isso, conhecendo nossa situação e indagando se merece ou não ser mantida.""Quando julgamos estar sob o poder de forças externas mais poderosas do que nossa vontade, esse julgamento é uma decisão livre, pois outros homens, nas mesmas circunstâncias, não se curvaram nem se resignaram."Para dar um caráter mais acadêmico e mais rigoroso à discussão, podemos recorrer diretamente à Sartre, pois este cria um método para analisar as emoções. Diz ele que a pergunta capital a ser feita é uma kantiana: o que é que deve ser uma consciência para que a emoção seja possível, talvez mesmo para que ela seja necessária?A emoção, segundo Sartre, é uma forma de apreender o mundo. A emoção é uma "transformação do mundo" que tentamos operar quando esse mundo se tornou por demais urgente e difícil e quando os caminhos ordinários de adaptação não são mais agradáveis. "A apreensão de um objeto sendo impossível ou engendrando uma tensão insustentável, a consciência o apreende ou tenta apreendê-lo de outro modo, o que quer dizer que ela se transforma precisamente para transformar o objeto"."Essa transformação se dá como se nos entregássemos, sem nos dar conta disso, a um jogo no qual o mundo real, com suas dificuldades, seria substituído por um mundo fictício onde estas dificuldades teriam desaparecido.""Numa palavra, na emoção é o corpo que, dirigido pela consciência, muda suas relações com o mundo para que o mundo mude suas qualidades. Se a emoção é um jogo, é um jogo no qual acreditamos"."Retenhamos somente, para compreender o caráter paradoxal da emoção, que a consciência acredita no seu jogo, no novo aspecto que ela confere ao mundo, e ela recebe, pois, esse aspecto como se ele viesse do mundo a despeito dela. Ela se deixa enredar na sua própria crença como no sonho ou na histeria onde ela se torna cativa de suas próprias criações. Vemos com isso que a emoção não é uma simples desordem do organismo. Ela é inicialmente significação, modo de apreensão do mundo pela consciência. A emoção não é um acidente, ela é um modo de existência, uma das maneiras pelas quais ela compreende seu Ser-No-Mundo."Fora isso, Sartre também fundamenta a liberdade através da existência do nada (da negação), e a fenomenologia de Husserl inspira, e muito, qualquer estudo sobre a consciência.

    #85021
    Luka
    Membro

    Junior Martuchelli,Eu entendo que consciência seja o explícito, que está claro. Inconsciente o implícito. Por exemplo: eu te conto uma história qualquer. Você não sabe se é verdade, não tem como saber, mas a medida que escuta o tom da minha voz, faz uma leitura corporal (natural) e baseado em experiências anteriores, que provavelmente não voltam à sua mente claramente, mas como sensação, você deduz que eu digo a verdade ou minto.No dia-a-dia isso acontece a todo instante. Temos algumas sensações, que normalmente não pensamos muito a respeito. Assimilamos. Isso se acumula como experiência, nos modificando. Quero dizer, não é algo que nos modifica conscientemente. Entende? Muitas vezes nem percebemos as mudanças, elas se dão por encadeamento de várias experiências que se tentássemos racionalizar, provavelmente nos perderíamos.Acho por vezes, difícel separar emoção de razão, principalmente, quando o assunto nos afeta, nos interessa, direta ou indiretamente. Informações, que de alguma forma batem com o que acreditamos, sentimos ou gostamos, sofrem inconscientemente uma barreira. Tendemos a rejeitá-la ou pelo menos parte. Costumamos ser tendenciosos por nossas proprias inclinação e na maior parte das vezes sem nos darmos conta.Todo o nosso conhecimento individual, o nosso subjetivo, por mais objetivo que seja, é construído sobre bases que são reforçadas a cada dia. Elas servem, inclusive, para doutrinar o pensamento - adota medidas, moldes, que a princípio se encaixam as idéias, mas depois, acabam por moldá-las. Nos impomos constantemente regras de raciocínio, lógicas que nem sempre correspondem a uma lógica de fato, mas a uma lógica que compreendemos, a que nos acostumamos.No pensamento é um dos poucos "lugares" em que podemos ser realmente livres, sem amarras, sem regras, sem moldes, mas não nos permitimos. A noção do ridículo, ou melhor, do que nos parece ridiculo, termina por nos impedir de afrouxar essas amarras que se apertam a cada experiência.As vezes, acho que somos iludidos ao acreditar que fazemos certas escolhas, mesmo quando pensamos e pesamos, mesmo quando fazemos o oposto do que à princípio desejaríamos por inclinações que não estão apenas relacionadas ao explícito, mas aquelas sensações não muito claras, que muitas vezes guiam as nossas opiniões.Acho o pensamento uma das coisas mais fantásticas, mas às vezes, a mais inganadora. Um exemplo disso são as reações espontâneas, aquilo que juramos que jamais faríamos e nos surpreendemos. Depois, numa análise, nos convencemos do porquê dessas reações.A consciência é algo que estamos constantemente tentando enganar e o mais incrível é que muitas vezes conseguimos. Fica um peso, uma sensação de erro, mas que rapidamente conseguimos suprimir, para mais tarde, geralmente, vir à tona - se permitirmos. Pois muitos não permitem. Há situações em que sabemos que estamos errados, quase inconscientemente, mas nos convencemos que estamos certos e acreditamos nisso.Nos agarramos àquilo que sentimos, que gostamos e que acreditamos como se nos agarrássemos à própria vida. Mudar de idéia, principalmente idéias cravadas é algo que chega a ser quase dolorido. Beiramos as raias do ridículo muitas vezes para denfendê-las, nos exaltamos. E o que são idéias? Por que nos apegamos a elas como se tivessem vida própria? É algo que se pensarmos bem parece tão simples, mas é tão difícil que para não ter que fazer isso, primeiro tentamos mudar a idéia dos outros.

    #85019
    Brasil
    Membro

    Olá amigos

    Por mais que ela te ame por certos motivos, ela pode muito bem encontrar outros motivos para amar outro, nem que seja simplesmente sexo e fetiches! - quero dizer que não há limites para o número de pessoas que podemos amar.

    O "amor"  é algo muito amplo! Dento dele precisa haver antes de tudo, confiança. Não podemos dar a ele somente uma conotação sexual. Que há espaço para amar outras pessoas, dentro do sentido sexual, há, porém isso implica em trair a confiança do outro. Isto na vedade destroi uma das premissas do amor: O respeito. A menos que isto já esteja pré estipulado entre ambos... O que eu acho dificil... e também já sai do sentido de "amor" e passa para o sentido da diversão, das experiências...

    Boa parte das pessoas, ao saber da "traição" do outro, não se perguntam: será que devo me sentir mal por isso? Por que isso é uma "traição"? Por que ela não pode amar outro e ter prazer com outro? Se ela fica feliz transando com dois homens e uma mulher, porque não? Por que acho isso degradante? Por que eu estou infeliz com isso? A decisão de querer ela só para mim é sábia?

    Veja, estamos dando ao "amor", SÓ a contação sexual. Isso é um grande erro! Essas hipotéticas pessoas que vc citou acima, estariam confundindo totalmente, diversão, aventura e experiências, com "amor". Como se chama o ato de cuidar da pessoa a quem se gosta? O que uma criança sente por seus pais? O que os pais sentem por seus filhos? Estas são as expressões maiores do amor.  Estas pessoas que vc citou acima, não estão experimentando nem 10% do que consiste o amor. Me diga se uma pessoa que pratica este tipo de amor, despreendido do respeito e da confiança, terá alguem cuidando dele na velhice.Quem lhe dará os remedios e a atenção necessaria para curar uma grave doença? Quem defenderá tua honra e teus princípios? Quem chorará no teu leito de morte? Sei que isso não é muito importante para quem morre, mas é para quem fica.

    Eu, por incrível que pareça, gosto da monogamia, por puro romantismo mesmo. Mas sei que é algo arbitrário e poderia ter escolhido outra coisa - era só eu acreditar nisso, era só eu decidir. Entendo como outra pessoa pode escolher o oposto.

    Sim, com entendimento mútuo pode-se até manter as coisas equilibradas na base da diversão e das experiências, mas os parâmetros deste "amor", são extremamente limitados, não são plenos. São descompromissados e oportunistas. Eu nem cahamaria isto de amor...

    "Como disseram os filósofos Sartre e Merleau-Ponty, somos “seres em situação” e a verdade está sempre situada nas condições objetivas em que foi alcançada e está sempre voltada para compreender e interpretar a situação na qual nasceu e à qual volta para trazer transformações. Não escolhemos o país, a data, a família e a classe social em que nascemos – isso é nossa situação -, mas podemos escolher o que fazer com isso, conhecendo nossa situação e indagando se merece ou não ser mantida."

    Isso mesmo, e eu convido a todos para o exercíco de  indagar-se a si mesmo sobre as questões acima expostas por mim.Esse é o sistema que NÓS escolhemos. É isso o que a gente entende por: Casamento, família, sociedade, patrimônio, cidadania, etc.  Chauí aborda  o tema "liberdade",  de maneira político-social, o que eu acho muito interessante e proveitoso, alias, se há alguma coisa que mereça uma "revirada" nos conceitos, é a Política de Sociedade, mas foge ao sentido do tema central que aqui discutimos: O domínio de nossos gostos e sentimentos. O que acreditamos, está fundado nisso.Para mudar-se estes conceitos pré-estabelecidos, há de se fazer muita reflexão sobre os conceitos que os substituirão...Serão estes conceitos fundados no racional ou fundados em outros sentimentos como, aventura, emoção, diversão, experimentação, etc? Serão bons? Serão úteis à espécie humana?Abs

    #85022
    Z
    Membro

    Decidir o que sentimos e o que acreditamos?FELIZMENTE nós NÃO temos esse poder.o nosso "coração" não é nenhum parlamento onde se decide o que sentir, se vamos sentir e por quem ou pelo qu sentir.O que podemos decidir é se um sentimento é bom ou mau para nós. Podemos ainda decidir se queremos apoiar esse sentimento ou não. Para isso usamos os nossos conhecimentos vários para realizar quer exercícios mentais quer acções quer alimentação de conicções que ENCAMINHEM o progresso do determinado sentimento.As nossas decisões são providas de racionalidade e de sentimento, mas apenas incidem sobre o que temos poder sobre.Se nossa consciência pudesse decidir, grande maioria das pessoas estaria constantemente desisindo de sentimentos quando estes lhes cauam dor, e outros "arriscando" voltando a sentir. Contudo é difícil senão impossível imaginar um mundo sem sentimentos.Se inconscientemente decidimos, então não podemos adoptar essa liberdade para nós totalmente, pois nossa vida é vivida com o consciênte, e o inconsciente apenas existe para nossa intuição, como nosso guia ou como nosso apoio de reserva.é o que eu penso e não vejo como pensar de outra forma :S;) cumps.

    #85023

    Olá, Luka. (Esse é seu apelido ou o que?  ;D)Você escreve que "as informações que de alguma forma batem com o que acreditamos, sentimos ou gostamos, sofrem inconscientemente uma barreira". Mas aqui está a dificuldade - pode, também, não sofrer a tal barreira. Podemos, por força de vontade, de introspecção, eliminar a tal barreira, podendo pesar, de acordo com a nossa razão, se estávamos errados ou não.A dificuldade do conceito de "inconsciente" são situações como essas, em que uns são conscientes e outros inconscientes, quando nossa liberdade influi na decisão do que seremos e do que ocorrerá em nossa consciência. Quero dizer: a noção de inconsciente é caduca, e prefiro substitui-la pelo conceito de consciência irrefletida.De acordo com Sartre, "uma consciência irrefletida não é uma conduta inconsciente, ela é consciente de si mesma não-teticamente", isto é, sem se colocar como consciência. Em mim mesmo, nunca encontrei utilidade para o conceito de inconsciência, nem qualquer rastro de sua verdade. Mas, deixemos disso. Passemos para a admirável máxima de La Rochefoucauld: Quantos homens não teriam amado nunca se não houvessem ouvido falar de amor?Isto é aplicável a muitos sentimentos, talvez a todos. Permita-me fazer outra citação, desta vez de André Gide, que considero não menos genial que a última:Acreditamos sentir amor, desejo, mágoa, ciúme, e vivemos segundo um modelo corrente de humanidade, que nos foi proposto desde a infância.Então, o que acha?

    No dia-a-dia isso acontece a todo instante. Temos algumas sensações, que normalmente não pensamos muito a respeito. Assimilamos. Isso se acumula como experiência, nos modificando. Quero dizer, não é algo que nos modifica conscientemente. Entende? Muitas vezes nem percebemos as mudanças, elas se dão por encadeamento de várias experiências que se tentássemos racionalizar, provavelmente nos perderíamos.

    Se tentássemos racionalizar, provavelmente nos perderíamos? De fato, pensar demasiado sobre a emoção, seus fundamentos e como podemos agir sobre ela pode nos confundir pra caramba - mas, ao mesmo tempo, talvez nos faça agir. De qualquer forma, essa minha visão das emoções é fruto de minha racionalização, e não me considero perdido. Mas não me considero, claro, com uma visão definitiva.De resto, quando falo de uma consciência inteiramente consciente de si mesma, uma consciência que muda e que podemos escolhê-la, estou falando de algo trabalhoso, que necessita de muito tempo de introspecção. Não é algo fácil de desenvolver. É necessário racíocinio constante, é necessário muita observação sobre si mesmo, pois o Eu é algo que nos normalmente nos escapa. O Eu é múltiplo. Esse Eu é adulterado pela educação, pela cultura, pela convivência, por tudo o que sentimos (experiência)... Vixi! Mas sempre que uma situação lhe é dada, o homem tem a capacidade de indagar sobre ela e assim explorar sua liberdade! Tentando ser menos abstrato: pode-se, sempre que se sentir algo, perguntar se há razão para sentir isto. Se não há, e decidirmos não senti-la, modificamo-nos! Pode-se conversar consigo mesmo, o que equivale a pensar. Assim, faz-se um prognóstico e esboça-se sua solução - a qual nem sempre conseguimos chegar, admito.  Trabalho constantemente sobre mim mesmo - modifico-me constantemente. Tenho, na minha vida pessoal, diversos exemplos de como consegui mudar-me, mudar minha reação a diversas coisas, etc. Uma boa forma de notar isso é a convivência. Quando se nota que a reação das pessoas são diferentes, quando se nota que, na mesma ocasião em que você se encontra, outra pessoa não se resignou, aí você percebe o significado de "liberdadade". Criação, eis o significado!É o exemplo de Lucie em Morts sans Sépulture (de Sartre), torturada e violada no contexto da resistência durante a guerra, personagem que diz – «não me tocaram. Nada me tocou. Eu era de pedra e não senti as mãos deles. Olhava-os e pensava: nada sucede. Nada sucedeu.Enfim, isto pode ser resumido de outra forma: nosso cérebro também funciona através de crenças. Temos, em nós mesmos, diversos juízos que adotamos sem criticá-los, sem analisá-los. E não nos damos conta que podemos mudá-los, simplesmente porque não sabemos fazer as perguntas certas.

    Todo o nosso conhecimento individual, o nosso subjetivo, por mais objetivo que seja, é construído sobre bases que são reforçadas a cada dia. Elas servem, inclusive, para doutrinar o pensamento - adota medidas, moldes, que a princípio se encaixam as idéias, mas depois, acabam por moldá-las. Nos impomos constantemente regras de raciocínio, lógicas que nem sempre correspondem a uma lógica de fato, mas a uma lógica que compreendemos, a que nos acostumamos.

    "Deixo que meu sistema se forme lenta e naturalmente. O que escapa à lógica é o mais precioso de nós mesmos".É de Gide. Um bom conselho, não acha?Luka, goste muito do que escreveu. Essa parte é ótima:

    Acho o pensamento uma das coisas mais fantásticas, mas às vezes, a mais enganadora. Um exemplo disso são as reações espontâneas, aquilo que juramos que jamais faríamos e nos surpreendemos. Depois, numa análise, nos convencemos do porquê dessas reações.A consciência é algo que estamos constantemente tentando enganar e o mais incrível é que muitas vezes conseguimos. Fica um peso, uma sensação de erro, mas que rapidamente conseguimos suprimir, para mais tarde, geralmente, vir à tona - se permitirmos. Pois muitos não permitem. Há situações em que sabemos que estamos errados, quase inconscientemente, mas nos convencemos que estamos certos e acreditamos nisso.Nos agarramos àquilo que sentimos, que gostamos e que acreditamos como se nos agarrássemos à própria vida. Mudar de idéia, principalmente idéias cravadas é algo que chega a ser quase dolorido. Beiramos as raias do ridículo muitas vezes para denfendê-las, nos exaltamos. E o que são idéias? Por que nos apegamos a elas como se tivessem vida própria? É algo que se pensarmos bem parece tão simples, mas é tão difícil que para não ter que fazer isso, primeiro tentamos mudar a idéia dos outros.

    Eis alguns de nossos dilemas, não? Esse pensamento fadado ao erro, às correções? A ação que nem sempre é refletida, devidamente decidida? Assim vivemos! Ou, ao menos, assim vivo eu. Quanta a dificuldade de mudar de idéia, julgo eu que é fruto da vaidade e do orgulho, tão exaltados pela nossa sociedade. De qualquer forma, ter coragem de mudar de idéia, abandonar o solo seguro, correr os riscos - eis algo que exige audácia.Fora isso, gostaria de acrescentar que esse é o tipo de assunto fica mais claro quando acontece em nossa própria vida, quando lidamos com o concreto - o exemplo do amante que pode decidir ou não ser ciumento é típico. Apenas teorizar de nada vale.Espero, mais uma vez, ter escrito algo que preste.Abraços,

    #85024

    Nossa, como escrevi! Ler tudo isso no pc, com atenção, deve ser difícil.  ;DÉ um tema que adoro, de qualquer forma. Agora, respondendo ao Brasil!

    Brasil wrote:
    O "amor"  é algo muito amplo! Dento dele precisa haver antes de tudo, confiança. Não podemos dar a ele somente uma conotação sexual. Que há espaço para amar outras pessoas, dentro do sentido sexual, há, porém isso implica em trair a confiança do outro. Isto na vedade destroi uma das premissas do amor: O respeito. A menos que isto já esteja pré estipulado entre ambos... O que eu acho dificil... e também já sai do sentido de "amor" e passa para o sentido da diversão, das experiências...Eu não tentei definir o amor, nem dizer o que acho dele. Tentei dizer apenas o que as pessoas da minha idade normalmente o consideram. É uma generalização, só. Pois veja - estou completamente de acordo contigo.Só mais uma coisa - uma pessoa pode amar outras duas, ter relação sexual com as duas, e com nenhuma delas ser só diversão. Ou seja, continua sendo "amor"...Eu, pessoalmente, quando estou com uma garota, não preciso de outra, e, gosto, aliás, de me dedicar totalmente a uma pessoa só. É como a amizade: ter amigos demais prejudica, você não terá tempo para desenvolver as amizades. É melhor focar! Sobre o resto, estou de acordo também! Viva o Brasil! (o usuário e o país ;D)

    #85025
    Luka
    Membro

    Olá, Luka. (Esse é seu apelido ou o que?  ;D)

    É o quê, né!  :D  Não, é só apelido.

    Você escreve que "as informações que de alguma forma batem com o que acreditamos, sentimos ou gostamos, sofrem inconscientemente uma barreira". Mas aqui está a dificuldade - pode, também, não sofrer a tal barreira. Podemos, por força de vontade, de introspecção, eliminar a tal barreira, podendo pesar, de acordo com a nossa razão, se estávamos errados ou não.

    Mas eis a questão: a nossa razão é fruto de um amontoado de experiências próprias, de noções próprias de certo e errado, de ética e de moral próprias. E no final é isso o que decide se estamos certos ou errados. Não estou relativisando, mas perguntando: como ter certeza que mesmo isso não sofre influência do que estamos, inconcientemente, incinados a aceitar?

    A dificuldade do conceito de "inconsciente" são situações como essas, em que uns são conscientes e outros inconscientes, quando nossa liberdade influi na decisão do que seremos e do que ocorrerá em nossa consciência. Quero dizer: a noção de inconsciente é caduca, e prefiro substitui-la pelo conceito de consciência irrefletida. De acordo com Sartre, "uma consciência irrefletida não é uma conduta inconsciente, ela é consciente de si mesma não-teticamente", isto é, sem se colocar como consciência. Em mim mesmo, nunca encontrei utilidade para o conceito de inconsciência, nem qualquer rastro de sua verdade. Mas, deixemos disso. Passemos para a admirável máxima de La Rochefoucauld: Quantos homens não teriam amado nunca se não houvessem ouvido falar de amor?

    Quando coloco o termo "inconsciente" não estou me referindo a um conceito psicanalítico, mas apenas simbólico, que representa o que não está claro. Temos uma incrível capacidade de nos enganar. Não é raro, após o desfecho de uma circunstância, dizermos: eu sabia! Mas percebemos, que embora, sempre soubéssemos, só nos damos conta disso quando acontece.

    Isto é aplicável a muitos sentimentos, talvez a todos. Permita-me fazer outra citação, desta vez de André Gide, que considero não menos genial que a última:Acreditamos sentir amor, desejo, mágoa, ciúme, e vivemos segundo um modelo corrente de humanidade, que nos foi proposto desde a infância.Então, o que acha?

    Sobre os sentimentos, acredito que somos capazes de sentir e denominá-los porque desenvolvemos essa capacidade naturalmente. E naturalmente, acredito que mesmo sem connhecer os conceitos somos aptos a sentí-los, inveitavelmente. Acredito que é um traço inerente ao estágio a que chegamos. Quero dizer, não somos civilizados por acaso, mas por um processo evolutivo que nos levou a isso e os sentimentos fazem parte dele.

    No dia-a-dia isso acontece a todo instante. Temos algumas sensações, que normalmente não pensamos muito a respeito. Assimilamos. Isso se acumula como experiência, nos modificando. Quero dizer, não é algo que nos modifica conscientemente. Entende? Muitas vezes nem percebemos as mudanças, elas se dão por encadeamento de várias experiências que se tentássemos racionalizar, provavelmente nos perderíamos.

    Se tentássemos racionalizar, provavelmente nos perderíamos? De fato, pensar demasiado sobre a emoção, seus fundamentos e como podemos agir sobre ela pode nos confundir pra caramba - mas, ao mesmo tempo, talvez nos faça agir. De qualquer forma, essa minha visão das emoções é fruto de minha racionalização, e não me considero perdido. Mas não me considero, claro, com uma visão definitiva.

    Eu não desassocio em nenhum momento razão de emoção, na minha opinião são percepções interdependentes, o tempo todo conectadas. A razão precisa de uma força motriz, um objetivo - é sempre motivada por algo de fundo emotivo - superação, vontade, necessidade. Todo raciocínio está sempre ligado a uma satisfação introspectiva.

    De resto, quando falo de uma consciência inteiramente consciente de si mesma, uma consciência que muda e que podemos escolhê-la, estou falando de algo trabalhoso, que necessita de muito tempo de introspecção. Não é algo fácil de desenvolver. É necessário racíocinio constante, é necessário muita observação sobre si mesmo, pois o Eu é algo que nos normalmente nos escapa. O Eu é múltiplo. Esse Eu é adulterado pela educação, pela cultura, pela convivência, por tudo o que sentimos (experiência)... Vixi! Mas sempre que uma situação lhe é dada, o homem tem a capacidade de indagar sobre ela e assim explorar sua liberdade!

    Eu não tenho muita convicção dessa liberdade, porque a consciência é algo que vai junto com a gente para onde decidirmos ir. Não tem como fugir dela. E por mais que a enganemos, não podemos fazer isso o tempo todo. Uma hora, o que insistimos não refletir, vem à tona.O nos conhecer, implica crescer e crescer é algo meio dolorido. Para evoluir, precisamos admitir primeiro tudo aquilo que não é bom em nós, para tentar melhorar. Quanto mais nos conhecemos, mais conhecemos nossos próprios defeitos - não é algo muito fácil de lidar, muitas vezes emperra, justamente porque é um exercício de superação constante, não dá tréguas. E a gente tem uma grande dificuldade de se perdoar. Mas, uma vez que a gente começa não tem mais como parar.

    Tentando ser menos abstrato: pode-se, sempre que se sentir algo, perguntar se há razão para sentir isto. Se não há, e decidirmos não senti-la, modificamo-nos! Pode-se conversar consigo mesmo, o que equivale a pensar. Assim, faz-se um prognóstico e esboça-se sua solução - a qual nem sempre conseguimos chegar, admito.  Trabalho constantemente sobre mim mesmo - modifico-me constantemente. Tenho, na minha vida pessoal, diversos exemplos de como consegui mudar-me, mudar minha reação a diversas coisas, etc. Uma boa forma de notar isso é a convivência. Quando se nota que a reação das pessoas são diferentes, quando se nota que, na mesma ocasião em que você se encontra, outra pessoa não se resignou, aí você percebe o significado de "liberdadade". Criação, eis o significado!

    O problema é que quando nos perguntamos se há motivos para sentir isso, quase sempre encontramos. Há duas ferramentas das quais o "diabo" não abre mão - a dúvida e o complexo de inferioridade. Quando uma falha a outra é certeira.

    É o exemplo de Lucie em Morts sans Sépulture (de Sartre), torturada e violada no contexto da resistência durante a guerra, personagem que diz – «não me tocaram. Nada me tocou. Eu era de pedra e não senti as mãos deles. Olhava-os e pensava: nada sucede. Nada sucedeu.Enfim, isto pode ser resumido de outra forma: nosso cérebro também funciona através de crenças. Temos, em nós mesmos, diversos juízos que adotamos sem criticá-los, sem analisá-los. E não nos damos conta que podemos mudá-los, simplesmente porque não sabemos fazer as perguntas certas.

    Muito duro esse exemplo e acho que muito raro, construído quase sempre sob uma pressão que não se suporta, mas sobrevive. Dizem que nenhum animal sente pena de si mesmo quando acuado, a não ser o homem - mas somos capazes de virar bicho quando ultrapassados os limites humanos.

    "Deixo que meu sistema se forme lenta e naturalmente. O que escapa à lógica é o mais precioso de nós mesmos".É de Gide. Um bom conselho, não acha?

    Acho! Mas acho que ainda tenho que pensar mais sobre isso.

    Luka, goste muito do que escreveu. Essa parte é ótima:

    Acho o pensamento uma das coisas mais fantásticas, mas às vezes, a mais enganadora. Um exemplo disso são as reações espontâneas, aquilo que juramos que jamais faríamos e nos surpreendemos. Depois, numa análise, nos convencemos do porquê dessas reações.A consciência é algo que estamos constantemente tentando enganar e o mais incrível é que muitas vezes conseguimos. Fica um peso, uma sensação de erro, mas que rapidamente conseguimos suprimir, para mais tarde, geralmente, vir à tona - se permitirmos. Pois muitos não permitem. Há situações em que sabemos que estamos errados, quase inconscientemente, mas nos convencemos que estamos certos e acreditamos nisso.Nos agarramos àquilo que sentimos, que gostamos e que acreditamos como se nos agarrássemos à própria vida. Mudar de idéia, principalmente idéias cravadas é algo que chega a ser quase dolorido. Beiramos as raias do ridículo muitas vezes para denfendê-las, nos exaltamos. E o que são idéias? Por que nos apegamos a elas como se tivessem vida própria? É algo que se pensarmos bem parece tão simples, mas é tão difícil que para não ter que fazer isso, primeiro tentamos mudar a idéia dos outros.

    Obrigada! Também gosto muito dos seus textos, das suas idéias.

    Eis alguns de nossos dilemas, não? Esse pensamento fadado ao erro, às correções? A ação que nem sempre é refletida, devidamente decidida? Assim vivemos! Ou, ao menos, assim vivo eu. Quanta a dificuldade de mudar de idéia, julgo eu que é fruto da vaidade e do orgulho, tão exaltados pela nossa sociedade. De qualquer forma, ter coragem de mudar de idéia, abandonar o solo seguro, correr os riscos - eis algo que exige audácia.

    Não sei, as vezes acho que mudar uma idéia é difícil, porque ela não é uma idéia solta, mas conectada a uma série de outras que teriam que ser reformuladas junto. Não todas, mas mudar algumas idéias, pode ameaçar as bases. Isso é que é o complicado.

    Fora isso, gostaria de acrescentar que esse é o tipo de assunto fica mais claro quando acontece em nossa própria vida, quando lidamos com o concreto - o exemplo do amante que pode decidir ou não ser ciumento é típico. Apenas teorizar de nada vale.

    Nesse exemplo do amante ciumento, costuma se encaixar quase que perfeitamente aquele "eu sabia" que comentei mais acima. Tenho horror ao ciúme, acho que é um dos piores sentimentos que existe, mas ao mesmo tempo, não tenho certeza que seja um sentimento sem fundamento, sabe? Na maiorias das vezes que conheci pessoas ciumentas, era quase como um alarme, senão do momento, do que estava, inevitavelmente por vir. 

    Espero, mais uma vez, ter escrito algo que preste. Abraços,

    Acho que escreve muito bem. E acho que também escrevo muito!  :D

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