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08/06/2000 às 0:54 #69811Miguel (admin)Mestre
Partindo-se da frase “Penso, logo existo” será possível concluir que máquinas inteligentes, são seres humanos?
13/06/2000 às 0:12 #71471Miguel (admin)MestreCreio que não. O contexto desta frase de Descartes é particular e exegético, e a frase não deve ser tomada separadamente
18/07/2000 às 15:21 #71472Miguel (admin)MestreDepende do que consideremos “inteligência”.
Caso
seja o que Turing afirmou (a resposta a uma
questão não ser discernível, ou seja, nõo se
saber se foi um humano ou uma máquina
que
respondeu) então alguns programas
“inteligentes”
já são “inteligentes”. Caso julguemos ser a
capacidade de se adaptar, então os animais
são
inteligentes. Caso se requeira a consciência
de
si, bem aí parece impossível supor que uma
máquina (que é um sistema de cálculos)
possa ser
“inteligente”. De fato, a consciência de si
parece ser uma exclusividade humana, e
Descartes
era homem, não é mesmo?02/10/2000 às 14:06 #71473Miguel (admin)Mestre“Penso, logo existo”, Isso significa em sua época(Descartes) que deixar de pensar, era deixar de viver na humanidade, ou seja, pasar pela historia sem ser notado, e não, ligado a computadores, que vieram muito tempo depois, Descates, dizia tambem, “Sem dúvida, se duvido, penso.” e o mais voraz dos pensamentos, que foi o que eu primordiei, “cogito ergo sum.”, Seria que a única certeza contida no Cogito é a da existência do eu enquanto ser que pensa….
02/10/2000 às 16:03 #71474Miguel (admin)MestreHolá Aylton,
Veja o contexto em que foi pronunciado o “cogito ergo sum”. Era necessário um corte radical com a crença baseada na religião. É só isso. O resto, o racionalismo levado a seu extremo, é fato posterior com o qual Descartes pouco tem a ver. A afirmação cartesiana é tão somente o desejo de produzir provas racionais nas quais o raciocínio possa prosperar com uma correspondência aproveitável no campo da realidade. Pelo visto, foi seguido com eficiência pelas ciências exatas e menos pelas ciências humanas que acolhem toda sorte de produção de subjetividade, representações, preconceitos etc.
27/10/2000 às 5:21 #71475Miguel (admin)MestreSó existem duas coisas que eu posso provar: a minha existência e a existência dos meus pensamentos, sendo a segunda causa da primeira (porque sei que meus pensamentos existem é que sei que eu próprio existo). Não posso provar que há um computador na minha frente ou que as minhas mãos tem realmente cinco dedos cada uma, posso saber apenas que “Penso, logo sou”. Partindo dessa interpretação da frase cartesiana, nada tem a ver o fato dos computadores serem ou não inteligentes com o fato deles serem humanos, afinal, prove-me que ele existe e não é somente uma ilusão de ótica dos seus enganadores sentidos.
07/11/2000 às 4:16 #71476Miguel (admin)MestreRealmente, qualquer um que tenha lido as Meditações Metafísicas acerca da filosofia primeira aonde a imortalidade da alma e a existência de Deus são demonstradas (título pomposo hem?) há de concordar que a máxima do Cogito não pode ser aplicada aqui. Um resumo do argumento do Descartes pode ser seguido no texto As meditações cartesianas e o nascimento do sujeito moderno. Lá estão demonstrados esses temas seminais cartesianos: a inutilidade dos saberes, a busca da primeira certeza aonde se possa começar a construir o sistema, a possibilidade do Deus enganador e do Gênio Maligno, que tornariam o mundo inteiro falso, o voltar-se para si até a iluminação em frente à lareira, vestido com o seu robe: O Deus Enganador não pode fazer com que eu não seja alguma coisa, enquanto eu pensar ser algo. Logo, essa proposição, eu sou, eu penso, é verdadeira toda a vez que a enuncio em meu espírito.
O cogito postula que não podemos duvidar que existimos enquanto duvidamos. A frase em latim cogito ergo sum aparece somente nos Princípios da Filosofia de Descartes. Porém seu similar je pense, donc je suis pode ser encontrado no seguinte trecho do Discurso do Método: “Notei que enquanto tentava pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, era algo. E observando que essa verdade – Penso, logo existo- continha em si tamanha certeza e firmeza que resistia incólume às naus extravagantes da dúvida ou às extravagantes suposições dos céticos, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulos, como o primeiro princípio da filosofia que procurava.” , ou diante da suspeita do Gênio Enganador nas Meditações Metafísicas, de uma forma diferente: ” Por mais que ele me engane, jamais fará com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa … Assim devo por fim concluir que tal proposição ' Eu sou, eu existo' é necessariamente verdadeira sempre que por mim for afirmada ou em minha mente concebida.”
15/02/2001 às 20:10 #71477Miguel (admin)MestreAcho que o 'penso, logo existo' é impraticável sem a sua extensão material, o corpo. A extensão nos dá de fato a certeza de que existimos, seja de forma 'real' ou 'irreal'. Quando Descartes afima que não consegue distingüir um sonho do que é 'real' ele implicitamente comprova o que acabei de dizer. Ou seja, para ter certeza de sua existência ele precisa também da extenção física do seu pensamento (espírito). Caso contrário, partindo apenas do cogito ele poderia ser apenas uma idéia na mente de outro ser, que por sua vez também poderia ser tão somente uma outra idéia, e, assim sucessivamente, caído numa regressão infinita, não conseguindo provar a existência nem sua nem de um ser superior.
23/10/2001 às 0:37 #71478márcioMembroSilvio, embora tenham se passados 8 meses e sem apelar ao espiritismo, como voce veria uma estrutura material pensante, sem o auxilio de um cerebro, seja ele animal ou uma maquina ?
31/03/2002 às 2:33 #71479Miguel (admin)MestreBom, o problema consistiria em saber como você pode ter certeza de que uma máquina realmente é inteligente, e o que é que você considera ser inteligência.
Por exemplo: se eu fizer um computador, que dentro de um banco de dados contenha inúmeras respostas para inúmeras perguntas, todas as vezes que você fizer uma pergunta a este computador, ele selecionará a resposta correspondente à pergunta que você fez. Parecerá que o computador é inteligente, mas na realidade, ele só utilizou um processo de comparação e selecionou a resposta adequada.
Não há como saber se um ser é inteligente utilizando somente a aparência externa.
Tem um livro do Searle, chamado “A Redescoberta da Mente”, que contém um capítulo abordando este assunto. É interessante. Vale a pena ler.}03/04/2002 às 21:52 #71480gallagherMembroO q devemos nos perguntar é como Descates chegou ao famoso “Cogito ergo sum”. Foi se agarrando a dúvida de sua existência, somente através dessa dúvida, ele foi capaz de ter certeza q de alguma forma ele existia. Para o computador “inteligente” não pode haver espaço para a dúvida!
07/05/2003 às 17:09 #71481Miguel (admin)MestreEstou a pensar fazer um mestrado sobre a existência de Deus e agradecia todas as informações que me quisessem dar sobre este tema e outros parecidos.
A existência de Deus é díficil de provar porque é uma entidade que umas vezes é personalizada e outras vezes não.
Assim vemos que a revolução copernicana de Kant da diferenciação entre sujeito e objecto,ficando o sujeito como actar do conhecimento;a distinção entre verdade e falsidade(Aristóteles versus Heidegger)e as noçôes de Ser e Parecer e Finito e Infinito(sobretudo Hegel)e de real e irreal são noções fundamentais para compreender esta entidade superior.
A divisão entre mente,consciência e corpo sâo também dificeis de discernir porque nâo sâo exactas.
Penso que a maior parte dos filósofos se debruçou sobre a existência de Deus porque necessitavam da existência de uma entidade begnina para dar sentido à vida humana.09/05/2003 às 14:36 #71482Miguel (admin)MestrePatricia,
De inicio eu sugeriria vc delimitar melhor o seu tema de interesse caso nao deseje ver o seu mestrado se tornando doutorado ao modo de atropelamento
Mais “prudente” seria restringir os limites em algum tema do tipo: a “O problema existencia de Deus na obra de Tomás de Aquino”, ou de Scheler, Kant, Jaspers etc etc. E só isso já daria muito pano para a manga.
Mas, caso vc nao seja uma mulher muito prudente, se entendi bem, estaria vislumbrando traçar algum roteiro historico (!?) da “evoluçao”, se podemos colocar assim, “do problema”.
Filosofia da Religiao (e Teologia Filosófica) sempre foi área que me interessou, e já fiz muitos estudos nesse campo. Como bibliografia de partida eu te sugeriria um livro muito interessante publicado pela Ediçoes Loyola:
“Deus na filosofia do século XX”, Giorgio Penzo e Rosino Gibellini (org.), Ed. Loyola, Sao Paulo, Brasil, 1998.
Ou, se preferir o original em italiano: “Dio nella filosofia del novecento”, Editrice Queriniana, Brescia, 1993.
O livro em questao (umas 700 pags) tras uma coleçao de artigos de filosofos diversos comentando a posiçao de outros com relaçao ao “problema” Deus. Entre os filosofos comentados estao: Nietzsche, Husserl, Bergson, Blondel, Weber, Otto, Scheler, Buber, Maritain, Jaspers, Wittgenstein, Heidegger, Nishitani, Adorno, Gadamer, Sartre, Merleau-Ponty, Lévinas, Camus, Habermas e mais alguns outros.
Talves esse te ajude.
Abraços.
10/05/2003 às 3:50 #71483Miguel (admin)Mestreinvertendo a pergunta……..
“poderia a maquina ser humana?”…..
“poderia o humano ser uma maquina?”….interpretem como quiser….. quanto mais possibilidades mais temas para discução…..
hehehe19/05/2003 às 1:11 #71484Miguel (admin)Mestreacho que o problema deveria ser melhor delimitado , em primeiro lugar as máquinas não são inteligentes do ponto de vista filosófico pois elas só existem em função de nós sabermos que elas existem, elas não pensam elas reproduzem códigos em sequência.
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