Dr. Aluísio Telles de Meirelles.
Fonte: Manual do Executivo.
Novo Brasil editora brasileira.
O PAPEL – HISTÓRIA DO PAPEL EM RESUMO
DESDE o ano 400 antes de Cristo que a forma do livro é a mesma de agora. Antes da invenção da imprensa, os manuscritos eram os únicos livros conhecidos e, em geral, os seus preços eram tão elevados que só os privilegiados da fortuna podiam formar uma biblioteca.
Subsistem alguns dados que demonstram o alto apreço em que eram tidos os livros pelos estudiosos da época, que pagavam pelos mesmos, importâncias consideráveis.
Recorde-se que Platão, apesar de possuir apenas uma
pequena herança paterna, comprou três livros pelo preço de dez mil denários, cerca de trinta mil cruzeiros. Em outra época, São Jerônimo quase se arruinou, a fim de comprar os trabalhos de “Origem”.
No período da Idade Média, os preços dos livros se tornaram tão altos que mesmo as pessoas de fortuna re-Kular não podiam comprá-los. Era objeto de luxo, só permitido aos reis, bispos e abades, os únicos que podiam comprá-los, razão por que não havia escolas, a não ser nos palácios reais, nos bispados e mosteiros.
Ressalta daí a importância da invenção do papel feita I>elos chineses no ano 105 da era cristã, pois o papel foi a primeira substância que pode ser usada econômicamente para a escrita e para imprimir, quando esta arte foi descoberta.
A inexistência do papel na Europa, até depois do século XII, retardou muitíssimo a invenção da imprensa.
Na evolução do livro, partindo do “volumen”, que era montado em um carretel de madeira, protegido por extremidades salientes, houve um período de transição que produziu o livro na forma de códex, dando, assim lugar a uma forma rudimentar de encadernação.
A princípio, as folhas que constituíam um trabalho eram amarradas apenas com um cordão e guardadas nij ma caixa. Depois, para evitar uma desarrumação na ordem das páginas, surgiu a idéia de costurá-las umas às outras e prende-las por um nó.
Mais tarde, esse modelo foi aperfeiçoado, costurando-se as dobras das folhas a tiras ou cartões horizontais, e as extremidades dos cordões eram atadas em torno do livro.
Para maior proteção, passaram depois a acrescentar pranchas finas e retangulares na frente e atrás do livro e, finalmente a parte de trás do livro foi considerada como parte integrante da encadernação.
Regra geral, a qualidade que menos se aprecia nos livros é a sua utilidade. A maioria aprecia mais sua apresentação em uma artística encadernação, o deleito que lhes proporcionam as obras clássicas da literatura ou as emoções dos romances, poucas vezes considerando
o inestimável serviço que nos proporciona o livro que nos ensina um novo método para um maior desenvolvimento das nossas atividades, uma modalidade nova na técnica dos negócios, ou que nos demonstra o que vem sendo realizado em outros países, cuja economia está situada em um nível superior ao nosso.
As vezes, o possuidor do livro é um bibliófilo, que aprecia mais o formato, a qualidade do papel, enfim, que estima menos o seu conteúdo do que a sua forma e aprentação, como se fosse melhor uma obra clássica em uma edição impressa sobre fôlhas de ouro do que sobre um papel comum.
Outras vezes, se trata de um colecionador que vai mmcntando a sua biblioteca, composta de muitos volumes, que não lê nunca, mas que enfeitam a casa, dan-
do-lhe um verniz de cultura, que de outra forma seria di-
fícil de ser alcançada.
É nessa altura que nos lembramos de algumas pala
vras lidas em outros tempos e cujo autor não nos vem
à memória: “o livro é um amigo que nunca falha”.
* * *
Com respeito ainda à fabricação do papel, quando ainda a Ásia e a Europa se debatiam nas extenuantes experiências da fabricação do papiro e do pergaminho, a China já fabricava, desde muito tempo, o papel, com materiais dos mais diversos — trapos, resíduos de sêda, cânhamo, palha de arroz, casca de amoreira, etc.
O processo empregado pelos chineses permitiu aproveitar grande número de matérias-primas, com grande vantagem econômica. Eles maceravam, em água fervente, as matérias-primas, obtendo assim uma pasta densa, e fôlhas finas que eram transportadas para cima de formas apropriadas e postas a secar.
Obtidas as folhas com as dimensões e espessuras desejadas, tratavam de colá-las de duas em duas, pelo lado ainda bruto, a fim de obter um tipo de papel resistenl e suscetível de ser usado em ambas as partes.
Os árabes adotaram o processo de fabricação do chineses, preferindo como matéria-prima, restos de tt eidos de linho e de algodão e avantajaram-se na fabrica ção, com a invenção de um aparelho chamado “pilha d malho”, para a preparação da polpa do papel.
Tamanha foi a aceitação do papel fabricado pelo: árabes, que sua fabricação foi considerada monopólio pel I govêrno.
No século XI, os árabes implantaram as primeira} fábricas de papel na Sicília e na Espanha. Entre os primeiros países, foi a Itália, que fabricou uma qualidade do papel especial e introduziu melhoramentos no material r métodos de produção.
Foi o desenvolvimento das indústrias e o conseqüente ritmo das descobertas no campo da técnica e das ciências que determinaram a enorme produção e intenso consumo que se faz, atualmente, do papel. Em 1799, o operário francês Louis Robert descobriu uma série de mecanismos engenhosos, capazes de fabricar, em menos tempo e com um mínimo de despesa, fôlhas de papel de determinada largura, mas de ilimitado comprimento.
Tal invenção deu grande impulso na indústria do papel, mas logo trouxe outro inconveniente: a carestia de matéria-prima, os trapos.
Chegou a vez então de um alemão, Frederic Keller que, estudando os vários tipos e sucedâneos dos trapos, descobriu que êles podiam ser substituídos pela polpa da madeira.
Teve início, então, em 1845, uma nova era nesse ramo da indústria.
O papel já servia para escrever, para imprimir jornais e livros, para uma infinita gama de aplicações. Invadiu a Europa e a América, sendo preferido a todos
os outros materiais. É um produto indispensável às complexas
exigências da vida moderna e já transcorreram milênios, desde quando nossos ancestrais procuraram um material adequado para receber a escrita.
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