JOÃO-QUE-MAMOU-NA-BURRA – Conto Popular das Ilhas de Cabo Verde

ILHA DO FOGO

das Ilhas de Cabo Verde

Esta divertida história, que tem, para nós, sabor tão interessante, de vez que nos coloca diante de um linguajar onde encontramos o lusitano e o negro, — base e fulcro de nossa nacionalidade, — é contada na Ilha do Fogo, uma das Ilhas Portuguesas de Cabo Verde.

JOÃO-QUE-MAMOU-NA-BURRA

ERA UMA VEZ uma mulher grávida, que estava para ter um filho. Ela saiu a colher lenha, encontrou um pé de goiabeira parida. Subiu, comeu goiaba, comeu, comeu, o filho escapou-se e caiu. Ela não sentiu. Continuou a comer, a comer, toda embebida na comida. Depois desceu, amarrou o pano na barriga, apanhou a lenha e voltou para casa.

Depois veio a passar um homem com sua vara de pescar ao ombro, fumando seu canhoto. Ouviu um menino chorar, foi ter com êle, achou um menino novo a rebolar-se na terra. Pegou-o, cortou-lhe o umbigo com a faca, e meteu-o no surrão. Naquele dia não foi mais pescar. Apanhou o menino e levou-o para casa.

— Minha mulher vai ter um filho, há de criar este junto com o seu.

Quando chegou em casa, disse à sua mulher:

— Toma e dá-lhe de mamar juntamente com teu filho. Nossenhor é que mo deu.

A mulher tomou o menino, deu-lhe de mamar durante dezoito meses, juntamente com o seu filho. Ela não podia amamentar dois meninos machos, disse ao marido que era melhor pô-lo a mamar numa burra.

Passados alguns anos, tanto êle como o filho daquele homem e daquela mulher já estavam na altura de irem para a escola. Bem, ficaram de ir para a escola. Eles iam brincando pelo caminho. Um dia brigaram, e o filho daquele homem e daquela mulher virou-se para êle e disse-lhe:

— Tu não és filho de meu pai nem de minha mãe. Foste encontrado no meio da rua e criado debaixo de uma burra. Teu nome é João-Que-Mamou-Na-Burra.

Êle foi para casa, ofendido com aquilo. Acabou de chegar em casa e contou o que se tinha passado no caminho da escola. Aquele que o tinha criado explicou-lhe tudo: como o encontrou, como lhe arranjou maminha, e como o criou.

Êle ficou muito triste, disse àquele homem que já não queria saber mais de escola, e que lhe desse uma bengala para êle ir correr o mundo.

Então, aquele homem mandou arrancar um pé de tamarindo, e arranjou-lhe uma bengala. Êle tomou sua bengala e pôs-se a caminho. Andou, andou, andou, andou… topou com uma casa onde moravam dois homens. Pediu pouso, porque já era noite. Aqueles homens deram-lhe pouso.

Pela manhã, um deles virou-se para João-Que-Mamou–Na-Burra e disse-lhe:

— Agora ficas morando conosco, e todos os dias dois vão para o trabalho e um fica em casa para fazer a comida. Hoje é o meu companheiro quem fica, e nós dois saímos.

João respondeu-lhe:

— Está bem.

Bem, eles foram. O outro ficou.

Este que ficou estava dentro de casa, arranjando umas coisas, veio um menino, como uma tentação, e encostou-se ao batente da porta:

— Eh! Nhô! Dê-me sua bênção!

— Deus te abençoe!

— Dê-me fogo para eu fumar…

— Vai, entra no fundo e apanha uma brasa. Mas não toques no caldeirão!

Aquele homem ficou olhando para aquele menino. O menino foi, apanhou fogo, pôs-se a fumar. Fumou, fumou, fumou, virou-se para o caldeirão que estava ao fogo e cuspiu dentro dele.

— Espera aí que eu estou vendo o que fazes! — e aquê-le homem levantou-se de uma vez.

Mas aquele menino virou-se, meteu-lhe o dedo dentro dos olhos, — ruc, ruc, ruc, — o homem cegou, e êle limpou-se no tempo.

Quando os outros dois voltaram do trabalho, cansados, com fome, pediram comida.

— Não, vocês hão de pedir, mesmo… Não vêem que veio aqui um menino pedir-me fogo, eu disse-lhe que fosse apanhar fogo na cozinha, que não descobrisse o caldeirão, êle descobriu o caldeirão e cuspiu dentro dele. Levantei-me para correr atrás do moleque, e êle cegou-me com seu dedo. Agora vocês tirem aquela parte de cima, vocês comem. Que havemos nós de fazer?

— Tu és mofino, tu és vaca… É assim que um menino te faz? Amanhã sou eu quem fica em casa — virou-se aquele homem para seu companheiro.

Amanheceu esse outro dia, aquele ficou. João-Que-Ma-mou-Na-Burra e o outro seguiram para o trabalho.

Veio aquele mesmo menino, fêz a mesma coisa. Quando chegaram do trabalho pediram de comer.

— Vocês tirem aquela parte de cima da comida, e comam. Aquele menino de ontem esteve aqui.

— Ahn! Não te tinha dito já? — disse-lhe aquele que tinha ficado em casa primeiro.

— Vocês são covardes, mofinos! Amanhã sou eu quem fica em casa para ver se o menino brincará comigo! — gritou João-Que-Mamou-Na-Burra.

Naquela outra manhã, bem cedo, os dois compadres foram para o trabalho e deixaram João em casa. João apanhou sua bengala de pau de tamarindo, e encostou-se à porta.

— Eh! Nhô! Dê-me sua bênção — veio aquele menino, muito coitado.

— Ahn! És tu aquele mesmo menino de ontem e de an teontem? Bem, eu já não sou aqueles mesmos homens de ontem e de anteontem. Já sei: é fogo que queres. Entra e apanha, mas olha para isto.

E João mostrou-lhe a bengala.

O menino entrou, fêz a mesma coisa. João apanhou a bengala ‘para lhe bater com ela, o menino levantou a pedra do fogão e desapareceu pela terra adentro.

— Já sei quem és tu, mas logo vou ter contigo.

Àqueles dois homens, quando chegaram, João contou-lhes o que tinha sucedido e pediu-lhes desculpa de lhes ter chamado covardes. Aqueles dois compadres disseram:

— Viste, então?

— Bem, mas vocês comam depressa, porque temos um serviço a fazer.

Acabaram de comer, João disse-lhes:

— Vocês vão à casa de Nhô Rei, dizer-lhe que me empreste cem braças de corda e uma campainha.

Aqueles dois compadres foram buscar estas coisas. Quando chegaram, João disse-lhes:

— Agora, vamos andar.

Andaram, andaram, andaram, até que toparam com um buraco. João-Que-Mamou-Na-Burra virou-se para eles e disse-lhes:

— Arreio cada um de vocês na corda, e se vocês não puderem suportar mais toquem a campainha, pois subirão cá para cima.

Os dois aceitaram. João apanhou a corda, amarrou um deles pela barriga, deu-lhe a campainha e pôs-se a descê-lo. O homem foi até certa altura, tocou o sino. João suspendeu-o. Com o outro aconteceu a mesma coisa. Então, João apanhou a sua bengala, entrou no buraco, e um bocado depois ouviu lá embaixo, tum, duntum, tum... Aqueles compadres sentiram o cabelo arrepiar-se todo. João-Que-Mamou-Na-Burra pegou na corda, amarrou-se a si mesmo pela cintura. Virou-se para aqueles homens:

Peguem na ponta da corda. Quando eu chegar lá em-baixo o sino para vocês prenderem a corda nalguma

Aqueles homens foram descendo a corda, descendo, des-cendo, quando êle chegou embaixo, tocou o sino, eles desa-marraram a corda e prenderam-na lá em cima. João agarrou na bengala, começou a andar. Andou, andou, andou, encon-trou uma porta fechada, bateu. Lá de dentro uma voz disse:

– Não, aqui não se bate. Pessoa de Deus, vai pelo teu caminho…

— Nada disso! Trate a senhora de abrir-me essa porta.

— ó homem, como é que você chegou a este lugar, onde nenhuma alma viva chegar

— Se a senhora não quiser abrir-me a porta…

Brum! Brum! João levou a porta nos seus ombros. En-trou, sentou-se. A mulher ficou tremendo como vara ver-de. Daqui a üm bocado êle sentiu: buuu... Entrou um ho-mem diferente.

— Bom dia, amigo. Já tinha saudades suas!

— Bom dia. Mais saudades tinha eu, que andei até o encontrar.

— Amigo, não é servido do meu almoço?

— Homem com fome é para comer.

João comeu até não poder mais. O resto que ficou êle apanhou e pôs dentro do bolso.

— Amigo, quer distrair-se?

— Distrair-me com quê?

— Com cartas…

— Cartas não, porque elas têm cruz e você tem medo da cruz…

— Amigo, quer jogar aos coices?

— Coice? Coice, na minha terra só os animais.

— Então, espada…

— Ahn! Espada, mil vezes…

O Sujo apanhou uma espada nova. João teve que pegar a mais enferrujada do Pico do Inferno. Saíram para jogar. Começaram. João dava. Nada. O Sujo dava. Cortava. Brigaram, brigaram, brigaram. João viu que o Sujo ia ganhar-lhe, rapou sua bengala. Antes que o pau de tama rindo tocasse no Sujo, só o vento que êle fêz arrasou o Sujo. que desapareceu.

João-Que-Mamou-Na-Burra foi a casa daquele Sujo, apa nhou a mulher dele, foi levá-la para junto da corda. Foi an dar e encontrou mais uma porta fechada. Bateu, uma mulher negou abrir. Empurrou, meteu a porta para dentro. Entrou, sentou-se. Mais um pouco, e chegou um outro Sujo convi-dando-o para o almoço. João comeu, meteu o resto no bolso. No fim do almoço, o Sujo perguntou-lhe se êle queria distrair-se com cartas. João respondeu-lhe a mesma coisa que dissera ao outro. O Sujo disse-lhe:

— Então, coice…

— Coice, na minha terra, só os animais…

— Então, espada…

Foram jogar à espada e aconteceu a mesma coisa. Êle apanhou a mulher daquele outro Sujo e foi levá-la para junto da corda.

Continuou a andar, encontrou uma outra porta. Sucedeu a mesma coisa. Mas quando vieram ao jogo de espada, João conseguiu apanhar aquele último Sujo com a bengala numa banda da cara. A orelha voou. Êle apanhou-a, meteu um pedaço da orelha dentro do bolso. Foi, apanhou a mulher desse Sujo mais velho, foi levá-la também para junto da corda.

Aquelas mulheres eram todas uma irmandade. Eram princesas, filhas de rei, que aqueles Sujos tinham tirado de casa. Uma delas deu a João um lenço de ouro, bordado com o nome da princesa, outra deu-lhe outro lenço bordado com o nome da rainha, e a última, que era a caçula, deu-lhe um anel de ouro com o nome do rei.

— Agora, vou tratar de vos pôr lá em cima.

João amarrou a corda na cintura de uma, tocou a campainha, a corda subiu.

— Já encontrei a minha mulher!

— Não, eu é que casarei com ela!

Aqueles dois compadres começaram a discutir. João tocou a campainha e eles desceram a corda, puxaram a outra.

— Esta aqui é que é a minha mulher, com quem hei de casar! Agora, sim. Agora vamos para o nosso caminho.

— Sim, vamos.

— Não, enquanto os senhores não tirarem a nossa irmã, não saímos daqui.

Desceram a corda e tiraram a outra irmã.

— Agora, vamos.

— Nhor não! Voccs puxem primeiro aquele homem que nos salvou, senão não vamos.

Os dois compadres combinaram partir a corda quando João já estivesse em meio da subida. Desceram a corda, pu-seram-se a içar. Quando já tinham puxado um bom bocado, cortaram a corda. Mas o que João-Que-Mamou-Na-Burra tinha amarrado na corda era a sua bengala e ele mesmo fora ficar lá longe. Quando aqueles compadres cortaram a corda, a bengala veio de trambolhão, e caiu no chão. Bem. João ficou naquele lugar. Sentiu fome.

— Ah! João, estás perdido…

Lembrou-se de que tinha comida no bolso, disse:

— Ah! João, não estás perdido…

Quando a comida acabou-se, êle disse:

— Agora, sim, estás perdido, João!

Lembrou-se da orelha daquele Sujo velho, e disse:

— Ainda não.

Apanhou a orelha, mastigou-a — crac, crac — com os dentes. Ouviu uma voz.

— Diga-me depressa o que quer que eu faça.

— Coloca-me, a mim, e também à minha bengala, lá fora.

Antes que o Sujo esfregasse um olho, João estava lá em cima.

Aqueles dois compadres, quando chegaram à casa do rei, foram recebidos com muita festa. Nhô Rei ficou contente com aqueles dois homens, que lhe tinham trazido as filhas. Prometeu-lhes casamento com duas das princesas.

Aquela mais velha disse a um daqueles homens:

— Eu, para me casar com o senhor, só se o senhor me der meu lenço de ouro, bordado com meu nome.

A do meio disse ao outro homem:

— Eu, para me casar com o senhor, só se o senhor me trouxer um lenço bordado com o nome da rainha, minha mãe

A terceira, a que era caçula, disse também que só casa ria se visse seu anel de ouro com pedras de brilhante.

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João, quando saiu daquele buraco, andou, andou, andou, foi sair em casa de um ourives. Encontrou lá o criado do rei que tinha ido dizer ao ourives se ele podia fazer um lenço de ouro, bordado com o nome da princesa mais velha, e mais outro lenço bordado com o nome da rainha.

— Vai e dize a Nhô Rei, que não sei fazer esses lenços.

João, que estava presente, disse:

— Se você quiser me dar um alqueire de nozes com um alão de vinho, entrego-lhe esses lenços que Nhô Rei manou fazer.

— Então, dize a Nhô Rei que amanhã lhe mandarei os lenços.

O criado saiu, levou o recado a Nhô Rei. O ourives deu a João aquele alqueire de nozes mais um galão de vinho. Quando já estava noite, João virou-se para a orelha daquele Sujo velho e mordeu-a — crac, crac — com os dentes.

— Diga-me, depressa, o que quer que eu faça.

— Vai quebrar-me imediatamente este alqueire de nozes.

O Sujo apanhou um martelo, bateu, bateu, bateu, quebrou todas aquelas nozes. João-Que-Mamou-Na-Burra deu nas nozes, comeu, comeu, comeu, até não poder mais, bebeu aquele galão de vinho e foi entregar os lenços ao ourives. Quando o ourives mandou aqueles lenços à casa de Nhô Rei, aqueles compadres quase saíram voando, de tão contentes que ficaram. Um daqueles homens, que queria casar com a princesa caçula, que era a mais bonita de todas, virou-se e disse:

— O ourives que fêz estes lenços pode fazer aquele anel com pedras de brilhantes.

Então, Nhô Rei mandou outra vez à casa do ourives, dizer-lhe se êle podia arranjar um anel de ouro com pedras de brilhantes. O ourives falou com João, João disse-lhe que fazia aquele anel, mas êle é que o tinha de ir entregar na casa do rei, da sua mão para a mão da princesa. O ourives mandou dizer a Nhô Rei que amanhã um rapaz levaria o anel que ele tinha pedido.

Amanheceu o outro dia, João pegou na orelha do Sujo velho, deu-lhe com os dentes — crac, crac.

— Diga-me depressa o que quer que eu faça.

— Põe-me em cima de um cavalo tal que, quando Nhô Rei sair à varanda, êle diga: "Aí vem um homem de ruço no seu cavalo ruço". Quando a rainha sair, que ela diga: "Aí vem um homem de branco no seu cavalo branco". Quando a princesa caçula sair, que ela diga: "Aí vem um homem de ouro em seu cavalo de ouro".

Naquele instante apresentou-se um cavalo tão bonito… João montou, deu esporas, o cavalo rompeu na carreira. Quando êle apontou lá longe, Nhô Rei saiu à varanda, e disse:

— Aí vem um homem de ruço no seu cavalo ruço. Êle chegou mais perto, a rainha saiu e disse:

— Vem aí um homem de branco, no seu cavalo branco.

Quando êle já estava debaixo da casa, a princesa caçula saiu e disse:

— Aqui está um homem de ouro no seu cavalo de ouro. A varanda encheu-se de gente.

A criadagem do quintal saiu para vir ao encontro de João-Que-Mamou-Na-Burra. Quando êle se apeou, aquela princesa caçula ficou dizendo:

— Aqui está aquele homem que nos tirou do Pico do Inferno, aqui está aquele homem que nos tirou do Pico do Inferno!

Aqueles dois compadres desceram para o quintal e foram esconder-se, porque uma doença apanhou-os, diferente…

Andaço, dor-de-barriga.

João subiu ao palácio e entregou a Nhô Rei aquele anel de ouro da princesa. Festa, muito xerém! Já está marcado o dia para o casamento. João vai casar com a princesa caçula. Fizeram os proclamas no dia quinze, casaram no dia dezesseis.

Nhô Rei chamou João e perguntou-lhe o que é que ele queria que fizesse àqueles dois homens que o tinham ido enganar. João disse a Nhô Rei que não queria que lhes fizesse nada, só pedia que Nhô Rei os mandasse pôr nus, no meio da rua, umbigo contra umbigo, para èle lhes roçar com sua bengala. Nhô Rei fez o que João pediu. João-Que-Mamou-Na-Burra apanhou sua bengala, foi para onde aqueles compadres estavam deitados, e bateu-lhes com seu pau de tamarindo.

Aqueles dois homens saíram voando, um bocado depois caíram dois pingos de sangue no chão. Desapareceram.

Fonte: Maravilhas do conto popular. Adaptação de Nair Lacerda. Cultrix, 1960.

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