O CAFÉ QUE NÃO ACABAVA – lenda cuiabana de tradição cristã

O CAFÉ QUE NÃO ACABAVA

Eram 11 horas da noite de 11 de novembro de 1876. Noite triste de vigília para a população cuiabana. Nas primeiras horas da tarde desse dia, finara-se o venerando e venerado ancião que, fundara a Diocese de Cuiabá.

De hora em hora, o sino maior da igreja matriz tocava em badaladas soturnas, o grave dobre de finados.

No salão principal de sua residência particular arraou–se o catafalco e ali, iluminado por quatro grandes cirios jazia, o bondoso e sereno bispo D. José.

Sereno é o qualificativo nitente, que retrata o primeiro bispo diocesano da cidade de Cuiabá.

Em todo o seu longo pontificado, por mais de quarenta anos, o humilde servo de Cristo, a par de excelsas virtudes, deu o testemunho de sua longanimidade.

O bispo D. José foi o or’ago da alma cuiabana.

Anjo tutelar de um povo que o recebeu, em seu seio na hora certa, para tornar-se o "enviado", confortando-o nas suas agonias e suavizando-lhe as agruras dos fastos sombríos que estavam para vir.

Chegou de São Paulo, logo após as primeiras fermentações nativistas, a 27 de novembro de 1833 e, a 10 de maio do ano seguinte, a sua autoridade e força persuasiva e serena foram rudemente provadas em solicitações de pavor e desespero, na noite trágica da "Rusga". Desde então, o povo começou a amá-lo e através de exponenciais virtudes surgiu, o santo bispo D. José…

A residência do venerando apóstolo de Cristo era pequena para conter a multidão.

De todas as camadas sociais, desde homens e mulheres humildes até aos mais categorizados representantes do mundo oficial, era um desfilar incessante diante a câmara ardente.

O povo chorava o seu antístite. Como vibração uníssona do sentimento coletivo, brotou um mote: "Assim se pode morrer!"

Em lágrimas a mole humana se revezava rezando e beijando o anel episcopal.

No salão repleto um servente entrou, empunhando a bandeja com xícaras e um bule cheio de café.

Foi servindo. Todas as pessoas presentes tomaram a preciosa infusão. Algumas que chegavam, procuravam-no: Ainda tem uma xícara para mim?!…

O homem servia… E serviu durante algum tempo aos que iam solicitando!

Já era madrugada. O ar cheio de humidade tornava a antemanhã frígida e nevoenta. Os que se revezavam, no velório, tiritavam. Iam ao bule e… encontravam café!

Começaram a notar: — Mas, não acaba o café?! O bule tem café para todos?!

Fato comentado pelos coevos foi transmitido oralmente e passou à tradição como um dos milagres do santo bispo D. José.

Da tradição oral, apontada por Maria de A. Muller.

Fonte: Estórias e Lendas de Goiás e Mato Grosso. Seleção de Regina Lacerda. Desenhos de J. Lanzelotti. Ed. Literat. 1962

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