PARALELO ENTRE PLATÃO E ARISTÓTELES
por Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Fontes
Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia, São Paulo: Mestre Jou, 1970
ARISTÓTELES. Metafísica. Porto Alegre: Globo, 1969.
_____________ in: Os Pensadores, São Paulo: Victor Civita,1979
BRUGGER, W. Dicionário de Filosofia, São Paulo: Herder, 1969
BRÉHIER. Histoire de la Philosophie: Antiquité et Moyen Âge, Paris: Presses
Universitaires de France, 1981.
CHAUI, M. Dos pré-socráticos a Aristóteles, São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
DUMONT, Jean-Paulo. Elementos de História da Filosofia Antiga: Brasília,
UNB,2004
FRANCA, Leonel. Noções de História da Filosofia, Rio de Janeiro: Agir, 1967
HIRSCHBERGER, J. História da Filosofia na Antigüidade. São Paulo: Herder, 1969.
JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. 3a.ed. São Paulo:Martins
_________ Aristóteles. México: Fondo de Cultura Econômica, 1997
LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico da Filosofia, São Paulo: Martins
Fontes, 199
PADOVANI, Umberto & CASTAGNOLA, L. História da Filosofia, São Paulo:
Melhoramentos, 1970
PHILIPPE, Marie-Dominique. Introdução à filosofia de Aristóteles. São Paulo:
Paulus, 2002.
PLATÃO. A República. São Paulo: Hemus, 1970
________ in: Os Pensadores, São Paulo: Victor Civita, 1979
REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. História da Filosofia: antiguidade e
Idade Média, São Paulo: Paulus, 1990.
SCIACCA, Michele Frederico. História da Filosofia: Antigüidade e Idade Média. São
Paulo: Mestre Jou, 1968.
VISÃO GLOBAL |
PLATÃO |
ARISTÓTELES |
Perfil |
Vocação matemática |
Vocação naturalista, observação do concreto |
Objetivos |
Movido por motivos políticos, éticos, estéticos e místicos |
Recolhido unicamente na elaboração de seu sistema filosófico, indene a motivos práticos e sentimentais. |
Obras |
Todas chegaram até nós |
Muitos escritos se perderam |
Escola |
Academia: num jardim junto do santuário do herói Academo |
Liceu perto do templo de Apolo Lício |
Projeção doutrinária |
Platonismo: fecundo dentro e fora do pensamento grego |
Aristotelismo: idem, mas com mais extensão e vigor |
Influências |
Sem Sócrates não teria havido o Platão que conhecemos |
Sem Platão não teria havido o Aristóteles que conhecemos |
Caminhos traçados |
Mais brilhantes, sugestivos e aparentemente mais prometedores |
Mais humildes, menos espetaculares, mas mais eficazes e fecundos,porque estão baseados na realidade mesma das coisas |
DOUTRINA |
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Gnosiologia |
Intenta resolver o problema da vida |
Intenta resolver o problema do ser |
Idéias universais |
Realidade objetiva: Mundo das Idéias |
Não existem modelos reais das coisas sensíveis |
O universal |
Não se contrapõe ao particular, mas é lhe é anterior |
Não se contrapõe ao particular, mas lhe é posterior |
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As idéias não entram na composição dos seres do mundo sensível, senão de uma maneira puramente extrínseca, enquanto servem de modelos para a formação do Universo. |
Pela abstração a inteligência atinge a essência das coisas. Não há o Mundo das Idéias. |
Realidade |
Antecipa-se ao método de Descartes |
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Doutrina |
Platão |
Aristóteles |
O Ser |
Mundo transcendente, hiperurânio, onde estão as idéias nas quais se concentra toda a realidade. Aí residem as substâncias imutáveis que são o objeto da ciência. |
Nega a realidade ontológica do mundo platônico das Idéias. Existem somente as substâncias individuais particulares e concretas. |
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Recebe o seu sentido primitivo de cima, |
Recebe o seu sentido primitivo de baixo, |
Sentidos |
Desconfia dos sentidos |
Os conceitos são tirados da experiência mediante a evidência |
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Recusa a passagem da sensação ao conceito |
“Nada está na mente que não tenha passado pelos sentidos”. |
Natureza |
Não faz a apologia do estudo da natureza |
Faz a apologia do estudo da natureza: “Em cada parcela da natureza há sempre alguma maravilha”. |
Ciência |
A construção do platonismo é de cima para baixo |
A construção do aristotelismo é de baixo para cima |
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Desvia-se do método traçado por Sócrates. |
Retorna ao método socrático no seu verdadeiro sentido ascendente, partindo da realidade dos indivíduos substanciais, concretos, múltiplos, móveis e contingentes do mundo físico, para construir sobre eles as ciências na ordem lógica e também para chegar eficazmente à única realidade transcendente na ordem ontológica que é Deus |
Lógica |
Dedutiva, demonstrativa |
Ensina o mesmo |
Conhecimento |
Os conceitos são a priori. |
Os conceitos são abstraídos das coisas. |
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Inatismo |
Vem da experiência |
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Depende das idéias inatas |
Depende da percepção sensível |
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Scire est reminisci |
Nihil est in mente quod prius non fuerit in sensu |
Matéria |
Puro não-ser, princípio de decadência |
Condição indispensável para concretizar a forma. |
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Tudo anela pela idéia |
A matéria anela pela forma |
Doutrina |
Platão |
Aristóteles |
Forma |
Separada da matéria |
Imanente e operante na matéria |
Sensação |
Distinta do pensamento / Inatismo |
Distinta do pensamento, sem idéias inatas |
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Olhos: suprema afinidade com o espírito |
O ouvido é o órgão espiritual por excelência |
Razão |
Aniquila e destrói as paixões |
Governa e domina as paixões |
Psicologia |
Carece de todo valor científico. |
Investiga sobre a alma fixando-se em seus atos, dos quais deduz sua natureza e suas propriedades. |
Ética |
Não salva o Direito Privado, a Propriedade Particular e a Família |
Salva tudo isto |
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Tem em vista homens superiores e não homens comuns |
Idem |
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Baseada em sentimentalismos lamentáveis |
Sistematização aristotélica da ética muito acima dos sentimentalismos platônicos e marca um avanço muito mais positivo para a verdadeira solução. |
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Insiste que se torna impossível saber sem querer, ou seja, é impossível a quem deixou de captar pela lógica da racionalidade agir contra a dinâmica que conduz ao Bem Supremo. Quem age imoralmente é porque não sabe, não entrou nos caminhos da razão. |
É possível termos certezas teóricas e errarmos no campo da práxis. |
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Cada pessoa tem o direito de ser o árbitro de seus valores, de sua vida ética. |
Não reconhece a cada um o direito de constituir seus valores. . |
Doutrina |
Platão |
Aristóteles |
Antropomorfismo |
Excluído |
Idem |
Politeísmo |
Não excluído de todo |
Idem |
Monismo e pluralismo |
Entre os extremos do monismo absoluto e do pluralismo radical mais perto do monismo |
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Escravidão |
Admite |
Idem |
Teologia |
Ciência de Deus |
Idem |
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Deus é espírito, acentuando o espírito objetivo, sendo a Idéia do Bem e do Belo a origem de tudo. |
Deus é espírito, acentuando o espírito vivo, sendo que o Primeiro Motor imóvel move tudo sem se imiscuir no processo cósmico |
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Sobre a natureza de Deus afeta um certo temor em aventurar uma atribuição indireta à natureza do seu supremo princípio |
Declara-se firme e sem rebuços pelo real ser de Deus, como espírito pensante e vivendo uma vida feliz. |
Heraclatismo |
Superado com sua doutrina da unidade e da multiplicidade |
Superado com sua doutrina do ato e da potência |
Alma |
Um ser que se move por si mesmo |
Idem |
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Dotada de partes reais |
Dotada de unidade |
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Admite sua imortalidade |
Imortalidade parcial |
Mundo |
Começo temporal |
Eternidade da matéria e da forma, particularmente nos astros eternos, bem como ensina a eternidade do movimento |
Educação militar |
Elimina tudo que é puramente técnico |
Maior modernidade |
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Preocupa-se sobretudo com a estrutura espiritual da pessoa |
Acentua a importância da maquinaria e da habilidade no manejo das armas |
Humanidade |
Não tinha idéia universal de humanidade |
Idem |
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Gregos, parentes e amigos; bárbaros, inimigos |
Idem |
Estado |
Tem por finalidade prover o bem coletivo |
Seu papel essencial é a educação dos cidadãos |
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Comunismo dos bens, das mulheres e dos filhos |
Comunismo, como resolução total dos indivíduos e dos valores no Estado é fantástico e irrealizável |
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Filósofos governam a República |
Monarquia, aristocracia ou democracia |
Doutrina |
Platão |
Aristóteles |
Religião |
Oferece uma garantia aos valores morais do homem, os quais regulam a ordem da vida social. |
Necessária para a moralização do povo |
Arte |
Sua doutrina estética oscila entre a valorização e a desvalorização da arte e da beleza |
É a imitação direta da forma imanente à matéria |
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Resulta da cópia de uma cópia do mundo empírico que é já uma cópia do mundo ideal. Cópia não de essências, mas de fenômenos. |
Tem como conteúdo o universal, inteligível do qual depende sua eficácia espiritual, isto é, pedagógica e purificadora |
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