Acerca da pobreza de José Bonifácio, que não possuía mais do trinta mil réis quando foi prêso e deportado, contarei uma anedota, que não será lida sem interêsse.
Os ministros da regência de Dom Pedro reduziram os ordenados à metade do que eram no tempo de Dom João VI. Ficaram em quatro contos e oitocentos mil réis anuais, pagos mensalmente.
José Bonifácio recebeu quatrocentos mil réis em bilhetes do Banco, de um mês do seu ordenado, os msteu no fundo do chapéu, e no teatro lhe roubaram o chapéu e o conteúdo.
O primeiro ministro do Império do Brasil achou-se no dia seguinte sem ter com que mandar comprar o jantar. Não possuia nem um vintém mais, e seu sobrinho Belchior Fernandes Pinheiro foi quem pagou as despesas do dia.
Em conselho, José Bonifácio referiu esta ocorrência e a extrema necessidade a que ela o reduziu e a sua família.
O imperador entendeu que o ministro, visto a penúria em que se achava, devia ser indenizado, pagando-se-lhe outro mês de ordenado, e, neste sentido, deu ali suas ordens ao ministro da fazenda.
Martim Francisco não obedeceu. Disse ao imperador que nãç havia lei que pusesse a cargo do Estado os descuidos dos empregados públicos; que o ano tinha para todos doze meses e não treze para os protegidos; e, finalmente, pedia a Sua Majestade que retirasse a sua ordem, porque era exequívl que êle Martim Francisco, repartisse com seu irmão o seu ordenado e que viveriam ambos com mais parcimônia aquêle mês, o que era melhor do que dar ao país o funesto -exemplo de se pagar ao ministro duas vezes o ordenado de um só mês.
Êste incidente não foi mais adiante. Martim Francisco repartiu com seu irmão o dinheiro que tinha, e José Bonifácio dali por diante tomou mais cuidado no chapéu e no dinheiro que tinha.
Sem religião não há civilização verdadeira; sem civilização não há bons costumes, e sem êstes não só a liberdade não é possível> mas nem sequer a sociedade.
Alexandre Herculano.
Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.
1) inteireza — integridade, honradez, probidade.
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