TREZE DE MAIO
Machado de Assis
Ontem de manhã, descendo ao jardim, achei a grama, as flores, e as folhagens transidas de frio e pingando. Chovera a noite inteira; o chão estava molhado, o céu feio e triste, e o Corcovado de ca-xapuça. Eram seis horas; as fortalezas e os navios começaram a salvar pelo quinto aniversário do Treze de Maio. Não havia esperanças de.sol; e eu perguntei a mim mesmo se o não teríamos nesse grande aniversário. É tão bom poder exclamar: "Soldados, é o sol de Austerlitz!" O sol é, na verdade, o sócio natural das alegrias públicas; e ainda as domésticas, sem êle, parecem minguadas.
Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou, e todos saímos à rua. Sim, também eu saí à rua, eu, o mais encolhido dos caramujos, também eu entrei no préstito, em carruagem aberta, se me fazem favor, hóspede de um gordo amigo ausente; todos respiravam felicidade, tudo era delírio. Verdadeiramente foi o único dia dç delírio público que me lembra ter visto. Essas memórias atravessaram-me o espírito, enquanto os pássaros trinavam os nomes dos grandes batalhadores e vencedores, que receberam ontem nesta mesma coluna da "Gazeta" a merecida glorificação.
TEXTO
Alpheu Tersariol
Treze de Maio é uma crônica publicada no jornal "A Gazeta de Notícias" e que se encontra no livro "A Semana". Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839, onde morreu em 1908. Poeta e romancista de maior projeção no cenário literário brasileiro.
A — VOCABULÁRIO
Transido, adj.: impregnado, tolhido, esmorecido. Carapuça, s.f.: barrete de forma cónica. Sancionar, v.: confirmar, aprovar.
Caramujo, s. m.: indivíduo esquisitão, fechado. Préstito, s.m.: cortejo, procissão.
B — EXPLICAÇÃO DO TEXTO
1 — Qual o tema do texto?
2 — Explique: "…as fortalezas e os navios começaram a salvar pelo quinto aniversário do Treze de Maio".
3 — Faça o plano do texto e divida-o em duas partes distintas.
4 — Em que dia e ano foi sancionada a Lei Áurea, por quem foi sancionada e quem era nesse tempo o Imperador do Brasil:
( ) 13/5/1822 ( ) D. Leopoldina ( ) D. Pedro I
( ) 13/5/1888 ( ) Princesa Isabel ( ) D. Pedro II
( ) 13/5/1892 ( ) Bárbara Heliodora ( ) D. João VI
5 — Pela leitura deduz-se que esta crônica foi escrita em:
( ) 13/5/1888 ( ) 13/5/1893 ( ) 14/5/1893
6 — A que se compara Machado de Assis?
7 — Por que no final do texto Machado de Assis evoca os pássaros?
C — REDAÇÃO
1 — Faça um discurso em comemoração ao aniversário da passagem da Lei Áurea.
2 — Descreva uma procissão.
GRAMÁTICA
EMPRÊGO DO PORQUE
— Usa-se nas respostas. Ex.: Não vim porque estive doente.
— É uma conjunção subordinativa causal. Ex.: Fiz porque o meu pai mandou.
— É uma conjunção subordinativa final. Ex.: "Orai, porque não entreis em tentação" (M. Bernardes).
— É uma conjunção coordenativa explicativa. Ex.: Não peças isto porque já consegui para ti.
PORQUE | PORQUÊ | POR QUE | POR QUÊ
PORQUÊ
— Usa-se quando substantivo. Ex.: O porquê de tudo está na ignorância.
POR QUE
— Usa-se no início ou no meio da oração em frases interrogativas indiretas.
— São duas palavras: — por + que
por — é uma preposição que — é um pronome interrogativo ou um pronome relativo.
Exs.: — Não sei por que não compareceste à reunião.
— Por que você não compareceu à reunião não sei.
— O mapa por que me guiei era do ano passado.
POR QUÊ
— Usa-se em fim de frases interrogativas.
— São duas palavras: — por + que
por — é uma preposição
que — é um pronome interrogativo
Exs.: — Você não veio à aula. Por quê?
— Não tens noção de coleguismo. Por quê?
Outros exemplos:
— Por que não vieste? — Não vim porque estive acamado.
— Não sei as razões por que os alunos acham tão difícil o uso do porquê.
EXERCÍCIOS
1 — Colocar nos parênteses um "C" ou um "E" conforme a
palavra porque fôr conjunção causal ou explicativa:
( ) Afirmou que escrevia se tivesse tempo; teve tempo, porque êle escreveu. ( ) Venha já, porque tenho muitas novidades. ( ) Não veio porque certamente viajou.
2 — Preencher os espaços vazios com porque, porquê, por que, por quê:
a) Eis…………não pretendo ir tão cedo ao estrangeiro.
b) Ignoro o motivo ………… não pretendes ir.
c) Não poderá vir até aqui, mas ignoro ………………
d) Eis o…………….da sua ausência.
3 — Complete as frases, empregando porque, porquê, por que, por quê:
— Venha cá, Ana Lúcia. Parece que você anda atarefada……………….?
— Professor, creio que o senhor gostaria de saber o……..
Não é mesmo?
— Sim.
— Então, diga-me o motivo…………..foi tão difícil a aula de hoje quando o senhor explicou o uso do ……..
Eu nada entendi.
— Ora!…………..vocês pouco estudam e pouquíssimo lêem.
— Então, professor……………é que os professôres não ensinam, de modo mais objetivo, as regras dêsse tal ………….. separado e dêsse tal…………junto?
Fonte: Lisa – Didática Irradiante, 1972.
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