JPC

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    Olá Brasil!Isto está a ficar interessante. Infelizmente, não consigo descortinar aqui qualquer ideia nova. E nem sempre é verdade que é nas ideias novas que estão as soluções para problemas antigos. O problema não é das ideias, a nossa história está cheia de ideias fantásticas. A questão está na sua aplicação concreta.E não, não tenho ideologia, reconhecer a importância económica de se gastar dinheiro a abrir uma fábrica, uma fazenda, uma livraria ou uma padaria não é ter ideologia, eu chamo-lhe ser realista. Mas você, é evidente, pode chamar-lhe o que quiser. Ideologia é que não. Não su nenhum adepto ferrenho do liberalismo económico, também percebo os prós e os contras de qualquer sistema. Não há nem nunca haverá sistemas políticos, económicos ou religiosos que contentem toda a gente. Há-de sempre haver descontentes. E se vocês também não têm já subiram mais um degrau na minha consideração. Pronto, concedo, temos apenas formas diferentes de pensar o mundo. Adiante.E ainda bem que não é xenófobo, também fico satisfeito. Mas admita que esse discurso radical anti-investimento estrangeiro é um pouco suspeito...E tem a certeza que os brasileiros nunca colonizaram merda nenhuma? Eu não teria tanta. O colonialismo não é apenas uma realidade entre países diferentes, muitas vezes acontece dentro de fronteiras. Além disso, essa tese de que o Brasil é uma espécie de virgem no bordel global é um pouco ingénua, desculpe que lhe diga... Ainda mais absurdo é responsabilizar a dívida externa brasileira com uma negociata entre portugueses e brasileiros há mais de um século. Aliás, estranho seria se o Brasil não tivesse dívida externa ou défice público. assi de repente não me lembro de nenhum país que não a tenha. Olhe, até tenho a impressão que a dívida dos EUA é ainda maior que a vossa. Que tem isso a ver com alguma coisa?O exemplo do investimento brasileiro na China era abstracto, não sei se têm ou não lá investimentos, presumo que tenha, pois hoje em dia não há nenhum país que não o faça. Mas digo China como poderia ter dito Argélia ou Índia ou outro país qualquer. E o meu ponto é que as vossas empresas (e bem) fazem exactamente o mesmo que outras empresas fazem ai. Às vezes com ética, outras vezes sem ética, depende. O mundo não é a preto e branco, meu caro. Ah, entretanto fiz uma breve pesquisa e verifiquei que o Brasil também tem investido na China, sim, até agora um volume de investimento da ordem dos 150 milhões de dólares. É pouco, mas está a subir.A questão do "sistema viciado" é outra óptima desculpa para as vossas insuficiências e problemas internos. Eu ao menos reconheço que o problema português é Portugal e os portugueses; agora, pelo que vejo, para vós a culpa é dos investidores estrangeiros, do "sistema", do pobre do D. Pedro e do passado colonial longínquo, da globalização, do capitalismo, etc., etc., só falta dizer que o Brasil não progride ou tem problemas porque há uma conspiração inter-galáctica entre marcianos e habitantes de Alpha Centauri...Mais uma vez, em relação às pequenas e micro iniciativas empresarias, só posso discordar dessa visão radical. É óbvio que isso nunca acontecerá. Você acha razoável argumentar dessa maneira: "Todos serão empresários?". Que absurdo! Obviamente que não, Nos EUA ou noutros países de tradição liberal, você acha que TODOS se transformaram em empresários? Há gente que tem mais vocação ou coragem paa o fazer, há outros que preferem ser assalariados e há ainda outros que não querem fazer porra nenhuma. É da vida. Haverá sempre gente para tudo. O facto é que têm sido realidades cmo o micro-crédito, por exemplo, que têm tirado muita gente da miséria. Você não gostaria de ser proprietário de uma editora de livros, por exemplo? Ou de uma pequena fazenda? Ou de um centro de yoga, sei lá! Se o seu trabalho empresarial tiver qualidade, se houver mercado, se houver compradores para os seus produtos ou serviços, vinga, se não, meu amigo, fecha o tasco e volta ao trabalho assalariado. Agora, se tudo gira na informalidade, se não cumprem as leis do trabalho, meu caro, voltamos ao mesmo: as vossas autoridades públicas é que têm de regular melhor as actividades económicas. Se cumprtir a lei se tornou aí inviável, então, as coisas estão pior do que eu pensava no Brasil... lamento, espero que as coisas melhorem a esse nível. Noutros países as coisas vão funcionando daquela maneira de forma mais ou menos harmoniosa.Espero também que consigam melhorar o nível da vossa classe política. Nós também temos alguns que não serão um exemplo de honestidade, é certo, mas o principal problema nem é esse, é incompetência, mesmo. nem todos, óbvio, senão isto seria ingovernável e já estaríamos ao nível do Sudão ou da Etiopia... Felizmente neste caso, é tudo relativo.Pois, o universo é realmente feito de contradições. Eis outra verdade universal e intemporal... Agora que isso signifique que as ideologias utópicas sejam mais ou menos possíveis, não vejo como.

    JPC
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    Ok, já percebi a vossa orientação ideológica. Eu não tenho nenhuma e já deixei de perder tempo há muito com certo tipo de utopias, mas respeito quem tenha esse tipo de causas, haja acima de tudo liberdade de expressão e pensamento! Caro Brasil, de investimento precisa o seu país e precisa todo o mundo. No mundo em que vivemos (não no mundo em que você acha que deviamos viver) é o investimento que gera emprego e riqueza, independentemente das possíveis disfunções. Essas questões (corrupção, etc) que você coloca existem em menor ou maior grau em todo o mundo, não é um exclusivo brasileiro. Além disso, no Brasil esses fenómenos poderão acontecer com empresas estrangeiras e com empresas brasileiras (ou os empresários brasileiros são todos impolutos? pois, também acho que não), o que provavelmente até se torna mais imoral, porque estão a expoliar os seus próprios compatriotas, mas enfim... O que noto, por outro lado, é uma certa xenofobia nesse vosso discurso. Se o que efectivamente se passa aí é "exploração desonesta" e etc., meu amigo, volto a repetir, cabe ao VOSSO governo e aos vossos poderes públicos alterar a situação. Porque é que isso não acontece no Canadá ou na Noruega, por exemplo? Simples: porque os respectivos governos não o permitem! Basicamente, só há corruptores se houver corrompidos. Mais uma vez: Se isso realmente acontece assim como vocês dizem, a solução não é (digo eu, que não sei nada...) escorraçar ou demonizar investidores estrangeiros. A solução é fazer como todos os outros países onde a corrupção é limitada ou praticamente inexistente (países que, naturalmente, também recebem,  DE BRAÇOS ABERTOS MAS COM REGRAS CLARAS, TRANSPARÊNCIA E HONESTIDADE, investimentos estrangeiros): arranjem líderes honestos! A culpa é vossa, não é dos outros, meu amigo!Quanto à questão dos negócios, meu caro, cada um acha e gosta do que lhe apetecer. Normalmente, o que me diz a minha experiência de vida é que essa aversão primária aos "negócios" passa com a idade. E em relação à honestidade, bem, isso é que é pessimismo... o facto é que a natureza humana é complexa e dual e sempre houve e haverá gente honesta e gente desonesta, seja qual for o sistema político ou económico em que viva. Eu quero, sim, a minha liberdade de lançar o meu negócio quando me apetecer, de preferência um negócio honesto e sustentável. Quero ter a opção de não ser explorado por patrões e quero ter a opção de criar a minha independência económica.O facto de haver aí cada vez mais pequenos empresários é quanto a mim um excelente sinal. É sinal que o empreendedorismo brasileiro está em alta e que já muita gente pode concretizar o sonho de não ter de trabalhar por conta de outrém. E agarrados aos bancos estamos todos, meu caro, seja para começar um negócio seja para comprar casa ou carro ou outra coisa qualquer que ultrapasse a nossa riqueza pessoal. É outra fatalidade universal...Em relação à China também está mal informado. É certo que de vez em quando as autoridades lá executam ou outro funcionário desonesto, mas o facto é que a China é um dos países mais corruptos do mundo, provavelmente mais do que o Brasil. É assim, quando começa a entrar muito dinheiro, quando os rendimentos são baixos e o controle e a transparência democrática são deficientes, lá ataca a praga da corrupção. Outra maleita universal. Quanto ao resto, repito: a ser assim, a culpa é VOSSA porque não conseguiram ainda construir uma sociedade mais equilibrada e justa. E um governo capaz de impor as suas regras.Também fico fascinado com a alegada honestidade dos investidores brasileiros no exterior, sim senhor, eles "cumprem as regras" e não exploram ninguém! Que coisa maravilhosa! Os meus sinceros parabéns! Exemplar! Se fosse verdade seria extraodinário. Assim, é só mais uma ficção. Como a ficção da culpa dos investimentos estrangeiros no Brasil. Enfim, cada um acredita no que lhe apetecer. Haja Paz, Liberdade e Saúde!

    em resposta a: Globalização #71662
    JPC
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    Mais um debate encalhado, mais um tema muito interessante para reactivar. Realmente, de que falamos quando falamos de globalização? Pelo que vejo aqui, cada um tem a sua muito pessoal noção do que é a globalização. É um conceito vago, precisamente porque é uma realidade complexa e que não se limita, muito pelo contrário, à economia. Como já aqui alguém sublinhou, é basicamente um processo histórico trasversal a todas as actividades humanas. E como tudo na vida, tem coisas positivas e tem coisas negativas. Na minha humilde opinião, eu, que não tenho nem ideologia nem religião, acho que as opinões ideologicamente “contaminadas” (as que realçam por exemplo o alegado carácter “capitalista” da globalização e que falam da globalização como se fosse uma doutrina maléfica do Grande Capital) partem do pressuposto errado que a globalização é uma espécie de movimento artificial idealizado por alguém há relativamente pouco tempo. Um “fruto do capitalismo”, como disse outro comentador… Nada mais errado e algum conhecimento de história poderá facilmente esclarecer isso. Trata-se, isso sim, de um processo histórico económico, é certo, mas também cultural, social, religioso, linguístico, etc. Como já referi noutro tópico, ser contra a globalização é mais ou menos como ser contra a chuva… Quanto muito, admito que alguém possa ser contra “esta” globalização, ou contra alguns aspectos da globalização. Agora ser liminarmente anti-globalização, parece-me um pouco surrealista.Entre muitas outras coisas é a aproximação de povos, economias e culturas. É óbvio que no tempo dos antigos romanos não havia globalização, já tinha começado, o processo, mas ainda era incipiente, até porque para os romanos (isto é, na perspectiva europeia) o mundo se limitava pouco mais que à bacia do Mediterrâneo, quanto muito estendia-se para as paragens misteriosas asiáticas. Ainda não havia uma noção integral do "Globo, como temos hje e como começámos a ter sobretudo com a expansão marítima portuguesa, espanhola, inglesa, etc.. Aí, sim, o mundo, ou a percepção que temos do mundo, começou a  ficar mais "pequeno". E hoje em dia, com as facilidades dos transportes e das comunicações planetárias em rede quase se cumpriu o conceito de "aldeia global", teorizado por Marshal Mcluhan há umas décadas atrás. Globalização é isso.É óbvio que, como sempre e em todo o lado, continuam a existir desigualdades sociais. Mas também é óbvio para quem conhece história que há muito menos desigualdade do que havia há cem ou duzentos anos atrás, antes do aparecimento em massa de uma coisa chamada "classe média". Mas isso, creio eu, já daria outro tema.O facto é que a globalização, mal entendida como uma dinâmica eminentemente capitalista (que não é, ou pelo menos é muito mais do que isso) serve muitas vezes como bode expiatório de todo o tipo de problemas e desigualdades. Há pobreza? A culpa é globalização! Há exploração? Globalização! Há violência e guerra? Globalização! Aquecimento global? Abaixo a Globalização!!! E por aí adiante... esquecemo-nos que esses e outros problemas sempre acompanharam a história humana e até existem e existiram no seio de sociedades tribais. Não são exclusivos do nosso tempo nem das nossas sociedades urbanizadas e sofisticadas.

    JPC
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    Caro Brasil,Pois é meu caro, todos nós temos as nossas cruzes para carregar… Nós com políticos e empresários medíocres (era no sentido de fraco, mesmo, pobre, mesquinho, etc. medíocre não significa apenas médio, infelizmente…), vocês com políticos bossais, paciência. O espírito do mundo financeiro tem um ar sadio? Onde? Só se for nos trópicos…E aqui em Portugal, nem com multidões de chatos esquerdistas (o povo, sei muito bem, as gloriosas massas proletárias!) fomos capazes de por os nossos políticos na ordem… Desde logo, meu amigo, porque os políticos são o espelho do povo e cada povo terá os políticos que merece. Não sei se é assim, mas pelo menos parece-me justo, sobretudo em democracia, quando insistimos em eleger eternamente os mesmos medíocres (maus, não médios) de sempre. É uma sina desgraçada esta, não é?Só acho graça (entre aspas, claro) é quando insistimos em culpar os outros pelas situações que nós próprios criamos (isto é, entre outras coisas, os políticos que temos). Então o bode expiatório dos porcos capitalistas estrangeiros sedentos do “lucro” (essa abominação anti-povo) dá sempre um jeitão, não é?Mas faço-lhe, já agora, a mesma pergunta que fiz ao Miguel e não vejo respondida: e quando os empresários brasileiros investem noutros países? Na China, por exemplo, onde os salários (custos de produção) são mais baixos? Que nome é que dão a isso? É uma missão patriótica?

    JPC
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    «Muito obrigado por  trazer mais dados para o debate, contribuindo para a ampliação da visão, mas acho que não é uma boa postura desqualificar dessa maneira, logo de início a proposta de tema.»Tem razão, realmente foi um erro ter começado dessa maneira, as minhas desculpas. E obrigado por esta oportunidade de debate. Vamos então a isso.«O colonialismo acabou, mas transformou-se em neocolonialismo e adquiriu novas facetas, de forma que a exploração que sempre existiu continua existindo, e não somente de um país para outro, mas também internamente e em vários níveis sociais. O Brasil é bem diferente da África, um país rico, uma potência econômica, com uma população gigantesca, e não precisa tanto de "investimento" estrangeiro assim; o fato é que o país empobrece com a remessa de lucros para o exterior, e isso acontece desde sempre, com a conivência da elite local, algo que não se mexe na nossa política. Getúlio Vargas foi o presidente brasileiro que mais tomou medidas contra isso. Aliás, morreu por causa disso.»Tem novamente razão, nessa óptica o colonialismo nunca acabou e sempre existiu. Essas "novas facetas" não passam de velhas facetas de uma característica humana que perdura. Que o Brasil é diferente de África é óbvio, não percebo esta sua apreciação já que nunca se disse o contrário... Mas adiante. Este seu comentário levanta, por outro lado, outra questão importante. Que o Brasil "não precisa" de investimento estrangeiro (e é ideologicamente sintomática a sua insistência em colocar a palavra investimento entre aspas...) é discutível. Tão discutível como afirmar que os EUA, a China ou Portugal não precisam de investimento estrangeiro. Aliás, nem vale a pena discutir isso, é um tema puramente abstracto nesses termos. Em termos económicos você apresenta uma visão proteccionista (e nacionalista) completamente anacrónica e desfasada da realidade. Hoje em dia, neste mundo globalizado, todos precisamos de todos, há uma interdependência global e é completamente irrealista achar que um país sobrevive "orgulhosamente só". Isso que você chama de "fuga dos lucros" é uma realidade incontornável no mundo inteiro e acontece com todos os países sem excepção (bem, talvez não na Coreia do Norte. E mesmo ai...). Neste aspecto são evidentes dois dados concretos: Algum lucro do investimento estrangeiro sairá efectivamente do país, mas já lá vão os tempos em que os países eram explorados sem retribuição, hoje em dia os países acolhedores de investimento têm muito a ganhar com isso, não só na questão do emprego, mas também noutras como impostos ou na obrigatoriedade de reinvestir os lucros nesse país de acolhimento - e eu sei que no Brasil é assim porque tenho familiares portugueses que aí escolheram investir em negócios e acredite que não é assim tão fácil "desviar" lucros para o exterior. Dizer que o seu país empobrece com a remessa dos lucros para fora, perdoe-me mas é desconhecer completamente até a realidade do seu próprio país. Há muitas razões para o Brasil (que não está a empobrecer, pelo contrário, felizmente e espero que continue a progredir dessa maneira) ter ainda muita pobreza e, acredite, essa é a menor delas. Seja como for, o que acontece com o investimento estrangeiro no Brasil é exactamente o mesmo que acontece com o investimento brasileiro noutros países. As regras são basicamente as mesmas.«O populismo é uma acusação ideológica que inventaram para alguns líderes da América Latina e precisa ser melhor discutido. Aqui no Brasil, por exemplo, a tese de populismo varguista foi confeccionada minuciosamente por intelectuais na academica, interessados em enterrar  o legado do trabalhismo. E que mais tarde se tornaram entreguistas, como é o caso do Francisco Weffort, que escreveu vários livros sobre o assunto. Quem era populista eram os líderes de direita, como Adhemar de Barros e Jânio Quadros.»Ao mais importante não respondeu, mas paciência. O populismo não é nenhuma acusação ideológica, muito menos é exclusivo da América Latina. É uma "praga" que infecta os sistemas políticos em todo o mundo. Também os temos na Europa. É basicamente uma postura de apelo emocional, primário e demagógico às massas, que adoram emoções e demagogia. É assim na Venezuela e é assim em todo o lado. A diferença é que na Venezuela e noutros países sul americanos simplesmente chegaram ao poder. É só isso. «O adjetivo de máfia está entre aspas, como você deveria ter notado. Talvez você desconheça a realidade da atuação das empresas espanholas no Brasil. A Telefonica, que comanda as telecomunicações de São Paulo, por exemplo, é há anos a campeã de reclamações no orgão de defesa do consumidor, o PROCON. Isso é apenas um indicativo da postura de descaso com o cliente e busca de lucro desmedido, cobrando muito caro e oferecendo um serviço completamente problemático. Um adsl relativamente lento custa 100 reais, o que dá mais ou menos uns 40 euros. Se você pesquisar o serviço adsl de outros países, verá que existe uma completa disparidade. E mesmo esse serviço vem com inúmeros problemas, como por exemplo no atendimento, no planejamento destinado a diversas classes sociais, no objetivo de raspar os minguados da população empobrecida. Além disso, outro exemplo, é a chamada "venda casada" de dois serviços, o provedor (inútil)  Terra e o acesso adsl, que durou anos e recentemente foi vetado por uma ação pública movida por um juiz de Baurú»Ainda bem que está entre aspas, é sinal que esta discussão ainda tem algum laivo de sanidade mental... Ó Miguel , então mas a Telefonica opera assim no Brasil e ainda tem clientes? Isso é espantoso! das duas uma, ou os consumidores brasileiros são idiotas, o que eu acho que não são, ou a multinacional espanhola tem aí o monopólio das telecomunicações, o que eu também não acho que tenham. Não gosta da Telefonica? É simples: mude de operadora! Abram o mercado a mais operadores! Já percebi que não gosta muito da chamada economia de mercado, mas nestes casos funciona. Se não presta ou não respeita os clientes, meu amigo, tchau, vai para o buraco! Ou os brasileiros não têm alternativas? São obrigados a subscrever o serviço da Telefonica? Pois, também acho que não. Em Portugal, por exemplo, também há empresas estrangeiras a operar e a investir, mas se não tiverem qualidade, meu amigo, podem ir vender para o Cazaquistão, porque aqui não vingam. Além disso, felizmente verifico que os mecanismos de fiscalização e controle, nomeadamente judiciais, funcionam no seu país: Bastou um juiz para repor a correcção e a legalidade. Parabéns, é sinal de que afinal as empresas estrangeiras não fazem o que lhes apetece impunemente. Já agora uma perguntinha: Todas as empresas brasileiras (isto é, empresas com maioria de capital brasileiro) são modelos de actuação exemplar no respeito para com o cliente? Ou são só os papões estrangeiros ("neo-colonialistas") de fora que o fazem?«Não há nenhum espírito público nas empresas, nenhum direito-cidadão, somente a ambição desmedida e o afã por lucros cada vez maiores, como se vê nos sites de notícia que mostrei. O lucro é problemático quando não corresponde a um aumento da qualidade do serviço. O Serviço de telefonia é praticamente imposto na forma de monopólio, pois ninguém pode deixar de usar o telefone, então existe mercado garantido e pouquíssimo espaço para concorrência. Por exemplo, no envio de mensagens torpedo de telefones celulares, cobram mais no Brasil porque se envia pouco, e não porque corresponde a um aumento de público. Diversas notícias relatam isso:"A explicação mais plausível para essa diferença é o preço do serviço. Enquanto pagamos, por volta de, R$ 0,35 (ou 18 centavos de dólar) por mensagem, os argentinos pagam seis vezes menos. Na maioria dos nossos países vizinhos, segundo um levantamento realizado pela operadora Claro, o valor não passa de US$ 0,08."( http://www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=309924Mais uma vez, a ser assim como diz essa situação de monopólio, a culpa não é da Telefonica, é do governo brasileiro que não liberaliza o mercado das telecomunicações. Deixe entrar a concorrência no jogo, venha ela do seu próprio país ou da China e vai ver o que acontece à Telefonica... Em todos os países onde o mercado funciona é assim, pelo menos: quem não presta, cai fora! O problema não é só de quem faz, é também de quem deixa fazer. Ah e outra perguntinha: as empresas de capital maioritariamente brasileiro têm todas esse magnífico "espírito público" ou é só uma característica maléfica das empresas estrangeiras de fora?«Ora, os defensores das privatizações certamente tem que lidar com esse problema. Porque o que vemos são estatais lucrativas, com estrutura construídas por dezenas de anos de dinheiro público, serem vendidas a preço de banana para "investidores" estrangeiros, que lucram em pouquíssimo tempo mais do que o triplo do que investiram. Mas as estatais européias e norte-americanas, estranhamente não vemos empresas brasileiras comprando. Recentemente a Vale do Rio Doce, que manda em grande escala, aos borbotões, a riqueza do solo brasileiro para o exterior, comprou uma minerarado minúscula canadense, não sem antes passar por muitos trâmites legais e todo o impedimento possível, pagando um preço bem maior do que o que ela própria foi vendida.»Em relação às privatizações também concordo que por vezes há situações escandalosas. Em Portugal também  nos confrontámos com a mesma questão, depois da revolução de 1974 (quando muitas grandes empresas foram nacionalizadas por governos de inspiração comunista). Uns anos depois, já nos anos 80, começou também uma febre de privatizações sem "rei nem roque" que resultou em algumas situações desastrosas. É uma situação complexa, que só com maturidade democrática se resolve com algum equilíbrio. Cabe aos governos de cada país controlar esse processo com a razoabilidade possível. Mas o facto é que, como acontecia e acontece com Portugal, muitas vezes os Estados, face a situações de graves défices públicos, não têm alternativa senão alienar património ao mercado a fim de equilibrar as contas. É assim no Brasil como em todo o lado.E não é verdade que as empresas brasileiras não estejam "comprando" estatais de outros países. No caso de Portugal, por exemplo, grandes empresas como a Embraer ou a Petrobrás têm investido muito em instituições como a Galp ou a OGMA, que são maioritariamente estatais. A internacionalização da economia brasileira (isto é, o investimento brasileiro no estrangeiro) é relativamente recente, mas já tem uma pujança fantástica e com as vossas excelentes taxas de crescimento económico, só vai tender a subir (e lá vão os brasileiros fazer o mesmo noutros países que você condena aos estrangeiros, é irónico, não é?). Pode ver o caso português aqui: http://dn.sapo.pt/2005/11/07/suplemento_negocios/brasileiros_em_portugal_cerca_mil_mi.htmlOu mais genericamente, aqui: http://www.mundolusiada.com.br/ECONOMIA/econ231_out07.htmMas seja como for, mesmo assim, caberá então ao governo brasileiro definir regras nesse sentido, tal como faz o governo canadiano. Já agora, só uma perguntinha, essa empresas estatais brasileiras compradas pelos tenebrosos investidores estrangeiros passaram a funcionar pior?«As empresas geram empregos? É verdade, mas seria melhor dizer que geram sub-emprego. Conheço bem o funcionamento interno. Contraram muitos atendentes e funcionários pagando pouco mais do que um salário mínimo, para trabalhar em condições pesadas... É uma verdadeira exploração. Ao passo que os cargos de chefia, com exceção da elite conivente, são ocupados por estrangeiros. Aliás, quando a Telefonica se instalou no Brasil trouxe centenas de funcionários espanhóis junto, deste técnicos e até mesmo faxineiros. Então esse é um argumento recorrente que não se sustenta em nada. O pouco que os salários da patuléia movimentam não são nada comparados com o lucro bilionáerio que é oferecido aos donos da empresa, no exterior.»Simplesmente não acredito que essa seja a realidade generalizada. Ou, pelo menos, não acredito que seja uma realidade exclusiva das empresas de capital estrangeiro. Essa será, sim, uma realidade transversal a todo o país e a todo o tipo de empresas, talvez. Sendo que há empresas que fazem assim, outras que fazem de outra maneira, depende. Em Portugal é exactamente a mesma coisa. Em relação à Telefonica, meu amigo, se é assim tão má, por favor: lance um boicote público à empresa! Faça campanha! Telefonica, não obrigado!Mas porque é que você acha que o Brasil apresenta este índice de crescimento económico? Porque de repente  choveu ouro? De repente, por milagre, os brasileiros ficaram todos trabalhadores e gestores eficazes e quaificados? Ou não será porque de repente a economia se abriu ao exterior e fez face à globalização, captando investimento e lançando-se ela própria para o exterior, fazendo exactamente o mesmo que os investidores estrangeiros fazem aí?«Obrigado pelo conselho, mas dos meus olhos cuido eu. A globalização da economia não deve ser confundida com a perda da soberania, pois essa foi conquistada a duras penas pelo esforço inteiro de muitas gerações. No fim, o que temos são pessoas apegadas a terra. Pessoas que passam a vida inteira nas suas localidades de origem ou no seu próprio país. Viajar no Brasil custa muito caro. Não existe trens, o projeto ferroviário foi abandonado, os aeroportos estão no caos, não se aproveita o potencial de transporte naval e também o sistema rodoviário é sobrecarregado e deficiente. A gasolina custa um absurdo, é um imposto a mais a ser pago, e além disso agora estão entupindo as estradas de pedágio, acabando com o direito de ir e vir.E é claro que "já ouvi falar" de globalização, proposta que aliás já se mostrou fracassada, já é um termo anacrônico, principalmente no pós-Iraque. Esse tópico é um subtópico do tópico "Globalização". não reparaste? Então como eu poderia não ter ouvido falar?Até mais.»Meu caro, nestes tempos globalizados a "soberania" já não é o que era, nem no Brasil nem em lado nenhum. Como lhe disse, o dinheiro não tem pátria e muito menos fronteiras. A soberania é um conceito essencialmente político, não é económico. Mais uma vez para ver se percebe agora: Hoje, todos os países (isto é, quase todos, talvez á excepção de alguns países africanos e da Coreia do Norte)  investem em todo o lado e recebem investimento de todo o lado. O Brasil não é nenhuma vítima especial desta dinâmica. É apenas parte deste processo global de liberalismo económico mundial, goste-se ou não, é assim que é. Quato aos problemas brasileiros que refere, olhe, lamento, também nós temos os nossos problemas aqui (alguns muito parecidos com esses) e não vejo ninguém a pôr as culpas nos investimentos estrangeiros. Essas são questões que têm de ser resolvidas pelo vosso poder político. É uma questão de passarem a eleger políticos capazes que os solucionem.O que eu constato é que já ouviu falar mas ainda não percebeu o que é. A globalização não é uma proposta fracassada, muito menos acabou com a guerra do Iraque. Mas que ideia tão bizarra!... Ser contra a globalização é tão ridículo como ser contra a chuva ou ser contra o vento. A globalização não é uma doutrina ou uma tendência ideológica, é um processo histórico complexo de interacção de comunidades humanas, que começou há centenas de anos, desde que o homem se começou a espalhar pelo planeta e começou a acelerar, curiosamente, por "culpa" sobretudo dos portugueses e da sua expansão marítima no séc. XV e XVI, que começou (já sei, já sei, nem tudo foi bom...) a aproximar povos, países e culturas. A globalização, meu amigo, é o mundo a ficar uma aldeia e também é isto que estamos os dois aqui a fazer... O Iraque (nem pós nem pré) não tem nada a ver com isso. É só mais uma guerra, a juntar a tantas outras em que a humanidade lamentavelmente se empenha há milhares de anos.

    JPC
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    Esse debate está realmente um pouco “frouxo”, mas o tema não deixa de ser interessante e, para mim, como sou novo neste fórum, continua pertinente reavivar a discussão. Também aqui noto que a questão internet não é  por vezes justamente ponderada. Como tudo na vida (incluindo o diálogo "olho no olho" que resulta muitas vezes igualmente em conflito, em equívoco ou em incomunicação) tem factores negativos e positivos. É uma verdade óbvia, à La Palise. Mas o que penso é que os factores positivos são muito superiores aos negativos. Desde logo, não creio que esteja a prejudicar o contacto inter-pessoal (o tal "olho no olho"). Eu e muitos outros apaixonados da Web que conheço não deixamos de ter amigos e conviver nos locais tradicionais! Falo-á, eventualmente, quem já à partida tem propensões anti-sociais ou seja mais dado ao isolamento. Sempre houve gente tímida e avessa ao contacto social. A diferença é que em vez de se fechar em casa vendo televisão ou lendo livros (o que é óptimo mas não deixa de ser um exercício solitário), ou olhando para a tinta da parede a secar, têm agora (maravilha!) uma ferramenta fantástica para se expressar ou contactar com o mundo e com os outros. Não é um contacto presencial, mas é um contacto. Além do mais, acho que nesta velha discussão se sobrevaloriza demasiado o tal contacto inter-pessoal. Como se quem goste da solidão, por exemplo, seja "anormal" ou um "pária". Claro que não! Cada um tem a sua forma diferente de estar na vida, há gente mais sociável e há gente menos sociável. Essa não é uma realidade contemporânea. Sempre foi assim.Um jovem que à noite se tranque no quarto teclando com os amigos num chat ou no MSN não é nenhum doente mental asocial! Por norma, depois de um dia na escola ou na rua convivendo com os amigos, chega a casa e, em vez de se isolar passivamente à frente da TV ou do videogame, continua a sua dinâmica de socialização. Desta feita, muitas vezes não apenas com os amigos da sua cidade, mas (outra maravilha!) com amigos de outro país ou de outro continente. E assim alarga horizontes, assim conhece outras culturas, conhece outras formas de estar na vida, conhece outras formas de pensar e viver. E assim, aos poucos, se vai tornando não só cidadão do seu país mas também cidadão do mundo, o que é extraordinário! Por via desta magnífica revolução comunicacional que é a World Wide Web o cidadão tem cada vez mais noção de que, apesar das distâncias e das diferenças superficiais, no essencial não somos (portugueses, brasileiros ou iranianos) assim tão diferentes. No essencial das nossas emoções, angústias, alegrias, necessidades ou anseios. E assim se esbatem fronteiras, se derrubam preconceitos, se alarga o conhecimento e a consciência de COMUNIDADE global.Sem mencionar o fácil acesso à informação e ao conhecimento. Seja como for, não concordo que a internet traga assim tantos "prejuízos nos relacionamentos entre as pessoas". Pelo contrário, tem é aproximado muita gente que de outra forma nunca teria oportunidade de se conhecer ou trocar impressões (este fórum, de resto, é um excelente exemplo disso mesmo...). É o que me diz a minha experiência pessoal e a experiência pessoal de muita gente que conheço. Muito mais prejudicial a esse nível creio por exemplo ser o estilo de vida stressante e desumano que a maioria de nós vive nas nossas grandes cidades, onde gastamos a maioria do nosso tempo na angustiante rotina do trabalho e dos transportes e das filas e do consumo desenfreado; onde chegamos a casa já de noite e mal temos tempo para dar um beijo nos nossos filhos antes de os deitar; onde andamos obcecados com carreiras profissionais, dívidas, rendas, juros, burocracias; onde andamos mergulhados em anti-depressivos, álcool e outras drogas; onde somos violentos, rudes e mal-encarados; onde não temos disponibilidade mental sequer para sorrir; onde somos incapazes de gestos solidários; onde nos tornamos frios e distantes; onde estamos sempre à defesa, etc. Isso sim é desumanizante. E para muita dessa gente que vive essas vidas vazias e tristes, é também um alivio e um escape saudável poder "teclar" com gente do outro lado do planeta com os mesmos interesses, as mesmas preocupações, a mesma necessidade de, simplesmente, trocar ideias. É evidente que há exageros no uso da net, como há no uso de outra coisa qualquer, como sempre houve, como sempre haverá. Mas, para concluir, estou convicto que não afasta. Ao contrário: aproxima. Muito pior, quanto a mim, é chegar todos os dias a casa e esparramarmo-nos bovinamente no sofá em frente a um écran que não permite interacção. Isso sim, é mau e estupidificante.

    JPC
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    Com todo o respeito que o Miguel me merece, mas este comentário é no mínimo um pouco absurdo, para não dizer um perfeito disparate…Do princípio: Sou português e sei, como todos os meus compatriotas, que as diferenças, hoje, entre Espanha e Portugal em termos de desenvolvimento devem-se desde logo, e entre outros, a factores tão prosaicos e reais como a mediocridade dos políticos e empresários do meu país, que, por exemplo, ao contrário dos espanhóis, desperdiçaram completamente os milhões em subsídios de integração que chegaram a partir dos anos 80 da União Europeia. Para usar uma caricatura simplista mas esclarecedora: Os espanhóis aplicaram os Fundos Comunitários em educação, em cultura, em coesão social e em verdadeiro progresso económico (em factores estruturantes de desenvolvimento); e nós, portugueses, preferimos comprar jipes topo de gama, vivendas ajardinadas e iates...Enfim, tivémos, no fundo a mesma atitude que os nossos líderes lusitanos tiveram na época dos Descobrimentos, no séc. XVI, que fizeram de nós uma potência com pés de barro e um dos países mais pobres e atrasados da Europa. Isto é, nem o colonialismo soubemos aproveitar... A questão é um pouco mais complexa mas esta é uma das principais razões do crescimento económico espanhol (na Irlanda passou-se mais ou menos o mesmo, já agora). Depois disso, sim, a Espanha teve condições para internacionalizar o seu crescimento empresarial e, OBVIAMENTE, desde logo pelo factor linguístico, apostou forte na América Latina! Tal como Portugal, mais timidamente, mediante a sua mais diminuta capacidade, aposta. Aí e em África, que também precisa de investimento estrangeiro como de pão para a boca.O facto é que o colonialismo acabou (felizmente!) e hoje em dia as dinâmicas sociais e económicas globais são bem diferentes.Chamar "máfias" aos investidores espanhóis na América latina revela um tremendo preconceito esquerdista e irracional. O que é que você chama então às empresas brasileiras ou argentinas ou mexicanas que investem no exterior? Em Espanha, por exemplo? São o quê? São a cosa nostra sul americana? Por favor, um mínimo de honestidade intelectual... Que é coisa, já agora, que falta em abundância ao populista e demagogo Chávez... E quem o mandou calar (e muito bem!), não foi ninguém ligado ao governo espanhol, foi apenas o Rei, que representa um órgão de soberania distinto.É provável que haja alguns desmandos nesses investimentos espanhóis, não sei, não conheço em pormenor (pelo menos não tão bem como conheço os investimentos portugueses no Brasil, por exemplo, nas áreas petrolíferas, das telecomunicações ou do retalho). Mas o meu amigo pura e simplesmente se "esquece" do reverso da medalha: Investimento gera emprego! gera riqueza! Ou acha que é por acaso ou por força das "máfias"(?!) que os governos sul-americanos, aliás, todos os governos do mundo!, acolhem o investimento estrangeiro de braços abertos? Meu amigo: quem me dera que um empresário brasileiro abrisse uma fábrica na minha terra! Seria maravilhoso!Abra os olhos Miguel! O lucro não é peste, o dinheiro não tem pátria e o mundo hoje em dia não tem fronteiras, muito menos para a economia, para o comércio e para o investimento! Globalização, já ouviu falar? Pois, é isso.Por outro lado, só uma achega: os imigrantes são sempre "malditos" por muita gente (gente estúpida e preconceituosa, obviamente, que há em todo o lado) seja de onde vierem e seja onde chegarem. E, já agora, o que você acha dos investimentos chineses na América Latina? E os russos? E os norte-americanos? E os portugueses? E os Alemães? E os franceses? E os árabes? São todos "mafiosos"?E o que você acha dos investimentos brasileiros em Portugal? Sim, também têm comprado cá empresas. São mafiosos, estes seus compatriotas? E dos investimentos peruanos na China? E dos investimentos canadianos na Índia ou vice-versa?...Poderia continuar, mas acho que já chega. Reflicta e informe-se melhor antes de escrever seja o que for, caro Miguel. Paz e Saúde!

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