Deus existe? Não é esta a questão mais importante. O que importa é sabermos se necessitamos da existência de um Deus. A hipótese da não-existência de um deus é concebível? Conseguiríamos viver, como nos “provoca” Sartre e os existencialistas todos, sós e sem desculpas? Acredito que não. Somos muito pequenos, menores do que queremos ser. Precisamos de uma projeção de nós mesmos que seja maior, melhor do que aquilo que somos ou conseguiremos ser. Contudo, nos perdemos naquilo que projetamos, ou melhor, perdemos daquilo que projetamos a dimensão de autoria. Fizemos de nossa criatura, criador. E agora, quando a criatura se torna criador e o oposto também se faz verdadeiro, nos tornamos crédulos e fizemos da idéia de Deus o pressuposto essencial de nossa presença no mundo e a esperança de uma vida além-morte nosso porto seguro. Assim, um Deus existe e é necessário que ele exista.