flavius

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  • em resposta a: O descanso de Deus #84007
    flavius
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    O descanso de DeusConsta naquele livro extremamente científico que Deus criou o mundo em 6 dias; no sétimo, descansou.Mas, espere...Descansou???Disseram-me que ele era onipotente...    :(

    Existem realmente muitos que apóiam a idéia, seja da ala considerada religiosa, bem como de muitos da ala científica convencional, de que o Gênesis, nos seus primeiros capítulos, trata da formação deste mundo geológico, o planeta Terra e suas transformações, bem como a origem do ser humano.Naturalmente, sob o prisma científico, o Gênesis não poderia estar mais equivocado.O equívoco, entretanto, radica em ambas as alas, pois o Gênesis não cuida da formação do planeta Terra e da formação do ser humano. Antes é tratado simbólico que cuida do registro do desenvolvimento ontogenético do ser humano, conforme os sábios da antiguidade apuraram. Mas isso é incompreensível para a maioria da humanidade.Em senso comum e científico, os dias se sucedem em vista da presença do Sol. Mas o luzeiro maior e o luzeiro menor, os quais corresponderiam ao Sol e à Lua, só foram feitos e colocados no firmamento do céu no quarto dia (Gênesis, cap. 1, vv. 14-19). O que determina a sucessão dos dias não é o Sol, nem o Sol é luz dos dias, mas a Luz de Deus, quando "disse": 'Haja luz', e que a essa mesma luz Deus chamou "dia" (Gênesis, cap. 1, vv. 3-5).Mesmo a palavra Deus será tomada pela maioria dos leitores como um ente estranho ao mundo, uma criatura extraordinária.A Bíblia não pode ser operada sob o prisma da racionalidade convencional, porque não se trata de descrição científica tomando as palavras pelo seu sentido vulgar, pois que na verdade as palavras são operadas num sentido muito particular. Mas o uso particular das palavras de uso vulgar obedece a um senso lógico do prisma que os sábios antigos tinham em vista. Não discutirei aqui essa visão particular. Só traria mais dor de cabeça. Como exemplo de outra situação que abomina ao lógico é a afirmação de que Eva viu que a árvore da ciência do bem e do mal era boa ao apetite e formosa à vista, se está dito (Gen. 3:6-7)  que os seus olhos (Adão e Eva) se abriram em decorrência de comer do fruto proibido, e assim perceberam que estavam nus, e coseram as folhas de figueira e se cingiram com elas.A Bíblia, sob ótica da racionalidade convencional, é um livro despropositado. Mas o despropositado é a adoção pelos científicos e os ditos religiosos tentarem aplicar a Bíblia no sentido convencional. Na verdade, o sentido real da Bíblia está fora do alcance de todos eles, porque exige um plano mais elevado de consciência, onde se pode apurar os estados diversos de visão de mundo. Essa ascendência é que permitirá reconstituir a trama das transformações da consciência, motivo do tratado bíblico.

    em resposta a: Jesus está voltando! #81605
    flavius
    Membro

    Houve de fato um caso de homicídio neste mundo em que vivemos? Cabe imputar a uma parte dos judeus um caso de homicídio? Imputar "carnificina praticada pelos ateus a um homem simples de coração", creio, é ignorar a passagem bíblica na sua correspondência adequada. Na alegoria bíblica, Jesus mesmo antecipou sua morte e ressurreição e das coisas por quais deveria sofrer. Pedro não procurou liberar Jesus desse destino?Mateus, 16.22 - E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.Que respondeu Jesus? Mateus, 16:23 - Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim dos homens.Veja, alguém interceder por evitar a crucificação de Jesus é não cogitar nas coisas de Deus. Isso é verdadeiro, porque a crucificação de Cristo é simbologia de transformação espiritual operada no ser humano. O Cristo crucificado é símbolo da passagem do homem carnal para a condição do homem espiritual, uma condição superior da pessoa humana no seu entendimento e relação social, onde no coração se inaugura uma sujeição ao influxo do amor divino. Somente nesta passagem que o amor se torna perfeito, pois já não é amor do velho homem, isto é, ainda fermentado pelas paixões do ego. Já não há grego nem judeu, como bem diz Paulo. Por essa razão, ao dirigir-se aos coríntios que tanto Paulo amava, e sendo muitos deles ouvidores do evangelho, mas que ainda não tinham atingido a condição de homem espiritual, Paulo guardava esta esperança:1 Coríntios, 2:1-2 - Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.Ele não estava instruindo sobre a história de alguém, pois este Cristo não é ser humano, pois um dos aspectos de Cristo é "poder de Deus e sabedoria de Deus" (I Coríntios, 1:24).

    **********Caro Brasil, a citação acima, de um post anterior ao qual  vc extrai uma citação minha, responde mais objetivamente a sua pergunta formulada, não ficando num simples sim ou não, que só cria mais dúvidas, sem deixar claro  o contexto. Como vc poderá reparar, a posição que sempre sustentei aqui e quero deixar bastante claro é de que existe sim a crucificação de Cristo, mas no sentido simbólico. Esse sentido simbólico é utilizado por Paulo na sua teologia, que se refere a uma mudança real na consciência humana de sua crença. Outra questão que gostaria de deixar claro é que espiritualidade autêntica não é mera crença, mas uma transformaçao real na consciência. Existem posturas mentais que propiciam isso, uma delas a meditação. Na tradição cristã, temos o que se chama a oração contemplativa, praticada por círculos restritos, aqueles vinculados a uma espiritualidade autêntica. Todas as tradições enfatizam a consciência de uma ética interna bastante sincera, fazer o bem sem vincular recompensa, sem acepção de religião, dogmas, apurando o coração no amor sem fingimento, o que propicia avanço na consciência. Mudanças reais de consciência só trazem benefício ao mundo. Não é mero discurso de teologia e discussões tolas, não é isso que estou visando, que fique bem claro. Mas abreviemos meu discurso enfadonho. Teremos oportunidades futuras para mais diálogos.Com profundo respeito, deixo aqui meu abraço.

    em resposta a: Jesus está voltando! #81603
    flavius
    Membro

    Amigo FlaviusAcho importante o conhecimento teológico apesar de saber que nunca existirá uma palavra final sobre o assunto, assim como a filosofia também não terá.Não entendo de filosofia nem de teologia, mas admiro as pessoas que se interessam, estudam e ensinam esses assuntos, considero-os importantes para a sociedade. Mas lamento muito que essa sapiência de coisas tão importantes não se reflitam em nossa sociedade.Veja... e desculpe-me se eu lhe parecer sarcástico. O que adianta estudar anos e anos para podermos ter conhecimento de coisas importantes para a humanidade, se para aplicarmos o que aprendemos, vamos precisar de políticos, de mídia formadora de opiniões, de dinheiro em grandes volumes para mover políticos e mídia, etc.?O que adianta buscar saber qual o sentido da vida, ou qual a origem do mundo, se temos que desviar de crianças se drogando nas calçadas? Se temos que atravessar a rua, porque tem dois suspeitos ali adiante? Se não conseguimos dar opções aos nossos jovens? Se sabemos que o dinheiro estará sempre em primeiro lugar? Principalmente o dinheiro fácil.Sem querer desmerecer ninguém, mas entendo que os problemas que estão diante de nossos olhos diariamente são prioritários.Esse conhecimento, o do teólogo e o do filósofo ficarão para eles e somente eles terão os benefícios de seu estudo. Sabem muito, mas não conseguem aproveitar isso em beneficio mutuo.Como é possível o homem chegar a Lua se tem gente morrendo de fome em todas as partes do mundo. Que adianta estudar a cura do câncer se tem gente morrendo de fome e de tuberculose?  Que adianta o cidadão respeitar as leis se as autoridades não respeitam?Como resolver isso? A filosofia seria um bom começo, mas qual o filósofo que vai deixar de tocar sua vida, ou seja, ganhar dinheiro, porque sem essa praga ninguém vive, e passar a tentar resolver os problemas da nossa sociedade? Qual teólogo irá organizar e sair em manifestações pelas ruas e tomar borrachada da polícia?De que serve o conhecimento?Mas, voltando ao primitivo assunto, também quero te perguntar: Na tua opinião Jesus foi ou não crucificado? Abraços

    Caro Brasil, não quero ser sarcástico também, mas eu fico um pouco espantado. Você leu realmente minha exposição? Eu sei que é post longo e chato, mas sua pergunta me indica que vc não leu minha exposição ou não conseguiu ler com sossego.  Veja, eu não estou fugindo da sua pergunta, até porque está respondida anteriormente. Eu gastei tanta saliva para demonstrar minha tese do regime simbólico que a Bíblia emprega, afirmando sempre as questões de estágio de consciência.Há tantas coisas a comentar, as várias transformações científicas, o modo como a Psicologia está se transformando e se abrindo e entendendo o que os antigos sábios de todas as tradições espirituais têm a ensinar, e que guardam semelhanças, mostrando a universalidade dos estágios de consciência superiores.O ex-presidente Bill Clinton, por exemplo, também percebeu as mudanças de paradigma que devem se efetuar e já aborda os estudos feitos por Ken Wilber, por exemplo, que tem a ver com uma parte do que comentei e parece que escapou à sua leitura (moksha, satori citados de leve, por exemplo). Ken Wilber aborda inclusive as contribuições de sábios de todas as tradições espirituais, de modo científico, não a religião popular, que é uma visão distorcida.O dalai-lama, por exemplo, participa de um estudo feito por cientistas neurológicos americanos para demonstrar os efeitos e benefícios da meditação, e qual relação tem a ver com espiritualidade. Pesquise na Internet  as últimas divulgações de como o assunto está mudando/abalando concepções no meio científico com algumas descobertas divulgadas. Muitas mudanças estão se processando, algumas de pouca divulgação ao público geral. Muitas que influenciarão profundamente a humanidade no futuro.Mas estou comentando coisas que não interessam imediatamente com o assunto aqui, mas seria interessante abordá-los.Vamos ficar por aqui e resguardar nosso respeito mútuo, que é muito importante.Um abraço.

    em resposta a: Jesus está voltando! #81601
    flavius
    Membro

    Caro Brasil,eu me atrevi a comentar um aspecto relativo à Bíblia, e a Bíblia, como eu a conheço, é assunto quase proibitivo comentar de público. Isso porque as pessoas que escreveram a Bíblia, homens espirituais, assim tipificados no modelo paulino de diferenciação, pegaram as características do mundo exterior e as empregam modelando os diversos aspectos da evolução da consciência nos estágios superiores. A Bíblia não tem função como livro objetivo de história. A passagem do estado de homem carnal para o homem espiritual traz uma mudança brutal na concepção das idéias e do sentido de Deus. Aquela sensação tão segura e inquestionável de que todas as coisas são existências individuais, completamente separadas, e que permitiam a nós inocentemente tecer furor e amargura contra as pessoas dissipa-se, havendo uma transformação existencial da pessoa, não sendo uma mera preferência intelectual.Se vc já assistiu o 1º filme da série Matrix, é uma alegoria perfeita dessa transformação. Matrix é ilusão daquilo que concebemos como realidade, tomamos a ilusão por realidade. Na bíblia, o termo “mundo” condenado na Bíblia, segue o mesmo sentido alegórico de “matrix”. Aquela ilusão em que o personagem Neo estava mergulhado recebe o nome de Xeol na Bíblia, por exemplo. Essa passagem mental extraordinária recebe vários expressões na Bíblia como o Dia de Iahweh, o Dia, último Dia. Outras tradições espirituais também tem termos para esse acontecimento, retratando essa mudança extraordinária operada na consciência - moksha (hinduísmo), satori (zen-budismo), etc.Veja como é difícil abordar esse assunto, afirmar às pessoas que existem estágios mais avançados de consciência, que quando as pessoas estão nesse estágio superior, aquelas que elas vivem agora não passariam como vivência de ilusão. Paulo, por exemplo, refreava tudo o que sabia porque seus discípulos não tinham condições de suportar o peso dessa revelação. Como em Coríntios, 3:2:Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.Sabe, caro Brasil, as escrituras primitivas cristãs, bastante conceituadas e utilizadas no passado, mas que não foram incluídas na continuidade histórica canônica ou de mera instrução, como o Pastor, de Hermas, que não é de tradição gnóstica, bem dito, dão uma pista bem clara de como a alegoria funcionava e era bastante natural sua utilização e correta interpretação pelos sábios cristãos, e que é também o estilo do Alcorão. No Pastor se utilizam palavras como "mulheres virgens", e a própria escritura esclarece os seus vários sentidos: fé esclarecida, temperança, justiça e outros. Os antigos utilizavam uma forma de elaboração de fatos e personagens para retratar os vários elementos psicológicos e a dinâmica da consciência. Sabe Brasil, se o estilo das Escrituras não causasse tanta confusão e exacerbação do fanatismo, e falsa idéia de religião, uma coisa que é quase inevitável, devido a própria constituição da consciência e da cultura que a pessoa está mergulhada, devo reconhecer que o mundo todo poderia apreciar a beleza do estilo e imaginação dos antigos para retratar as mais belas passagens das transformações de consciência, em que a alma vem a conhecer o Amor imarcescível e a Paz antes nunca provada.Bem, muitos hoje questionam se existiu realmente um Jesus histórico. Uma coisa que existe de fato, concreto, que não pode ser deposto, é o Jesus espiritual, que é uma personalização da sabedoria de Deus. Aquela passagem da crucificação, da coroa de espinhos, da túnica sem costura, o hissopo, o vinagre, todos eles são representações simbólicas de um conteúdo espiritual. Os antigos utilizavam o cordeiro com esses símbolos, por isso Jesus também é cognominado o Cordeiro de Deus. Aquilo era bastante válido para o círculo de sábios que detinham a simbologia e seu significado, mas que se perdeu no decorrer da história. Por isso, como isso é assunto que pretendo estudar minuciosamente, estabelecendo todas as conexões lógicas, que aspecto espiritual está sendo enfatizado por cada imagem concreta, não vou adentrar em discussões particulares. Não quero me aperfeiçoar em retalhos, mas fechar todo o círculo. Na verdade, meus estudos são bem recentes, e não tenho vínculo com nenhuma religião oficial. Na antiguidade eu iria para a fogueira, com certeza.Hoje, infelizmente ainda, sem culpar este ou aquele, continuamos a atropelar o evangelho e permitimos que um mito infundado sobreviva. Esculpimos uma idolatria, um homem-mito. Será que ele realizou milagres mesmo? Essa é uma leitura exotérica, não esotérica, e muitos teólogos e sacerdotes, de estágio carnal, criam mitos e dogmas sobre o Novo Testamento. Sua religião ganha reputação com uma imagem idolátrica de homem-único do mundo. Não passam de paixões que separam as pessoas humanas mais ainda. A mensagem profunda, espiritual, essa é completamente ignorada, em cada gesto retratado do Jesus espiritual.Na parte do Antigo Testamento, por exemplo, quando se refere ao povo eleito, os israelitas, trata-se dos aspectos psicológicos das virtudes, da fé pura. A marcha do Egito para a terra de Canaã é o fluxo de consciência do mundano para o espiritual. No Novo Testamento, os israelitas psicológicos correspondem aos "poucos eleitos", sendo que o restante, lançada no fogo da geena, são os vícios psicológicos, as falsas crenças. A Sabedoria de Deus ilumina a mente do ser humano, separando o joio do trigo. Por isso ao Filho foi dado o julgamento. Nos estágios mais avançado de consciência, os vícios e erronias psicológicos são gradativamente expurgados da consciência. O Templo, que somos nós, a pessoa humana, é purificado, restaurado. O reino de Deus se estabelece definitivamente na consciência. Caro Brasil, a mesma ignorância que vc percebe nas formas com que muitos "religiosos" se ensoberbecem com suas verdades egocêntricas, são criticadas na Bíblia, no Alcorão, no Bhagavad-gita, no Budismo. O estágio de homem carnal com as paixões negativas do regime egóico é que produzem todas essas escaramuças, a soberba de “religião” e tudo que desmerece o Amor desinteressado. O Alcorão chama de “seita” aquilo que é religião “deturpada”, e por religião não aponta algo institucionalmente organizado, mas a obediência da consciência às leis que regulam a excelência do amor e paz divinos, realizados quando o homem transcende o seu estado egóico, o homem velho. A mensagem é universal. Meu profundo abraço também a ti.

    em resposta a: Jesus está voltando! #81599
    flavius
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    Caro sr. Brasil, permita-me discordar de que não vejo o sr. Viana como caso perdido. Bem, também não estou aqui na procura de salvação de quem quer que seja. Acho que o senhor também procede do mesmo modo, não seria assim? Se desejo alguma coisa é salvar a Bíblia de interpretação que considero incorreta, gerando religiões e ateus que tem informação e crenças equivocadas dela. A Bíblia é mais complexa do que muitos teólogos e igrejistas supõem. A leitura equivocada decorre porque ela é simbolismo efetuada por pessoas que retrataram miticamente aspectos internos do desenvolvimento da consciência no estágio de supraconsciência/superconsciência, coisa que a maioria das pessoas e teólogos não atingem, por isso fazem elucubrações voltados ao seu estágio, carregados de paixões egóicas.O senhor mesmo, sr. Brasil, não sei se religioso ou não, se pertencente a alguma igreja ou não, estabelece relações com a crença que se tornou milenar, a de que ocorrera "uma carnificina praticada pelos ateus, quando  cruxificaram um homem simples e de bom coração, a 2006 anos atrás.", conforme suas próprias palavras.Será verdade isso? Houve de fato um caso de homicídio neste mundo em que vivemos? Cabe imputar a uma parte dos judeus um caso de homicídio? Imputar "carnificina praticada pelos ateus a um homem simples de coração", creio, é ignorar a passagem bíblica na sua correspondência adequada. Na alegoria bíblica, Jesus mesmo antecipou sua morte e ressurreição e das coisas por quais deveria sofrer. Pedro não procurou liberar Jesus desse destino?Mateus, 16.22 - E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.Que respondeu Jesus? Mateus, 16:23 - Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim dos homens.Veja, alguém interceder por evitar a crucificação de Jesus é não cogitar nas coisas de Deus. Isso é verdadeiro, porque a crucificação de Cristo é simbologia de transformação espiritual operada no ser humano. Na Bíblia os termos homem e Deus não podem ser tomados literalmente, como se homens se referisse ao ser humano deste mundo e Deus como um ente separado, pois na simbologia funciona para designar coisas abstratas da consciência.  Existe uma técnica lógica que percorre toda a Bíblia na feitura das escrituras, vários paralelismos no uso de simbolismos, como Jesus e Davi primogênitos de Deus etc.O Cristo crucificado é símbolo da passagem do homem carnal para a condição do homem espiritual, uma condição superior da pessoa humana no seu entendimento e relação social, onde no coração se inaugura uma sujeição ao influxo do amor divino. Somente nesta passagem que o amor se torna perfeito, pois já não é amor do velho homem, isto é, ainda fermentado pelas paixões do ego. Já não há grego nem judeu, como bem diz Paulo. Por essa razão, ao dirigir-se aos coríntios que tanto Paulo amava, e sendo muitos deles ouvidores do evangelho, mas que ainda não tinham atingido a condição de homem espiritual, Paulo guardava esta esperança:1 Coríntios, 2:1-2 - Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.Ele não estava instruindo sobre a história de alguém, pois este Cristo não é ser humano, pois um dos aspectos de Cristo é "poder de Deus e sabedoria de Deus" (I Coríntios, 1:24).Perguntemo-nos, onde a sabedoria de Deus proclama seu conhecimento? Nós a vemos no espaço e num lugar localizado no tempo fora de nós? Onde o reino de Deus têm lugar de realização? Por acaso não é no interior de nós? Não diz assim a escritura? Lemos com certeza em Lucas, 17:20-21, que "Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós."A Bíblia é obra voltada para o desenvolvimento do divino no ser humano, sua porção natural. Por isso em Atos dos Apóstolos, 17:14-25, Paulo declara que  Deus não habita em em santuários feitos por mãos humanas, nem é servido por mãos humanas como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais"Ateu, fanático ou religioso sensato, não importa, toda alma e criação subsiste em Deus. E esse é o ensinamento declarado por todas as tradições, na sua doutrina autêntica. Porém, o ser humano percorre uma linha de desenvolvimento consciencial, sendo que nos estágios primários o homem não tem conhecimento algum, nem indagação de quem ele seja. E é capaz de realizações de malefícios catastróficos ao mundo. Embora simples declarar que Deus é o mesmo Espírito que dá realidade a todas as coisas, isso é quase blasfêmia para a mente de estágios primários ou intermediários. Cada estágio tem seu modo particular de engendrar as coisas como realidade - uma delas a do "deus" com caprichos humanos. Esta é uma das fases da condição de "homem carnal" do modelo paulino.Sejamos ou não religiosos, de qualquer forma no nosso cotidiano nossa mente carrega impressões e estabelecemos crença em relação à Bíblia, pois o ambiente está impregnado de referências a ela, corretas ou não.Bem, minha contribuição aqui é ofertar uma ângulo diferente de leitura da Bíblia, somente isso.

    em resposta a: Jesus está voltando! #81597
    flavius
    Membro

    O caso do sr. Viana tem certa relação com o que postarei aqui. São comentários meus a um trecho de um blogueiro, em que ele fazia comparações, e nisso envolveu uma passagem bíblica. São partes do comentário do bloguista:"Todo santo traz o tinhoso enterrado dentro de si....A pretexto de defender a casa de Deus, Jesus pôs para correr os que dela se serviam como praça de comércio. Chicote em punho, o Cristo estava como que tomado por um espírito maligno."Teci comentários em três posts, que colo aqui na seqüência, omitindo o nome do blogueiro, que não interessa a mim denegri-lo:Caro ******, vc, como a maioria da humanidade, desconhece o lado esotérico e real da Bíblia. Jesus não estava endemoninhado, mas ele figura na narrativa como "sabedoria de Deus" nesse trecho, um dos aspectos do que significa Cristo, como o apóstolo Paulo acentuou. O Templo aí é a pessoa humana, assim identificada em muitas passagens bíblicas. Quando o ser humano age em transformação espiritual de si para níveis mais elevados de consciência, a sabedoria de Deus - Cristo - age em nós expulsando os vendilhões, isto é, as paixões humanas inferiores e suas crenças. A religião como é divulgada e conhecida popularmente não corresponde ao evangelho e sua sabedoria encarnada alegoricamente. Enquanto estivermos sob a "dualidade", não temos a leitura próxima e correta do significado real.Caro ******, complementando o que comentei sobre "dualidade", cito o trecho exemplar a respeito, em Mateus 18:8 "Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo as duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno." É fora de questão que o estilo é alegórico, mas repare que aqui se condena o "par", isto é, a "dualidade", tema universal a todas as tradições esotéricas, citada inclusive no Bhagavad-gita, representando o estado de consciência ordinária, sendo que se busca o estado superior de consciência, em que a disposição da inteligência e estímulos são completamente mais elevados e distintos, um salto existencial desconhecido da maioria da humanidade e da psicologia ordinária - a consciência da unidade. A Bíblia é alegórica e tomá-la na leitura literal é de uma ignorância tremenda, fugindo do verdadeiro conteúdo. Que a humanidade não a entende, e o estilo não ajuda, vemos isso diariamente.Em continuidade aos comentários anteriores, a Bíblia apresenta dificuldades de interpretação porque utiliza de algumas personagens históricas reais. A consciência ordinária, que só sabe intelectualizar no contexto espacial-histórico e desconhece estágio e transformação de consciência superiores, e os vetores de cognição envolvidos, só faz interpretar historicamente a Bíblia, o que vem sendo contestado pela arqueologia e os documentos de história seculares que desconhecem fatos atribuídos pela Bíblia às algumas personalidades que existiram realmente. A Bíblia não é livro histórico, mas tem um conteúdo dirigido ao aspecto ontogenético, e dentro da ontogenética, uma parte particular do desenvolvimento psíquico superiores. O estilo é alegórico e seu conteúdo apreciável por um público restrito, aqueles a quem Paulo designava como os "atingidos pelo fim dos tempos", os que atingiram a consciência espiritual - a mente de Cristo, quando interpretava o Pentateuco. Existe uma simbologia própria.****Ressalvo que, seguindo a diretriz da Bíblia, afiançado ainda mais pelo Alcorão/Corão, o termo cristão com sua doutrina escorreita é para designação de pessoas que atingiram o estado da supraconsciência/superconsciência, acima portanto do ordinário, onde reside toda a problemática da religiosidade tradicional e ateísmo. O apóstolo Paulo emprega as expressões "homem carnal" e "homem espiritual" justamente para marcar a diferença entre os dois. O "espiritual" é para designação daqueles que alcançam esse estado superior de consciência, onde as paixões ordinárias deixam de acometer a vontade humana, as discussões teológicas vazias, a subserviência da inteligência às paixões do egocentrismo, revestidos em amores tribais,  nacionais, raciais, doutrinárias etc. Tudo e Todos tornam ao UM, havendo uma dissipação das paixões próprias dos estágios anteriores, do "eu creio ou não em deus", um "deus" com inúmeras facetas fantasiosas.Paralelo ao cristão, há outros termos cunhados para designar aqueles que alcançam o estado próprio da supraconsciência, pois há diferentes tradições de espiritualidade autêntica que cuidam do desenvolvimento desse estágio, pertencente ao estágio transpessoal de consciência do estudo de Ken Wilber. Infelizmente  o termo cristão, bem como outros, vulgarizaram-se para designar qualquer alma com seus fervores de estágio ordinário. Ocorre o bizarro, nomeia-se praticamente cristão, por exemplo, àquele que não cumpre desenvolvimento algum, antes patenteia-se a regressão.  É o que o apóstolo Paulo designa "confiança nas obras da lei". Tal confiança não leva ao desenvolvimento algum. É a prática comum das várias igrejas com suas denominações. Jamais pronunciam o "nome de Jesus", isto é, a alma jamais manifesta esse estado superior de consciência, jamais o nome (natureza/essência) de Cristo (superconsciência) vem a lume, permanecendo a consciência em estado ordinário, onde a alma sofre os tremores e vazios da condição precária dos estágios primários.  Como não tem orientador eficaz, as pobres almas vivem no terror de pronunciar com sua corda vocal "em nome de Jesus". É uma prisão terrível.Bem, cristão é também palavra, e palavras são como mapas, meros apontamentos. Muitos põem a mão no mapa, clonam-na, pintam, bordam sobre ela, entretanto não possuem o território propriamente dito e os seus frutos.  São estes despossuídos que formam o contingente dos religiosos exotéricos e de todos os ateus, com suas fantasias. A pobreza não tem nenhuma graça!

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