Decadência de Sartre

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  • #77143

    Ficarei muito satisfeito se mostrar que eu estou enganado e que vc está correto no que disse. Isso mostraria que vc não faz essas afirmações esdrúxulas gratuitamente, ou que está se baseando em alguma outra fonte que não o achismo e o palpitismo. Eu até me desculparia com prazer, mas se não for assim, pense um pouco mais antes de escrever.

    Eu não posso, as minhas referências são tantas que não caberiam nesse fórum…

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    #77144

    Não, estava apenas brincando…

    As minhas referências são, principalmente, Górgias e Parmênides. As idéias deles divergem das de Sócrates e de Aristóteles quanto à essência e à razão.

    Como o freudismo é uma espécie de irracionalismo, suas idéias sobre as ilusões do ego têm relações óbvias com a maneira de pensar dos sofistas, no tocante às aparências do sensível. Essa relação é tão consistente que não é de se admirar que o sofista Górgias seja tão elogiado e Parmênides citado diversas vezes nos seminários do psicanalista freudiano francês Jacques Lacan.

    Quem já leu realmente todos esses autores, sabe que não estou mentindo. Eu não poderia provar detalhadamente o que afirmei sem escrever muito a esse respeito, o que seria demasiado trabalhoso para quem não dispõe de tanto tempo. Então, espero que os discordantes tenham a honradez de ler todos os trabalhos dos referidos autores antes de virem me acusar de quem faz afirmações exdrúxulas…

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    #77145

    Como disse antes, até ficaria satisfeito se vc mostrasse que tinha razão, mas agora, mesmo eu achando que não foi o caso tenho que reconhecer que, equivocado ou não, vc está seguindo alguma linha. Não cabe a mim determinar qual corrente filosófica está certa ou errada, não tenho direito nem capacidade para o papel de juiz dessa questão, mas a minha posição tenho: ainda discordo da sua interpretação.

    Não tenho idéia se vc gostaria de discutir esse tema, provavelmente não comigo, suspeito, já que não sintonizamos no mesmo canal. Estou fora de casa agora, viajando, e escreverei menos, mas posso continuar depois se for o caso.

    espero que os discordantes tenham a honradez de ler todos os trabalhos dos referidos autores antes de virem me acusar de quem faz afirmações exdrúxulas

    Como “discordante” quero reclamar dessa exigência. De Parmenides não acho que sobrou muito mais do que alguns fragmentos, mas eu me lembro de ter lido parte dos “Poemas” sobre o Ser. De Górgias tb não li muito, um pedaço do “Sobre a Natureza”. Já comentaristas eu devo ter lido bem mais. Não é fácil encontrar esses textos. Mas não me parece que vc se apoiou neles para as suas idéias, e ainda acho prepotente querer fazer pouco de filósofos que vc não parece entender. Note que estou discordando de vc mas não fiz pouco caso nem de Parmenides nem de Górgias. Eu os respeito pelo valor que tiveram e têm. A próposito, vc leu esses textos cuja leitura está cobrando???

    Depois do que vc escreveu na última msg, parece seguir uma corrente marginal na academia; por acaso vc andou lendo alguma coisa sobre a “retórica do prazer”? Talvez o livro de R. Johnson?

    Como o freudismo é uma espécie de irracionalismo, suas idéias sobre as ilusões do ego têm relações óbvias com a maneira de pensar dos sofistas

    Freud irracionalista? Em que sentido? Estou acostumado a ouvir o contrário, não foi ele quem mostrou que existe uma “lógica”, uma “razão”, atuando mesmo nos atos “estranhos”? Lacan segue no mesmo caminho e encontra uma linguagem no antes “sem razão” inconsciente. Vc não se enganou em algum lugar? Pelos Seminários de Lacan sobre Platão é até comum encontrarmos quem defenda Lacan como leitor de Platão, um exemplo: clique aqui

    Parece que esses dois (Freud e Lacan) têm um histórico de encontrar “razão” onde antes não havia, e não o contrário.

    Górgias é mais complicado, aí não existiria mais nada, tudo é retórica, vc poderia criticar tudo, essência, existência do eu, mas tb não poderia afirmar mais nada. Não me pareceu que é isso que vc quer.

    Acho que vc continua errado, mas fico por aqui.

    #77146

    Não se equivoque: eu não disse que Górgias pensa como Lacan. Eu disse que podemos encontrar uma certa precedência das idéias irracionalistas nos sofistas. Há uma boa proximidade, senão coincidência, quanto a maneira de pensar entre as duas correntes e mais nada…

    Parece que esses dois (Freud e Lacan) têm um histórico de encontrar “razão” onde antes não havia, e não o contrário.

    Encontrar razão, não, encontrar uma certa lógica…

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    #77147

    Não se equivoque: eu não disse que Górgias pensa como Lacan.

    Não me recordo de ter escrito nada até agora que transmitisse essa idéia, mas essa sua última msg parece que (re)forçou essa interpretação e então começo a suspeitar dessa hipótese:

    Há uma boa proximidade, senão coincidência, quanto a maneira de pensar entre as duas correntes

    Senão “Górgias não pensa como Lacan”, mas há “boa proximidade, senão coincidência, quanto a maneira de pensar”. Não há igualdade, mas há uma boa chance de haver coincidência…

    e mais nada…

    Sobrou o quê?

    Encontrar razão, não, encontrar uma certa lógica…

    Podería esclarecer-nos sobre que lógica é essa que não faz uso da razão?

    Aliás, seria muito lembrar que mesmo para defender o “irracionalismo” alguém deveria argumentar fazendo uso da razão? Melhore sua argumentação, talvez passe a gostar mais da “outra corrente”.

    #77148

    A razão é assim: a Terra é plana e não se move porque as experiências que fiz ou que tive não demonstram haver curvatura nem movimento.

    Realmente, a experiência imediata nos faz pensar assim. É preciso ter uma imaginação muito complexa para poder esquematizar, a partir do nada, uma forma de reconhecer que a Terra seja esférica ou que ela se mova.

    Logo, a razão mesmo não existe. O que existe são algumas certezas. Não quero chegar ao absurdo de afirmar que não tem razão quem diz que dois tomates mais dois tomates são quatro tomates. Não se trata disso.

    O problema existe ao afirmarmos universalidades sem conhecermos todo o universo, em afirmar razões absolutas quando toda nossa experiência inteligível é aprioristicamente fornecida pelo sensível.

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    #77149

    Górgias é mais complicado, aí não existiria mais nada, tudo é retórica, vc poderia criticar tudo, essência, existência do eu, mas tb não poderia afirmar mais nada. Não me pareceu que é isso que vc quer.

    O problema é que eu nem acho que seria isso que Górgias queria…

    …se tudo é retórica, então algo existiria e já seria uma contradição ao que ele disse.

    Se eu não me engano, os sofistas tinham uma boa noção sobre a imperfeição da linguagem e, ao contrário dos filósofos racionalistas, não tinham rigores formais quanto à retórica. Parecem mais brincalhões do que sarcásticos, eventualmente debochando o racionalismo. Era uma forma de extrair o verdadeiro a partir do falso. O importante é apreender o espírito da coisa. Nada existe, muito bem, mas não é o nihilismo radical, é uma hipérbole bem figurativa…

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    #77150

    Como antes, vc tb não parece se interessar pelo que disse Górgias, só quer mais uma vez um pretexto para apresentar o seu entendimento confuso, sabe-se lá para quê. Interesse pela filosofia não parece.

    Não é que Platão, Sartre, Aristóteles, Górgias, Freud, Lacan ou qualquer outro filósofo conhecido tenha nada a ver com isso: esses pensamentos desmazelados que vc apresenta por aqui são coisa sua. Também não culpe Derrida por essas vulgaridades pois ele tb não tem nada a ver com isso, o pensamento de Derrida é muito mais complexo do que esse festival de abobrinhas. Como alguém com tão pouco conhecimento de filosofia poderia interpretar bem o pensamento de Derrida? Ao fazer pouco da razão, da retórica, da palavra, fez pouco tb da escritura.

    Enfim, para que perder tempo? Vc se esquivou de todas as perguntas. Olhe as msgs acima, vc parece nunca ter ouvido falar de Kant, nem de outros filósofos, aliás, sabe-se lá que filósofo leu, pois nem dos que cita entende muito. É cego para qualquer coisa que o contradiga e tem pouco a dizer, ou tem pouco interesse em colocar seu pensamento à prova, ou esse palavrório vazio deve ser o modo imaginado por vc para manter o campo aberto para as sacações.

    Não tocarei mais nesse assunto por aqui, mesmo pq esse assunto não tem muito a ver com o tópico.

    #77151

    Vamos desconstruir!

    Como antes, vc tb não parece se interessar pelo que disse Górgias, só quer mais uma vez um pretexto para apresentar o seu entendimento confuso, sabe-se lá para quê. Interesse pela filosofia não parece.

    Argumenti ad hominen – já que não explicou por que eu não me interesso pelo que Górgias disse. Não explicou por que meu argumento é confuso. Não explicou por que não seria interesse pela filosofia.

    Não é que Platão, Sartre, Aristóteles, Górgias, Freud, Lacan ou qualquer outro filósofo conhecido tenha nada a ver com isso: esses pensamentos desmazelados que vc apresenta por aqui são coisa sua.

    – E de quem você gostaria que fossem, da mãe Joana?

    Também não culpe Derrida por essas vulgaridades pois ele tb não tem nada a ver com isso, o pensamento de Derrida é muito mais complexo do que esse festival de abobrinhas. Como alguém com tão pouco conhecimento de filosofia poderia interpretar bem o pensamento de Derrida? Ao fazer pouco da razão, da retórica, da palavra, fez pouco tb da escritura.

    – É que Derrida não fala aos pretensos deuses, ele fala aos estudantes…

    Enfim, para que perder tempo? Vc se esquivou de todas as perguntas. Olhe as msgs acima, vc parece nunca ter ouvido falar de Kant, nem de outros filósofos, aliás, sabe-se lá que filósofo leu, pois nem dos que cita entende muito. É cego para qualquer coisa que o contradiga e tem pouco a dizer, ou tem pouco interesse em colocar seu pensamento à prova, ou esse palavrório vazio deve ser o modo imaginado por vc para manter o campo aberto para as sacações.

    Não tocarei mais nesse assunto por aqui, mesmo pq esse assunto não tem muito a ver com o tópico.

    – Ora, é só o que eu queria…

    #77152

    Retornando ao tópico, seria interessante pensar a decadência de Sartre como um fenômeno associado à decadência de Marx. Momento no qual se percebeu que as ideologias de esquerda não se concretizavam como deveria na prática.

    Sartre tornou-se líder defensor da, agora extinta, URSS, negando a existência dos campos de concentração soviéticos, enquanto Albert Camus promovia o que ele chamava de “socialismo humanista” ou socialismo com compaixão. Sua maior crítica à Sartre foi o livro “O Homem Rebelbe” em que ele questionava a liberdade sartriana: “Por que os ideais se pervertem, por que, depois que a rebeldia vence, está se transforma em opressão?” – critica que valeu o fim da amizade de Sartre por ele…

    Camus aceitou o Prêmio Nobel da Literatura em 1957, julgando-o como uma ferramenta para argumentar pelos direitos humanos. Curiosamente, Sartre, que amava ser o centro das atenções, recusou-se a receber o prêmio em 1964…

    Falsa modéstia: essa recusa pública provavelmente atraiu muito mais atenção para ele!

    #77153
    adam´s
    Membro

    Nem sei ao certo pq estou nestas bandas, mas vou falar diretamenete ao Sr. Mileto.

    Caro mileto…
    …se for falar de alguma coisa não se importe em falar em nome de alguém para crédito do seu falar.

    Fale apenas em seu nome e no de mais ninguém, seja senhor de seus acertos e erros e de sua filosofia. Diante daquilo que só vc sabe é isto que importa e só isto.

    Eu e ninguém mais aqui neste fórum é capaz de saber o que vc sabe. Só vc sabe o que vc sabe então não te preocupes em fundamentar os seus Ditos e Feitos em ninguém,… mas faça isto apenas em vc.

    paz convosco…

    #77154

    É, mas eu não posso reinventar a História.

    Gosto de estar sempre bem amparado pelos fatos, para não falar bobagens…

    #77155

    Caro Mileto: Faço aqui uma pergunta: Marx e Sartre nada nos têm mais a dizer? E emendo outra. Estariam todos movimentos de esquerda fadados ao fracasso(talvez porque a rebeldia se tranforma em repressão e até corrupção)?
    Aguardo teus sábios comentários ( e de outros)

    Fernando

    #77156

    Caro Mileto: Faço aqui uma pergunta: Marx e Sartre nada nos têm mais a dizer? E emendo outra. Estariam todos movimentos de esquerda fadados ao fracasso(talvez porque a rebeldia se tranforma em repressão e até corrupção)?
    Aguardo teus sábios comentários ( e de outros)

    Fernando

    Eu te respondo com outra pergunta: Alguma vez, você viu os neófitos estudarem as velhas doutrinas já com uma visão atualizada e crítica ou eles estão prestes a seguir a mesma linha de seus predecessores?

    Obs.: Os defensores de Sartre com quem eu debati nesse fórum pareciam ainda viver na década de 1950…

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