Qual a verdadeira imagem fisica (caracteristicas fisicas) de cristo?

Início Fóruns Questões sobre Filosofia em geral Você acha que existe um Deus? Qual a verdadeira imagem fisica (caracteristicas fisicas) de cristo?

  • Este tópico está vazio.
Visualizando 15 posts - 1 até 15 (de 35 do total)
  • Autor
    Posts
  • #70922
    lincolnpsi
    Membro

    Como era a imagem de cristo?Ele era negro?Ele era branco?Japones?Indiano?Mameluco?Caboclo?Cafuso?Mulato?Mestiço?E se ele voltar (Tal qual dizem os evangélicos), qual seria a sua imagem?

    #87321
    ajce1962
    Membro

    OláVINICIUS DE MORAESO Filho do HomemO mundo parou A estrela morreu No fundo da treva O infante nasceu. Nasceu num estábulo Pequeno e singelo Com boi e charrua Com foice e martelo Ao lado do infante O homem e a mulher Uma tal Maria Um José qualquer. A noite o fez negro Fogo o avermelhou A aurora nascente Todo o amarelou. O dia o fez branco Branco como a luz À falta de um nome Chamou-se Jesus. Jesus pequenino Filho natural Ergue-te, menino É triste o Natal. Fiquem bem

    #87322
    Acácia
    Membro

    Olá !Por que vocês não lêem a Bíblia? Observem o Universo, a Natureza, as pessoas ao redor de vocês... Tantas pessoas necessitadas de afeto, de amor, de justiça, de uma melhor educação para constituir uma sociedade mais sadia! Então, ponham em prática o que Jesus ensinou!A Deus amigos.

    #87323
    Gustavo
    Membro

    Jesus é uma estrela.Gente, já viram "Zeitgeist"? Se não, vejam.Procurem no You Tube... E de preferência, procurem "Zeitgeist 2: Addendum" depois de assistirem ao primeiro filme. Depois disso, saberão qual é a verdade de Jesus (Cristo, ou sei lá como costumam chamar...).

    #87324

    Tem a imagem clássica do Santo Sudário, aí é questão de debater a autenticidade do manto.Sobre as representações, notou-se muito que algumas representações européias de um Cristo branquelo e até de olhos azuis teria pouco verossimilhança histórica, sendo ele um judeu semita do deserto, devendo ser um pouco mais amorenado.

    #87325
    Brasil
    Membro

    No ímpeto de angariar fiéis para o cristianismo, a instituição que sustenta o caráter de divindade desta doutrina valeu-se dos expedientes mais radicais e também dos mais conciliatórios.Os expedientes mais radicais foram as Santas Inquisições e as Cruzadas.  E os conciliatórios  foram uma verdadeira apropriação e subjugação das crenças mais variadas existentes no mundo,  através de um sincretismo ousado e até infantil. No caso do candomblé e da umbanda, por exemplo,  o sincretismo chega a beirar o ridículo.A mitologia iorubá, que é a fonte das religiões afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda, por exemplo, jamais expressou que Xangô – que dentro desta mitologia seria o rei da cidade de Oyo, que foi divinizado, mas apesar disto também é um personagem comprovadamente histórico  - seria “na verdade”  São Jerônimo, historicamente, tradutor da Bíblia para o latim.Esse “sincretismo”,  ou fusão de crenças religiosas age em duas vias:  Sendo fautriz do sincretismo a religião A, onde a religião predominante é A, os personagens históricos, mitológicos  e religiosos de B são colocados no campo da imaginação e trata-se de identificar na crença de B, personagens históricos, mitológicos e religiosos da crença de A.Onde a religião predominante é B, os personagens históricos, religiosos e mitológicos de A são colocados  de maneira sugestiva, simpática e familiar  às características étnicas e culturais de B. Figura de Cristo sugerida onde a mitologia iorubá é predominante:55.jpg59.jpgva.jpg3.jpghttp://jesusmafa.com/Figura de Cristo sugerida onde predomina o budismo, xintoísmo, hinduísmo, etc.:chin-jesus-richman.jpgour-lady-of-china-macau.jpgadoration_anthony_doss_india.jpg[img]http://1.bp.blogspot.com/_N7qno7a5_DU/SMfoQYKKBbI/AAAAAAAAFrM/HjnI-GCrwJA/s320/Nossa+Senhora+de+Sheshan+senhorachina%5B1%5D.JPG[/img]japanese-jesus-1.jpg  

    #87326

    Isso aí Brasil, bem pertinente essa lembrança e a pesquisa iconográfica com as ilustrações. Eu havia lembrado apenas da representação nórdica, mas se aplica a várias outras, aqui no Brasil temos a imagem da nossa sra negra também. São os mitos, e como você disse, vai-se fazendo isso para conquistar novos adeptos, o que coaduna, aliás, com a pretensão dos católicos, já que “católico” é um termo que significa justamente “universal”. “Ide, e espalhai o Evangelho”.Mas não há nada de novo nisso, nem particular da Igreja, basta ler os fragmentos de Xenófanes de Colofão, filósofos pré-socrático:__________15. IDEM, Tapeçarias, V,110Mas se  mãos tivessem os bois, os cavalos e os leõese pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens,os cavalos semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos bois,desenhariam as formas dos deuses e os corpos fariamtais quais eles próprios têm.16. IDEM, Tapeçarias, VII, 22.Os egípcios dizem que os deuses têm nariz chato e são negros, os trácios, que eles tem olhos verdes e cabelos ruivos. ____________http://www.consciencia.org/fragmentos_presocraticos.shtmlPorém, ainda sustento que tem uma imagem mais "clássica" que todas as outras, baseada naquela imagem do Santo Sudário, talvez, que é a todos bem familiar, não só por ter mais divulgação, mas alguma espécie de força cultural própria, solidificada. E ela se adequa às descrições etnológicas dos povos daquela região, àquela época. Há um tempo fizeram mesmo reconstituições por computação gráfica de como seria o rosto de Cristo.

    #87327

    Jesus é uma estrela.Gente, já viram "Zeitgeist"? Se não, vejam.Procurem no You Tube... E de preferência, procurem "Zeitgeist 2: Addendum" depois de assistirem ao primeiro filme. Depois disso, saberão qual é a verdade de Jesus (Cristo, ou sei lá como costumam chamar...).

    O doc já é famoso na Internet, e aqui no fórum tem um tópico em curso para divulgá-lo e debatê-lo:http://www.consciencia.org/forum/index.php?topic=2486.0A primeira parte do filme que "desmonta" a origem do mito, relacionando-o com diversos mitos existentes mais antigos é bastante interessante, e traz muita informação. Mas mais interessante do que ficar apenas de queixo caído e automaticamente na defensiva contra os manipuladores (ahá, agora eu sei a verdade) é tentar ir atrás das fontes das alegações e aprofundar a pesquisa, assim começando a entender o processo histórico. Ao meu ver o pecado está numa visão justaposta de que os manipuladores são sempre os mesmos com as mesmas intenções... e também no fato de que por se repetir, algo é falso. Pelo contrário, aí está a força dos mitos: na sua recorrência.Existe uma visão popular da Bíblia judaico-cristã e mesmo só do Evangelho como o "início do mundo", como a coisa mais antiga de todas. Evidentemente não é assim... ápices e auges, modernidades surgiram antes, povos sobre povos, culturas sobre culturas. O homem é antigo no planeta e há dez mil anos o próprio Eclesiastes já dizia "nada há de novo debaixo do sol". A igreja precisou fazer este tal "sincretismo" para estabelecer a sua doutrina e fixar-se como uma nova religião, à parte do judaísmo. Para conquistar o ocidente, na Patrística, por exemplo, foi preciso mesclar-se com a filosofia grega, por séculos o grande instrumento de interpretação do mundo.Depois dos dogmas aceitos pelos Concílios fundadores, a doutrina foi sendo sempre modificada. Acho engraçado por exemplo o dogma da "Imaculada Conceição" que é bem recente (poucos séculos). Maria teria deixado de ser a Virgem se tivesse dado à luz normalmente, então bolaram a imaculada conceição, Jesus nasce sem abrir-lhe as entranhas.Abs

    #87328

    Os expedientes mais radicais foram as Santas Inquisições e as Cruzadas.  E os conciliatórios  foram uma verdadeira apropriação e subjugação das crenças mais variadas existentes no mundo,  através de um sincretismo ousado e até infantil.

    A Inquisição ficou mais intolerante na contra-reforma. No caso das cruzadas, não creio que o objetivo tenha sido simplesmente evangelizar e cristianizar. É preciso considerar que a Europa era pobre, sem unidade política, na chamada "Idade Média". Na Idade Média o Império Islâmico era muito forte, essa abordagem tradicional das cruzadas faz inverter a noção de onde está a força: a europa queria evangelizar o Oriente. Não é isso, foi justamente uma tentativa de saquear as clássicas riquezas sem fim orientais.  Assim como a América foi descoberta depois da repercussão do Livro das Maravilhas de Marco Polo, os então paupérrimos europeus ficaram ensandecidos com a descrição dos luxos e civilização orientais e saíram para procurar a rota das tais "especiarias" não é? Pelo mar, claro, porque por terra o caminho estava fechado. E mesmo na náutica os países Ibéricos devem muito aos islâmicos, a Escola de Sagres, por exemplo, com suas caravelas. Isso porque o Império Islâmico dominava parte da Europa, não só na península ibérica como mais ao centro.Umberto Eco, no Nome da Rosa, cita em um momento que a fictícia biblioteca do mosteiro seria a única de toda a cristandade a poder fazer frente às centenas de Biblioteca de Bhagdad.A esse respeito, vejamos, por exemplo o que diz Nietzsche no Anticristo:

    O cristianismo nos fez perder todos os frutos da civilização antiga, e mais tarde nos fez perder os frutos da civilização islâmica. A maravilhosa cultura dos mouros na Espanha, que era fundamentalmente mais próxima aos nossos sentidos e gostos que Roma e Grécia, foi pisoteada (– não digo por que tipo de pés –). Por quê? Porque devia sua origem aos instintos nobres e viris – porque dizia sim à vida, e a com a rara e refinada luxuosidade da vida mourisca!... Mais tarde os cruzados combateram algo ante o qual seria mais apropriado que rastejassem – uma civilização que faria mesmo o nosso século XIX parecer muito pobre e “atrasado”. – O que queriam, obviamente, era saquear: o Oriente era rico... Coloquemos à parte os preconceitos! As cruzadas: pirataria em grande escala, nada mais! A nobreza alemã, que no fundo é uma nobreza de viking, estava em seu elemento com as cruzadas: a Igreja sabia muito bem como ganhar a nobreza alemã.... A nobreza alemã, sempre a “guarda suíça” da Igreja, estava ao serviço de todos maus instintos da Igreja – mas bem paga... Foi precisamente a ajuda das espadas, do sangue e do valor alemães que permitiu à Igreja fazer sua guerra de morte contra tudo que é nobre sobre a Terra!

    #87329
    Brasil
    Membro

    (...)não há nada de novo nisso, nem particular da Igreja(...)

    Eu discordo que não haja um particular fomento da Igreja na concepção dessas imagens sincretizadas.Pois a imagem que os iorubás fizeram de Xangô é esta:200px-Xango2.jpgE a imagem que a Umbanda, que é o sincretismo  do catolicismo com a mitologia iorubá, fez de Xangô é esta:200px-Jeronimo.jpgOu seja, os decendentes do africano trazido para o Brasil não desenharam as suas divindades tal qual a sua semelhança.  Elas foram fomentadas, tal qual queriam os senhores portugueses e a Igreja.oxossi.jpgxango.jpgiemanja.jpgoxum.jpgibejada.jpgnana.jpgomulu.jpgPorém, quando o sincretismo se pretende onde a predominância não é o catolicismo, aí sim as imagens se metamorfoseiam de acordo com a semelhança étnica local:382082.jpg

    #87330
    Brasil
    Membro

    Na Idade Média o Império Islâmico era muito forte, essa abordagem tradicional das cruzadas faz inverter a noção de onde está a força: a europa queria evangelizar o Oriente. Não é isso, foi justamente uma tentativa de saquear as clássicas riquezas sem fim orientais.

    Sim, o real objetivo, como sempre,  foi o poder econômico. A "conversão" dos povos atacados para o cristianismo foi apenas um pretexto. Assim como também foi um pretexto a "defesa" do cristianismo.

    #87331

    Excelentes imagens, obrigado.Mas então, as imagens não sincréticas eram mais de acordo com os povos nativos, as imagens sincréticas trazem os valores culturais e étnicos do povo dominador, no caso da Igreja de Roma.Sobre não ter nada de novo, falei meio exageradamente para citar aqueles fragmentos, que acho ótimos. A questão é tratada também por Feuerbach na "Essência do Cristianismo".

    #87332

    Outros pontos interessantes para lembrar: o primeiro é no aspecto político: todo império para se consolidar precisa se mesclar, agregar e assimilar as culturas/povos dominados. Não pode manter uma pretensão de pureza porque isso fatalmente seria seu fim, mais cedo ou mais tarde. Daí o “milagre português” especialmente aqui no Brasil, um pequeno país, pobre, de recursos limitados, conseguiu fundar e manter um império continental, graças, também a essa sua característica, como bem aponta Sérgio Buarque em Raízes do Brasil. Daí também uma possível prevalência do modelo americano na 2ª Guerra versus as pretensões nazistas.Outro aspecto é filosófico/religioso: O homem precisa pensar a existência também simbolicamente e miticamente, somente ficar encalacrado na razão não dá conta da totalidade do ser e nem da experiência. Mesmo o otimismo iluminista de tudo conhecer e catalogar pela razão acabou por encontrar ferrenha oposição em meio a inúmeras vanguardas culturais e artísticas. Uma análise interessante diso está nos excursos da Dialética do Esclarecimento de Horkheimer & Adorno. Nenhuma mitologia surge do nada, ela precisa de elementos anteriores para ser criada. O próprio Cristo é um renovador das tradições já embalsamadas e vazias do judaismo da época. E para fazerem a nova religião, precisaram assimilar ainda mais. Schelling tem importantes reflexões obre isso no livro de Filosofia da Arte, que afortudamente pode ser consultado online ( http://books.google.com.br/books?id=9i-gZTAxgnEC&pg=PA397&lpg=PA397&dq=schelling+filosofia+da+arte&source=bl&ots=KMH4DXGcDK&sig=jZRZXNBwtU0B5KdhVXMMMHUCbh4&hl=pt-BR&ei=c9fISqLmO8qYlAfd5MmSAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1) Mas isso ocorre, como mostra o filme, não só no caso do Evangelho. O mito do dilúvio, por exemplo, é bem emblemático. O Dilúvio Universal de Noé apareceu no Torá judeu bem mais tardiamente que os livros mais antigos, e suas relações com o mito de gilgamesh babilônico é óbvia. O Dilúvio aparece em várias mitologias, inclusíve as ameríndias, mas de forma interessante, pouco ou nada aparece na Mitologia Egípcia. Isso é explicado pela fala do sacerdote egípcio a Sólon no Timeu e Crítias..

    #87333
    Brasil
    Membro

    as imagens não sincréticas eram mais de acordo com os povos nativos, as imagens sincréticas trazem os valores culturais e étnicos do povo dominador, no caso da Igreja de Roma.

    Sim, foi o que eu tentei externar.  Não há uma só imagem sincretizada que traz caracteres afros.  Já, quando o sincretismo se pretende em outros contextos, como, por exemplo, o Brasil já miscigenado e já sob a influência de um sincretismo anterior, aí a Nossa Senhora "é" negra, como no caso da NS Aparecida.Ou seja, somente depois que muitos negros já haviam se convertido para o cristianismo sem perceber, aí se tornou necessária uma identificação com a miscigenação e o devido respeito aos negros, mesmo sendo ainda escravos. Tratou-se de dar ares mais reais e mais iguais às crenças que haviam sido fundidas, por força do domínio, sob uma ótica cristã européia. Então santificaram a mãe de Jesus na imagem de uma negra.

    Sobre não ter nada de novo, falei meio exageradamente para citar aqueles fragmentos, que acho ótimos.

    Realmente não tem nada de novo... Mas muitas pessoas ignoram os motivos dessas metamorfoses pragmáticas. Crêem em seus santos e orixás, mas ignoram...

    todo império para se consolidar precisa se mesclar, agregar e assimilar as culturas/povos dominados. Não pode manter uma pretensão de pureza porque isso fatalmente seria seu fim, mais cedo ou mais tarde.

    Pois é, mas a religião cristã, apesar de não admitir andar de mãos dadas com os governos e impérios, sempre que questionados os seus fundamentos, recorre à literatura e à História. Então fica difícil entender como, em sua concepção histórica e literária, Xangô é São Jerônimo.Xangô é um personagem histórico da África Ocidental! E parece que a Igreja ignorou isso ao fazer seus sincretismos estúpidos. Trataram a história dos outros, como mero misticismo.

    Outro aspecto é filosófico/religioso: O homem precisa pensar a existência também simbolicamente e miticamente, somente ficar encalacrado na razão não dá conta da totalidade do ser e nem da experiência.

    Eu concordo com isso. Mas penso que essa reflexão deve abster-se de doutrinas. Pois senão cai no sincretismo e nas concepções dos dominantes ou das doutrinas dos dominantes.

    #87334

    Ah! interessante os adendos, mas fica uma questão. Não sou especialista, mas será que esse processo do sincretismo foi unilateral? Será que os próprios descendentes de escravos não participaram na construção dessa nova iconografia, sendo assimilado e apropriado pela igreja oficial?Em paralelo ao debate do tópico, lembro-me também de um debate recorrente que tem sobre a aparência física de Cleópatra, cuja beleza era cantada  na antiguidade e que conquistou os Reis de Roma, Júlio César na juventude e Marco Antonio, já no triumvirato, na maturidade. Ela tinha alguma ascendencência ptolomaica, mas pelas gerações, cruzou-se com os povos egícpios. Como no caso de Jesus, discute-se se era negra, morena, branca etc. e fazem reconstituições via computação gráfica.Tive um professor de história no primário, negro, que dizia para nós: Jesus era negro, Cleópatra era negra, colocar a Liz Taylor no cinema é um absurdo. Mentes receptivas, aceitávamos aquela orientação, mas hoje sabemos que o debate é tão prolixo quanto inútil.

Visualizando 15 posts - 1 até 15 (de 35 do total)
  • Você deve fazer login para responder a este tópico.