Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.
História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.
LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)
Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936)
CAPÍTULO IV (continuação)
OUTROS FAUTORES DA INDEPENDÊNCIA
Fr. FRANCISCO DE SANTA THEREZA DE JESUS SAMPAIO
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em agosto de 1778 e faleceu na mesma cidade, a 13 de setembro de 1830. Eram seus pais Manoel José Sampaio e D. Helena da Conceição Sampaio. O seu crânio foi examinado e guardado pelo Dr. Nunes Garcia, que salientou o grande desenvolvimento da bossa da imaginação.
BIBLIOGRAFIA
1) Oração fúnebre do Sr. José Joaquim de Souza Lobato, fidalgo cavaleiro da casa real, etc, repetida no convento de Sto. Antonio. Rio de Janeiro, Imp. Régia, 1810, 16 págs., in 4.° (n.° 15.918 do Cat. da Exp.).
2) Oração fúnebre que nas exéquias mandadas fazer por sua alteza real o príncipe regente, nosso senhor, ao sereníssimo senhor D. Pedro Carlos de Bour-
bon e Bragança, infante de Espanha, recitou na capela real, etc. — Rio de Ja-neiro, 1812, 26 págs., in 4.°.
3) Oração fúnebre do senhor D. Lurenço Caleppi, arcebispo de Nizioi, núncio apostólico, etc, recitada em presença de seu corpo no convento de Sto. Antonio. Rio de Janeiro, 1817, 30 págs., in 4.°. Vid. Ramiz Galvão, em "Púlpito no Brasil".
4) Oração fúnebre do Sr. D. Fernando José de Portugal, Marquês de Aguiar, gentil-homem da câmara del-rei, recitada na igreja da Misericórdia. Rio de Janeiro, 1817, 28 págs., in 4.°.
5) Oração fúnebre pelos mortos e assassinados na cidade da Bahia; pregada em presença de sua alteza real, na igreja cie tí. Francisco de Paula — Rio de Janeiro, 1822, 26 págs., in 4.°. Com uma carta de uma deputação nomeada peios cidadãos da Bahia, residentes na corte, convidando o orador a encarregar-se da oração.
6) Oração fúnebre que, nas exéquias do aniversário da morte de D. Maria Leopoldina Josefa Caroima, Arquiduquesa d’Austria e primeira imperatriz do Brasil, solenizadas por ordem de sua majestade o imperador, no convenço ae N. S. da Ajuda, recitou, etc. — Rio ae Janeiro, 1827, 16 págs. in 4.°.
7) Sermão de N. S. da Lapa, pregado na capela da Lapa das Mercedes, em 1805. Fernandes Pinheiro, no trataao ae eloquência, transcreve parte do eloqüente exórdio.
8.) Sermão de S. Francisco de Paula, pregado na igreja do mesmo santo, em l811. Refere-se ao amor da glória.
3) Sermão da primeira dominga do advento, pregado na real capela, em 1811. Reiere-se ao juízo final. Fernanaes Pinheiro compara o orador a Massiilon.
lü) Sermão em ação de graças, que, em memória dos dias 24 de agosto e 15 de setembro de 1820, o senaao e os ciaadãos do Rio de Janeiro celebraram na igreja de S. Francisco de Paula — Rio, Tip. Nacional, 1821, 38 págs. in 4.u (n.° 6.843 do Cat. Exp.).
11) Sermão em ação de graças pela prosperidade do Brasil, pregado a 7-3-1822 na capela real. Rio, 1822, Tip. Nacional, 15 págs., in 4.° (n.° 6.959 do Cat. da Exp.).
12) Sermão que, na cerimônia da sagração e coroação de sua majestade imperial, pregou, etc. Rio, 1822, in 4.u.
13) Sermão em ação de graças que, na capela de S. Pedro, solenizou a corporação dos ourives, pelo restabelecimento da saúde de sua majestade imperial.
R:o. Silva Porto e Cia., 1822, 18 págs. in 4.° (n.° 7.109 do Cat. da Exp.). Enco tra-se na "Antologia de Pregadores Brasileiros", por Vicente Lustoza, 1.° vol pág. 61.
14) O Regulador Brasílico-Luso — Rio de Janeiro, 1822 a 1823, in 4.°. Saiu 1.° número dessa folha quinzenal a 29-7-1822, e o último número a 12-3-1823. D n.° 11 em diante mudou de título para o de "Regulador Brasileiro". Era sei companheiro, ou segundo redator do "Regulador", Antonio José da Silva Lo reiro (n.° 4.453 do Cat. da Exp.).
15) Análise e confutação da primeira carta que dirigiu a sua alteza real c príncipe regente, etc. o campeão de Lisboa, pelos autores do "Regulador Brasi lico-Luso". — Rio, 1822.
16) Diário do Governo — Rio de Janeiro, 1823 a 1825, in foi. A folha conti nuou até 1831. De 1826 em diante foi seu redator o Cónego Januário da Cunhe Barbosa. De 20-5-1824 até 1831 passou a chamar-se "Diário Fluminense", (n. 4.075 do Cat. da Exp.). Há ainda vários discursos políticos do autor nos arqui vos da maçonaria.
FONTES PARA O ESTUDO CRÍTICO
— Afonso Taunay — Os grandes vultos da Independência do Brasil.
— Arthur Cerqueira Mendes — Figuras antigas — 1." série, pág. 133.
— Antonio Carmelo — Rev. de Língua Portuguesa, n.° 19.
— Assis Memória (Pe.) — O Mundo Literário — 2.° vol., n.° 6, pág. 318.
— Basílio Magalhães — Conferência (O Jornal).
" — Os jornalistas da independência, "Rev. do Inst. Hist.", tomo 82, pág. 771.
— Barbuda (P. J.) — Literatura Brasileira, pág. 434.
— Chichorro da Gama — Miniaturas biográficas, pág. 140.
" " " — Breve Dic. de autores clássicos.
" " — Rev. de Língua Portuguesa, n.° 17, pág. 144.
— Dicionário biográfico de brasileiros célebres, pág. 49.
— Eugênio Werneck — Antologia Brasileira, pág. 405.
— Fausto Barreto e Carlos de Laet — Antologia Nacional, pág. 245.
— Fernandes Pinheiro — História Literária, vol. 2.°, pág. 396.
" " — Literatura Nacional, pág. 514.
" " — Tratado de eloqüência.
— Inocêncio Silva — Dicionário bibliográfico, vol. 3.°, pág. 73.
— Levy dos Santos — Panteão Fluminense, pág. 345.
— Manoel Joaquim de Menezes — Exposição histórica da Maçonaria do Brasil.
— Moreira de Azevedo — Mosaico Brasileiro, pág. 71.
— Nabuco de Araujo (J. T.) — Biografia — Rev. do Inst. Hist. — tomo 37,pág. 191.
— Ostensor Brasileiro — Rev. do Inst. Hist. — tomo 7.°, pág. 280.
— Pereira da Silva (J. M.) — Os varões ilustres do Brasil, 2.° vol., pág. 360.
— Ramiz Galvão — O púlpito no Brasil, pág. 161 — Rev. do Inst. Hist. — tomo
7, pág. 260; tomo 82, pág. 771; tomo 87, pág. 191.
— Sacramento Blake — Dicionário bibliográfico brasileiro — 3.° vol., pág. 118.
— Sílvio Romero — Hist. da Literatura Brasileira, 1.° vol., pág. 277.
" " e João Ribeiro — Compêndio de hist. da lit. brasileira, pág.120.
Os tratados sobre História do Brasil, e, principalmente, as monografias sobre a Independência tratam de frei Jesus Sampaio.
NOTÍCIA BIOGRÁFICA E SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO CRÍTICO
A figura de Jesus Sampaio se apresenta à consideração da crítica sob duas feições distintas: a do orador sacro e a do jornalista. Mas a ambas sobrepuja o fautor de Independência, porque, sob esse aspecto, se impõe a sua individualidade tantas vezes apreciada e ainda não satisfatoriamente estudada. Melhor será, porém, esboçar-lhe previamente a biografia, a fim de se extraírem as ilações segundo o método dedutivo, em vez de, por marcha indireta, estabelecer proposições decorrentes do conhecimento do seu valor, e apreciá-las em comentários elucidativos ou em explicações à guisa de demonstração.
Francisco de Santa Thereza de Jesus Sampaio ficou órfão de mãe em plena adolescência. Seu pai, que era negociante, desviou-se do costume observado pelos homens do comércio. Não quis prepará-lo a seguir-lhe o exemplo na carreira mercantil. Destinou-o à vida eclesiástica, consentindo que ele ingressasse na Ordem Seráfica, com a idade de 15 anos, em 14 de outubro de 1793.
Depois de receber o hábito do pobre de Assis, dirigiu-se para S. Paulo, a fim de completar os estudos humanísticos.
Regressou ao Rio de Janeiro para tomar ordem de presbítero e foi, então, nomeado lente de Teologia e Eloqüência sagrada.
De um lado, o seu talento e ilustração recomendavam-no ao exercício dos mais importantes cargos, a ele confiados pelos superiores da ordem; de outro lado, os seus dotes oratórios impunham-no à admiração dos fiéis e do auditório culto. Não se fez esperar a sua nomeação, pelo príncipe regente, como pregador da capela real, a 7 de agosto de 1808. Além de examinador da mesa da consciência e ordens, percorreu a escala das comissões eclesiásticas: censor episcopal em 1813, deputado da bula da cruzada em 1824, além da honra que lhe conferiu a Academia de Munique, com o diploma de sócio correspondente.
Enveredou-se, porém, na política, atraído pela causa da independência, e sofreu a reação imediata. Devia caber-lhe a direção de uma diocese, pois até lhe ofereceram um bispado; não se realizou, porém, a promessa espontânea, porque sobreveio uma recusa posterior, que muito o magoou e contrariou. (9)
Continuou a militar, com impavidez, nas fileiras do partido liberal, chefiado por José Bonifácio, c não dava tréguas à campanha propagandista, manejando a pena e proferindo discursos eloqüentes nos clubes patrióticos. Entrou para a maçonaria em 1821, no tempo em que essa associação se manifestou francamente política, e aceitou o encargo de orador na loja "Comércio e Artes", no Rio de Janeiro.
O jornalista iniciou a ação no "Regulador", continuando-a, mais tarde, no "Diário do Governo".
A cela de Frei Sampaio era freqüentada por D. Pedro I, que com ele confabulava horas inteiras e de quem era amigo e admirador.
Proclamada a independência, arrefeceu-lhe o entusiasmo. Continuou, porém, a refrega até 1821, quando se sentiu desprestigiado, esquecido, vítima da ingratidão humana. Abandonou a política e recolheu-se ao convento, onde faleceu a 1830, com 52 anos de idade.
Dizem alguns dos seus biógrafos que a morte materna lhe incutiu n’alma uma tristeza profunda. Possuído dessa melancolia invencível, resolveu entrar na ordem seráfica da Ilha do Bom Jesus.
Verificou-se a sua estréia, na eloqüência sagrada, com o gèue-ro oração fúnebre, em que mais se exaltava o seu gênio oratório. Muitas orações mortuárias proferiu, que muito o elevaram no conceito dos auditórios e no juízo da posteridade, a ponto de ser comparado a Bossuet e outros sermonistas dos mais apreciados. Perderam-se muitas e delas só foram impressas seis, cujos exemplares são extremamente raios.
Ramiz Galvão considera Frei Jesus Sampaio como o melhor orador sacro que tivemos. Sobre ele assim se exprime: "Este ilustre franciscano foi um grande orador; nota-se sobre seus escritos um estilo majestoso, uma profundidade de idéias e uma eloqüência admiráveis: seu gênio é brilhante, quase sempre arrojado, mas nesse arrojo sublime; sua frase é fluente, às vezes rica de imagens e de flores, às vezes nervosa e forte; sua doutrina segura, exposta com clareza e vigor de dialética; enfim, o plano de seus discursos é novo, e o desenvolvimento de suas idéias muito desapegado das formas ferrenhas do modo de pregar antigo; Sampaio é digno continuador de Caldas e S. Carlos, os inauguradores desta época da eloqüência sagrada; Sampaio é nosso primeiro orador. Desculpemos ao ilustrado franciscano os defeitos de sua linguagem um pouco viciada, e sejamos uníssonos em conceder-lhe a palma de orador de primeira ordem. Frei Francisco de Santa Thereza de Jesus Sampaio é um dos ornamentos da ordem do pobre de Assis, é um vulto eminente na literatura nacional, uma das glórias do púlpito brasileiro nesta época cheia de tanto esplendor para a eloqüência sagrada; e se do poeta da "Assumpção" se diz o Píndaro da tribuna evangélica, deste se poderá dizer com igual razão o Bossuet brasileiro".
(9) D. Pedro I em uma das longas palestras que com ele entretivera, prome teu-lhe o bispado de S. Paulo; por oposição formal da Marquesa de Santos não cumpriu a promessa.
É de Fernandes Pinheiro o seguinte conceito: "Discípulo da grande escola dos pregadores franceses do século de Luís XIV, mostrou particular predileção por Massillon e Bossuet: tomando o primeiro para modelo dos sermões e o segundo para exemplar das orações fúnebres".
Dele li, na íntegra, o sermão gratulatório pelo restabelecimento da saúde de D. Pedro I e os excertos transcritos por Fernandes Pinheiro e Ramiz Galvão. São, realmente, peças de valor, que revelam erudição literária e estudo apurado do gênero oratório preferido. Sampaio conhecia preceitos e regras da sua arte, de que foi professor. Devotava-lhe amor e entusiasmo e, portanto, cultivava-a com perfeição e gosto, derivados dos melhores exemplos dos mestres. No estilo e na doutrina, inspirava-se nos doutos padres da Igreja e na fonte pura dos temas bíblicos. Aliava todos os requisitos manifestados pelos afamados pregadores: fluência de expressão, majestade de estilo, munificência de conceitos e adorno de figuras retóricas. Os seus pensamentos coadunavam-se admiravelmente com os temas tratados; não lhes faltavam justeza nem oportunidade. Sobejavam ao pregador qualidades inestimáveis, que exerciam fascinação e lhe elevavam o prestígio perante o auditório. Tanto na placidez, quanto nos arrebatamentos, era sublime e encantador.
Quando Sampaio elogia os monarcas e os poderosos, não se serve da lisonja de efeitos contraproducentes, não incensa a vaidade com frases balofas e loas de baixo quilate. Raciocina, estriba-se em argumentos resistentes, serve-se de imagens apropriadas e disserta com lógica. Não se deixa arrastar por intuitos subalternos nem é seduzido pelas recompensas munificentes.
A propósito do restabelecimento da saúde do imperador, bosqueja a situação em que se encontrava o Brasil-colônia, disseca a ação política de D. João VI e esboroa a administração dos seus ministros, para patentear a gratidão votada ao libertador da pátria. E o hino ao convalescente exalta a grandeza e a prosperidade do país livre, da grande nação liberta do jugo de prepotencia e dos entraves da ambição.
É o que se depreende da leitura de todo o sermão, principalmente da peroração, exclusiva aos destinos do Brasil.
No sermão da primeira dominga do advento, em parte transcrito por Fernandes Pinheiro, o artista traça o quadro do juízo final O "Dies irae" é surpreendente de efeito e produz forte emoção.
O amor da gloria é o assunto de outro sermão, sobre S. Francisco de Paula, como a santidade de Maria é o exordio de um terceiro, pregado na capela da Lapa das Mercedes.
Em todos eles, não se sabe o que mais admirar: se a vivacidade de imaginação, se a dissertação erudita, se os arroubos de eloqüência.
Coisa estranha — verdadeira anomalia: o artista da palavra não tolerava a música.
Frei Jesus Sampaio apresenta dois títulos de notável benemerencia: a eficácia e o ardor do propagandista da nossa emancipação política; a arte com que soube dirigir a educação moral e religiosa do povo do Rio de Janeiro. No primeiro aspecto devia ser contemplado na parte referente ao preparo da independência; na segunda feição, entre os sacerdotes que se dedicaram ao púlpito.
Distinguiu-se como jornalista ardoroso, de extraordinária coragem e, como orador sacro, dos melhores que temos tido.
Seja embora intenso o brilho do seu valor como representante máximo da eloqüência, fulge ainda mais nas páginas da nossa história, pela função relevante que desempenhou, como um dos fautores primaciais da independência.
Classifica-se o orador no grupo de Souza Caldas, Francisco de S. Carlos, Januário da Cunha Barbosa, Santa Úrsula Rodovalho, Romualdo Seixas, Mont’Alverne e outros mais.
(10) Os artigos políticos que escrevia para o "Regulador Brasílico-Luso" eram copiados em um livro que, segundo S. Blake, deve encontrar-se na biblioteca do convento. D. Pedro I lia esse livro, quando visitava o jornalista e com ele conversava sobre política, na cela, até horas adiantadas da noite. A cela tornou-se célebre e de recordação histórica, porque nela se reuniam os propagandistas de 1821 e 1822 e se concertaram os planos para a independência do Brasil. A chave da cela era guardada, como relíquia histórica, pelo provincial Frei Antonio-do Coração de Maria e Almeida.
O político figura na plêiade dos três Andradas, de Ledo, Januário e tantos paladinos da liberdade, de norte a sul do país. O ministro da Igreja defronta com o herói da Pátria.
SUMÁRIO PARA UM ESTUDO COMPLETO
Do lar ao convento — Orfandade e devoção — Sua carreira eclesiástica — O propagandista da Independência. — Nos comícios e nos conciliábulos — Na maçonaria — Ação do jornalista — A palavra como arma de combate — Ideal conquistado, sonho desfeito
— Declínio do político — Esplendor do púlpito — Como Bossuet — À maneira de Massillon — Entre os oradores sacros do seu tempo
— Julgado por Fernandes Pinheiro, Ramiz Galvão e outros — Confronto de funções.
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