George Berkeley – biografia e pensamentos

George Berkeley
George
Berkeley
– (1685-1753) nasceu em Kilkenny, Irlanda do Sul. Foi o primogênito de
seis filhos. Estudou em Dysert Castle. Aos onze anos estudou no colégio da cidade
natal, onde há poucos anos fora aluno Jonathan Swift, autor do célebre livro As
viagens de Gulliver
. Aos quinze anos entrou no Trinity College de Dublin.
Ali estudou matemática, filosofia e autores clássicos. Tornou-se fellow do trinity
College em 1707, e passou a lecionar hebraico, grego e teologia. Nessa época escreveu
anotações de observações que receberam o título de Comentários Filosóficos, uma
obra já importante, pois estava delineado seu estilo. Berkeley é dono de um estilo
engenhoso, com grandes argumentações e coerente.



Em 1709 publicou em Dublin o Ensaio
por uma nova teoria da visão
, e no ano seguinte Tratado sobre
os princípios do conhecimento.
Ele começou a teorizar
sua visão espiritualista do mundo cedo.


Em 1710, virou pastor anglicano. Em
1713 chega o livro Três diálogos entre Hylas e Philonous.
Trata-se de diálogos entre um imaterialista e um materialista.


Conheceu Jonathan Swift em Londres.
Em 1714 foi à Paris e depois Itália. Realiza outras viagens
pela Europa. Publica uma obra contra Newton.


Como achava a Europa já um tanto
decadente, viajou para a América tentando realizar um projeto seu:
o de criar uma escola para evangelizar os povos selvagens. Fica três
anos à espera de recursos e volta para a Inglaterra.


O Alcifrone é publicado
em 1732. Em 1734 foi nomeado bispo. em 1752 , vai para Oxford, onde morre
no ano seguinte.


Berkeley se encontrava insatisfeito
com o rumo que a filosofia moderna tomara. Tratava-se de uma visão
racionalista e materialista demais. Então ele fez a crítica
aos modernos e aos livre pensadores, defendendo o imaterial da realidade.
Ele partiu da filosofia de Locke, que comenta e critica. É um empirista.
Achava que não podemos conceber uma coisa do nada.


Ser é ser percebido, diz Berkeley.
As únicas coisas com existência efetiva são Deus e
os espíritos humanos. Ele dizia que não devemos discutir
coisas das quais não temos idéias. As idéias são
palavras com significado. O conhecimento gira em torno das idéias.
“Todas as idéias vem de fora ou de dentro, as de dentro são
pensamentos” . A percepção é uma recepção
passiva.


Berkeley no livro Sobre os princípios
do conhecimento humano
, argumenta contra a existência das idéias
abstratas (conceito de Locke). Para ele, todas as idéias são
simples, podemos compára-las e pegar o que há de comum. Por
exemplo, temos na mente a idéia de um determinado triângulo,
que pode se adequar a qualquer triângulo. Todas as idéias
derivam da percepção. Berkeley identifica a linguagem e o
uso das palavras como fonte desse erro, as idéias abstratas. A comunicação
de idéias não é o objetivo principal das idéias,
mas as sensações o são, como “exaltar uma paixão,
dar ao espírito uma disposição particular.”


A linguagem é fonte de muitas
controvérsias. A comunicação sempre foi um problema,
para transpor impressões e pensamentos cuja fonte é a percepção
subjetiva do mundo objetivo, precisamos saltar sobre o abismo que separa
cada consciência.


Um espírito é um ser
simples e ativo que percebe idéias, criando o entendimento e operando
com elas através da vontade. Berkeley fala de uma questão
crucial da existência. As coisas estão em repouso, ou como
ele diz, excitadas. Podemos animar idéias no espírito e variá-las
conforme a vontade.


Mas, independente da vontade, percebemos
coisas. Elas dependem de um espírito com força maior. Os
dados dos sentidos tem mais força que os dados da imaginação.
“As regras segundo as quais o espírito excita idéias em nós
são as leis da natureza.”


O Autor da natureza produziu nelas
objetos. O homem pode fazer representações , ter idéias.
O homem nunca pode estar certo de ser seu conhecimento real, pois como
saber que é como ele percebe, fora do espírito?


Só podemos conhecer os outros
espíritos pelas idéia que eles excitam em nós.


Deus é o mundo. Podemos sentir
sua presença, a de um espírito que modela, regula e conserva
o mundo e os seres. Conhece a todos , vendo o bem e o mal, lendo os pensamentos.
O temor que se tem dele leva à virtude e afasta o vício.


O Livro Tratado sobre o conhecimento
humano
tem os seguintes pontos principais: crítica da idéia
abstrata e de algumas coisas que vão contra o senso comum. Defesa
da imaterialidade, contra substância. Análise da filosofia
e matemática. existência de Deus. Porque certas ciências
caíram no erro. Ele argumenta contra vários pontos que discorda,
e ao mesmo tempo responde contra possíveis objeções
à sua doutrina.


A percepção é
um conjunto de sensações. Como só há idéias
simples, devemos nos concentrar nas sensações. As idéias
secundárias só existem na mente, bem como tempo e extensão.
Não tem existência objetiva. Para o homem, não há
nada fora da mente. as coisas são modos de existência das
pessoas. O mundo está ligado ao pensamento. Nós temos idéias
dentro das quais vemos as coisas. O homem não percebe a coisa em
si, a essência, aquilo que ele percebe são apenas as idéias.


Berkeley nega o significado filosófico
de substância, pois diz que ele não existe. Berkeley associa
à substância a solidez e a massa. Portanto a essência
não é a substância, como em outros autores modernos.


A matéria é uma ilusão,
como as abstrações. Usamos as idéias, mas elas também
não são a essência. Berkeley fala que percebemos de
forma intuitiva. O mundo é uma representação, conteúdo
da nossa consciência subjetiva. as pessoas existem, mas são
imateriais e ativas. Portanto uma forma psíquica pode ser aplicada
à substância. Berkeley não nega a existência
do mundo objetivo, diz que as percepções não são
produzidas por nós. Ele questiona o nosso conceito de realidade.
Só podemos ter a percepção, como o mundo parece para
nós percebido pelos sentidos. Portanto a percepção
é para si, não em si.


É tudo uma questão de
ponto de vista. Berkeley questiona a visão de distância da
ótica geométrica e recorda que a distância não
parece igual para todos. O que torna as coisas sólidas, fixas, materiais
é o hábito, o exercício da percepção
no mundo. E a percepção constrói as coisas, pois associa
as sugestões dos dados do mundo. Berkeley fala que a noção
de substância material (tão cara à física newtoniana)
é contraditória, desprovida de sentido. Diz Berkeley que
toda as impressões dos sentidos não podem existir sem uma
mente que a perceba. Quando fecho o olho, a coisa desaparece, quando reabro
ela se constróe de novo. A aparente falha desse argumento não
leva em conta sua afirmação na dinâmica do mundo, que
existe e é factual conforme cada um pode confirmar. Deus recria
o mundo a cada instante, diz Berkeley, citando uma noção
teológica comum à sua época, que Spinoza desenvolvera.
E para ter criado as idéias que existem no mundo, Deus tem de ser
benevolente. Pois a coerência do mundo garante a preservação
do mundo, e para isso acontecer, a bondade tem que existir. Nós
nos movemos e existimos em Deus.


A ciência natural deverá
descrever somente os fenômenos intuitivos. As conclusões e
concepções em que chegaram a ciência racionalista não
devem levar a uma concepção unilateral do mundo e da cultura.


Giovanni Reale e Dario Antiseri dizem
que Berkeley é nominalista e fenomenalista. No nominalismo, a concepção
de idéias abstratas são miragens e as idéias gerais
são apenas nomes. No fenomelogismo, os objetos físicos são
feixes de qualidade fenomênicas. Ele também dizem que a filosofia
de Berkeley é precursora das conclusões do físico
Ernst Mach.


Karl Popper diz que Berkeley e instrumentalista.
Isso quer dizer que ele considera as teorias científicas como hipóteses
matemáticas que só devem ser vistas para especular sobre
as aparências. Diz Popper sobre a filosofia de Berkeley : Não
há nada de físico que esteja atrás dos corpos físicos.
Tudo é superfície. O modo no qual aparecem é sua realidade.


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