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O Mito da Caverna de Platão

<img alt="Alegoria da caverna de Platão” src=”/imagens/cave.jpg” title=”Alegoria da caverna de Platão” width=”486″ height=”331″ />
Igualmente conhecida na República é a alegoria da caverna, que ilustra como
percebemos apenas parte do mundo, reduzindo-o. O termo "Alegoria" é mais adequado que "Mito da Caverna". Embora Platão use do mito em outras partes de seus escritos, no livro VII da República, onde está contada a história, a intenção é usar de uma alegoria para ilustrar um movimento de dificil compreensão, que é a libertação dos grilhões que aprisionam o homem possibilitada pela prática da verdadeira filosofia.

Na conjetura de Platão, um pequeno grupo de pessoas vive acorrentada numa caverna desde que
nasceu, de costas para a entrada. Elas vêem refletida na parede da caverna as
sombras do mundo real, pois há uma fogueira queimando além de um muro, depois
da entrada. Elas acham que as sombras são tudo o que existe. Um dos habitantes
se livra das amarras. Fora da caverna, primeiro ele se acostuma com a luz,
depois vê a beleza e a vastidão do mundo, com suas cores e contornos. Ao
voltar para a caverna para libertar seus companheiros, acaba sendo assassinado,
pois não acreditam nele. A alegoria ilustra o Mundo das Idéias, quem liberta sua alma é o filósofo, através da ascese, vai contemplando as Idéias sucessivamente, até chegar ao Sol, que representa a Suma Idéia do Bem. Todas as coisas estão bem dispostas no mundo, que acontece de forma geometrizável e com propósito. O homem é como um escravo dos deuses e daimons, e pouca chance tem de libertar-se, a não ser com a filosofia, cumprindo a vontade deles, através da vida virtuosa correta. O homem é como um animal de rebanho dos deuses e por isso o suicídio é condenado, como fala Platão, por exemplo no Eutífron, da mesma maneira que um pastor não gosta que suas ovelhas se desgarrem.

A República de Platão mostra o que acontece quando o filósofo que se liberta não é apedrejado e desacreditado pelos demais, como ocorreu com Sócrates, mas, antes torna-se Rei e passa a legislar. Na República, depois de estudar a filosofia, aqueles que forem considerados aptos
irão testar seus conhecimentos no mundo real, onde experimentarão os dissabores
da vida, ganhando comida conforma o trabalho, experimentando a crua realidade.
Aos cinqüenta anos, os que sobreviveram tornarão-se os governantes do Estado ideal de Platão.

Todos terão oportunidades iguais, mas na eliminação serão
designados para classes diferentes. Os filósofos-reis não terão nenhum
privilégio, tendo só os bens necessários, serão vegetarianos e dormirão no
mesmo lugar. A procriação será para fins eugênicos, o sexo não será apenas por
prazer. Haverá defensores contra inimigos externos, os guardiões, homens
fortes, dedicados à comunidade. Não haverá diferença de oportunidade entre o
sexo, sendo cada um designado a fazer uma tarefa de acordo com a sua
capacidade.

Os pensamentos políticos de Platão continuaram seu desenvolvimento através dos seus sucessores, com larga influência na tradição oriental e ocidental. Hoje recebemos noções políticas como “democracia”, mas para entender o que gerou a teoria do Estado, é preciso ler os clássicos, e estes remetem à “Politéia” (República) como uma fonte primorida.



Um dos temas do nosso filósofo Platão é o da renuncia do individuo em prol da comunidade, impondo
inúmeras condições para a vida. Ele atenta para um problema muito preocupante
em nossos dias: a superpopulação. Os homens só poderiam se reproduzir entre os
trinta e quarenta e cinco anos, e as mulheres entre os vinte e quarenta anos.
Também a legislação de Esparta, que muito inspirou Platão, e a proposta de Aristóteles na Política levam em conta este aspecto. Assim, resumidamente seria o Estado ideal, justo.

O próprio Platão
fala de dificuldade em se fazem um empreendimento dessa natureza. O rei
de Siracusa ofereceu à ele terras onde poderia experimentar sua República, e ele aceitou, mas o rei ficou
sabendo que quem iria governar eram os filósofos e mudou de idéia. Platão experimentou muitos dissabores na corte de Siracusa, a qual voltou depois, conforme conta na sua carta VII e Plutarco conta em sua Vida de Díon.

Resumo e Fichamento por Miguel Duclós. Clique aqui para ver uma bibliografia

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