Será Deus Perfeito? – 2

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    Os teístas afirmam que existe um deus; os ateus não. Pessoas religiosas desafiam freqüentemente ateus para provarem que não há deus; mas isso revela um equívoco. Os ateus afirmam que a existência de deus não está provada, não afirmam que está provada a inexistência de deus. Em qualquer argumento, o ônus da prova está do lado daquele que faz a afirmação.

    Se uma pessoa afirma ter inventado um dispositivo anti-gravidade, não cabe a outros provar que tal coisa não existe. O crente tem de provar a sua afirmação. Todas as outras pessoas estão justificadas em recusar acreditar até que a evidência seja apresentada e substanciada.

    Alguns ateus acham que o argumento é confuso até que o termo “deus” seja tornado compreensível. Palavras como “espírito” e “sobrenatural” não têm qualquer coisa que lhes corresponda na realidade, e idéias como “omnisciente” e “onipotente” são auto-contraditórias. Porquê discutir um conceito sem sentido?

    No entanto, há muitas linhas de raciocínio teísta e têm sido escritos livros sobre cada uma delas. As seções seguintes resumem brevemente os argumentos e as refutações. O ateísmo é a posição base que permanece quando todas as alegações teístas são rejeitadas.

    Design:
    “De onde veio tudo? Como é que explica a ordem complexa do universo? Não posso acreditar que a beleza da natureza simplesmente apareceu por acidente. O design requer um projetista.”
    Este argumento limita-se a assumir que é verdade aquilo que quer provar. Qualquer tentativa de “explicar” algo requer um contexto mais amplo dentro do qual a explicação pode ser compreendida. Pedir uma explicação do “universo natural” é simplesmente pedir um “universo mais amplo”.
    O universo é “tudo o que existe”. Não é uma coisa. Um deus certamente seria uma parte de “tudo o que existe”, e se o universo requer uma explicação, então deus requer um [outro] deus, ad infinitum.

    A mente de um deus seria pelo menos tão complexa e ordenada como o resto da natureza e estaria sujeita à mesma pergunta: Quem fez deus? Se um deus pode ser encarado como eterno, então o universo também pode ser encarado como eterno.

    Há design no universo, mas falar de design do universo é apenas semântica teísta. O design que observamos na natureza não é necessariamente inteligente. A vida é o resultado do “design” não consciente da seleção natural. A ordem no cosmos vem do “design” da regularidade natural. Não há qualquer necessidade de uma explicação mais ampla.

    O argumento do design baseia-se na ignorância, não em fatos. O fracasso em solucionar um enigma natural não significa que não há resposta. Durante milênios os humanos têm criado respostas míticas para “mistérios” como o trovão e a fertilidade. Mas quanto mais aprendemos, menos deuses precisamos. A crença em deus é apenas responder a um mistério com outro mistério, e consequentemente não responde a nada.

    “O universo é governado por leis naturais. Leis requerem um legislador. Tem de existir um Governador Divino.”
    Uma lei natural é uma descrição, não é uma prescrição. O universo não é “governado” por coisa alguma. As leis naturais são meramente concepções humanas sobre o modo como as coisas normalmente reagem, não são mandamentos sobre o comportamento, como no caso de leis sociais. Se o argumento do design fosse válido, a mente de um deus seria igualmente “governada” por algum princípio de ordem, o que requereria um legislador superior.
    “É impossível que a complexidade da vida tenha ocorrido por acidente, e a segunda lei da termodinâmica, que diz que todos os sistemas tendem para a desordem, torna a evolução impossível. Era necessário um Criador.”
    Estas objeções pseudo-científicas baseiam-se em erros. Nenhum biólogo afirma que organismos apareceram subitamente num passo de mutação “acidental”. A evolução é a acumulação gradual de pequenas mudanças ao longo de milhões de gerações de adaptação ao ambiente. Os humanos, por exemplo, não tinham necessariamente de evoluir — qualquer uma de biliões de possibilidades viáveis podia ter-se adaptado, tornando muito provável que algo sobreviveria à implacável seleção natural.
    Usar probabilidades, depois do fato consumado, é como um vencedor da lotaria que dissesse: “É altamente improvável que eu pudesse ganhar esta lotaria, portanto eu não devo ter ganho”.

    Os criacionistas deturpam muitas vezes a segunda lei da termodinâmica, que diz que a desordem aumenta num sistema fechado. A terra presentemente é parte de um sistema aberto, recebe energia do sol. Conduzida pela entrada de energia solar (e outras formas de energia, como a química), a complexidade rotineiramente aumenta, como no caso do crescimento de um embrião ou um cristal. Claro que por fim o sol arrefecerá e a vida na terra desaparecerá.

    Experiência Pessoal:
    “Milhões de pessoas conhecem pessoalmente Deus através de uma experiência espiritual interior.”
    A maioria dos teístas afirma que o seu deus particular pode ser conhecido através de meditação e oração, mas essas experiências não apontam para algo exterior à mente. O misticismo pode ser explicado psicologicamente; não é necessário complicar a nossa compreensão do universo com suposições fantasiosas. Sabemos que muitos humanos habitualmente inventam mitos, ouvem vozes, têm alucinações e falam com amigos imaginários. Não sabemos que existe um deus.
    Há milhões de crentes em deus; mas essa é uma declaração sobre a Humanidade, não sobre deus. A verdade não é algo que se alcança através do voto. As religiões surgiram para lidar com a morte, fraqueza, sonhos e medo do desconhecido. São mecanismos poderosos para dar sentido à vida e identidade pessoal/cultural. Mas as religiões diferem radicalmente umas das outras, e apelos à experiência interior apenas pioram o conflito.

    “Os ateus não têm discernimento espiritual e dificilmente podem criticar a experiência teísta de Deus. Isso seria como uma pessoa cega negando a existência das cores.”
    Muitos teístas afirmam que deus é conhecido através de uma sensibilidade “espiritual”. Mas será que a fé é um “sexto sentido” que detecta outro mundo? Cépticos negam que tal coisa exista.
    A analogia com o cego não é apropriada porque as pessoas cegas não negam o sentido da visão, nem negam que as cores existem. Os cegos e os que vêem vivem no mesmo mundo, e ambos podem compreender os princípios naturais envolvidos. O caminho da luz pode ser traçado através de um olho normal até ao cérebro. As freqüências podem ser explicadas e o espectro pode ser experimentado independentemente da visão. A existência das cores não precisa de ser aceite através da fé.

    O teísta, porém, não apresenta qualquer meio independente de testar o discernimento “espiritual”, portanto temos de duvidar disso. O céptico não nega a realidade de experiências religiosas subjetivas, mas sabe que podem ser explicadas psicologicamente sem referência a um domínio supostamente transcendente.

    A afirmação implícita de que os teístas são os únicos seres humanos “completos” é infundada e arrogante.

    Moralidade:
    “Todos nós temos um sentido do certo e do errado, uma consciência que nos coloca sob uma lei superior. Este apelo moral universal aponta para fora da Humanidade. É consistente que Deus, um ser não físico, se relacionasse conosco através de tal meio sublime.”
    Aqui está outro argumento baseado na ignorância. Os sistemas éticos baseiam-se no valor que os humanos atribuíram à vida: “bem” é aquilo que melhora a vida, e “mal” é aquilo que a ameaça. Não precisamos de uma deidade para nos dizer que é errado matar, mentir ou roubar. Os humanos sempre tiveram o potencial para usar as suas mentes para determinar o que é bondoso e razoável.
    Não existe um “apelo moral universal” e nem todos os sistemas éticos concordam entre si. Poligamia, sacrifícios humanos, canibalismo (eucaristia), espancamento da esposa, auto-mutilação, guerra, circuncisão, castração e incesto são ações perfeitamente “morais” em algumas culturas. Será que deus está confuso?

    É contraditório chamar a deus “ser não físico”. Um ser tem de existir como alguma forma de massa no espaço e no tempo. Os valores residem no interior dos cérebros físicos, portanto se a moralidade aponta para “deus”, então nós somos deus: o conceito de deus é simplesmente uma projeção de ideais humanos.

    “Se não existe um padrão moral absoluto, então não existe certo e errado absolutos. Sem Deus, não há base ética e a ordem social desintegrar-se-ia. As nossas leis baseiam-se na Bíblia.”
    Este é um argumento a favor da crença num deus, não é um argumento a favor da existência de um deus. A exigência de uma moralidade “absoluta” só vem de religiosos inseguros. (Voltaire ironizou: “Se deus não existisse, seria preciso inventá-lo”.) Pessoas maduras sentem-se confortáveis com o caráter relativo do humanismo, visto que este fornece um quadro de referência consistente, racional e flexível para o comportamento humano ético — sem uma deidade.
    As leis americanas baseiam-se numa constituição secular, não se baseiam na Bíblia. Quaisquer textos bíblicos que apoiem uma boa lei só fazem isso porque passaram no teste dos valores humanos, que são muito anteriores aos ineficazes Dez Mandamentos.

    Não há evidência de que os teístas são mais morais do que os ateus. De fato, o contrário parece ser verdadeiro, conforme evidenciado por séculos de violência religiosa. A maioria dos ateus são pessoas felizes, produtivas e morais.

    Mesmo que este argumento fosse verdadeiro, seria de pouco valor prático. Cristãos devotos e crentes na Bíblia não conseguem concordar entre si quanto ao que a Bíblia diz sobre muitas questões morais cruciais. Crentes tomam regularmente posições opostas em assuntos tais como pena de morte, aborto, pacifismo, controle de natalidade, suicídio medicamente assistido, direitos dos animais, ambiente, separação entre igreja e estado, direitos dos homossexuais e direitos das mulheres. Disto pode concluir-se que ou há uma multiplicidade de deuses distribuindo conselhos morais contraditórios, ou um único deus que está irremediavelmente confuso.

    Primeira Causa:
    “Tudo teve uma causa, e toda a causa é o efeito de uma causa anterior. Algo deve ter começado tudo. Deus é a primeira causa, o estático que move, o criador e sustentáculo do universo.”
    A premissa maior deste argumento, “tudo teve uma causa”, é contrariada pela conclusão de que “Deus não teve uma causa”. As duas afirmações não podem ser simultaneamente verdadeiras. Se tudo teve uma causa, então não pode ter havido uma primeira causa. Se é possível pensar num deus sem causa, então é possível pensar o mesmo do universo.
    Alguns teístas, vendo que todos os “efeitos” precisam de uma causa, afirmam que deus é uma causa mas não é um efeito. Mas ninguém jamais observou uma causa não causada, e inventar simplesmente uma causa não causada apenas assume o que o argumento quer provar.

    (Para um exame detalhado do moderno “Argumento Cosmológico Kalam”, veja o meu artigo Cosmological Kalamity.)

    Aposta de Pascal:
    “Não se pode provar que Deus existe. Mas se Deus existe, o crente ganha tudo (céu) e o descrente perde tudo (inferno). Se Deus não existe, o crente nada perde e o descrente nada ganha. Portanto há tudo a ganhar e nada a perder ao acreditar em Deus.”

    Blaise Pascal (1623-1662)
    O argumento, formulado originalmente pelo filósofo francês Blaise Pascal, é pura intimidação. Não é um argumento a favor da existência de um deus: é um argumento a favor da crença, baseado em medo irracional. Com este tipo de raciocínio, devíamos simplesmente escolher a religião com o pior inferno.
    Não é verdade que o crente nada perde. Diminuímos esta vida ao preferir o mito de uma vida após a morte, e sacrificamos a honestidade à perpetuação de uma mentira. A religião exige tempo, energia e dinheiro, desviando recursos humanos valiosos do melhoramento deste mundo. O conformismo religioso, um instrumento de tiranos, é uma ameaça à liberdade.

    Também não é verdade que o descrente nada ganha. Rejeitar a religião pode ser uma experiência libertadora positiva, ganhando perspectiva e liberdade para questionar. Os livres-pensadores sempre estiveram na linha da frente do progresso social e moral.

    Que tipo de pessoa torturaria eternamente alguém que duvida honestamente? Se o seu deus é tão injusto, então os teístas correm tanto perigo como os ateus. Talvez deus tenha um gozo perverso em mudar de idéias e condenar toda a gente, crentes e descrentes por igual. Ou, invertendo a aposta, talvez deus só salve aqueles que têm coragem suficiente para não crer!

    Pascal era um católico e assumiu que a existência de deus significava o Deus cristão. No entanto, o Alá islâmico poderia ser o verdadeiro deus, o que torna a aposta de Pascal uma aposta mais arriscada do que se pretendia.

    De qualquer modo, crer numa deidade com base no medo não produz admiração. Não se segue daí que tal ser mereça ser adorado.

    (Veja o Capítulo 12: “What If You're Wrong?” em Losing Faith In Faith: From Preacher To Atheist para uma resposta mais completa à aposta de Pascal.)

    Argumento Ontológico:
    “Deus é um ser tal que nenhum ser maior pode ser concebido. Se deus na realidade não existe, então é possível concebê-lo como maior do que é. Portanto, Deus existe.”
    Há dezenas de variantes do argumento ontológico, mas S. Anselmo foi o primeiro a articulá-lo deste modo. A falha neste raciocínio é tratar a existência como um atributo. A existência é um dado adquirido. Nada pode ser grande ou perfeito a menos que exista primeiro, portanto o argumento está invertido.
    Uma boa maneira de refutar este raciocínio é substituir “ser” e “Deus” com outras palavras. (“A Ilha do Paraíso é uma ilha…”) Dessa forma poderíamos provar a existência de um “vácuo” perfeito, o que significaria que nada existe!

    O argumento esmaga-se a si próprio, porque pode conceber-se deus como tendo massa infinita, o que é refutado empiricamente. E está-se a comparar maçãs com laranjas ao assumir que a existência na concepção pode de alguma forma estar relacionada com a existência na realidade. Mesmo que a comparação fosse válida, por que é a existência na realidade “maior” (seja lá o que isso signifique) do que a existência na concepção? Talvez seja ao contrário.

    Não admira que Bertrand Russell tenha dito que todos os argumentos ontológicos são um caso de má gramática!

    Revelação:
    “A Bíblia é historicamente fiável. Não há razão para duvidar dos testemunhos dignos de confiança que resistiriam em tribunal. Deus existe porque Ele se revelou através da Bíblia.”
    A Bíblia reflete a cultura do seu tempo. Embora boa parte do seu enredo seja histórico, também há uma boa parte que não é. Por exemplo, não há apoio contemporâneo para a história de Jesus fora dos evangelhos, que foram escritos por desconhecidos entre 30 a 80 anos depois da alegada crucificação (dependendo do perito que consultarmos). Muitos relatos, como as histórias da criação, entram em conflito com a ciência. As histórias da Bíblia são apenas isso: histórias.

    A Bíblia é contraditória. Um bom exemplo é a discrepância entre as genealogias de Jesus dadas por Mateus e Lucas. A história da ressurreição de Jesus, contada por pelo menos 5 escritores diferentes, é irremediavelmente irreconciliável. Peritos descobriram centenas de erros bíblicos que não têm sido satisfatoriamente explicados por apologistas.

    A Bíblia, tal como outros escritos religiosos, pode ser explicada em termos puramente naturais. Não há razão para exigir que seja ou completamente verdadeira ou completamente falsa. O cristianismo está repleto de paralelos de mitos pagãos, e a sua emergência como seita messiânica do século II resulta das suas origens sectárias judaicas. Os autores dos evangelhos admitem que estão a escrever propaganda religiosa (João 20:31), o que é uma pista de que devem ser tomados com algumas reservas.

    Thomas Paine, em The Age of Reason (A Era da Razão), indicou que a Bíblia não pode ser revelação. Revelação (se existe) é uma mensagem divina comunicada diretamente a alguma pessoa. Assim que essa pessoa o relata, isso torna-se um rumor em segunda mão. Ninguém está obrigado a acreditar nisso, especialmente se for fantástico. É muito mais provável que relatos sobre o miraculoso sejam devidos a erro honesto, engano deliberado ou interpretação teológica zelosa de eventos perfeitamente naturais.

    Alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias. Um critério da história crítica é a suposição de regularidade natural ao longo do tempo. Isto exclui milagres, que por definição “passam por cima” das leis naturais. Se admitirmos a existência de milagres, então todos os documentos, incluindo a Bíblia, tornam-se inúteis enquanto história.

    Ciência:
    “Há muitos cientistas que acreditam em Deus. Se muitas das pessoas mais inteligentes do mundo são teístas, então a crença em Deus deve ser sensata.”
    Isto não passa de um apelo à autoridade, que os ateus também poderiam fazer, e até melhor. Os acadêmicos, como grupo, são muito menos religiosos do que a população em geral. Embora seja fácil encontrar cientistas que são crentes, nenhum deles consegue demonstrar cientificamente a sua fé. Crença é normalmente um assunto cultural ou pessoal separado da ocupação e ninguém, nem mesmo um cientista, é imune às seduções irracionais da religião.
    “A nova ciência da física quântica está a mostrar que a realidade é incerta e menos concreta. Agora há lugar para milagres. Uma perspectiva teísta do mundo não é inconsistente com a ciência.”
    Isso é um disparate. Um milagre é supostamente uma suspensão das leis naturais que aponta para um domínio transcendente. Se a nova ciência torna os milagres naturalmente possíveis (um conceito auto-contraditório), então não há domínio sobrenatural, nem deus.
    Na física quântica, o termo “incerteza” não se aplica à realidade, mas antes ao nosso conhecimento da realidade.

    O teísmo implica um domínio sobrenatural. A ciência limita-se ao mundo natural. Portanto o teísmo nunca pode ser consistente com a ciência, por definição.

    Fé:
    “Crença em Deus não é intelectual. A razão é limitada. A verdade de Deus só pode ser conhecida através de um salto de fé, que transcende mas não contradiz a razão.”
    Isso não é argumento. Admitir que algo é não intelectual remove esse assunto do domínio da discussão. Sim, a razão é limitada: é limitada aos fatos. Se você ignorar os fatos, só fica com hipóteses e wishful thinking.
    Fé é aceitação da verdade de uma declaração apesar de evidência insuficiente ou contraditória, o que nunca foi consistente com a razão. A fé, pela sua própria invocação, é uma admissão transparente de que as alegações religiosas não se conseguem manter de pé por si mesmas.

    Mesmo que o teísmo fosse uma hipótese consistente (não é), ainda precisaria de ser provado. É por isso que a maioria dos teístas minimizam a prova e a razão e enfatizam a fé, por vezes afirmando de forma ridícula que a ciência requer fé, ou que o ateísmo é uma religião.

    Poderes Psíquicos:
    “Há forte evidência de poderes psíquicos, reincarnação e coisas semelhantes. Você tem de admitir que há ali alguma coisa!”
    A maioria dos cientistas discorda que haja forte evidência para alegações “paracientíficas”. Quando cuidadosamente examinadas com controlos rígidos, são geralmente expostas como deturpações ou completa fraude.
    Mesmo que essas alegações fossem legítimas, fenômenos misteriosos podem ter explicações perfeitamente naturais. Nesses casos, os cépticos preferem reservar julgamento em vez de se lançarem em conclusões supersticiosas.

    Conclusão:
    Deve notar-se que mesmo que estes argumentos teístas fossem válidos, não estabeleceriam o criador como sendo pessoal, singular, perfeito e atualmente vivo (exceto o argumento da “revelação”, que tem a liberdade de criar qualquer tipo de deus que se deseje). E nenhum desses argumentos lida com a presença de caos, maldade e dor no mundo, o que torna uma deidade onipotente responsável pelo mal.

    Muitos teístas, quando se apercebem que os seus argumentos filosóficos falharam, recorrem a ataques pessoais estereotipados. Todos os ateístas são rotulados de infelizes, imorais, encolerizados, arrogantes, demoníacos, vilões insensíveis que não têm razão para viver. Isso é falso e injusto. Mas mesmo que fosse verdade, isso não tornaria o teísmo correto.

    Visto que o exame cuidadoso mostra que todos os argumentos teístas são inválidos, o ateísmo fica como a única posição racional.

    Definições:
    Religião: Sistema de pensamento ou prática que alega transcender o nosso mundo natural e que exige conformidade a um credo, Bíblia ou salvador.
    Deus: Um ser que criou e/ou governa o universo. Normalmente é definido com aspectos pessoais como inteligência, vontade, sabedoria, amor e ódio, e com aspectos sobre-humanos como onipotência, omnisciência, imortalidade, onibenevolência e onipresença. É mais freqüente ser retratado como interagindo com a Humanidade, mas por vezes diz-se que é uma “força” impessoal ou a própria natureza.
    Teísmo: Crença em deus ou deuses.
    Ateísmo: Ausência de crença em deus ou deuses.
    Agnosticismo: Recusa em aceitar a verdade de uma proposição para a qual a evidência ou a justificação lógica são insuficientes. A maioria dos agnósticos reservam julgamento quanto à crença em deus.
    Livre-pensamento: A prática de formar opiniões sobre religião com base na razão, sem referência a autoridade, tradição ou crença estabelecida.
    Racionalismo: A idéia de que todas as crenças deviam ser sujeitas aos métodos provados da investigação racional. Tratamentos especiais como fé e autoridade, que não são permitidos em outras disciplinas, não são aceites para analisar a religião.
    Verdade: O grau em que uma afirmação corresponde com a realidade ou a lógica.
    Realidade: Aquilo que é diretamente perceptível através dos nossos sentidos naturais, ou averiguado indiretamente através do uso correto da razão.
    Razão: Uma ferramenta de pensamento crítico que limita a verdade de uma proposição por testes de verificação (que evidência ou observações reproduzíveis a confirmam?), falsificabilidade (o que, teoricamente, a refutaria, e essas tentativas falharam todas?), parcimônia (é a explicação mais simples, requerendo o menor número de suposições?) e lógica (está livre de contradições e non sequiturs?).
    Humanismo: Humanismo secular é uma perspectiva racionalista que faz da humanidade a medida dos valores.
    Todas estas palavras sofreram múltiplas definições. É evidente que a definição de religião pode variar com cada religioso. Muitos ateus consideram-se a si mesmos livres-pensadores, racionalistas e agnósticos, visto que estes não são rótulos mutuamente exclusivos. O agnosticismo é aqui definido seguindo a intenção original de Huxley, embora o uso popular corrente trate o agnosticismo como um meio termo entre o teísmo e o ateísmo. Toda a pessoa que, por qualquer razão, não possa dizer “eu tenho uma crença num deus”, é um ateu.

    #76427

    Após Karein 21 de Abril de 2002 – 4:59 pm: “vou … descobrir os fenômenos”.

    Um trecho extraído da FSP, 21/04/02, coluna do Tostão, do futebol:
    De uma localidade do interior, próxima ao litoral. A criança nunca vira o mar. O pai levou-o para conhecer a praia e habituais peculiaridades. Aproximaram-se por um sítio onde havia dunas elevadas. Os dois escalaram até o alto e, avistaram aquele volume de água ilimitado, que formava aquelas extensas linhas paralelas de franjas brancas que se desfaziam na areia branca. Ambos mudos, o filho num virar de cabeça irrequieto, para direita e para esquerda, avistar de 180º . Diante daquela imensidão, após decorridos instantinhos, ele falou para o pai: “Me ajuda a olhar”.

    Eis oportuno fenômeno detectado.
    Como proceder para “descobrir”?
    Sugere-se evitar qualquer tentativa para racionalizar, seja por explicar o sucedido, seja por interpretar tal estorieta como “interessante”, coisas de leituras em senso comum.
    Sugere-se agir como se tirasse o sumo do fruto.
    O fenômeno está “fruto”.
    O que estaria como sumo?
    E qual a máquina de extração?
    A tal “máquina” estaria identificada como leitura dissecadora, analítica.
    O tal “sumo” estaria algo identificado como leitura esclarecedora, paradigmática.

    Leitura analítica:
    – conhecimento restrito de sítio1;
    – vistas inimagináveis;
    – carência em instrumentalidades;
    – solicitação de horizontes;
    – prover suficiência com sítio2.

    Leitura paradigmática:
    – aplicar choque de desconhecimentos;
    – reagir ao choque com estranhezas;
    – desfazer choque por discernimentos.

    Paradigma: “Promover novos contextos”.
    Eis acima um breve esquema de lidar com fenômenos.
    (fthy, 22/04/2002)

    #76428

    Saudações!

    O que aqui, neste fórum, se está a passar trata-se do seguinte: um real conflito, bem definido, com áreas bem delimitadas entre as zonas fronteiriças dos territórios de guerra, com ausência de zona neutra. Contudo, não se trata de conflito homem versus homem, mas princípio versus princípio. O princípio deste mensagista assevera: O homem deve submissão ao Deus único e Perfeito, o Criador. Do outro lado, outro princípio, explicitamente antagônico: O homem não deve submissão ao Criador. Princípio número um: Autor: Jesus Cristo; princípio número dois: autor: Lúcifer, respectivamente.
    Sedução, sagacidade e desonestidade são características do autor do segundo princípio, o mentiroso. A desgraça toma ainda maior relevo quando se assiste a homens e mulheres a proceder de conformidade com este tipo de tática escorregadia, tal como o rastejar das serpentes: a desonesta deturpação de fatos e a construção de sofismas. Alguns o fazem sem perceber, outros, deliberadamente. Ficam aqui as duas possibilidades.

    De V.: “… hipocritamente se procuram sustentar os propaladores de fantasias”.
    Lembra-se (ao mensagista V.!) de que não está “fantasia” que alguns aparelhos construídos pelo humano pousaram na Lua, e há pegadas humanas (e bandeirola!) no solo lunar (desde 1969!). (fthy)

    O que tem a ver a ida do homem à Lua com a falácia da teoria evolucionista materialista humanista secular? O fato de o homem ter ido à lua, por ter sido um fato, não corrobora uma fantasia: o big bang ocorreu.

    De V.: “… procuram arrastar com as falácias”.
    Lembra-se (para V.!) que na célula, o núcleo tem um DNA e os mitocôndrias outro DNA, sendo que os genes mitocondriais provêem exclusivamente da mãe. O Ensino mundial reproduz tal conhecimento.(fthy)

    (????) O que vem a ser esta afirmação? Equívoco de redação? Sim, as células possuem Ácido Desoxirribonucléico (DNA) em seus núcleos, e daí?
    Isso só corrobora ainda mais a falácia do evolucionismo, pois o DNA contém suas informações em uma seqüência de quatro componentes químicos abreviados como C, G, A e T. O DNA humano tem, pelo menos, 3 bilhões de nucleotídeos em seqüência. A quantidade de informações contidas em 3 000 000 000 de pares de DNA de cada uma das células humanas, foi estimado ao equivalente a 1000 livros do tamanho de um volume de enciclopédia. Nem o DNA humano, nem o dos Chimpanzés, foi jamais, em nenhum lugar e nem sequer proximamente, seqüenciado para que uma própria comparação pudesse ser realizada ( isto demandaria um imprecedente poder e período de tempo para ser realizado), o que até hoje não foi feito. Tudo indica que ainda levará muito tempo até que todo o DNA humano possa ser seqüenciado. E o DNA dos chimpanzés (que alegam ser “um animal a partir do qual o homem evoluiu”) deve ter uma prioridade menor para ser também seqüenciado. Logo, de onde o número 97% que afirmam ser a semelhança do DNA humano com o dos chimps? Será que usaram a regra de três? Quase! Utilizam dados estatísticos corrompidos para tentar sustentar a hipótese da replicação de dados, o que na realidade não ocorre, e mesmo se ocorresse, pelas leis matemáticas da estatística, tais replicações só poderiam atingir um valor máximo de 96.2 %, jamais superior. Porém nem uma coisa nem outra jamais ocorreu. Estas afirmações sobre a suposta similaridade do DNA humano com o dos chimpanzés só podem ser aceitas como fatos científicos pelos cientificamente iletrados, em um processo de doutrinação evolucionista nos meios de comunicação de massas.
    Quanto a : “e os mitocôndrias outro DNA, sendo que os genes mitocondriais provêem exclusivamente da mãe. O Ensino mundial reproduz tal conhecimento.(fthy)” (????)

    AS mitocôndrias são organelas celulares que participam do Ciclo de Krebs para a geração de energia sob forma de ATP, e daí? Custa-me crer que fthy se utiliza da aberrante afirmação de que as mitocôndrias seriam “bactérias” saprófitas que co-habitam no interior do ambiente intra-celular (afirmação de evolucionista do tipo “mobral”, pois tal afirmação é tão descabida quanto revestida de ignorância biológica evidente e grotesca). Espero que não seja este o caso.
    E ainda:
    De V.: “… inoculando o veneno da mentira e do engano”.
    Lembra-se um texto de poeta-cientista: “A Segunda lei, a mais fundamental do universo,/ Não se pode entender a vida sem a Segunda lei./ E a imortalidade não está na reprodução./ A entropia sempre triunfa sobre a energia.” (fthy) (????)

    Novamente outra afirmação estranha, pois um dos mais poderosos fatos, e não teoria, contrários à teoria da evolução, é a Segunda Lei da Termodinâmica: O físico Lord Kelvin, assim enunciou tecnicamente esta lei: “There is no natural process the only result of which is to cool a heat reservoir and do external work. Em palavras mais simples, esta lei atesta que de um reservatório de energia só pode haver disseminação de calor para o exterior e para realizar trabalho. Ou seja, esta lei observa que toda a energia disponível no universo se está dissipando, e não o contrário.
    De uma forma ainda mais simples, esta lei afirma que todo o compasso energético do universo, a longo termo, é morro abaixo e não morro acima.
    É igualmente observado que todo os sistemas naturais se desintegram quando deixados sós, ou seja, independentes de uma fonte de calor.
    Todos os compostos químicos, ao fim de determinado tempo, se desintegram em material mais simples, eles nunca, por si só se tornam mais complexos.
    A matéria pode ser, temporariamente, modificada, desde que haja uma fonte de calor agregada, porém isto só pode durar enquanto houver uma fonte de energia agregada a um composto material. Quando o composto é liberado da fonte de energia, este retorna ao curso natural, ou seja, o da desintegração.
    Toda a sua energia ganha é transformada em menores níveis de disponibilidade para realizar trabalho.
    Desta forma, toda a energia disponível no universo tende ao decréscimo, e não ao contrário.
    A teoria naturalística da evolução afirma que as leis físicas e os átomos se organizam a si próprios em arranjamentos cada vez mais complexos, o que está em frontal desacordo com o princípio desta segunda lei da termodinâmica. Segundo esta lei, todo o processo energético do universo tende ao desgaste e a um irreversível declínio na disponibilidade de energia.
    A teoria da evolução, por caminhar no sentido contrário a esta lei básica da física, é afirma um processo absolutamente impossível de existir no universo.
    Nenhuma evidência experimental pôde jamais se opor ao princípio da segunda lei da termodinâmica.
    O físico Hatspoulous assim o atesta: There is no recorded experiment in the history of science that contradicts the second law or its corollaries…” ( Não existe nenhum experimento na História da Ciência que contradiga a segunda lei ou o seu corolário).
    Muitos cientistas acreditam que a sgunda lei da termodinâmica, quando verdadeiramente compreendida, já é o suficiente para refutar a teoria da evolução.
    Finalizando: “Deu para V. notar alguma coisa? Em nenhuma das três observações (poderia haver “n”!)” (fthy) (???????)

    “Está mal de leitura o mensagista V.!” (fthy) (???????)

    Quanto a Cinelav: “Os criacionistas deturpam muitas vezes a segunda lei da termodinâmica, que diz que a desordem aumenta num sistema fechado. A terra presentemente é parte de um sistema aberto, recebe energia do sol. Conduzida pela entrada de energia solar (e outras formas de energia, como a química), a complexidade rotineiramente aumenta, como no caso do crescimento de um embrião ou um cristal. Claro que por fim o sol arrefecerá e a vida na terra desaparecerá.”

    Sugiro-lhe que reexamine ou reavelie o que postou, para não incorrer em vexação desnecessária. O texto postado não resiste a um mínimo de rigor científico. Está incorreto desde a premissa ( não é dito que “desordem” alguma ocorra; (desordem em termodinâmica se aplica a outros processos, tais como a desintegração de um palito de fósforo incandescente), passando pelo desenvolvimento (sem pé e nem cabeça, (confunde troca de energia com dissipação do total absoluto) e, no seu final, grotescamente evidenciador de ignorância sobre o assunto ( o somatório de toda a energia gasta para gerar trabalho é subtraído do total de energia geradora (fonte(s) absolutas), esta última se dissipa sem reversão; ( sugestão: consultar ( e procurar entender): troca de calor, desintegração, TERMODINÂMICA, entropia, entalpia, etc…).

    #76429

    Para cinelav ( Valenic ao contrário),

    Um exame detalhado de seu discurso bem pode ser comparado a uma espécie de necrópsia em cadáver poliinfectado. Pela esforçada ( e um tanto quanto desesperadamente forçada) dissertação que postou, se pode separar pústulas de crostas hemáticas, vômito de fezes, úlceras de tumores, e assim por diante. Para ajudá-lo a compreender, o corpo morto é o discurso, as argumentações em favor da posição anti-Deus, são as chagas. O odor pútrido é o objetivo, sendo o pó a decomposição final da sua conclusão.

    “O design que observamos na natureza não é necessariamente inteligente” (cinelav)

    Esta afirmação é uma agressão a qualquer “consciente” reconhecimento (e conhecimento) da aplicabilidade de funções básicas em anatomia, fisiologia, bioquímica, embriologia, imunologia, etc…Uma afirmação do tipo: “a lua é verde porque eu quero que seja.”

    “Uma lei natural é uma descrição, não é uma prescrição.” (cinelav)

    A própria lingüística aqui já pulveriza, por si só, tal enunciado. Se ainda isto não for considerado suficiente, que tal testar a “descrição da gravidade” , (já que pelo enunciado proposto a desobediência a esta “descrição” não traria conseqüências (já que não é lei), saltando de um prédio de 40 andares? Sugiro que NÃO teste esta “pérola” de afirmação.

    “Nenhum biólogo afirma que organismos apareceram subitamente num passo de mutação “acidental”.”(cinelav)

    Falso! Este é o princípio pseudocientífico do evolucionismo. Falta apenas aqui explicar (como fazem os evolucionistas) o fator tempo, para que tais organismos “aparecessem”. Este “surgir de algo que foi o que possivelmente lhe originou” é abc da ridícula teoria evolucionista materialista naturalista ateísta.

    “O teísta, porém, não apresenta qualquer meio independente de testar o discernimento “espiritual”, portanto temos de duvidar disso. O céptico não nega a realidade de experiências religiosas subjetivas, mas sabe que podem ser explicadas psicologicamente sem referência a um domínio supostamente transcendente.”
    “É contraditório chamar a deus “ser não físico”. Um ser tem de existir como alguma forma de massa no espaço e no tempo.”
    (cinelav)

    Eis aqui espécies de epítomes da CEGUEIRA espiritual. Como “testar” que um filho conhece seu pai e sua mãe? Ter-se-ia que “testar” em primeiro lugar a própria existência, em segundo a do pai, e por aí adiante…(redução da condição ( e posição criacional) do homem à dos quadrúpedes, répteis, insetos, etc…que são naturalmente limitados ao biológico e não entendem a realidade da consciência. Posição deveras bestial.
    Este tipo de posição intelectual é semelhante a anedota que se segue: “Mãe, hoje fui à minha primeira aula de uma nova corrente de filosofia! E como foi meu filho? Bem…quando o professor iniciou a chamada, logo se iniciou uma discussão sobre se realmente existíamos”. Esta patética e lamentável atitude não é conveniente a ninguém que se proponha a continuar mentalmente saudável, pois pode induzir ao literal desequilíbrio das faculdades mentais. Isto beira a psicopatologia. Tal posicionamento mental é inclusive perigoso e esbarra em potencial despersonalização se usado como doutrinação. Também tem paralelos em lavagem cerebral. Novamente: Não recomendável!
    Quanto a “um ser tem que existir como alguma forma de massa no espaço e no tempo”; Quem foi que o disse? Você? E quem é você?
    Contudo eu conheço Aquele que disse:
    “ Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” ( João 4: 23,24)
    Isto se cumpre em mim. Eu, meus irmãos e o Pai, em Cristo, no Espírito Santo, somos Um. Nós temos experimentado toda a realidade espiritual, física, mental e sobrenatural destas palavras do Senhor Jesus Cristo. Adoramos a quem conhecemos e servimos a Este a quem amamos e em quem você não crê. Se disséssemos que não O conhecemos, seríamos mentirosos, porém a Verdade é a nossa realidade. Por Cristo vem o resplendor do verdadeiro conhecimento de Deus, mas por satanás, senhor de muitos, vêm as trevas do cativeiro da cegueira espiritual, e esta impera nos corações dos que rejeitam o conhecimento de Deus, que hoje, aqui, agora, é a você oferecido, e isto de Sua parte. A quem prefere ouvir? A Deus, que fala pela Bíblia, pela natureza que Ele criou, por nosso intermédio e também independentemente de nós, ou prefere ouvir ao pai da mentira, o diabo? E ainda você se pergunta :
    “ Que tipo de pessoa torturaria eternamente alguém que duvida honestamente?”
    O tormento eterno sobrevirá, irremediavelmente, a satanás e a todos quantos se lhe unirem nesta grotesca e escancarada revolta e rebelião contra Deus. Se o amor da Verdade for recusado pelo homem (quem quer que seja), isto redundará em ira a ser manifestada. Não é pela inquirição honesta e legítima que alguém é condenado ao inferno, mas sim pela deliberada escolha pela rejeição do Único Soberano Eterno, o Deus vivo. E este Deus misericordioso e perfeito se tem feito ouvir, e repetida e ininterruptamente ao longo de toda a breve e já quase finda história da humanidade.
    Nós, homens como você, servimos e também, devida e sabiamente, tememos a Este a quem amamos. Hoje e pelos séculos dos séculos! Que possa você estar entre nós!

    #76430
    mauricio
    Membro

    Alguns advogados cristãos – alguns juízes eminentes e estúpidos – disseram e ainda dizem que os Dez Mandamentos são o fundamento da lei.

    Nada poderia ser mais absurdo. Muito antes de esses mandamentos serem dados havia códigos legislativos na Índia e no Egito – leis contra o assassinado, o perjúrio, o furto, o adultério e a fraude. Tais leis são tão antigas quanto a sociedade humana; tão antigas quanto o amor à vida; tão antigas quanto a indústria; quanto a noção de prosperidade; quanto o amor humano.

    Nos Dez Mandamentos todas as idéias boas são antigas; todas as novas são tolas. Se Jeová fosse civilizado, teria dispensado o mandamento sobre guardar os sábados para o santificar, e em seu lugar diria: “Não escravizarás o teu próximo”. Teria omitido aquele sobre o juramento, e diria: “Não terás senão uma única esposa, e a mulher não terá senão um único marido”. Teria deixado de lado aquele sobre imagens esculpidas, e diria: “Não provocarás guerras de extermínio e não desembainharás tua espada senão em legítima defesa”.

    Se Jeová fosse civilizado, quão melhores seriam os Dez Mandamentos.

    Tudo que chamamos de progresso – a emancipação do homem, o trabalho, a substituição da pena de morte pela prisão e da prisão pela fiança, a destruição da poligamia, o estabelecimento da liberdade de expressão, os direitos de consciência; em suma, tudo que favoreceu o desenvolvimento da civilização humana; todos os frutos da investigação, da observação, da experimentação e do livre-pensamento; tudo que o homem conquistou em benefício do próprio homem desde o fim da Idade das Trevas – tudo isso prescindiu do Velho Testamento.

    Permitam-me ilustrar a moral, a misericórdia, a filosofia e a bondade do Velho Testamento:

    A história de Acã

    (Cf. Josué 7)

    Josué tomou a cidade de Jericó. Antes da queda da cidade ele declarou que todos os despojos deveriam ser entregues ao Senhor. Apesar dessa ordem, Acã escondeu uma capa babilônica e um pouco de prata e ouro.

    Posteriormente, Josué tentou tomar a cidade de Ai. Ele fracassou e muitos de seus soldados foram mortos. Josué procurou a causa de sua derrota e descobriu que Acã havia escondido uma capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro.

    Diante disso, Acã confessou.

    Então imediatamente Josué tomou Acã, seus filhos, filhas, esposa, bois e ovelhas, apedrejou-os todos até a morte, e então queimou seus corpos.

    Nada indica que seus filhos e filhas haviam cometido qualquer crime. Certamente, os bois e ovelhas não deveriam ser apedrejados à morte pelo crime de seu proprietário. Essa foi a justiça, a clemência de Jeová!

    Após Josué ter cometido esse crime, com a ajuda de Jeová, ele capturou a cidade de Ai.

    A história de Eliseu

    (Cf. II Reis 2:23-24)

    “Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, dizendo: Sobe, calvo; sobe, calvo!”

    “E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou em nome do Senhor. Então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.”

    Esse foi a obra do bom Deus – do misericordioso Jeová!

    A história de Daniel

    (Cf. Daniel 6)

    O rei Dario honrou e exaltou Daniel, e os príncipes nativos estavam enciumados. Então persuadiram o rei a assinar um decreto – válido por trinta dias – que condenaria à cova dos leões qualquer homem que pedisse algo qualquer deus ou homem, salvo o rei Dario.

    Posteriormente, esses homens descobriram que Daniel, com a face voltada a Jerusalém, rezava três vezes ao dia para Jeová.

    Por isso, Daniel foi atirado à cova dos leões; uma pedra foi colocada sobre a boca da cova e ela foi selada com o selo real.

    O rei teve uma noite inquieta. Na manhã seguinte foi à cova dos leões e chamou por Daniel. Daniel respondeu e disse ao rei que Deus havia enviado seus anjos e fechado as bocas dos leões.

    Daniel foi libertado vivo e ileso, e o rei converteu-se e passou a acreditar no Deus de Daniel.

    Dario, sendo então fiel ao verdadeiro Deus, mandou os homens que haviam acusado Daniel, suas esposas e filhos para a cova dos leões.

    “…e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.”

    O que as esposas e crianças fizeram? Que ofensa cometeram contra o rei Dario – o fiel de Jeová? Quem protegeu Daniel? Jeová! Quem deixou de proteger as esposas e crianças inocentes? Jeová!

    A história de José

    (Cf. Gênesis 41)

    O faraó teve um sonho, e este sonho foi interpretado por José.

    De acordo essa interpretação, haveria no Egito sete anos de fartura, seguidos de sete anos de fome. José aconselhou ao faraó comprar todo o excedente dos sete anos de fartura e armazená-lo para os anos de fome.

    O faraó nomeou José como seu ministro – ou agente –, e ordenou que comprasse a produção excedente de grãos dos anos de fartura.

    Então veio a fome. O povo pediu ajuda ao rei, o qual disse que deveriam procurar por José e fazer o que ele ordenasse.

    José vendeu trigo aos egípcios até que seu dinheiro se esgotasse – até ficar com todo ele.

    Após o dinheiro ter acabado, o povo disse: “Dê-nos trigo e lhe daremos nosso gado”.

    José deu-lhes trigo até que todo o gado, os cavalos e os carneiros fossem dados a ele.

    Então o povo disse: “Dê-nos trigo e lhe daremos nossas terras”.

    Então José deu-lhes trigo até que todas terras fossem dadas a dele.

    Mas a fome continuou, e assim os pobres infelizes venderam a si mesmos, tornando-se servos do faraó.

    Então José lhes deu sementes e fez um pacto com eles, segundo o qual deveriam eternamente dar um quinto de tudo que produzissem ao faraó.

    Quem permitiu a José interpretar o sonho do faraó? Jeová! Ele já sabia antecipadamente que José usaria aquela informação para extorquir e escravizar o povo do Egito? Sim. Quem produziu a fome? Jeová!

    É perfeitamente nítido que os judeus não viam Jeová como o Deus do Egito – como o Deus de todo o mundo. Era o Deus deles, e tão-somente. Outras nações tinham deuses, mas Jeová era o maior de todos. Ele odiava outras nações e outros deuses, detestava todas as religiões exceto aquela que o adorava.

    #76431

    Cinelav 22 de Abril de 2002 – 3:09 pm:
    Trechos de C.:
    – As histórias da Bíblia são apenas isso: histórias.
    – ineficazes Dez Mandamentos
    – Mas quanto mais aprendemos, menos deuses precisamos
    – Tem de existir um Governador Divino
    – Não precisamos de deidade para nos dizer que é errado matar, mentir, roubar.
    – Toda a pessoa que não possa dizer “tenho uma crença num deus”, é um ateu.
    – A Bíblia é contraditória.

    Entende-se que está tudo equivocado acima.
    – A Bíblia é o Volume Um na História Humana Ocidental.
    – Os mandamentos estão institucionalizados nas leis, nos direitos.
    – O conhecimento humano não tem nada a ver com divindade.
    – Dizer que “tem de existir” já é coisa de estar a atuar como “divindade”.
    – Os problemas humanos não tem nada a ver com a divindade.
    – A crença é íntimo: seja crente ou ateu dá tudo no mesmo, cada um consigo.
    – A Bíblia deu o que pôde dar: estórias, folclore, imaginários.

    Cinelav: “Muitos teístas, quando se apercebem que os seus argumentos filosóficos falharam”.
    – inexiste argumentos filosóficos relativos à Divindade! Tomás de Aquino tentou, tentou e desistiu, entregou os pontos! Ignorar Aquino faz mal à mente, para mensagista que busca lidar com crenças!

    O mensagista C. pôs-se a conceituar palavras. Está equivocado pois ninguém atua pelo vocábulo descrito. Em cada sítio humano há um modo-de-ver.

    C.: “É evidente que a definição de religião pode variar com cada religioso”.
    Está equivocado C. com tal de “evidente”! Religioso não “define” sua crença pois é um fenômeno! Fenômeno não se define! E religião é uma organização, uma hierarquia, uma regulamentação. A “definição” da Igreja Católica está na sua História!
    (fthy; 23/04/2002)

    #76432

    Ferris,

    Ortega y Gasset narra uma cena na qual encontra-se um ilustre homem agonizante, um médico conta as pulsações do moribundo. Sua mulher está junto ao leito. No fundo do quarto outras pessoas : um jornalista que assiste a cena obitual por conta de seu trabaho, e um pintor, que a má sorte o conduziu ali. Esposa, médico, jornalista e pintor observam o mesmo fato . No entanto, este único e mesmo fato – agonia de um homem – se oferece distintamente a cada uma dele.

    A mesma realidade quebra-se em outras tantas realidade divergentes quantos pontos de vista, mas qual será a “autêntica “?

    qualquer tomar partido é arbitrário, nesse sentido vamos ter que classificar pontos de vista de forma a chegar a uma realidade mais próxima da realidade normativa , prática, não absoluta.

    Uma das formas é medirmos uma das suas dimensões, que seria a distância espiritual do fato comum , da agonia.

    No caso da mulher a distância é mínima, a mulher intervém na cena com toda a sua alma ; o médico intervém seriamente , pensando na responsabilidade e prestígios da sua profissão ; o jornalista, obrigado por sua profissão, não por livre e espontânea vontade , intervém mediante o olhar, deve limitarse a ver e relatar o visto de forma a comover seus leitores e por último o pintor, contempla a cena do ponto de vista externo, perpesctivas, luzes, sombras, … valores cromáticos.

    A distância da dimensão espiritual nos remete a uma objetiivação do fato, o contrário remete a estar vivendo a “realidade ” .

    Entre todos os aspectos da realidade, existe um dos que derivam todos os outros, que é justamente a realidade vivida pela esposa, senão tivesse alguém que vivesse em pura entrega a agonia de um homem , as participações do médico, do pintor e do jornalista seriam no mínimo patéticas, vazias ; um cuadro, uma poesia donde não reste nada sobre formas vividas seriam a mesma coisa que nada, nesse sentido a realidade vivida é considerada como primacia, sendo humanas todas as realidades.

    “diante de fenômeno humano deve atuar de modo empírico ” .-

    talvez … as realidades que integram o mundo encontram-se em nossas idéias.

    O filho que contempla o mar , por vez primeira e instantinhos depois diz a seu pai : “Me ensina olhar “.

    Cabe a pergunta , quem deveria ensinar a quem , acredito que ambos.

    A percepção que o filho têm do mar, é imediatista e direta, está plenamente na experiência, da mesma forma que á esposa próxima do marido que agoniza, ambos podem ter uma experiência similar, e interminablemente repetida e com a mesma intensidade enquanto experienciada com todo o ser, o mar enquanto desconhecido pelo filho, e a dor da esposa, por nao lograr se dissociar da cena, pois a cena deixa de ser cena para formar parte dela.

    O olhos do adulto que contemplam o mar operam num nível distinto, na medida em que pensa que vê realmente o mar ; o mar confirma sua realidade enquanto é de seu conhecimento o que é o mar, seus fluxos, refluxos etc … ; seus olhos operam com a finalidade de provar seu conhecimento, dando certa segurança perante o mundo.

    Diante dos fenômenos humanos, duas leituras propostas , a analítica e a paradigmática ; o limiar seria talvez , resgatar a inocência do olhar espontâneo em um nível superior , essa volta a inocência só seria possível depois de ter perdido a própria inocência.

    abs.

    #76433

    Após Valenic, 22 de Abril de 2002 – 10:10 pm:

    V.: “O que tem a ver a ida do homem à Lua com a falácia da teoria evolucionista materialista humanista secular? O fato de o homem ter ido à lua, por ter sido um fato, não corrobora uma fantasia: o big bang ocorreu”.
    Eis que V. envereda pelo mais tortuoso, mais encalacrado!
    O Big-Bang … não ocorreu! Está uma teoria que está a resistir ao assédio de propostas que visam sua falsificação.
    Cientificamente tudo pode ser conjecturado, pois há um filtro que cobra a credibilidade da proposição junto à comunidade que engloba colegas favoráveis, os críticos e os adversários.
    Sugere-se que V. não se instrumentalize de insensatez!

    A pisada-na-Lua indica que a Ciência está num plano e a Religião noutro plano. Talvez se cruzem lá num ponto inimaginável para o espírito científico, e num ponto imaginário para os crentes: vão encontrar a Divindade.

    V.: ” (????) O que vem a ser esta afirmação? Equívoco de redação? Sim, as células possuem Ácido Desoxirribonucléico (DNA) em seus núcleos, e daí?”.
    Eis que V. envereda pelo descaminho!
    Ao afirmar-se que o ensino reproduz o conhecimento (óbvio para todos), o intento está em salientar que Ciência está num plano e Religião noutro. Acontece que V. não pode misturar as coisas! Nenhum assunto que estiver com abordagem científica deve afetar a religiosidade. Cada religião já está constituída e fim-de-papo. As cientificidades não ameaçam as religiosidades! O conhecimento não está nem a favor nem contra, muito antes, pelo contrário, relativo à crença religiosa.

    V.: ” contrários à teoria da evolução, é a Segunda Lei da Termodinâmica”.
    Eis que V. adentra no meio-do-brejo!
    A entropia (2ª lei) está “ambiente do universo”, figurativamente semelhante ao ar na superfície terrestre. Entropia em tudo. Na Terra está único sítio onde há neguentropia (reação à entropia): a Vida. “O que é a Vida” está como a interrogação maior que a Ciência encara. O paradoxo está como desafio ao atuar científico. Nada de “contrários”.

    V.: “Teoria naturalística da evolução afirma que as leis físicas e os átomos se organizam a si próprios em arranjamentos cada vez mais complexos, o que está em frontal desacordo com o princípio desta segunda lei da termodinâmica”.
    Eis V. a promover arruaça mental … em si!
    Primeiramente, pra quê se meter com “naturalista”, coisa de séculos já distantes!
    Na atualidade, pela teoria do Big-Bang as partículas se formaram nos primeiros instantes. Todas! No processo de expansão e resfriamento se formaram todas as partículas. E após o que houve foi a formação de aglomerados e tudo o mais. Mas as partículas (os tijolinhos) já estavam feitos!

    V.: ” (????) (???????)”.
    Eis enfim que V. se põe a expressar com clareza!
    Acontece que com seus arranjos de interrogativos, V. se consegue interditar miscelâneos. Sugere-se o seguinte para V.: – religiosidade não tem nada a ver com a Bíblia, nada ver com Igreja, tudo a ver com pessoalidades; – a Bíblia está como documento que só interessa à religião; – cientificidades tem tudo a ver com conhecimento humano, tudo a ver com deslindar a Natureza (e a Vida); – sabedoria tem tudo a ver com conciliar religiosidade com conhecimento.
    (fthy; 23/04/2002)

    #76434

    Ref. Maurício, 23 de Abril de 2002 – 4:21 am: “Tudo que chamamos de progresso – a emancipação do homem, o trabalho … – tudo isso prescindiu do Velho Testamento”.

    Assim não vai dar pé! Com tal texto M. está num embrenhar-se no-mato-sem-cachorro.

    “Tudo isso prescindiu do Velho Testamento”: coisa terrível tal expressar, impossível que alguém se dispusesse a propor assim! Ao menos é como se imagina até há pouco antes de ler a mensagem de M. Desconfia-se que M. seria argumentador para o programa-tv Descontrole daquele cara-mtv.

    Atenção M.! Para entrar direto na cachola, nem precisa pensar! A Civilização Ocidental é fruto do esforço do povo hebreu juntamente com o povo grego juntamente com a cristandade mediterrânea juntamente com o católico romano juntamente com a cientificidade.

    M.: “Nos Dez Mandamentos todas as idéias boas são antigas; todas as novas são tolas”.
    Alerta-se para M. não desligar a época, o contexto. Para um povo que estivera submetido à escravidão, as Leis vieram como um “farol” inicial para viver em aglomerado disciplinado, regulamentado. Aquela coluna de pessoas a zanzarem pelo deserto estava cada um por si. Nunca iriam chegar a lugar algum. Moisés adotou a primeira eficácia para compor um povo liberto.
    Muito ruim a leitura de M., numa postura de “niilista cínico” antiquada.

    Recomenda-se que M. dê significância à História, não desdenhe contextos, situe com alguma precisão as circunstâncias. Muito precário o raciocinar de M.!
    (fthy; 23/04/2002)

    #76435
    mauricio
    Membro

    Sou a consequência do Dr. Valenic, meu raciocínio é o que dá equilíbrio ao peso Valenic. Nunca fui chamado de satanás na minha vida, nem pelo mais fervoroso religioso com o qual conversei. Ambiente internet é novidade para mim. Valenic é novidade para mim. Não quero convencê-lo de nada. Estou apenas começando a me divertir.

    #76436

    Ref. Karein, Karein, 23 de Abril de 2002 – 11:21 am.

    1) Imagina-se que a esposa estivera a acompanhar a agonia do marido, o sofrimento dela a integra ao complexo juntamente com o médico, três que estão no-mesmo-barco, três complementares (figurar esdrúxulo: “pizza de três fatias”). Para os três não há fenômenos previsíveis, claro que coisas estranhas poderiam ainda acontecer, mas improváveis, normalmente não há fenômeno. Entretanto para o jornalista que assiste, tudo os agires estão favoráveis a fenômenos, ao observador profissional, enquanto permanecer num papel suplementar, de-fora-do-barco.

    2) A criança levou um choque diante da imensidão: “Me ajuda a olhar, pai”. O pai detêm o saber daquele contexto que o filho não compreende, o pai vai esclarecer ao filho através de explicativos circunstanciais, o pai não vai definir o contexto, ele vai levar o filho a brincar nas ondas, a sentir a força do repuxo, a mergulhar jacaré, a avançar na profundidade, o gosto da água, a escavar na areia para pegar mariscos, as tatuíras, as gaivotas, os caramujos, fazer castelinho e “n” outras. Uma parcela significativa do fenômeno vai ser racionalizada. Outras ainda o serão adiante.

    3) Os olhos do adulto operam pelo contexto, devido ao Saber adquirido. Recordar que Saber é Poder. O pai dispõe de Poder do conhecimento. O pai ao levar o filho exerceu o Querer. Saber é Poder é Querer. Evidente que o pai se sente seguro de obter êxito na iniciativa de levar o filho a conhecer o mar.

    4) Sobre o pintor, nada de má sorte, pelo contrário, uma tremenda sorte presenciar um evento daquele quilate! Quantos fenômenos não lhe surgirão para identificar, atuar analiticamente e gerar obras de arte! Um “sortudo” o pintor!

    5) Sugere-se eliminar do raciocínio a idéia de “autêntico”. Deixar tal sobrecarga para os fundamentalistas, literalmente uns azarados. Pois o momento da morte estava autêntico somente para o doente, a dor da separação definitiva autêntica somente com a esposa, a frustração autêntica de não curar com o profissional de medicina, a cena de fato autêntico para o jornalista, e a riqueza de autenticidades para o pintor. Inexiste reprodução de autênticos iguais. Num exemplo meio exagerado: no ato sexual, amantes a se, coexistem duas autenticidades, isso que tal intimidade está ao máximo possível para o humano.

    6) Certamente que o inusitado daquele contexto vai acarretar comoções, médico pela solidariedade, jornalista pelo texto que produzirá, pintor pelo retratar com expressões.

    7) Nada de qualquer partido é arbitrário! Diante de fenômenos tudo depende do indivíduo e seus “atravancos íntimos”. Arbitrário somente quando há presença de racionalidades de senso comum.

    8) Nada de realidades encontram-se nas nossas idéias. Diante de um fenômeno vale as impressões, os inéditos, as surpresas, a coisa nunca vista nem esperada nem imaginada. Idéias ficam de fora enquanto indivíduo apanhado por fenômeno.

    9) Revista semanal IstoÉ, 24/04, entrevista com literata Lygia Telles que fala sobre Simone de Beauvoir: “Ela aceitou a velhice, jamais faria plástica por vaidade, ela transformava a própria velhice em textos, criava com sua velhice, é um modo de colocar indesejados/ inevitáveis em salutares, criativos”.
    Mais de Telles: “Eu procuro transformar as coisas erradas segundo meu modo de ver, em outras que chegam até a parecer engraçadas”.

    10) Essa é quente! Não desconsiderar! A inocência sempre se faz sentir quando diante de fenômeno. Nunca antes nem depois. Reparar que a inocência aflora com o surpreendente, o fantástico, o exuberante. A inocência está sempre num instante. A felicidade é o mesmo que a inocência, coisa de fluir em instantezinhos. Antes do fenômeno não há inocência tal como não há felicidade. Reparar que durante o aprendizado, o indivíduo está aprendendo, não está a aprender tudo ao mesmo tempo, ninguém o consegue, por isso é que há o período letivo em oito + três + seis anos, e pelo resto da vida mais saber para o Saber. As escritoras Beauvoir e Telles viveram inocências tanto quanto noutros tempos.

    11) A leitura analítica e paradigmática está para alguém que decide-se estar diante de um fenômeno, alguém que identifica ou invenctiva ou opta lidar com um evento fenômeno. Evidente que no caso de alguém estar interno ao fenômeno, ou deve vivê-lo ao máximo enquanto de-bem, ou então cair fora se estiver de-mal, nada de leituras neste caso durante, somente após.
    Exemplifica-se com o ato sexual que se trata de algo como “está a estar num está para estar”. Nada impede porém que depois de, seja feito balanço do, consigo ou conjuntos.
    (fthy/23/04/2002)

    #76437

    Após 23/04/2002, 4:43 pm, Maurício.

    Para trombar com V. ou C., entende-se que M. poderia evitar um chutar na canela-dos-demais (mente!), de F. e talvez de outros quem sabe.

    Reparar nas regrinhas fundamentais adotadas em fóruns intranets, modo pague&participe:
    1ª Em ambiente internet importa é a palavra escrita, só palavra!
    2ª A identidade do mensagista está com o conteúdo textualizado, só conteúdo!
    3ª O interagir depende da suficiência em apuros, só suficiência!

    Reparar que V. ao se permitir identificar como “fundamentalista” desatendeu à regra. Caso M. permanecer como amoitador de V. ficará “identificado”, às vezes fica até estigmatizado. Reparar que regras não estão feitas à toa, coisa só para aporrinhar. Acontece que quando o mensagista cai “identificado”, ele perde mobilidade, credibilidade e mais adiante liberdade.

    Imaginar fórum de indivíduos que possam estar a conviver seja no mesmo setor ou na mesma função ou no mesmo círculo de amizades e familiares. A performance para não se revelarem está um jogo particular. Evidente que entabular via senso comum leva à derrocada rapidamente. Põe a cachola a funcionar para “abater” o personagem V. (no bom sentido, evidente!)
    (fthy; 23/04/2002)

    #76438

    Ferris,

    Iluminação enquanto fenômeno .-

    Um Koan (ko -público /an – documento).-

    espécie de problema que o mestre zen formula a seus discípulos para que o resolvam . Mais por um lado “documento público” não condiz con o zen, pois o Koan estaria dentro de nós mesmos, pois é retirado do nível inconsciente para o nível do consciente , em tal caso pode-se dizer que o koan foi “compreendido” .

    Os koans , segundo o zen , insinuam a Verdade Suprema, sob a roupagem de uma linguagem desconcertante . No entanto, pergunta implica em intelectualização, mais paradoxalmente, o zen rejeita todo tipo de perguntas ; o mestre zen Baso Do-ichi, dava literalmente pauladas e bofetadas nos seus discípulos quando questionado sobre a verdade do zen ; o entendimento é superficial na medida em que aflora na superfície da consciência, mas quebrando essa superfície estaria mais próximo do inconsciente. Mas esse inconsciente tampouco pertence ao domínio da psicologia .

    uma parcela significativa do fenômeno vai ser racionalizada .-

    o intelecto, a moralidade ou a conceituação fazem parte do processo na medida em que são necessárias para compreender suas próprias limitações.

    leitura paradigmática zen : (?)

    – aplicando choques de desconhecimentos
    – reagindo ao choque com estranhezas
    – desfazendo choques por discernimentos

    ref. diante de fenômeno tudo depende do indivíduo e seus “atravancos íntimos” –

    no zen evita-se atravancos, pensando com o abdomem.

    Um científico norteamericano visitou um povo primitivo e quando falaram para eles que os occidentais pensavam com a cabeça, os homens primitivos pensaram que os norteamericanos estavam malucos . Disseram : ” nós pensamos com o abdomem “.

    O ventre representa , a totalidade del ser , ao tempo que a cabeça representa a intelectualidade.

    “Pensar ” com o abdomem signficaria na realidade fazer descender o diafragma a fim de deixar espaço para que os órgãos toráxicos funcionem adequadamente, para “receber “o Koan.

    inconsciente psicológico versus inconsciente ontológico .-

    o primeiro fazendo uma leitura freudiana , bem suscinta, rasgo neurótico da personalidade, determinado pela necessidade terapêutica de curar um sintoma particular ; o segundo , leitura zen, desaparecimento da polaridade da consciência frente ao inconsciente, percepção imediatista da realidade, talvez nesse sentido a resposta esteja muito mais próxima em termos físicos do que se imagina do mistério da Divindade, de Deus, do Uno.

    Freud advertiu como a repressão interfere com o sentido da realidade de uma pessoa, e como a supressão da repressão leva a uma nova apreciação da realidade.

    O povo judeu poderia afirmar que Moisés estava em este estado (iluminado) no Monte de Sinaí quando ouviu a Deus anunciar seu nome como ” Eu sou quem sou “.

    ” Porque agora vemos por espelho em enigma , mas então veremos face a face ; agora conheço em parte , mas então conhecerei como também , sou conhecido. ” (I Corintios, XIII, 12)

    abs.

    #76439

    Ref. 24 de Abril de 2002 – 12:15 am, Karein: ” Moisés estava neste estado (iluminado) no Monte de Sinaí quando ouviu a Deus anunciar seu nome como 'Eu sou quem sou' “.

    1) Certamente que enquanto numa conversação apurada, sem os costumeiros ruídos, a interpretação de Moisés “iluminado” estaria aceita racionalmente, para conjecturar, com probabilidades.
    Tal versão permitiria deslindar contextos:
    – imaginar um povo que acabara de se livrar da escravidão (status de escravo é inferior aos animais úteis);
    – imaginar indivíduos que se percebem livres de castigos, pancadas e surras, e indignidades absurdas;
    – povo a vagar pelo deserto estava completamente desregrado, literalmente cada um por si;
    – imaginar a promiscuidade, insólitos, ultrajes, desordens, crimes, tudo sob a impunidade absoluta; (dá para imaginar muito se tiver tempo).

    A Bíblia está como o impresso mais avolumado em paradigmas para o Ocidente; evidente que deve ser privilegiada uma meta-leitura, de metafóricos, figurativos. Proceder a leituras estilo oriental, sobre coisas do Ocidente, funciona como meta-leitura.

    2) “Eu sou quem sou”.
    Atenção. Sugere-se nervos de aço para o que segue, que não está facilitado nem para cabeças-quentes, nem para pavios-curtos, nem para chiliquentos.
    Assim está relatado:
    “Eu sou … quem … sou”.
    Assim está interpretado:
    “Meu atuar … está conforme … detenho o atuar”.
    Assim está num analítico:
    “Detenho o atuar” … Saber,
    “Está conforme” … Poder,
    “Meu atuar” … Querer.
    Assim está num paradigmático:
    Saber é Poder é Querer.

    Com tal paradigma, que ficou esclarecido para Moisés enquanto a sós, em retiro para refletir, e propenso a aceitar meta-aconselhamentos, ele pôde discernir um conjunto de raciocínios básicos. Ele refletiu, e pensou (falou consigo!) assim (mais ou menos!), enquanto estava a sós:

    “Primeiro. O que está escrito na pedra é o meu saber, adquirido empiricamente, durante esse tempo todo, no conduzir meu povo a se livrar da escravidão, por este terreno inóspito, em busca de algo ainda nem bem identificado”.

    “Segundo. Este saber vou apresentar como leis, as primeiras leis propostas em modo do-povo-para-o-povo. Certamente que ouvirei muito de bendito-seja e p-q-p, mas não tem outro remédio, o tempo vai me dar razão, pois não se pode continuar um mero aglutinado sem tramontana. Então com estes poucos preceitos, que denomino Dez Mandamentos, vou bancar a autoridade com estado-maior e lugares-tenentes e acabar com conchavos e dissolver bandos de arruaceiros. Vou me apresentar com Poder”.

    “Terceiro. Já que disponho de Saber (leis!) e Poder (planos!) deverei bancar muita vontade, pois muito me incomodarei, haverá bate-bocas e troca-de-tabefes, homens e mulheres vão dizer que eu quero escravizá-los, evidente que tolerarei tudo mas não tolerarei a intolerância, serei intolerante contra a intolerância, vou precisar uns líderes homens e mulheres para reproduzir padrões, caramba!, não sei o quanto vai me custar, mas é preciso Querer”.

    “Quarto. Agora que estou com Saber nas Leis, Poder nos planos, e Querer nas etapas, vou tirar uma soneca e depois vou descer para enfrentar aquele bando que eu amo”.

    Dito e feito! Assim é que teria (Teria? Teria!) iniciado a saga da Civilização Ocidental:
    – indivíduo Moisés,
    – as duas tábuas rabiscadas debaixo do braço,
    – um cajado nas mãos,
    – na mente a diretiva “Saber é Poder é Querer”,
    – um aglomerado de indivíduos mãos-à-obra,
    – e todo o tempo e espaço do mundo.
    (fthy; 24/04/2002)

    #76440

    a cerca das duas últimas mensagens de karein e fthy

    ” eu sou quem sou ” um koan…

    os “dez mandamentos” um koan… não tão consciente como a descrição de fthy….não tão planejado…

    “imagem e semelhança”….koan…semelhante mas não idêntico…se idêntico fosse perfeito seria…não que seja imperfeito, apenas deslocado/dividido/dual.

    abs.

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