Belém do Pará

belém do pará

A quem, como nós, aporta, descendo o rio, traz esta cidade à idéia a vista de Montevidéu, pela sua posição num promontório, pela disposição das ruas e templos, e a enseada do arsenal, que também recorda a Ensenada da capital cisplatina.

E’ uma das mais belas e saudáveis do Brasil, e talvez a quar­ta em população e comércio.

Distingue-se em vida velha e nova: nesta as ruas são mais bem alinhadas, quase paralelas e de regular largura; algumas som­breadas, com aléias [1]) de gigantes mongubeiras, mangueiras e palmeiras imperiais, formosos espécimenes 1) da maravilhosa ve­getação do país e que aí fazem imorredouro o nome do general Je- rônimo Francisco Coelho, o primeiro presidente que promoveu o seu plantio. As da cidade velha são menos retas e paralelas. Pro­longam-se para fora da cidade com o nome de estradas, e são or­ladas de chácaras e sítios, ou rocinhas, algumas bem aprazíveis eencantadora: vivenda habitual de pessoas abastadas, muitas empregadas na cidade.

Dessas ruas, as do Imperador, Imperatriz e Mercadores são as principais, largas e vistosas, no centro do comércio e as de maior concorrência da população; sendo a primeira a mais bela, por seus edifícios e melhor alinhamento, e por correr paralela­mente ao cais, que lhe fica fronteiro.

Conta vários edifícios notáveis, entre outros o teatro da Paz, na Praça D. Pedro II, um dos melhores estabelecimentos do seu gênero, sinão o melhor do Império; o palácio do governo, vasto sdifício de arquitetura pesada, mandado construir pelo Marquês ie Pombal para residência real, sendo sabido que era uma das suas idéias de maior magnitude a transferência da côrte para o Brasil; □ paço da assembléia provincial, ainda em construção e muito se­melhante ao precedente; a Catedral, Nossa Senhora da Graça, tem­plo de três naves e um dos mais vastos e importantes do Brasil; a grandiosa matriz de Sant’Ana, com um formoso zimbório; o Co­légio do Amparo; o Banco Comercial; o Hospital Português de Beneficência; e também — porque não deixa de ser notável — o antigo convento das Mercês, enorme casarão não concluído e que, a-pesar-disso, acomoda a alfândega com seus armazéns e guarda- moria, o correio, a recebedoria provincial, a caixa esonômica e ainda, o que é singular, duas tabernas aos lados da igreja.

Na praça do Palácio a gratidão nacional vai erigir a estátua de um dos mais distintos filhos da província, o heróico general Gurjão: monumento que tanto honra a memória dêsse soldado ilustre como exalta o patriotismo dos seus comprovincianos.

Desde 1864 é a cidade iluminada a gás.

Dizer que os seus arredores são pitorescos e aprazíveis, des­necessário e. Entre todos, destaca-se [2]) o de Nazaré, onde anual­mente, numa pequenina igreja na praça do mesmo nome, celebra- se a festa mais popular da terra.

A estrada de Marco de Légua é um longo e formoso passeio de mais de légua, bordado de ambos os lados pelas mais soberbas árvores.

Há na cidade uma linha de carris de feríro ou bondes, de mui­to tráfego, como ordinariamente são tôdas as do seu gênero.

O comércio é florescente e prometedor. Belém há-de ser um dia, e bem próximo, um dos mais importantes centros comerciais da América do Sul e o empório mercantil de tôda essa vasta bacia amazônica. .

Sempre em seu pôrto há um grande número de navios, prin­cipalmente estrangeiros. Ocasiões há em que cinco e mais vapo­res de longo curso aí ancoram. Dr. João S. da Fonseca.

7) Espécimen ou espécime — e não especímen — exemplar, amostra, modêlo; o plural: especímenes ou espécimes.


português temos alameda e admena, que exprimem o mesmo que allée, e dispensam, portanto, o têrmo importado.

[2] destaca-se, no sentido de sobressair, distinguir-se é considerado ga­licismo pelos puristas.

Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.

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