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Explicamos a predileção dos povos caçadores pelos adornos de penas, em virtude do prazer que experimentam ao contemplar a sua cor e o seu brilho. Mas, o valor estético da pluma reside também em sua forma. Não é possível descrever ou analisar o encanto sempre novo das plumas em movimento ou em repouso. O que não se faz mais necessário, pois todos quantos possuem o sentimento das formas com freqüência o experimentaram. Efetivamente, a pena conservou o seu lugar no adorno, através de todas as mudanças de modas e civilizações. É encontrada tanto no capacete do soldado civilizado quanto no frontal do guerreiro primitivo. É verdade que há muito desapareceu do traje do homem, mas tem conquistado um lugar cada vez mais importante na "toilette" feminina. O costume dos bos-quimanos de usar cabeças inteiras de pássaros, conquistou o favor das mulheres européias. O que é uma prova visível da unidade intelectual da humanidade. As conchas não se apreciam unicamente pelas formas. As correntes e os pendentes australianos são geralmente feitos de fragmentos. Os tasmânios, mincópios e fueguinos preferem, no entanto, as formas mais bonitas. Não sabemos se Grant Alien está com a razão, ao dizer que a escolha dessas formas em parte obedece à sua semelhança com certos produtos da indústria humana.

A evolução do adorno foi menos favorável à concha que à pluma. Na Oceania, a concha teve emprego generalizado no adorno, desaparecendo quase inteiramente dentre os povos civilizados100. O encanto estético do adorno, portanto, em grande parte é um presente da natureza, mas a importância da arte não é desprezível. Mesmo o povo mais rústico não emprega objetos naturais tais como se encontram na terra. Ao contrário, procura dar-lhes maior valor, através do trabalho dirigido para um fim estético. Corta as peles em franjas, faz correntes regulares de dentes, conchas e frutos, reu-nindo-os em forma de coroa ou em feixe de plumas. É bastante fazer aqui alusão aos princípios estéticos que constituem esses diversos resultados do trabalho humano. São os mesmos princípios cuja aplicação já observamos no adorno imóvel: o da simetria e o da euritmia. O primeiro resulta da natureza dos corpos empregados como adorno, e o segundo, do caráter desse adorno. A simetria do corpo obriga o homem a dispor simetricamente o seu adorno. Efetivamente, tanto o adorno móvel quanto o imóvel dos primitivos dispõe-se dessa maneira, com exceção dos casos em que tem por fim produzir a impressão ridícula ou terrificante, pela simetria, que é sempre contrária ao sentimento estético. Se as cicatrizes e tatuagens são às vezes assimétricas, isso não prova absolutamente ter sido essa a intenção, mas apenas que não foi possível fazê-las simétricas. Os adornos desse gênero exigem muitos anos de trabalho. Os desenhos assimétricos em regra são, pois, incompletos. Os desenhos completos são quase sempre simétricos101.

Ademais, o homem primitivo não necessita procurar cuidadosamente o princípio rítmico. Desde o momento em que se enfia um número mais ou menos grande de dentes ou conchas em um cordel, para ostentá-los no pescoço, estabelece-se uma série simétrica. Se daí se quiser concluir que a ordem rítmica, observada no adorno primitivo, só encerra uma significação prática, basta estudar os colares ordinários dos botocudos: são bagas pretas, alternadas com dentes brancos, revelando a combinação não ser o autor do colar absolutamente insensível ao encanto do ritmo. Senão, teria enfiado dentes e bagas, sem qualquer ordem. Ao mesmo tempo, vemos que esse colar representa, com seus dois elementos rítmicos, um estágio superior ao das simples corren-tinhas de dentes ou de conchas, e que não é muito mais difícil aplicar o princípio rítmico de maneira múltipla que encontrá-lo.

Várias vezes dissemos que o adorno primitivo não vale somente pelo que é, mas também pelo que exprime. Uma cinta australiana, feita de trezentas caudas de coelho, causa por si mesma admiração aos indígenas. Mas, é provável que mais se admire pela demonstração de grande capacidade cinegética de seu proprietário. Numerosos adornos primitivos, feitos de plumas ou dentes, têm provavelmente idêntica significação102. Mas, semelhantes associações antes de tudo determinam o valor e a estima dessa parte do adorno imóvel, cuja aquisição é dolorosa. Indubitavelmente, o australiano acha formosas, as cicatrizes cuja cor pálida sobressai em sua pele preta, mas não julgaria demasiado cara a sua obtenção, se não fosse ao mesmo tempo prova de’sua coragem e perseverança? O caçador australiano é tão orgulhoso de suas cicatrizes quanto o estudante alemão de suas cutiladas.

No início de nossas pesquisas, a diferença entre o adorno primitivo e o dos civilizados parecia tão grande que nos era difícil atribuir ao primeiro um valor estético, embora insignificante. Mas, à medida que o estudamos, vimo-lo aproximar–se do adorno dos civilizados, e agora que atingimos o fim de nosso estudo, somos levados a reconhecer que é dificílimo encontrar diferença em seus caracteres essenciais.

Pouca coisa há que, através dos séculos, se tenha modificado menos que o adorno. A civilização não conseguiu sequer livrar-nos das formas de adorno que, entre os primitivos, mais nos admiram pela impressão desagradável que provocam. Ao contrário, as cicatrizes, que são os mais grosseiros adornos primitivos, ostentam-se com orgulho e admiram-se nos centros da civilização moderna. Se os filhos de nossas classes superiores apreciam as cicatrizes, nossas classes inferiores gostam de tatuagem, muito mais difundida entre os europeus do que geralmente se pensa. É verdade que renunciamos aos botoques e bastões que se introduzem no nariz. Mas, as mulheres, embora as mais instruídas, ainda usam pendentes nas orelhas, não menos bárbaros. Já afirmamos que a pintura do rosto dos civilizados corresponde exatamente a certas pinturas dos primitivos.

É no adorno que encontramos completa analogia entre primitivos e civilizados. Nossos pendentes, diademas, colares, braceletes, cintas, tudo, enfim, já existe entre os povos inferiores. Certamente, não constituem grandes invenções, mas a cosmética dos civilizados não as produziu de maior importância. A diferença entre um colar de ouro e pérolas, feito em Veneza, e um colar de dentes e couro da Austrália é puramente técnica e material, o mesmo acontecendo com todas as peças do adorno móvel. Ampliamos a escolha dos materiais e aperfeiçoamos a técnica, mas não soubemos enriquecer o estoque primitivo das formas.

Se nos colocarmos nesse ponto de vista, o mais rico adorno dos povos civilizados nos parecerá pobre, em comparação com o modesto enfeite dos caçadores, que nos parecerá ainda mais rico, se não perdermos de vista a civilização primitiva que o produziu. As relações entre a civilização primitiva e os materiais e a técnica do adorno primitivo são de tal modo claras que seria inútil insistir nesse ponto. Entretanto, há uma contradição entre a riqueza do adorno e a pobreza da civilização primitiva, contradição tão grande que certos historiadores acreditaram ser obrigados a explicá-la, à custa da inteligência do homem primitivo. Voltamos, assim, à pergunta de onde partimos: qual a origem da riqueza do adorno em um estágio de civilização inferior? Mais de uma vez aludimos à resposta que convém dar-se a essa questão: o adorno exerce entre os primitivos um grande papel prático, servindo para excitar o sentido genésico e amedrontar o inimigo. Em ambos os casos, não se trata de uma brincadeira inútil. Ao contrário, é uma das mais eficazes e indispensáveis armas da luta pela vida.

Do ponto de vista da função, pode dividir-se o adorno primitivo em duas grandes classes: uma, destinada a excitar ("Reizschmuck"), e outra, a inspirar medo ("Schrecksch-muck"). Não há acreditar, porém, que qualquer adorno possa filiar-se a uma das classes, com a exclusão da outra. Ao contrário, os ornamentos, em sua maioria, pertencem ao mesmo tempo a ambas as classes. O que faz o homem terrível perante os homens, o torna agradável às mulheres. Esse axioma é verídico em toda parte.

O primeiro e mais poderoso motivo que leva o homem at enfeitar-se é indubitavelmente o desejo de agradar. Mas, enquanto para nós o adorno é apanágio quase exclusivo das mulheres, nas civilizações primitivas, ao contrário, é o homem que se apresenta mais enfeitado103. À primeira vista, essa anomalia pode parecer que anula nossa hipótese. Na realidade, porém, vem confirmá–la. A divisão do adorno entre os homens inferiores é a mesma que há entre os animais superiores. Em ambos os casos, aplica-se pelo fato ser o macho quem corteja a fêmea. Não há velhas solteironas entre os primitivos, como também entre os animais. A mulher está certa do casamento, embora o homem deva com freqüência fazer grandes esforços para encontrar uma companheira. Na Austrália, por exemplo, os jovens, em sua maioria, são obrigados a permanecer celibatários durante muitos anos. Na sociedade civilizada ocorre o contrário: os homens têm aqui a faculdade de pedir a mão das mulheres. Na realidade são estas que cortejam aqueles, sendo, pois, obrigadas a embelezar-se, ao passo que os homens não têm a mesma necessidade. Mas, quem duvidar do que afirmamos, não terá senão que perguntar aos próprios primitivos se o adorno constitui para eles um meio de atração sexual. Interpelado a respeito por Bul-mer, um australiano respondeu: "Para agradar nossas mulheres". Nas ilhas de Flin-ders, quase se declarou uma revolta entre os tasmânios porque o governo os proibiu de pintar-se de ocre vermelho e gordura, "pois os jovens temiam perder o favor das mulheres, suas compatriotas"104. Essa significação principal do adorno primitivo explica também de maneira muito simples porque se adorna pela primeira vez somente na época da iniciação, que marca o momento da puberdade.

Mas, o homem não é apenas candidato ao casamento. É também guerreiro. Portanto, assistem-lhe duas razões para enfeitar-se. Já dissemos que a maioria dos adornos serve tanto para atrair o sexo oposto, quanto para assustar o inimigo. O vermelho não é apenas a cor da alegria, mas também a da guerra. O penacho, que realça o aspecto do homem, tanto se usa no combate como na dança. As cicatrizes no peito, que provocam a admiração das mulheres, inspiram terror ao inimigo. É dificílimo apontar um adorno primitivo que tenha exclusivamente o fim de assustar. Há somente alguns desenhos que, pelo menos a nosso ver, encerram esse objetivo.

O adorno não perdeu terreno na marcha ascendente da civilização. Ao contrário, um novo papel vem acrescentar–se aos que ele tem desempenhado até agora: serve para distinguir e separar as diversas classes. As tribos primitivas não possuem adornos distintivos, pela simples razão de que elas não se organizam em classes e Estados. Os primeiros vestígios de uma diferenciação encontram-se somente entre os caçadores. Na Austrália, os homens mais idosos e experimentados de uma horda gozam de certa autoridade. "Mas não dão nenhuma ordem e sim conselhos apenas; porque se todo pai de família é déspota em seu reduzido círculo, todo homem é absolutamente livre"105. "Nas ilhas An-damã, o poder do chefe é muito limitado. Não tem o direito de castigar nem pode obrigar a que o obedeçam. Cada individuo tenta fazer valer o seu direito pelos seus próprios riscos e perigos"106. Os bosquima-nos vivem em completa anarquia. Entre os fueguinos "não se encontrou o menor indicio de uma organização social ou de um governo"107, e entre os esquimos, nenhum homem tem o direito de colocar-se acima dos demais. As diferenças de fortuna entre os diversos membros de uma horda primitiva são igualmente quase nulas. O abismo entre ricos e pobres, tão profundo nas sociedades civilizadas, não se abriu entre eles. É verdade que um caçador hábil conseguirá presa mais rica que um inepto. Mas, o próprio bom caçador é incapaz de fazer fortuna, em face das condições variáveis e precárias da vida dessas tribos, e, no final das contas, um permanece tão pobre quanto o outro.

Insistimos um pouco nessas considerações, porque nos esclarecem sobre a constância das modas primitivas. As mudanças da moda, nos povos civilizados, são conseqüência da diferenciação social108. A moda segue quase sempre um movimento de cima para baixo. De início, somente as classes superiores de uma sociedade adotam nova moda, que serve ao mesmo tempo de distinção social. As classes inferiores esforçam-se naturalmente por adotar essa moda honorífica, e depois de um lapso de tempo mais ou menos longo, a moda, que era apanágio exclusivo de uma classe, transforma-se em moda geral, o costume nacional ("Nationaltracht"). Mas, as classes superiores, que sentem sempre a mesma necessidade de distinguir-se externamente das inferiores, inventam e consagram outra moda, iniciando de novo o jogo. Em nenhuma parte, podemos estudar melhor o mecanismo da moda que na África do Sul. Os cafres possuem uma hierarquia social muito desenvolvida, razão por que suas modas variam rapidamente, apesar de todas as prescrições e leis possíveis. Os vizinhos bosquimanos, ao contrário, realizam o ideal social da anarquia, sendo sua moda inteiramente imóvel.

Se se considerar a poderosa influência das coisas visíveis sobre o espírito dos homens, e a importância que, por isso, oferecem as insígnias de classe e de função social na conservação e no estabelecimento da organização, há de se reconhecer que temos razão ao afirmar que o progresso, longe de diminuir — como pensa Spen-cer — a importância social do adorno, ao contrário, tem-no aumentado. Resta saber qual será o destino do adorno no futuro. É evidente que, de um lado, se encontra ameaçado de maneira premente. Os terríveis progressos realizados diariamente na construção de armas de fogo tornam o adorno guerreiro não somente supérfluo, mas também perigoso. Com efeito, está próximo o tempo em que será preciso renunciar definitivamente aos penachos, às cores claras e aos ornamentos de metal. De outra parte, as tendências democráticas, ou melhor, anti-aristo-cráticas de nossa época, ameaçam igualmente o adorno. Mas, ainda mesmo que essas aspirações humanitárias consigam livrar-nos de todas as insígnias de classes e funções, de todas as distinções de classes e outros benefícios da civilização, e possa reconduzir-nos à liberdade e igualdade dos bosquimanos e australianos, permaneceria sempre uma diferença social, a diferença entre ambos os sexos. E enquanto houver dois sexos, haverá um adorno.

 

  • (1) Brough Smyth, "The Aborigènes of Victoria", I, 275.
  • (2) Angas. "South Australia Illustrated", n.° 22, Brough Smyth, I, 58.
  • (3) Brough Smyth, I, 165.
  • (4) Hodgkinson. "Australia from Port Macquarie to Moretón Bay".
  • (5) Waitz-Gerland, "Anthropologie der Naturvölker", VI, 739.
  • (6) Lumholtz, "Unter Menschenfressern", 153.
  • (7) Brough Smyth, I, 167.
  • (8) Brough Smyth. I, 173.
  • (9) Taplin, os "Ncrrinveri".
  • (10) Waitz-Gerlanc!, II, 808.
  • (11) Brough Smyth, I, 118.
  • (12) E. H. Man. "On the Aboriginal Inhabitants of the Andaman Island", "Jorun, of. Anthr. Inst.", XII, 333.
  • (13) Man, op. cit. XII, 333-334.
  • (14) Cook, citando o "Journal de Banks", Joost, " Köperbemalem, Narbenzeichnen et Tattauien", 13.
  • (15) Globus, XLIII, 157.
  • (16) Wied, "Reisen in Brasilien", II, 11.
  • (17) É verdade que entre algumas populações mais civilizadas que as mencionadas, a pintura substitue vestes. Os hotentotes, por exemplo, esfregam o corpo com cinzas e gordura para se proteger do frio. Os schilluk evestem a pele negra com uma mescla avermelhada de excremento de vaca e cinzas, para se defender das picadas de mosquitos. Em todos esses casos, cobre-se o corpo o mais possível. Mas os povos primitivos desenham no corpo riscas e manchas que podem servir para proteger a pele.
  • (18) Goethe, "Farbenlehre", 775: "… a força ativa atinge aí seu mais alto desenvolvimento de energia e não é estranhável que pessoas sãs, enérgicas e grosseiras gostam particularmente dessa cor. Observa-se em todos os selvagens uma certa predileção pelo vermelho".
  • (19) Vejam-se os quadros da Idade-Média e do Renascimento.
  • (20) O uso do ocre vermelho é, pois, muito antigo. Entre os objetos encontrados na (Schus-senquelle" e que datam da época diluviana, há uma bola de sanguina, de que se servia provavelmente para pintar-se. Hoje ainda se pinta de sangue, dentre outros lugares, na Austrália, por exemplo. As tribus de Cooper’s Creck cobriam-se de sangue de um pássaro ou de outros pequenos animais. Howitt em Brough Smyth, II, 302.
  • (21) Waitz-Gerland, II, 738. Entre eles (os australianos) o vermelho parece a cor mais Migrada. Em diversos lugares, pintam-se os mortos de vermelho. Quanto a nós, acreditamos que os australianos pintam os seus mortos pela mesma razão por que cobrimos os nossos de flores. . . para adorná-los.
  • (22) O amarelo utilizado nas ilhas Andamá aproxima-se muito do vermelho escuro ou amarelado que se usa na Austrália.
  • (23) Brough Smyth, I, 275.
  • (24) Os fantasmas desempenham sem dúvida importante papel no folclore australiano, mas em vão procuraríamos nele o esqueleto que amiúde encontramos em nossos contos.
  • (25) "Para exprimir seu luto diz Wilhelmi, referindo-se às tribos de Porto Lincoln, as mulheres pintam a testa, fazem círculos em volta dos olhos e uma lista na região do estômago. Os homens pintam-se no peito pontos e linhas, que da região dos ombros descem para unír-se no umbigo. Os diferentes desenhos caracterizam o grau de parentesco que os unia ao morto". Um diyerie de luto, a quem se perguntou porque se pintava manchas vermelhas e brancas, respondeu que era para não cair doente, quando tocasse o cadáver. (You see very good malke in li Ice that, suppose me nomakeim, me tumble down too; that one (isto é, o cadáver) growl along-a ne). A mesma tribo come também a gordura dos mortos, por ocasião dos funerais. " Em seguida, os homens fazem com carvão e graxa um círculo negro em redor da boca. Essa marca chama-se "Munamur-roomurroo". As mulheres fazem o mesmo, pintando, além disso, duas riscas brancas nos braços, para indicar que tomaram parte no banquete. Os outros homens revestem todo o corpo de argila bronca para dar uma expressão visível a seu pesar". Brough Smyth, I, 120.
  • (26) Veja-se para as pinturas de luto o "Journ. Anthr. Inst.", XII, pl, IX, fig. 2, para o Austrália, entre outros, Brough Smyth, I, fig. 2. Essa figura, pintada de branco, lembra de modo surpreendente uma máscara.
  • (27) Brough Smyth, I, 64.
  • (28) Brough Smyth, I, 296.
  • (29) Waitz-Gerland, II, 739.
  • (30) Encontram-se boas reproduções de australianos adornados de cicatrizes nos seguintes livros, para só citar as obras principais: Ratzel, "Völkerkunde", II, 20, 36, 38, 40; Wood, "Natural History of Man", II, e Brough Smyth, I, 11, onde se vêem cicatrizes hipertrofiadas nas costas de um indígena de Vitória.
  • (31) Lumholtz, 177.
  • (32) Waitz-Gerland, II, 740 (segundo Teichelmann e Schümann)
  • (33) Waitz-Gerland, VI, 812.
  • (34) Man, "Joum, Anthr. Inst.", XII, 333.
  • (35) Wairz-Gerland, VI. 37-575.
  • (36) Waitz-Gerland, VI. 740.
  • (37) Man, "Journ, Anthr. Inst.", XII, 170.
  • (38) Man, op. cit. XII, 331.
  • (39) Waitz Gerland, VI, 740.
  • (40) Woitz Gerland. VI, 740.
  • (41) Wnitz-Gcrland, VI, 814.
  • (42) Adornavam-se com cicatrizes em relevo, feitas de acordo com um desenho comum a todos os membros da tribo. Certa forma de desenho devia encontrar-se sempre. Os demais desenhos eram questão de gosto pessoal. Brough Smyth, I, XLI. Bulmer declara de modo absoluto que as cicatrizes são marcas de tribo, chegando a enumerar as diversas figuras que caracterizam as várias tribos. A primeira figura é um boomerang, as demais, combinações de pontos e linhas. Cf. também Wilhelmi, Lumholtz e outros.
  • (43) Curr, por exemplo ("Austrália", II, 475) afirma que as cicatrizes são apenas ornamentos. Do mesmo modo Palmer ("Journ. Anthr. Inst.", XIII, 285) que ajunta expressamente: "They convey no idea of tribal connection" (não são absolutamente sinais particulares de tribos).
  • (44) Willelmi, Brough Smyth, I, 68.
  • (45) Lumholtz, 178.
  • (46) Brough Smyth, I, 296.
  • (47) Man, "Journ. Anthr. Inst.", XII, 331.
  • (48) Gerland, "Atlas der Völkerkunde", texto, 4.
  • (49) "Verhandl, dor Berliner Anthrop. Gesellsch.", 1886, 222
  • (50) Boas, "The Central Eskimo". "Annual Report of Bureau of Ethnol.", 884-85, 561.
  • (51) Encontram-se principalmente na Polinésia tatuagens imitando peças de vestuário ou jóias. Comparem-se as ilustrações no livro de Joest.
  • (52) Bancroft, "Native Races of the Pacific States", I, 48.
  • (53) Wied, op. dt., II, 5.
  • (54) Martius, "Beiträge zur Ethnographie Amerikas", 1, 321
  • (55) Isto e, unicamente entre os esquimos do oeste, que talvez o tenham copiado dos índios vizinhos.
  • (56) Bancroft, 1, 47-48. O autor nao descreve a festa religiosa.
  • (57) Howitt, Brough Smyth, I, 278.
  • (58) Brough Smyth, I, 277.
  • (59) Bulmer, Brough Smyth, I, 274.
  • (60) Thomas, Brough Smyth, I, 271.
  • (61) Man, "Journ. Anthr. Inst.", XII, 77-78.
  • (62) Cf. Spencer "Príncipes de Sociologie", parte IV, § 361 (Paris, F. Alcan). É verdade que duas circunstâncias depõem contra a interpretação que acabamos de dar: a liberdade relativamente grande das mulheres mincópios e a existência da tonsura parcial nos homens.
  • (63) No estreito de Davis e na Baía de Hudson, os homens deixam os cabelos muito longamente, cortando-os, porém, com freqüência, acima da testa. Se todos os cabelos são compridos, eles os retêm com o auxílio de uma pequenina tira. Frobisher diz que os Nugumiut rapam parcialmente a cabeça. Os Kinipetu rapam o cimo da cabeça, os Netchillirmin trazem os cabelos completamente curtos. (Boas, "Annual Report Bureau of Ethnolog.", 1884-85, 558). A maioria dessas cabeleiras deve naturalmente sua existência a razões práticas. Ao mesmo tempo, é provável que sejam marcas de tribo. A tribo de Iglulirmiut, ao contrário, conhece um penteado real, que segundo a descrição de Parry, recorda o penteado das mulheres.
  • (64) Boas, "Annual Report", 1884-85, 558; Desenhos, pág. 561.
  • (65) Fritsch, "Eingeborne Süd-Afrikas", 429.
  • (66) Lumholtz, op. cit., 153.
  • (67) Encontram-se também penteados muito simples. Os indígenas do interior da península do cabo lork tostam os cabelos e a barba.
  • (68) Comparem-se as descrições e as ilustrações em Erough Smyth, op. cit., I, p. 276. As vezes, empregam-se também cabelos de homem. No Queensland, encontram-se cordões para a tosta em que há enfiados pedaços ovalados de uma concha da espécie do Naulilus. Os narrinyeri tecem cordões com os cabelos dos mortos, e os guerreiros usam-nos como amuletos A pessoa que leva um desses cordões, vê bem, move so rapidamente é evita todas as lonças inimigas. Taplin, Brough Smyth, I, 112.
  • (69) Os bosquimanos, por exemplo, levam no frontal flechas envenenadas (na guerra e na caça).
  • (70) Veja-se Brough Smyth, I, 276.
  • (71) Brough Smyth, I, 271, 274, 280.
  • (72) Brougy Smyth, I, 280, fig. 32. A descoberta do "Oogee" é também muito importante porque projetou uma luz muito viva nas pinturas das cavernas, encontradas por Grey no rio Glenelg. Se não nos enganamos, encontra-se um exemplar do "Oogee", muito semelhante à descrição feita por Brough Smyth, no "Ethnological Departament", do British Museum.
  • (73) Baines, "Explorations in South-West África", 143.
  • (74) Prinz von Wied, op. cit., I, 12, 15.
  • (75) Ratzel, "Völkerkunde", II, 672.
  • (76) Ratzel, "Völkerkunde", II, 672 (com ilustrações). Uma boa coleção de adornos tucçjuinos está no Museu Kircheriano de Roma.
  • (77) Fritsch, op. cit., 430.
  • (78) "Journ. Anthr. Inst.", XIII, 401, XI, 295. Ilustrações, VII, pl. XIII.
  • (79) Wied, op. cit., I, 15.
  • (80) Vejam-se os desenhos indicados por Brough Smyth, I, 278. No Murray inferior, carapaças de patas de lagosta substituem o junco. Essa é uma das numerosas variações do referido adorno.
  • (81) Brough Smyth, I, 278.
  • (82) Ehrenreich, "Ueber die Botocudos. Zeitschr. f. Ethnol.", XIX, 22.
  • (83) Man, "Journ. Anthr. Inst.", XII, 330.
  • (84) Ibid.
  • (85) Barrow, "Travels into the interior of Southern Africa", I, 276.
  • (86) Para pendurar pequenas armas e utensilios e guarda-los em caso de necessidade.
  • (87) Brough Smyth, I, 281.
  • (88) Brough Smyth, I, 275.
  • (89) Brough Smyth, I, 281.
  • (90) Brough Smyth, I, 272 (Ilustrações).
  • (91) Brough Smyth, I, 399.
  • (92) Schurtz, "Gründzüge einer Philosophie
  • (93) Comparem-se os numerosos informes dados per Waltz Gerland, III, 735 738
  • (94) Westermarck, "History of Human Marriage", 192.
  • (95) "Journ. Anthr. Inst.", XII, 390. Man sustentou, em verdade, que assim se fazia para salvaguardar o decoro, pelo menos em certa medida.
  • (96) Boas, "Annual Report Bureau of Ethn.", 1884. 85, 554, texto e desenhos.
  • (97) Fazemos naturalmente obstação dos casos em que há influência européia.
  • (98) Os australianos apreciam muito os cristais de quartzo, dos quais se servem não para o adorno, mas para a bruxaria, guardando-os cuidadosamente.
  • (99) Seria, porém, fácil remediar esse desagradável estado de coisas, com pouca despesa. Para tanto, seria suficiente colocar os referidos objetos num pedaço de papel ou cartão da cor da raça em que são usados.
  • (100) Somente as classes pobres ainda usam conchas em alguns lugares. Em Veneza, por exemplo, encontram-se braceletes formados de pequenas conchas nacaradas de caracol. Contudo, as conchas desempenham importante papel como peça de decoração. Os grandes ourives da Renascença empregaram-nas amiúde na confecção de objetos de pompa.
  • (101) É preciso não confundir as cicatrizes cirúrgicas, tão freqüentes na Austrália, com as cicatrizes ornamentais.
  • (102) Os povos caçadores desconhecem totalmente os troféus de guerra, que tão grande papel desempenham entre os povos agricultores e criadores de gado.
  • (103) G. Bove observou entre os fueguinos que os homens são muito mais ávidos de enfeite que as mulheres ("Globus", XLIII, 157). A propósito dos habitantes do Queensland, diz Lumholtz que consideram pouco conveniente que as mulheres se adornem muito (op. cit., 178). Brough Smyth (I, 275), referindo-se às tribos da Austrália do Sul, diz: "Os homens não apreciam muito os adornos das mulheres. Estas usam poucos recursos para tornar mais atraente o seu exterior. Basta-lhes que seus encantos naturais seduzam admiradores".
  • (104) Bonwick, "Daily Life of the Tasmaniens", 25.
  • (105) Wailz-Gerland, VI. 790.
  • (106) Man, "Journ. Anthr. Inst.", XII, 109.
  • (107) Waitz-Gerland, III, 508.
  • (108) A diferenciação social é a razão essencial da mudança da moda, não, porém, a única. Em muitos casos, a adoção de nova moda é resultado de relações pacíficas ou guerreiras com um grupo social estrangeiro. Entretanto, esse motivo não se verifica na maioria dos povos primitivos, que viviam completamente isolados (pelo menos antes da invasão dos europeus), nos recantos selvagens e rudes em que se refugiaram, suportando a invasão dos povos mais fortes e desenvolvidos. A febril transformação das modas modernas não é um fenômeno fisiológico, mas patológico: é sintoma e conseqüência de nossa superexcitação nervosa e de nossa louca procura de estimulantes sempre mais "originais" e fortes.

Fonte: Ed. Formar ltda.

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