RODOLFO GARCIA

Oliveira Lima RODOLFO GARCIA Eu era rapaz quando Coquelin esteve pela primeira vez em Lisboa e me deleitou com as obras-primas do incomparável teatro francês, desde as Précieuses Ridicules até o Marquês de la Seiglière, passando pelo Gringoire de Banville. Festejaram-no naturalmente muito e no teatro de Dona Maria II, então teatro normal, deram várias … Ler mais

O ATUAL PAPEL DO INSTITUTO HISTÓRICO

Oliveira Lima O ATUAL PAPEL DO INSTITUTO HISTÓRICO Exmo. Sr. Presidente: Estimo sobremodo que circunstâncias aliás alheias à minha vontade me tenham demorado no Rio de Janeiro a ponto de alcançar a reabertura das sessões do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a fim de poder pessoalmente apresentar pela primeira vez minhas saudações a V. Exa. … Ler mais

O DR. ULISSES VIANA

Oliveira Lima O DR. ULISSES VIANA A atividade forense do Dr. Ulisses Viana, há pouco falecido no Rio de Janeiro — atividade que consumiu os últimos vinte anos da sua vida e que o tornou um dos mais conhecidos, procurados e ricos advogados da capital federal —, teve a desvantagem de pôr na penumbra sua … Ler mais

VIAGENS PELA ALEMANHA RENANA

PELA ALEMANHA RENANA Oliveira Lima 1 Regressei de Contrexéville a Bruxelas pelo caminho da Alemanha renana, o que um francês apelidaria le chemim des écoliers, por ser o mais longo: não só o mais longo, como o mais divertido. O passeio é efetivamente dos que mais merecem a pena de ser feitos. Os encantos dos … Ler mais

PELO TIROL – Os Castelos Reais da Baviera

PELO TIROL Oliveira Lima III Os Castelos Reais da Baviera Linderhof e Herrenchiemsee, com todas as maravilhas de arte decorativa que encerram, não passam de cópias anacrônicas de um modelo histórico desaparecido, às quais faltam a espontaneidade da florescência e a pátina do tempo para se tornarem verdadeiramente sugestivas. Admiramo-las como obras-primas de execução, mas … Ler mais

A ESCULTURA E A PINTURA

HISTÓRIA DA ARTE DE ERNEST GROSSE (1893) A ESCULTURA E A PINTURA CAPÍTULO VII Poucos achados pré-históricos conseguiram despertar maior curiosidade geral que as esculturas da época da rena, encontradas nas grutas da Dordogne. Entre restos animais e humanos, instrumentos de pedra e madeira, havia fragmentos de chifres de renas, cobertos de gravuras, representando, na … Ler mais

Enfeites e adornos artísticos – História da Arte

* Gioconda — Museu do Louvre — Paris — França

HISTÓRIA DA ARTE DE ERNEST GROSSE (1893) O ADORNO CAPÍTULO V Certa vez, Darwin presenteou um fueguino nu com um pedaço de pano vermelho. E, com admiração, viu que este, ao invés de usá-lo para cobrir o corpo, o desfez em pequenos pedaços, distribuihdo-os em seguida aos seus companheiros, que assim se puseram a adornar … Ler mais

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

Barão de Paranapiacaba

Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

TERCEIRA ÉPOCA OU PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO ROMÂNTICA — POESIA (1830-1870)

CAPITULO II – continuação

PRIMEIRA FASE DO ROMANTISMO: O EMANUELISMO DE GONÇALVES DE MAGALHÃES E SEU GRUPO

Veja a entrada para o Barão de Paranapiacaba na Antologia Nacional de Escritores

João Cardoso de Meneses e Sousa, Barão de Paranapiacaba (1827…)65 — É também um mito literário este, ao gosto e pelo jeito do Brasil.

A mitologia literária entre nós segue andar inverso a toda mitologia em geral.

Esta foi sempre uma representação do pensamento primitivo, idealização do passado obscuro e longínquo. Aqui a cousa é diversa; os heróis divinizados são sempre recentes e a canonização dura enquanto o indivíduo existe aí em carne e osso e pode prestar algum favor… Morto o homem, desaparecido o semideus, esvai-se a lenda e lá fica um lugar vazio no altar dos crentes fervorosos e… interessados.

Qual o brasileiro notável falecido a distância de mais de dez ou vinte anos, que seja o objeto de uma veneração especial da parte de nós outros, povo superficial e prodigiosamente ingrato?

TERCEIRA FASE DO ROMANTISMO: O SUBJETIVISMO DE ÁLVARES DE AZEVEDO E SUA PLÊIADA

 

Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

TERCEIRA ÉPOCA OU PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO ROMÂNTICA — POESIA (1830-1870)

CAPITULO IV

TERCEIRA FASE DO ROMANTISMO: O SUBJETIVISMO DE ÁLVARES DE AZEVEDO E SUA PLÊIADA

O romantismo brasileiro não ficou estacionado em sua segunda fase, o indianismo; passou adiante e foi espreitar o que se fazia no grande mundo, no estrangeiro, para implantar novos achados, novas conquistas em nosso país.

Entretanto, parece singular que o sistema literário, que mais parecia coadunar-se ao espí-rito nacional, tenha sido justamente aquele que menos seiva revelou e menos frutos produziu. E assim foi; o india-III’ mo só contou dous grandes cultores neste país, Gonçalves Dias na poesia e José de Alencar no romance.

Os outros nossos escritores caminharam por diverso lado, e, se por acaso cultivaram de passagem o gênero, foi isso como um limitado preito prestado a tão ilustres chefes.

Magalhães, por espírito de imitação, escreveu a Con-federação dos Tamoios; Norberto Silva escreveu, em igual espírito, suas Americanas; Machado de Assis, pelo mesmo motivo, as suas; mas isto foi a exceção.

Papas posteriores ao Concílio de Trento – História Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal – Césare Cantu

CAPÍTULO XXVII

Papas posteriores ao Concílio de Trento

A reforma católica, depois do Concílio de Trento, manifestou-se também nos pontífices não obstante haver grande número que se entregaram a interesses e a sentimentos mundanos. Miguel Ghislieri, de Alexandria no Piemonte, homem de uma religião severa e de uma vida puríssima, andava sempre a pé. Êle isentou, como prior, vários conventos das dívidas que os oneravam; inquisidor em Bérgamo e em Como, ostentava extremo rigor, apesar das injúrias e das ameaças. Promovido ao cardinalato, não mudou de modo de proceder, mesmo depois de eleito papa com o nome de Pio V (1566). Dizendo: Que os que querem governar os outros comecem por se governar a si, êle restringiu as despesas, e impôs a si mesmo um regime inteiramente monacal; não sentia satisfação senão no austero cumprimento de seus deveres, na meditação e adoração fervorosa, de onde se levantava com as lágrimas nos olhos. Uma semelhante perfeição produz de ordinário a confiança em sua própria vontade, e a obstinação em domar a de outrem.

Crônicas de Machado de Assis com a ortografia antiga.

Depois de Matto Grosso, o negocio em que mais se faliou esta semana (não contando a reunião do Congresso), foi o processo da Geral. Os directores presos tiveram Jiaòeas-corpus. Appareceu um relatório contra os mesmos, e contra outros, mas appareceu também a contestação, depoimentos e desmentidos, além de vários artigos, os quaes papeis todos, juntos com o que se tem escripto desde começo, cortados em tiras de um centímetro de largura, e unidos tira a tira, dão uma fita que, só por falta de cinco léguas, não cinge a terra toda; mas, como não é negocio que se acabe com solturas nem relatórios, calculam os mathemati-cos do Club de Engenharia que as cinco léguas que faltam, estarão preenchidas atéquinta-feira próxima, e antes de outubro pôde muito bem

As Artes do Extremo-Oriente

Pierre du Columbier – História da Arte – Cap. 15As Artes do Extremo-Oriente<

Tradução de Fernando Pamplona. Fonte: Editora Tavares Martins, Porto, Portugal, 1947.

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HISTÓRIA das artes europeias e até não europeias da bacia do Mediterrâneo pode fazer-se desprezando de maneira quase total as artes do Extremo-Oriente, cuja influência só se exerceu de maneira esporádica, quase sempre tardia e superficial. Mais suscitaram modas do que propriamente agiram em profundidade. Mas a recíproca não é verdadeira.

História da Arte – O Século XX

Marechal deodoro da fonseca

O Século XX

PeRCORREMOS quase metade dum século em que Marte sobrelevou às Musas. Uma Europa dilacerada, uma guerra que durou quatro anos, outra que provocou mudanças talvez mais profundas e cujas consequências são impossíveis de prever, sobressaltos económicos que arruinaram classes sociais inteiras e particularmente aquelas que pareciam ser a armadura das sociedades, e bem assim o súbito aparecimento e desaparecimento de países e a instauração de novos regimes sociais que consideramos com assombro misto de esperança ou de receio. Não nos deixemos, porém, equivocar. Não é provavelmente por essas catástrofes temporais que o futuro nos há-de julgar. Um quadro, uma estátua pesarão mais. Além disso, a arte não reflecte, ao que parece, essas convulsões, como não reflectiu, no passado, as da História.

Até hoje, não se pode pretender, apesar dos esforços de nacionalismos cada vez mais virulentos, que o primado francês esteja abalado. Pelo contrário, durante os anos que se seguiram à guerra de 1914-1918, Paris tornou-se o ponto de convergência de artistas de todos os países, tomando assim para si o antigo papel de Roma. Pôde falar-se duma escola de Paris, que compreendia Russos, Escandinavos, Espanhóis, Italianos, Checos e muitos outros ainda.

No entanto, torna-se-nôs difícil, hoje em dia, dominar essa balbúrdia.

Que o dealbar do século haja sido assinalado por uma reacção radical contra o impressionismo e que nos encontremos ainda nesta fase de reacção, eis o que não oferece dúvidas. Ela teve já vários episódios.

O Século XIX – História da Arte

Pierre du Columbier – História da Arte – Cap. 13 – O Século XIX

Tradução de Fernando Pamplona. Fonte: Editora Tavares Martins, Porto, Portugal, 1947.

O meio romano

 UM observador houvera podido conjecturar, em meados do século XVIII, que a Itália,e particularmente Roma iam retomar a direcção das artes, que lhes pertencera durante tanto tempo, e que a opinião geral estava inteiramente disposta a atribuir-lhes de novo. Reinava, com efeito, nessa cidade um estado de espírito que lembra, guardadas as devidas proporções, o do século xvi. De novo se descobria o antigo. Esta fermentação é por vezes relacionada com as escavações recentemente executadas em Pompeia e Herculano. Elas não lhe são estranhas e concebe-se o choque que produziu a vida íntima da Antiguidade de súbito revelada à luz do dia; no entanto, este género de explicação é demasiado fácil, assim como os achados arqueológicos feitos três séculos atrás não bastavam para justificar a Renascença. Trata-se antes de um episódio desseeterno movimento pendular que faz com que a um período de frivolidade suceda um período severo, a um período de liberdade um período de disciplina. A reacção contra o barroco tinha de vir: agarrou-se ela á antiguidade romana e etrusca, visto que a antiguidade grega continuava a ser quase por completo ignorada.

A Arte Europeia no Século XVII – História da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Pierre du Columbier – História da Arte 

A Arte Europeia no Século XVII

CONTRARIAMENTE ao que se imagina por vezes sem razão e a despeito da emancipação, em toda a Europa, de escolas nacionais que brilham com o mais vivo fulgor, o primado da arte Galiana não foi seriamente abalado no século xvii. A bem dizer, não dispõe já de artistas da estatura dos grandes do século precedente, mas apresenta ainda alguns mais do que estimáveis — e foram eles que, em grande parte, determinaram as modas de pintar e de sentir da época.

Quando se procura definir o que distingue, nas artes, o século xvii do seu predecessor, acham-se duas palavras de que se abusou enormemente nestes últimos anos e de que importa usar com grandes precauções: «Contra-Reforma» e «Barroco». A primeira delas é relativa a um aspecto moral, a segunda a um aspecto plástico.

Contra-Reforma

Renascença- As Origens da Arte Moderna – História da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Pierre du Columbier – História da Arte

NÓS somos até certo ponto vítimas do nosso vocabulário. A uma variação lenta chamamos evolução e supomos com facilidade que em tal fenómeno não intervieram elementos estranhos verdadeiramente novos. Essas evoluções não nos deixam, por exemplo, discernir perfeitamente uma mudança de estilo: é-nos preciso então, de quando em quando, determo-nos um pouco para darmos conta do fenómeno. A lentidão da mutação não prova, de forma nenhuma, que ela se não tenha produzido, como o verificamos no que respeita à passagem do românico ao gótico.

Pelo contrário, uma revolução faria supor, no nosso espírito, um contributo exterior capaz de provocar, na curva que parecia representativa da arte através dos tempos, uma súbita inflexão.

Assim, estaríamos dispostos a admitir que, ao longo dum período que abrange seguramente todo o século XV e que, segundo os lugares, começa mais tarde ou mais cedo no século xiv e excepcionalmente no século XIII, se deram dois fenómenos: no Norte, uma evolução que corresponde à decadência da arte gótica e, em Itália, uma revolução determinada pela intervenção das recordações antigas e que marca o alvorecer da Renascença.

A bem dizer, haveria motivo para desconfiar desta lei imposta a todas as artes: arcaísmo, apogeu e decadência. Ela pressupõe juízos qualitativos por vezes difíceis de justificar.

A Arte Gótica – História da Arte

DA arte românica à arte tão universalmente chamada gótica que se tornou de todo inútil procurar uma justificação para este termo, a passagem fez-se quase insensivelmente; os graus intermédios entre uma e outra são a tal ponto numerosos que se experimentou geralmente a necessidade de distinguir um estilo de transição. E, nos nossos dias, alguns historiadores da arte propuseram o regresso ao vocabulário dos teóricos da arte clássica, que, em vez de «românico» e de «gótico», falavam dum gótico antigo e dum gótico recente.

E todavia a morosidade da gestação não faz nada ao caso. Quem observar um monumento gótico bem caracterizado, uma das catedrais da região parisiense, por exemplo, acha-o diferente na sua essência dum monumento românico, mais diferente talvez do que o é este edifício românico dum edifício carolíngio, ou até, no fundo, dum edifício antigo.

A Arte Românica – História da Arte

A Arte Românica

Os Preliminares

O Império do Oriente mantinha, durante algum tempo pelo menos, a sua supremacia numa parte do mundo civilizado, o Império do Ocidente sucumbira, tanto em consequência de sua própria decomposição como em resultado dos golpes dos invasores. No fim do século V, cessou a autoridade romana na Gália. Mas a organização administrativa de Roma não desapareceu do mesmo modo e muitas vezes forneceu quadros de funcionários, que todos aceitaram de comum acordo, à falta de quem os substituísse. E, sobretudo, compreende-se hoje cada vez melhor que a irradiação de Bizâncio não cessou de atingir os países que marginam o lago mediterrâneo e até os próprios recém-vindos. Muitas vezes, esta arte sumptuosa parece seduzi-los bem mais do que as ruínas imponentes de Roma. E é também do Oriente bizantino que veio o monaquismo, cuja acção devia ser decisiva para a civilização do Ocidente.

 Arte dos Nômadas

Arte Oriental Muçulmana e Islâmica – História da Arte

A Arte Muçulmana

EM 32, morre Maomete, fundador duma nova religião, que até então se confinara na Arábia. Quase imediatamente, as tribos que ele fanatizara lançam-se numa guerra santa. Cem anos depois, em 732, os Muçulmanos combatem em Poitiers e recuam ante os golpes de Carlos Martel. Entretanto, haviam conquistado perto de metade das costas desse lago de civilização que é o Mediterrâneo. Ocupam todos os países que se estendem da Ásia Menor até ao norte da Espanha: Síria, Palestina, Egipto, Africa do Norte e a maior parte da Península Ibérica. Para o interior da Ásia, haviam conseguido abater o antigo Império Persa.

E certo que os artífices desta conquista a empreenderam sem embaraçar os seus movimentos com uma pesada bagagem artística. Os historiadores mais favoráveis aos Árabes confessam que estes nada mais tinham do que urna cultura literária. Por outro lado, tão grande rapidez não deixa grandes possibilidades para a elaboração duma arte. Na verdade, a que adoptaram, quando as suas próprias conquistas os tornaram mais acessíveis às necessidades do luxo, foi em boa parte a que tinham encontrado. Ora, por mais fortemente abalada que estivesse em algumas das suas partes pelas invasões bárbaras a estrutura do Império Bizantino, por menos dedicadas que lhe fossem as populações, por muito carcomida que se encontrasse a sua armadura de defesa, nem por isso deixava de representar, mais ou menos por toda a parte, a civilização mais alta que se conhecia. Equivale isto a dizer que a arte muçulmana deve enormemente à arte bizantina, da qual possue aliás os caracteres essenciais: arte de decoração mais do que de estrutura. No conjunto, ela preocupa-se até muito menos com a solidez do que a arte bizantina. Esta dera-lhe o exemplo de transformar em ornamento as formas vivas e Bizâncio não hesitava até em empregar o ornato puro, destituido de quaisquer referências ao reino animal ou vegetal. Tal tendência ia depois ao encontro da lei muito conhe-‘ cida mas não geralmente observada que interdiz aos muçulmanos a representação dos modelos animados. Todavia, os muçulmanos levaram a abstracção mais longe do que os seus predecessores, no sentido de que a sua decoração floral se tornou por vezes irreconhecível e que a pura geometria exerceu sobre eles atracção extraordinária, como a exercera já sobre os Gregos, mas com uma exuberância que estes ignoraram.

Além do seu bizantismo predominante, a arte muçulmana recebeu, da parte de vários países onde se instalou, certas sugestões: assim, não foi mais insensível do que a própria arte bizantina às seduções persas, cuja influência se fez sentir até no Egipto. Na extremidade oposta os Árabes de Espanha acharam na arte visigótica muitos elementos dignos de atenção.

Etrúria e Roma – História da Arte

mapa roma itália

 

Pierre du Columbier – História da Arte

Tradução de Fernando de Pamplona .Fonte Livraria Tavares Martins, Porto, 1947.

Á Etrúria e Roma

A Etrúria

SEJAM embora muito vincados certos caracteres da arte etrusca, não se pode dissimular que ela deve em boa parte o lugar que se lhe atribui à sua grande herdeira, a arte romana.

A Grécia – Arte Grega Antiga

Templos gregos 

  • Ordens
  • Arquitectura Clássica Grega Antiga
  • Escultura na Grécia Antiga
  • Curos e Coré 
  • Período pré-clássico 
  • Fídias
  • Arte na Grécia no Século IV a. C
  • Período Helenístico
  • Vasos 
  • OBRAS CARACTERÍSTICA DA ARTE GREGA
  • ARQUITECTURA
  • ESCULTURA
  • VASOS
  •  

    Á Grécia

    Reserva feita da opinião dos que sustentam — será acaso um paradoxo? — que a arte grega nunca cessou de viver pois que inspira ainda hoje toda a Europa, esta arte teve uma existência bastante breve. Durou praticamente do vil século até cerca do ano 150 antes de Jesus Cristo, até à conquista romana. O seu domínio também foi relativamente limitado: Grécia propriamente dita. Asia Menor e Grande Grécia.

    Mas a sua duração global dá uma ideia bastante imperfeita dos fenómenos ocorridos: importa ter em consideração épocas em que o movimento se acelera; menos de cem anos bastam para passar do Triplo ATereuáo Hecatompédon às esculturas de Parténon.

    O Próximo-Oriente – História da Arte

    História da Arte de Pierre du Colombier

    O Próximo-Oriente

    Os povos pré-históricos deixaram singulares obras-primas, quer encaradas no aspecto quase inevitável da imitação fiel assim como no da transposição artística, atestam faculdades muito altas e facilidade surpreendente. Mas não conseguimos liga-las às obras posteriores. Pelo contrário, quando assistimos à elaboração duma arte que se tornará, depois dc múltiplas mudanças a nossa, parece que quase em toda a parte os homens partem do r.ada. Em primeiro lugar, são as olarias de utilidade cujo ornamento geométrico se diferencia; depois, tentativas mais ou menos tímidas, mais ou menos bem sucedidas para representar a figura humana. Estas tentativas surgem em diversos lugares e em épocas diversas com mais ou menos êxito.

    A pré-história da arte

    A idade a que pertencem todos estes documentos chama-se quaternária, ou pleistocénica, ou paleolítica — e as diversas camadas de terra onde se encontraram distinguem-se umas das outras pelo aspecto das armas c utensílios dc pedra nelas descobertos. Algunsarqueológos extasiam-se perante os requintes de arte de que nos dá testemunho a talha destes objectos utilitários. É certo que ela mostra, frequentemente habilidade considerável, mas que pouco nos elucida acerca das aspirações daqueles que a praticaram. Com efeito. uma convenção tácita não autoriza a reconhecer o carácter de arte senão à interpretação ou até à imitação das formas vivas. As épocas aurignacense (que tira o seu nome da localidade de Aurignac), solutreense (que tira o seu nome da localidade de Solu-tré) e madalenense deram as colheitas mais frutuosas e mais precoces.

    AS OBRAS-PRIMAS DA ESCULTURA

    Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

    O misterio da esfinge

    "Ela é êle". Isso se diz frequentemente a alguém para confundi-lo a respeito de quem seja a esfinge e mesmo de onde seja. Gerações e gerações depois dos Faraós, os gregos usaram uma esfinge, com figura feminina, mas isso não é motivo para que o mundo não soubesse que, no Egito, a Suprema Esfinge é um homem. Não, não um homem, mas o homem, homem maravilhoso, homem todo-poderoso, Faraó, senhor do Alto e do Baixo Egito, filho do sol em cuja imagem foi infundido o espírito da antiga divindade, Harmakis.

    Deveis aproximar-vos, portanto, da Esfinge, não com levianos gracejos, mas em silêncio. O camelo que vos conduz trota vagarosa e silentemente pelas areias de Gizeh. Sombria, ao longe, ergue-se a cidade do Cairo. O camelo levou-vos até a orla do plateau, do qual contemplais a face do mais maravilhoso mistério do mundo. Enquanto assim estais, olhando de frente a grande Esfinge, as pirâmides de Cheops e Chefren avistam-se do plateau. Que espetáculo de majestade e de mistério! Há 5.000 anos a imensa imagem da Esfinge foi esculpida na rocha. A princípio foi uma estátua completa, erguendo-se no espaço a uma altura de mais de 22 metros. Mas, pouco a pouco, o corpo da Esfinge se foi submergindo era Oceanos de areia, que tão completa e persistentemente têm os ventos de Gizeh lançado sobre o deserto, durante cinco mil anos. Somente algumas tentativas foram feitas para deter a areia. Em 1.400, antes de Cristo, quando o príncipe Tutmés foi caçar nas areias de Gizeh, adormeceu à sombra da Esfinge. A grande cabeça falou: "Tutmés, afasta as areias que quase me cobrem e fica sabendo que serás Faraó". E Tutmés obedeceu à ordem. Afastou as areias da Esfinge. Foi recompensado. Tornou-se Faraó. Em 1818, de nossa era, houve outra tentativa para retirar a areia dos "membros ocultos" da Esfinge. Mas, de novo, os anos que passaram carrearam montes e montes de sepultante areia, até que, afinal, em 1926, uma limpeza completa se fez. 

    OS MAIS BELOS QUADROS DO MUNDO – MARAVILHAS DA ARTE

    OS MAIS BELOS QUADROS DO MUNDO

    Dádivas da Grécia

    ONDE estão as antigas pinturas gregas de Zeuxis e as obras-primas de Polignoto? Onde está a obra de Apeles, pintor da corte de Alexandre, o Grande? Praticamente, nada se salvou das devastações do tempo. Mas peias recordações históricas sabemos que aquelas pinturas tinham a dignidade e a grandeza das outras artes da Grécia. Porque o grego antigo conhecia o ritmo, o equilíbrio, a simetria e o desenho. Um povo que podia construir um Partenão não haveria de fracassar nas outras artes. Felizmente, temos uma fase da pintura grega bem representada, na maior parte dos museus da arte mundial, isto é, o vaso.

    A história dos Vasos Gregos é emocionante. Deveis lembrar-vos de que aqueles vasos de tão elevado preço, delicados como são, de forma e de côr, eram justamente a louça diária dos gregos. Somente um dos numerosos tipos se usava para derramar o óleo sagrado sobre os cemitérios. Todos os outros vasos usavam-se para as prosaicas funções cotidianas de lavagem, bebida, conserva de frutas e carreto d’água. Tão amantes eram, porém, os gregos da beleza, que davam delicada forma e côr até aos mais comuns de seus utensílios.

    O ROMANCE DA LITERATURA AMERICANA – História da Literatura nos EUA

    Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

    Curiosidades da literatura americana

    SABEIS que foi a um autor americano que Shakes-peare pediu emprestada sua descrição das cenas tempestuosas de A Tempestade? Esse autor foi Guilherme Strachey, que escreveu magnífica história de uma tempestade em que naufragou seu navio, numa viagem à Virgínia, em 1609.

    * * * *

    Eis aqui curioso incidente, que encontrámos num livro americano dos começos do período colonial: "Uma mulher da colônia da Baía de Massachusetts tinha uma taramela na língua, como punição por haver falado mal dos mais velhos".

    ‘* * *’

    O primeiro poema produzido na América, Nova An-glia (1625), por Guilherme Morrell, foi escrito, não em inglês, mas em latim !

    ‘* * *

    A maior obra literária de Benjamin Franklin, sua Autobiografia, foi escrita simplesmente para ser lida por seu filho e não para ser publicada. Não foi publicada em sua forma original senão um século depois.

    Um dos primeiros poetas americanos foi uma jovem escrava negra, nascida na África. Seu nome era Filis Wheatley,

    * * *

    A Idade de Razão, de Thomas Paine, foi considerado um livro ateu. O certo é que nada disso é verdade. Escreveu esse livro como um argumento contra o ateísmo e a favor da religião. Eis o que o próprio Paine tem para dizer sobre o assunto {A Idade de Razão, p. 2) : Creio em… Deus.. . e espero a felicidade na outra vida. Creio na igualdade dos homens, e creio que os deveres religiosos consistem em fazer justiça, amar o perdão e tentar tornar felizes todos os nossos semelhantes."

    O ROMANCE DA LITERATURA INGLESA

    maravilhas das antigas civizações

    Quem escreveu as peças de Shakespeare?

    TEM havido grande controvérsia entre os estudiosos para saber se as chamadas peças de Shakespeare foram escritas por Shakespeare ou por Bacon.

    Os baconianos sustentam que Shakespeare foi um inculto ’empregado de açougue, crescido num meio ignorante e totalmente jejuno do vasto cabedal de cultura, que entra na criação das peças, vindas a lume com seu nome.

    A este argumento respondem os shakespearianos que, em primeiro lugar, Shakespeare não era totalmente inculto, e, em segundo lugar, que há muitos casos na literatura de homens de pouco cultivo haverem produzido obras geniais. A inspiração, dizem eles, é muito mais importante do que a educação. Além disso, apontam eles o fato de cometer sempre Shakespeare enganos tais que Bacon jamais poderia cometer. Porque Shakespeare é um poeta c Bacon um erudito. Shakespeare, cuja inspiração é maior do que seus conhecimentos, atribue um litoral à Boêmia, que não passa de um país interno; faz Heitor citar Aristóteles, que viveu cerca de 700 anos depois de Heitor; e dá o nome de Lupercais, que eram uma festa romana, a uma colina de Roma. Além disso, declaram os shakespearianos, Bacon jamais poderia alçar-se às culmi-nâncias poéticas de Shakespeare. Todo o vigor de Bacon como filósofo acentua sua fraqueza como poeta. Um homem, cujo pensamento é todo precisão, nunca pode elevar-se nas asas loucas da fantasia.

    O MUNDO MARAVILHOSO DA MÚSICA

    Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.


    O MUNDO MARAVILHOSO, DA MÚSICA

    A história de Orfeu, pai do canto

    POVOS de todas as regiões e de todos os tempos têm reconhecido o efeito da música sobre as emoções humanas. Entre os antigos gregos essa crença era até mesmo dignificada, ao ponto de se tornar uma teoria filosófica. Os gregos julgavam que o ethos, o valor moral da música, era seu elemento mais importante. Poetas, músicos e público aceitavam esse valor como um postmado.

    A noção grega do poder da música está cristalizada na bela história de Orfeu. "Pai do canto", foi o título dado a Orfeu, poeta e músico lendário. De acordo com a lenda, Orfeu recebeu como presente de Apolo uma lira e teve como mestras as Musas, deusas das artes.

    ESPLENDORES DA GRÉCIA E DE ROMA – História do Mundo

    mapa roma itália

    NO sétimo século antes de Cristo, viveu nas margens do cálido Mediterrâneo um povo extraordinário, que produziu uma civilização, maravilha dos tempos. Eram eternas crianças. Riam, cantavam e criavam os mais profundos trabalhos de arte, com espírito de crianças. Porque eles viviam na terra da juventude.

    Imaginai uma raça de jovens precoces, na madrugada do mundo. O abotoar de uma flor, o movimento de uma nuvem e o gorjeio de um pássaro despertam na criança um sentimento de maravilha e de deleite. A criança está muito próxima da poesia das coisas naturais. E assim como os gregos, não receia mostrar seu corpo, esbelto, porque não conhece o exibicionismo ou a vergonha. E’ franca em todos os seus desejos, pensamentos e funções naturais. E’ tão supremamente espontânea que atingiu a completa expressão de si mesma.

    Foi o caso dos gregos no sétimo século antes de Cristo. Nossas regras sociais de moralidade ter-lhes-iam parecido incômodas… não, porém, porque fossem de algum modo imorais. Um povo tão jovem e sincero nunca poderia ser chamado de imoral, pela mesma razão porque não o fazemos com a criança, que ainda não aprofundou bastante a distinção entre mal e bem.