OS DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Oliveira Lima OS DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA* Minhas Senhoras, Senhores: Eu só posso atribuir à circunstância de haver regressado há poucos dias de uma demorada viagem à República Argentina a honra que me é feita por profissionais de iniciativa convidando-me para orador desta festa de posse da diretoria da Maternidade Pernambucana que se pretende acertadamente … Ler mais

RECURSO MACABRO – Castrado na Roça

RECURSO MACABRO Há muita gente que afirma haver cabras que têm necessidade de apanhar e, em muitos casos… serem liquidados. Vou narrar um acontecido naquele tempo, lá pelos lados de Morrinhos. A única coisa que ainda existe na roça, desde os tempos idos, satisfazendo ao roceiro, é o pagode. Ali êle dança, joga baralho, bebe … Ler mais

IGUALDADE no Iluminismo de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados IGUALDADE Voltaire. Que deve um cão a um cão e um cavalo a um cavalo? Nada. Nenhum animal depende do seu semelhante. Mas para o homem, que recebeu esse raio da Divindade que se chama razão, qual o fruto? Ser escravo em quase toda a terra. Se o … Ler mais

A filosofia de Platão e conceito de justiça

a filosofia de Platão e conceito de justiça


Gisele Leite

Refletir sobre Platão pode
ser um grande desafio mesmo nos dias de hoje. Não resta dúvida de que Platão é
mesmo considerado o pai da herança intelectual ocidental, um pensador que
posicionou a Filosofia em direção que até hoje é seguida, dois anos depois…

A história de Romeu e Julieta

Itália

Em -parte alguma do mundo seria necessário explicar a origem de Romeu e Julieta, os infelizes amantes de Verona. Antes, porém, que o gênio de Shakespeare se apoderasse da história que corria na boca do povo humilde, e dela fizesse o monumento literário que conhecemos, era assim, singelamente, que se passava de pais a filhos a triste história das jovens vítimas que redimiram, com o seu amor imortal, a longa herança de sangue e de ódio que lhes roubou a vida.

ROMEU E JULIETA

COMPRIDA é a história dos ódios entre os Capuleti e os Montecchi. Tais ódios ti nham origem em qualquer remota afronta; talvez um homicídio. Era uma série jamais acabada de encontros, punhaladas, duelos, espadas em punho…

Uma lenda do Popol-Vuh (Livro Sagrado Maia – Guatemala)

Uma lenda do Popol-Vuh (Guatemala)

os AVÓS

ENTÃO não havia gente, nem animais, nem árvores, nem pedras, nem nada. Tudo era terra agreste, desolada e sem limites. Sobre as planícies o espaço jazia, imóvel, enquanto que, sobre o caos, descansava a imensidade do mar. Nada estava junto nem ocupado. O de baixo não tinha semelhança com o de cima. Coisa alguma via-se de pé. Sentia-se apenas a tranqüilidade surda das águas, que pareciam despenhar-se no abismo. No silêncio das trevas viviam os deuses chamados: Tepeu, Gucumatz, e Hurakan, cujos nomes guardam os segredos da criação, da existência e da morte, da terra e dos seres que a habitam.

O CAVALEIRO VERDE – Contos e Lendas Medievais

Inglaterra

O CAVALEIRO VERDE

Este célebre conto, contemporâneo dos romances de Cavalaria, e passado na Corte do Rei Artur, tem sido, segundo Schröer, autor de uma História da Literatura Inglesa, considerado "uma pérola da literatura romântica medieval, pois, embora a questão das fontes e dos possíveis modelos ainda sejam problemas sem solução detalhada, não há dúvida alguma quanto ao valor artístico da sua estruturação, de seus motivos, e das descrições tão cheias de vida. É poema que ainda hoje pode ser lido e relido, sem que o interesse do leitor diminua."

Nas antologias do conto inglês este trabalho aparece sob a indicação de Tradicional.

QUANDO Artur era rei da Bretanha e assim reinava, aconteceu, em certa estação invernosa, que êle realizasse em Camelot sua festa de Natal, com todos os Cavaleiros da Távola Redonda, durante quinze dias completos. Tudo era alegria, então, nos vestíbulos e nos aposentos, e quando chegou o Novo Ano foi recebido com grande regozijo. Ricos presentes foram dados, e muitos fidalgos e fidalgas tomaram lugar à mesa, onde a Rainha Guinever sentava–se ao lado do rei, e ninguém jamais vira senhora tão formosa diante de si. Mas o Rei Artur não quería comer nem sentar-se por muito tempo, enquanto não tivesse testemunhado alguma aventura prodigiosa. A primeira iguaria foi servida sob o soar das trombetas, e diante de cada hóspede colocaram doze pratos e vinho brilhante, para que de nada carecessem.

O que é o Efeito Estufa e o Aquecimento Global?

Resumo: O que é o Efeito Estufa? Será que o
aquecimento Global é o Fenômeno Natural ou é o Efeito da Atividade Humana? Outra
questão que se coloca é se o aquecimento global observado é natural ou
antropogênico? Muitas perguntas, Muitas respostas… Este artigo propõe
analisar sobre o aumento da temperatura global, a Intensificação do
efeito-estufa, as Limitações dos modelos de clima global a Variabilidade
climática natural e a responsabilidade pela natureza. Percebe-se que este
artigo trata-se de uma pesquisa analítica descritiva, com análise dos textos
pelos Estudos da linguagem e da Análise do discurso, buscando-se observar e
desenvolver a presença dos discursos utilizados nas matérias referentes ao
aquecimento global e seus usos de linguagem simples, destacada o contexto filosófico,
sociológico, histórico, geográfico e outras áreas afins, enfatizando as causas,
conseqüências e os interesses políticos integrados as organizações sociais,
políticas, econômicas, cultural e assim sucessivamente. Portanto, contextualizamos
e intertextualizamos uma pesquisa arraigada em livros, sites e revistas a fim
de expor um trabalho concreto e vir a esclarecer as dúvidas sobre este tema de
caráter social e polissêmico. Destaco Hans Jonas, porque tem como ponto de
apoio uma ontologia fundada numa finalidade da natureza.

 

Palavras chave: Aquecimento Global – variabilidade climática
– modelos climáticos – Efeito Estufa.

ÉTICA E LIBERDADE NO PENSAMENTO DE KANT

Na primeira parte da sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”,
Kant analisa dois conceitos fundamentais da sua teoria moral, a saber: o
conceito de vontade boa e o imperativo categórico. A partir desses dois
conceitos surge a ética kantiana.

Cimon – General Ateniense – Vidas Paralelas de Plutarco

Arte etrusca

SUMÁRIO DA VIDA DE CIMON
O profeta Peripoltas estabelece-se em Queronéia. II. Damão conspira contra o capitão de uma guarnição romana em Queronéia, e mata-o. III. Êle mesmo é morto a traição. IV. Os orcomênios acusam os de Queronéia ao prefeito da Macedónia do assassinato cometido por Damão; o testemunho de Lúculo absolve-os, e eles levantam-lhe uma estátua. V. Plutarco escreve a vida de Lúculo, em sinal de gratidão dos seus concidadãos ao grande benefício que lhes prestara. VI. Êle comparou-o a Damão, por não encontrar melhor comparação. Diversos traços de semelhança entre o grego e o romano. VII. Nascimento, mocidade e caráter de Cimon. VIII. Má conduta de Cimon e de sua irmã; casamento desta. IX. Belas qualidades de Cimon. Êle é o primeiro a aplaudir o conselho dado por Temístocles aos atenienses, de abandonar sua cidade, à aproximação de Xerxes, e embarcarem. Glória conquistada por Cimon, na jornada de Salamina. X. Entrada de Cimon na administração. Êle achega aos atenienses os confederados desgostosos com os lacedemônios, pelo atrevimento de Pausânias. XI. História de Pausânias e de Cleonice. Cimon cerca Pausânias em Bizâncio.
XII. Êle expulsa os persas de Iônia, e apodera-se de todo o cantão.
XIII. Êle torna-se senhor da ilha de Ciros. XIV. Êle leva os ossos de Teseu para Atenas. XV. Como Cimon distribuiu os despojos, depois da tomada de Sestos e de Bizâncio. XVI. Liberalidade de Cimon. XVII. Ela era absolutamente desinteressada. XVIII. Política de Cimon com relação aos confederados dos atenienses. Ela torna, imperceptivelmente, os atenienses seus senhores. XIX. Êle prossegue na guerra contra os persas. XX. Êle alcança sobre eles uma vitória naval junto do rio Eurimedão. XXI. Uma segunda contra o exército. XXII. Uma terceira contra a frota fenícia que vinha em auxílio dos persas. XXIII. Tratado de paz entre o rei da Pérsia e os atenienses. XXIV. A cidade de Atenas enriquecida dos despojos dos persas. Embelezamentos que Cimon lhe fornece. XXV. Êle apodera-se do Quersoneso de Trácia, e da ilha de Tasos. XXVI. Acusação, defesa e absolvição de Cimon. XXVII. O povo revolta-se contra os nobres na ausência de Cimon. Êle é difamado, ao voltar. XXVIII. Afeto que os lacedemônios dedicam a Cimon. Estima e apego de Cimon por eles. XXIX. Tremor de terra em Esparta. Guerra dos hilotas. Os espartanos pedem socorro aos atenienses. XXX. Cimon vai em seu auxílio. XXXI. Êle vai para o exílio XXXII. Êle é lembrado. XXXIII. Êle se prepara para guerrear na ilha de Chipre e no Egito. XXXIV. Êle vence a frota dos persas. XXXV. Sua morte. XXXVI. Suas cinzas levadas para a Atiça. Os habitantes de Cicio honram seu sarcófago.
Desde o ano 500 até o ano 449 antes de Jesus Cristo.

As Artes do Extremo-Oriente

Pierre du Columbier – História da Arte – Cap. 15As Artes do Extremo-Oriente<

Tradução de Fernando Pamplona. Fonte: Editora Tavares Martins, Porto, Portugal, 1947.

15

HISTÓRIA das artes europeias e até não europeias da bacia do Mediterrâneo pode fazer-se desprezando de maneira quase total as artes do Extremo-Oriente, cuja influência só se exerceu de maneira esporádica, quase sempre tardia e superficial. Mais suscitaram modas do que propriamente agiram em profundidade. Mas a recíproca não é verdadeira.

A Revolução Francesa (1789-1799) – História da Civilização Ocidental

revolução francesa

A Era da Revolução

PROFUNDAS modificações assinalam a história política da última parte do século XVIII. Esse período assistiu à agonia do sistema peculiar de governo e de estruturação social que se desenvolvera na época dos déspotas. Na Inglaterra tal sistema se achava praticamente abolido por volta de 1689, mas ainda persistia em outras partes da Europa, ossificando-se e corrompendo-se cada vez mais com o passar dos anos. Floresceu em todos os países maiores sob a influência combinada do militarismo e da ambição, por parte dos monarcas, de consolidai em o seu poder a expensas dos nobres. Mas quase não houve lugar em que se apresentasse sob uma forma tão abominável como na França, durante o reinado dos três últimos Bourbons. Luís XIV foi a encarnação suprema do poder absoluto. Seus sucessores, Luís XV e Luís XVI, arrastaram o governo aos derradeiros extremos da extravagância e da irresponsabilidade. Além disso, os súditos desses reis eram bastante esclarecidos para sentirem vivamente os seus agravos. Não é de estranhar, portanto, que a França tenha sido o teatro de violenta sublevação para derribar um regime que desde muito vinha sendo odiado e desprezado pelos cidadãos mais inteligentes do país. Não estaremos muito errados sr interpretarmos a Revolução Francesa como o clímax de um século cie oposição que tomara corpo pouco a pouco, oposição ao absolutismo e à supremacia de uma aristocracia decadente.

Arte Oriental Muçulmana e Islâmica – História da Arte

A Arte Muçulmana

EM 32, morre Maomete, fundador duma nova religião, que até então se confinara na Arábia. Quase imediatamente, as tribos que ele fanatizara lançam-se numa guerra santa. Cem anos depois, em 732, os Muçulmanos combatem em Poitiers e recuam ante os golpes de Carlos Martel. Entretanto, haviam conquistado perto de metade das costas desse lago de civilização que é o Mediterrâneo. Ocupam todos os países que se estendem da Ásia Menor até ao norte da Espanha: Síria, Palestina, Egipto, Africa do Norte e a maior parte da Península Ibérica. Para o interior da Ásia, haviam conseguido abater o antigo Império Persa.

E certo que os artífices desta conquista a empreenderam sem embaraçar os seus movimentos com uma pesada bagagem artística. Os historiadores mais favoráveis aos Árabes confessam que estes nada mais tinham do que urna cultura literária. Por outro lado, tão grande rapidez não deixa grandes possibilidades para a elaboração duma arte. Na verdade, a que adoptaram, quando as suas próprias conquistas os tornaram mais acessíveis às necessidades do luxo, foi em boa parte a que tinham encontrado. Ora, por mais fortemente abalada que estivesse em algumas das suas partes pelas invasões bárbaras a estrutura do Império Bizantino, por menos dedicadas que lhe fossem as populações, por muito carcomida que se encontrasse a sua armadura de defesa, nem por isso deixava de representar, mais ou menos por toda a parte, a civilização mais alta que se conhecia. Equivale isto a dizer que a arte muçulmana deve enormemente à arte bizantina, da qual possue aliás os caracteres essenciais: arte de decoração mais do que de estrutura. No conjunto, ela preocupa-se até muito menos com a solidez do que a arte bizantina. Esta dera-lhe o exemplo de transformar em ornamento as formas vivas e Bizâncio não hesitava até em empregar o ornato puro, destituido de quaisquer referências ao reino animal ou vegetal. Tal tendência ia depois ao encontro da lei muito conhe-‘ cida mas não geralmente observada que interdiz aos muçulmanos a representação dos modelos animados. Todavia, os muçulmanos levaram a abstracção mais longe do que os seus predecessores, no sentido de que a sua decoração floral se tornou por vezes irreconhecível e que a pura geometria exerceu sobre eles atracção extraordinária, como a exercera já sobre os Gregos, mas com uma exuberância que estes ignoraram.

Além do seu bizantismo predominante, a arte muçulmana recebeu, da parte de vários países onde se instalou, certas sugestões: assim, não foi mais insensível do que a própria arte bizantina às seduções persas, cuja influência se fez sentir até no Egipto. Na extremidade oposta os Árabes de Espanha acharam na arte visigótica muitos elementos dignos de atenção.

Formas de Governo, Sistemas de Governo, tipos de regime de governo

O Estado

Estado — vem do latim "status" e designa uma "comunidade jurídica", isto é, significa um conjunto de indivíduos, submetidos à mesma legislação e à mesma autoridade política. O Estado através dos tempos assumiu as mais variadas formas de governo até chegar ao moderno Estado democrático. Sua prin-

cipal obrigação é promover o Bem-Comum. Os Estados modernos gozam da prerrogativa da soberania, isto é, têm poderes autônomos e não estão sujeitos a nenhum outro governo estranho.

Os indivíduos que integram um Estado constituem o povo.

O Brasil é um estado soberano e os que nascem aqui constituem o povo brasileiro.

— Você não deve confundir Estado soberano e Estado-mem-bro. O Brasil, por causa de sua grande extensão territorial, é dividido em 22 Estados. Estes são Estados-membros da União Federal. Seus governos só são relativamente autônomos e subordinam-se nas suas bases estruturais ao Governo Federal.

A Nação

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Marechal deodoro da fonseca

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Divisão do Brasil em dois Governos

Professor Pedro Bandecchi, 1970 Material Didático de História do Brasil

Com a morte de Mem de Sá, resolveu a coroa dividir, em 1572, o Brasil em dois governos — um ao Norte, com sede na Bahia, sendo nomeado governador Luís de Brito, — outro ao Sul, com sede no Rio de Janeiro, para o qual foi nomeado Antônio Salema, jurista e professor da Universidade de Coimr bra. Tal iniciativa que não deu bom resultado, fêz com que, em 1578, D. Sebastião anulasse o ato, voltando o regime de um único governo. Para o período de 1578-1581, a coroa nomeou a Lourenço da Veiga.

O ano de 1580 trouxe grandes transformações a Portugal, e, conseqüentemente, ao Brasil. A morte de D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, na África, lutando contra os mouros, sem deixar herdeiro, levou ao trono seu tio-avô e sucessor, Cardeal D. Henrique. Este, que não gozava de boa saúde, faleceu sem indicar substituto, o que abriu séria disputa entre os pretendentes à Coroa. Filipe II da Espanha, tinha tanto direito ao trono quanto os outros pretendentes. O direito podia ser igual, mas êle dispunha de alguma coisa a mais. Dispunha, para obter a coroa, de um exercito de 25.000 homens, sob o comando do Duque de Alba. Com este poderoso argumento, entrou em Portugal e perante as côrts de Tomar, com o nome de Filipe I, prestou juramento e pôs sobre sua cabeça a coroa lusa.

Começava o período do domínio espanhol, que duraria até 1640.

A dominação espanhola não trouxe prejuízos ao Brasil. E devemos assinalar que, ficando a América Espanhola e a Portuguesa pertencendo a uma única coroa, o Tratado de Tordesilhas deixava, virtualmente, de existir.

Nessa época se inicia a grande expansão territorial brasileira.

E, ainda, se holandeses e franceses tentaram se fixar em nossa terra, principalmente os primeiros, pelo dilatado tempo que aqui permaneceram, não é menos evidente que, das lutas travadas, dos contatos havidos, teria que se fortalecer o espírito nativista, e ir se fortalecendo a consciência nacional no processo da sua emancipação. Espírito e consciência que, no século seguinte, tomariam corpo e armariam patriotas até a eclosão do 7 de setembro.

O Brasil sob o Domínio Espanhol

Compromisso que Filipe I assumiu perante as Cortes Lusas

Filipe I assumiu sérios compromissos, em Tomar, perante as cortes lusas, no que diz respeito à sua política administrativa face aos portugueses. Entre eles estava o de guardar os foros e costumes, privilégios e isenções que os reis haviam concedido a seus reinos; que as autoridades administrativas de Portugal ou as suas colônias seriam sempre portuguesas; "que todos os cargos superiores ou inferiores da justiça e fazenda e qualquer outro de governo, somente seriam dados a portugueses; que todos os ofícios existentes em Portugal e suas colônias seriam providos por portugueses, o mesmo acontecendo com os cargos de mar e terra e com as guarnições de soldados nas praças; que o ouro e a prata que se fizesse em moeda, que seria tudo que dos seus domínios fosse à Metrópole, teria apenas as armas de Portugal; que, ainda, não interviria na igreja portuguesa e que seriam conservadas as ordens militares lusas".

João Ribeiro escreve:

Resumo completo de História do Brasil até o fim da escravidão

Marechal deodoro da fonseca

Descobre-se uma nova terra

 

ERA
um
domingo festivo. Na praia do Restelo, em Portugal,
apinhava-se uma multidão variegada e entusiasta, que contemplava
com orgulho os mastros de uma numerosa esquadra, prestes a partir para as
índias, afim de levar o Evangelho aos povos do Oriente, combater os mouros c
negociar especiarias.

Celebrava-se uma
missa solene, na ermida
da
praia. Lá estavam, na tribuna de honra, o próprio rei, D. Manuel, o Venturoso,
o
almirante da esquadra a partir, Pedro Álvares Cabral e o bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz. O bispo benze um
estandarte, que o rei entrega ao almirante.

Forma-se depois
um cortejo solene, em que se vêem padres e frades, cantando, carregando cruzes
e relíquias, oficiais da armada e o povo contente, barulhento, aplaudindo os
atrevidos marinheiros, que partiam a alargar os domínios de Portugal. Levam o
almirante e os seus homens até a praia, onde embarcam.

Mas só no dia
seguinte, 9 de março de 1500, parte aquela esquadra de dez caravelas e três
navios de transporte. Vai às índias, seguindo o caminho que Vasco da Gama já
devassara. Aventuram-se as naus pelo "mar de largo", isto é, oceano
afora. Desviam-se, porém, de seu roteiro. Para fugir às calmarias, prejudiciais à
navegação? Ou obedecendo a instruções secretas e propósitos determinados?
Discute-se ainda hoje o caso.

OS FORJADORES DE IDEAIS | O Homem Medíocre

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VIII – OS FORJADORES DE IDEAIS

I. O clima do gênio. — II. Sarmiento. — III. Ameghino. — IV. A moral do gênio.

I — O clima do gênio

A desigualdade é força e essência de toda seleção. Não existem dois lírios iguais, nem duas águias, nem dois lagartos, nem dois homens: tudo o que vive, é incessantemente desigual. Em toda primavera, algumas árvores florescem antes de outras, como se fossem preferidas pela Natureza, que sorri ao sol fecundante; em certas etapas da história humana, quando se plasma um povo, se cria um estilo ou se formula uma doutrina, alguns homens excepcionais antecipam sua visão à dos outros; concretizam-se num Ideal, e a expressam de tal maneira, que perdura através dos séculos. Arautos, a humanidade os escuta; profeta, acredita neles; capitães, segue-os; santos, imita-os. Enchem uma era, ou assinalam uma rota: semeando algum germe fecundo de novas verdades, pondo a sua assinatura em destinos de raças, criando harmonias, forjando belezas…

A genialidade é uma coincidência. Surge como chispa luminosa no ponto onde se encontram as mais excelentes aptidões de um homem, e a necessidade social de aplicá-las no desempenho de uma missão transcendente. O homem extraordinário só ascende à genialidade se encontra clima propócio: a melhor somente necessita da terra mais fecunda. A função reclama o órgão: o gênio torna atual o que, no seu clima, é potencial.

Nenhum filósofo, estadista, sábio ou poeta, alcança genialidade, enquanto, em seu meio, sentir-se exótico ou inoportuno; necessita de condições favoráveis de tempo e de lugar, para que a sua aptidão se converta em função e marque uma época na história.

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA – O Homem Medíocre – José Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA

I. O clima da mediocracia. — II. a pátria. — III. a política das piaras. — IV. os arquetipos da mediocracia.— V. a aristocracia do mérito.

I — O clima da mediocridade

Em raros momentos, a paixão caldeia a história, e se exaltam os idealismos; quando as nações se constituem, e quando elas se renovam. Antes, é secreta ânsia de liberdade, luta pela independência; mais tarde, crise de consolidação institucional a seguir e, depois, veemência de expansão, ou pujança de energias. Os gênios pronunciam palavras definitivas; os estadistas plasmam os seus planos visionários; os heróis põem o seu coração na balança do destino.

CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO – Orações – FILÍPICA II

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO

FILÍPICA II

Em resposta à Filípica I, de Cícero, pronunciou M. António uma longa oração, declarando a sua inimizade para com o orador. Respondeu Cícero com a Filípica II, na qual rebate as acusações feitas contra ele, e, com grande violência, acusa M. António, de uma vida, a começar da infância até chegar às culminâncias do poder, cheia de desordens, licenciosidades e delitos. Não é certo se a Filípica II chegou a ser pronunciada no Senado, pois parece que a populaça armada por M. António, o impediu. Esta oração foi a causa principal da morte violenta de Cícero, perseguido pelo seu inimigo.

NÃO sei, Padres Conscritos, com que sorte minha sucede que há vinte anos a esta parte ninguém foi inimigo da República, que ao mesmo tempo não declarasse guerra contra mim!

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO CONTRA M. ANTÓNIO – Filípica I

Resumo

Depois da morte de Júlio César, reinando em Roma o terror, por obra principalmente dos cônsules Marco António e Dolabela, resolveu Cícero sair de Roma e passar à Grécia, com a idéia de ficar fora da cidade até à entrada de novos cônsules, que garantissem liberdade. Parando, porém, em Leucópetra, perto de Régio, na Calábria, na quinta de um seu amigo, P. Valério, aí foi informado de uma oração de António, inspirada a princípios de justiça e de equidade. Resolveu voltar. Devido, porém à canseira da viagem, não poude, logo depois de sua chegada em Roma, participar à sessão do Senado, na qual devia falar novamente M. António. Irritado, este, no seu discurso, disse que talvez fosse à casa de Cícero, com oficiais para demolí-la. A esta expressão responde Cícero com a seguinte oração, pronunciada no Senado (em ausencia, porém, de M. Antonio), queixan do-se da ofensa, tanto mais que ele nunca demonstrara inimizade por Antonio, e exortando os dois consules a governar visando a paz, a concordia e a liberdade do povo romano.

FILÍPICA I

ANTES que principie, Padres Conscritos, a dizer da República aquilo que entendo se deve advertir no tempo presente, expor-vos-ei brevemente o intento da minha partida e da minha tornada com toda a brevidade.

O heroísmo de Linda – Biblioteca das Crianças

LINDA era uma cachorrinha “fox-terrier” ainda nova.

Foi tirada de sua mamãe quando era muito pequenina e a vida, a partir de então, se tornou muito áspera para a pobrezinha.

Parecia que ninguém a queria.

Podia recordar-se de todos os amos que teve, porém, pensava que nada devia a nenhum.

Muitos foram vagabundos, rudes e maus, que deixavam que os acompanhasse com a esperança de que caçasse alguns coelhos para eles.

ÉTICA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

maravilhas das antigas civizações

A ética, no entanto, é bastante difícil de ser definida. O filósofo G.E. Moore escreveu que “ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom”. O Dicionário Oxford de Filosofia apresenta a ética como “o estudo dos conceitos envolvidos no raciocínio prático: o bem, a ação correta, o dever, a obrigação, a virtude, a liberdade, a racionalidade, a escolha”. O Pequeno Vocabulário da Língua Filosófica não faz diferenciação nenhuma entre ética e moral, remetendo o leitor diretamente para o verbete “moral”. O filósofo contemporâneo Peter Singer escreve: “A ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos parentes não-humanos mais próximos. Nós abandonamos o pressuposto de que a ética é unicamente humana.”.

BÓLOTOV – A EXECUÇÃO CAPITAL DE PUGACHEV

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Episódio das Memórias de Bolótov, um dos precursores da literatura russa moderna, contando a história de Pugachev, um dos líderes da insurreição cossaca contra o czar, baseado em fatos reais.

Responsabilidade Pessoal e Coletiva em Hannah Arendt

maravilhas das antigas civizações

Responsabilidade Pessoal e Coletiva em Hannah Arendt.[1]

Cristian Abreu de Quevedo[2]

Resumo

A sociedade e o indivíduo tendem a esquecer de suas responsabilidades para com os acontecimentos políticos. Como se as decisões dissessem respeito somente aos seus representantes e as responsabilidades pessoais e coletivas fossem inexistentes, sendo incapazes de julgar as ações realizadas. Este artigo pretende abordar estes temas a partir de Hannah Arendt, possibilitando uma reflexão atual sobre a política.

Palavras-chaves: responsabilidade pessoal e coletiva, julgamento humano, sistema e totalitarismo.

Platão – Diálogos Platônicos – Críton, ou do Dever

Diálogos de Platão online – ebook para download completo

De Platão, Críton, ou o DEVER

Extraído do livro Diálogos, da coleção Clássicos
Cultrix.
Tradução: Jaime Bruna. Personagens: Sócrates e Críton, dois velhos.
( 360 a.C )



edição virtual por Miguel Duclós


Os números entre colchetes [] se referem aproximadamente à paginação padrão adotada a partir da edição genovesa de Henri Estienne (Stephanus) de 1578 .

Partes do diálogo:
Argumento de Críton (43a-46a)
A resposta de Sócrates (46a-50a)

O Discurso das Leis (50a-54e)

Cena: Uma cela, na prisão de Atenas.

O DEVER E O DIREITO – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo Terceiro O DEVER E O DIREITO ART. I.    O DEVER E A OBRIGAÇÃO MORAL a)         A ordem da reta razão. Todo dever concreto, isto é, que concerne a um caso particular, é um juízo prático moral, formulado como conclusão de um raciocínio baseado num princípio geral da lei … Ler mais

MORAL GERAL – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet PRIMEIRA  PARTE MORAL   GERAL 249 A Moral geral tem por objeto estabelecer as condições mais gerais do dever ou, em outras palavras, os princípios universais que determinam a retidão dos atos humanos. Estas condições e estes princípios são: I.    Extrinsecamente: 1.        O fim último do homem. 2.        A lei, … Ler mais

Moral – Preliminares – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet MORAL PRELIMINARES Art.    I.    O FATO MORAL § 1.    Ciências morais e moral 243 1. As ciências dos fatos morais. — Falamos, em Metodologia, de um grupo de ciências chamadas "ciências morais" que definimos como sendo aplicadas às diversas manifestações da atividade humana, individual ou coletiva, como tal (61). … Ler mais

Filosofia Prática, Moral – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet LIVRO III FILOSOFIA   PRÁTICA FILOSOFIA DA MORAL — MORAL FILOSOFIA   PRÁTICA 235 1. Ordem especulativa e ordem prática. — A inteligência, como já notamos várias vezes, comporta uma ordem especulativa e uma ordem prática. A primeira tem por fim o conhecimento das coisas, suas relações e seus princípios. A … Ler mais

A VIDA SENSÍVEL – Curso de Filosofia de Jolivet – Psicologia

Curso de Filosofia – Régis Jolivet PRIMEIRA PARTE A  VIDA  SENSÍVEL 97        Por vida sensível designa-se o conjunto dos fenômenos cognitivos e dinâmicos determinados no sujeito psicológico por excitações vindas dos objetos materiais externos ou que têm por fim os objetos sensíveis externos. Esta dupla série de fenômenos, especificamente distintos, mas em relação mútua constante, … Ler mais