BEOWULF – Lenda medieval escandinava

Dinamarca

BEOWULF

DESDE os tempos mais remotos transmite-se de geração em geração, no povo que habita as margens do mar do Norte, a misteriosa lenda de um herói que arribou às praias sendo ainda uma criança, trazido pelas águas sobre um escudo que fora cheio de palha, tal como um berço. Ali cresceu o jovem, e com o tempo chegou a ser um valente guerreiro, tão poderoso que fundou um reino, o qual não tardou a superar em prosperidade e grandeza todos os países do Norte.

O CAVALEIRO VERDE – Contos e Lendas Medievais

Inglaterra

O CAVALEIRO VERDE

Este célebre conto, contemporâneo dos romances de Cavalaria, e passado na Corte do Rei Artur, tem sido, segundo Schröer, autor de uma História da Literatura Inglesa, considerado "uma pérola da literatura romântica medieval, pois, embora a questão das fontes e dos possíveis modelos ainda sejam problemas sem solução detalhada, não há dúvida alguma quanto ao valor artístico da sua estruturação, de seus motivos, e das descrições tão cheias de vida. É poema que ainda hoje pode ser lido e relido, sem que o interesse do leitor diminua."

Nas antologias do conto inglês este trabalho aparece sob a indicação de Tradicional.

QUANDO Artur era rei da Bretanha e assim reinava, aconteceu, em certa estação invernosa, que êle realizasse em Camelot sua festa de Natal, com todos os Cavaleiros da Távola Redonda, durante quinze dias completos. Tudo era alegria, então, nos vestíbulos e nos aposentos, e quando chegou o Novo Ano foi recebido com grande regozijo. Ricos presentes foram dados, e muitos fidalgos e fidalgas tomaram lugar à mesa, onde a Rainha Guinever sentava–se ao lado do rei, e ninguém jamais vira senhora tão formosa diante de si. Mas o Rei Artur não quería comer nem sentar-se por muito tempo, enquanto não tivesse testemunhado alguma aventura prodigiosa. A primeira iguaria foi servida sob o soar das trombetas, e diante de cada hóspede colocaram doze pratos e vinho brilhante, para que de nada carecessem.

FRANCISCO DE MORAIS e as novelas de cavalaria

FRANCISCO DE MORAIS, natural de Bragança, nasceu em um dos últimos anos do século XV, ou no começo do XVI, segundo pensava Odorico Mendes, e morreu em 1572. Serviu em Paris como secretário do embaixador D. Francisco de Noronha, e aí viveu na brilhante corte de Francisco I. De volta a Portugal, em 1543, publicou a novela Palmeirim de Inglaterra, obra que, conquanto muito diversa do gosto atual, sumamente aprazia ao de então, e por isso mereceu a honra de muitas imitações.

O Gigante Almourol e o Cavaleiro das Donzelas

Vendo o gigante Almourol que por nenhuma via o cavaleiro das Donzelas queria batalhar com Florendos, mandou trazer de dentro da torre um cavalo baio, crescido e formoso, tal qual convinha ao peso de sua pessoa. Este mandou ao cavaleiro das Donzelas, pedindo-lhe que cavalgasse nele e quisesse que ambos fizessem alguma coisa diante da senhora Miraguarda, para lhe pagar o desgosto que houvera de se não acabar a outra contenda. E, se houvesse por bem que o vencedor ganhasse algum preço, folgaria muito, porque a batalha fosse com mais gosto.