DESCARTES: A METAFÍSICA SOB O JUGO DA RAZÃO

Resumo: Vamos mostrar que Descartes é produto de um momento histórico em que havia uma crise hegemônica pela qual a racionalidade burguesa ainda não se afirmara de todo e a metafísica escolástica ainda não houvera perdido totalmente a sua hegemonia, embora a tivesse significativamente debilitada. Ou seja, ele estava, teórica e metodologicamente, em um rito de passagem entre a velha ordem que vinha sendo desconstruída pelas prática e ideologia burguesas e a nova ordem burguesa em processo de construção. O método por ele proposto pode aparentar uma conciliação entre o velho e o novo, mas, a rigor, por meio de uma prudente e sofisticada sutileza, ele se posiciona contra a velha ordem e a favor da nova. Contra o fundamentalismo religioso ainda então vigente e a favor do racionalismo científico de natureza burguesa.

Resumo de “A Revolução Copernicana”, de Thomas Kuhn

Resumo do livro A Revolução Copernicana, de Thomas KuhnElaborado por Graziela Vitorino (UFPR) Thomas Kuhn denomina de “Revolução Copernicana” as modificações no pensamento cosmológico e astronômico operadas por meio do livro “De Revolutionibus Orbitum Caelestium” de Copérnico, publicado em 1543 (ano de morte de Copérnico). Este livro permitiu aos contemporâneos e posteriores uma abordagem nova … Ler mais

CIENCIAS NATURAIS E MÉDICAS – A Civilização árabe (1884)

Fig. 244 — Entrada de uma das salas da Universidade de El Azhar, no Cairo (Ebers).

CIÊNCIAS NATURAIS E MÉDICAS
I — CIÊNCIAS NATURAIS. Os árabes publicaram numerosas obras sobre as plantas, os metais, os fósseis, etc. Várias teorias modernas estão já indicadas em seu livros. II — CIÊNCIAS MÉDICAS. Importância das ciências médicas entre os árabes. Indicações das obras de medicina e das descobertas dos principais médicos árabes. Aarão, Arrazi, Ali-Abbas, Avicena, Abulkassim, Averróes, etc. Higiene dos árabes. Os preceitos da escola de Salerno foram ex- • traídos dos livros árabes. Progressos realizados pelos árabes nas ciências médicas. Introdução de vários medicamentos novos na terapêutica. Os árabes são os verdadeiros criadores da farmácia. Suas descobertas cirúrgicas ………………………….

CIÊNCIAS FÍSICAS E SUAS APLICAÇÕES – A Civilização árabe

Fig. 242 — Fragmento de antigo estojo árabe, segundo desenho de Prisse d'Avesne.

CIÊNCIAS FÍSICAS E SUAS APLICAÇÕES
I — FÍSICA E MECÂNICA. Trabalhos dos árabes em física e mecânica. Tratado de ótica de Haizan. Conhecimentos dos árabes em mecânica aplicada. Descrição do grande relógio da mesquita de Damasco. Descrição de vários aparelhos mecânicos. II — QUÍMICA. As bases da química devem-se aos árabes, que descobriram os corpos mais importantes, como o ácido sulfúrico, o álcool, etc. São-lhes devidas também as operações fundamentais da química, como por exemplo a destilação. Trabalhos dos principais químicos árabes. Suas teorias alquímicas. III — CIÊNCIAS APLICADAS, DESCOBERTAS. Conhecimentos industriais dos árabes. Aplicações da química à extração dos metais, a fabricação do aço, tinturaria, etc. Invenções da pólvora e das armas de fogo. Trabalhos modernos provam que essa des coberta lhes é devida. Pesquisas de Reinaud e Fa-vé. Diferença entre a pólvora e o fogo grego. inocuidade deste último. Crônicas dos árabes prova o do que as armas de fogo foram empregadas por eles muito antes dos europeus. Invenção do papel de seda pelos chineses e do papel de algodão e de farrapos pelos árabes. Aplicação da bússula à navegação. Resumo das descobertas dos árabes …….

A Civilização árabe: MATEMÁTICAS E ASTRONOMIA

Fig. 228 — Antigo astrolábio árabe (Museu Espanhol de Antigüidades).

I — MATEMÁTICAS. O estudo das matemáticas, e especialmente da álgebra foi muito difundido entre os árabes. Importância de suas descobertas em trigonometria e em álgebra. II — A ASTRONOMIA ENTRE OS ÁRABES. Escolas de astronomia fundadas pelos árabes. Escola de Bagdad. Resumo dos trabalhos dos principais astrônomos dessa escola: medida da obliqüidade da elíptica, de um arco dc meridiano. Estudo dos movimentos da lua. Determinação exata da duração do ano, etc. A influência dessa escola sobreviveu à queda de Bagdad. Ofi astrônomos árabes tornam-se os mestres dos mongóis. Suas obras são introduzidas na China e tor nam-se a base da astronomia chinesa. As derradeiras obras da escola de Bagdad são do século XV da nossa era e ligam a astronomia antiga à dos nossos dias. Escolas de astronomia do Cairo. Publicação da tábua haquemita. Riquezas da antiga biblio teca astronômica do Cairo. Escolas de astronomia da Espanha e de Marrocos. Instrumentos astronômicos dos árabes…………………………

LÍNGUA ÁRABE, FILOSOFIA ÁRABE, LITERATURA ÁRABE

Fig. 219 — Inscrição ornamental' formada pela combinação de caracteres cúficos.

LÍNGUA, FILOSOFIA, LITERATURA E HISTÓRIA
– A LÍNGUA ÁRABE. Parentesco do árabe com as línguas semíticas. A escrita árabe. O idioma adotado para a redação do Corão fixou a língua. O árabe tornou-se a língua universal de todos os povos que professaram o islamismo. Vestígios deixados pelos árabes no espanhol e no francês. II — FILOSOFIA DOS ÁRABES. Ela deriva da filosofia grega. Cultura da filosofia nas universidades muçulmanas. Ceticismo geral dos filósofos árabes. III — LITERATURA DOS ÁRABES. Poesia árabe antes de Maomé. Trechos de alguns poemas. Considerável influência dos poetas entre os árabes. Cultura da poesia durante toda a duração da civilização árabe. Invenção das rimas pelos árabes. Romances e novelas. As sessões de Hariri. As mil e unia noi tes. Indicações psicológicas fornecidas pelo estudo desta obra para a reconstituição de certos sen’, mentos entre os orientais. Fábulas e provérbios. Sua importância. Enumeração dos mais notáveis. História. Os historiadores árabes: Tabari, Almas-sudi, Abul-Faradj, Ibn Khaldun, Almakrisi, An-nuairi, etc. A retórica e a eloqüência entre os árabes …………………………………….

ORIGENS DOS CONHECIMENTOS DOS ÁRABES, SEU ENSINO E SEUS MÉTODOS

arquitetura arabe

I ORIGEM DOS CONHECIMENTOS C1ENTÍFICOS E LITERÁRIOS DOS ÁRABES. Influência civilização dos persas e bizantinos .sobre os árabes. Como a ciência grega penetrou no Oriente. Traduções dos autores gregos ordenadas pelos califas. Entusiasmo dos árabes pelos estudos científicos e literários. Fundações de bibliotecas, universidades, laboratórios e observatórios. II — MÉTODOS CIENTÍFICOS DOS ÁRABES. Partido que souberam tirar os árabes dos materiais que tinham em mãos. Logo substituem ao estudo dos livros a experiência e a observação. Foram os primeiros a introduzir a experimentação no estudo das ciências. Precisão que este método deu aos seus trabalhos, tornan-do-lhes possíveis importantes descobertas

Os Lusíadas de Camões o gênero épico da Poesia – Curso de Literatura

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876)

CURSO DE LITERATURA NACIONAL

 

LIÇÃO
X

 

GÊNERO ÉPICO

 

Mais feliz do que muitas
outras, conta a literatura portu­guesa em seu século áureo um poema épico, cujo
mérito, mais ou menos apreciado, não pode ser posto em dúvida, ainda pelos mais
severos críticos. Antes de entrarmos na análise de tão majestoso monumento,
digamos duas palavras sobre a vida do seu
preclaro autor.

CRISTIANISMO – Dicionário Filosófico de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados CRISTIANISMO Investigações históricas sobre o Cristianismo — Vários sábios notaram, com surpresa, não encontrar no historiador José nenhum vestígio da existência de Jesus Cristo, pois todo mundo concorda que a pequena passagem, onde ele alude ao assunto na sua História, é interpolada. O pai de José devia ter … Ler mais

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

Filosofia Renascentista

filósofo renascença

93. FILOSOFIA DA RENASCENÇA — Os ataques contra a filosofia das escolas alastraram-se por toda a Europa, assumindo a feição de uma verdadeira ofensiva geral. O movimento de idéias, conhecido pelo nome de Renascença (80) e caracterizado na literatura e nas artes por um esmerado cultivo da forma e por uma admiração exageradamente entusiasta da antigüidade paga, apresenta-se em filosofia como uma reação hostil, cega e violenta contra as tendências medievais. Por toda a parte, os filósofos, mediocridades, na maioria, de pequena envergadura, não fazem senão impugnar, criticar e destruir as antigas doutrinas, sem vingar construir uma síntese duradoura. A desorientação geral do pensamento é manifesta. Uns deprimem sem critério a autoridade de Aristóteles, outros sobremaneira a elevam. Estes exaltam a fé a ponto de descrerem da razão, aqueles divinizam a razão, renegando a fé; alguns, enfim, para conciliarem os desvios da inteligência com as exigências da ortodoxia recorrem à esdrúxula teoria das duas verdades (81). Em tudo há falta de unidade, exagero, excesso (82).

Declínio da escolástica medieval, Ockham e Ockhamismo

88. DECADÊNCIA DA ESCOLÁSTICA — SUAS CAUSAS — O precioso legado intelectual do grande século bem depressa se tornou estéril nas mãos de herdeiros degenerados. A começar do século XIV, a escolástica decaiu rápida e incessantemente. As correntes contrárias favorecidas pelas circunstâncias foram tomando incremento e vigor, até invadirem e ocuparem, de todo, o campo que ela outrora havia tão brilhantemente defendido.GUILHERME OCKHAM (1295-1349), por isso denominado Venerabilis inceptor. Inglês de origem e franciscano, estudou em Oxford, entre 1312 e 1318 e veio depois para Paris onde se imiscuiu em discussões políticas, advogando as pretensões regalistas de Felipe o Belo e mais tarde de Luiz de Baviera contra Bonifácio VIII. Conta-se que ao príncipe bávaro dirigiu um dia o frade as arrogantes palavras: Imperator, defendas me gladio, ego te defendam calamo.

Escolástica e Grandes Filósofos Medievais

Noções de História da Filosofia (1918) Manual do Padre Leonel Franca. PARTE IV Quarta época – Filosofia medieval (Séc. IX – XVII) 56. INTRODUÇÃO — Depois das sérias e profundas investigações históricas acerca do pensamento medieval, iniciadas no princípio do século XIX, desvaneceram-se muitos dos inumeráveis preconceitos, acumulados pela renascença sobre a era de “obscurantismo”, e … Ler mais

Aristides, o justo – estratego grego – por Plutarco

Arte etrusca

SUMÁRIO DA VIDA DE ARISTIDES

  • I. Origem de Aristides. Diferença de opiniões sobre sua fortuna.
  • IV. Sua amizade por Clistênio e sua consideração para com Licurgo. Início e causas de sua inimizade com Temís-tocles.
  • V. Princípios opostos de sua conduta.
  • VII. Eqüidade de Aristides.
  • X. Sua integridade no manejo das finanças.
  • XI. Sua deferência para com Milcíades.
  • XII. Seu valor e sua moderação na batalha de Maratona.
  • XIV. Tempo de seu arcontado.
  • XV. Sua justiça. Excelência do epíteto de Justo.
  • XVI. É expulso devido aos enredos de Temístocles.
  • XVII. Permanência deste uso em Atenas.
  • XIX. Sua maneira de proceder diante deste caso.
  • XXI. Aristides é chamado. Sua generosidade para com Temístocles. Sua entrevista.
  • XXIII. Batalha de Salamina.
  • XXVIII. Batalha de Platéia.
  • XLIX. Divisão do espólio.
  • LI. Aristides faz estabelecer as festas e jogos em Atenas.
  • LII. Solenidade pública instituída para honrar a memória dos que morreram pela liberdade.
  • LIII. Forma de governo em Atenas depois da batalha de Platéia.
  • LIV. Projeto de Temístocles para aumentar o poder de Atenas, o qual, submetido a Aristides, é recusado por injusto.
  • LV. A justiça de Aristides e a delicadeza de Cimon fazem perder à Lacedemônia seu principado sobre a Grécia. Altivez e orgulho de Pausânias, general dos lacedemònios.
  • LVI. Os aliados da Grécia deixam o partido da Lacedemônia para tomar o de Atenas.
  • LVII. Sentimentos nobres dos lacedemònios.
  • LVIII. Taxa imposta por Aristides a todas as cidades da Grécia, por um consentimento unânime. Tempos felizes da Grécia. Aumento da taxa sob Péricles e depois de sua morte.
  • LIX. Novas altercações entre Temístocles e Aristides.
  • LX. Juramento de aliança dos povos da Grécia. Aristides o pronuncia em nome dos atenienses.
  • LXI. Suas considerações políticas. Sua pobreza.
  • LXIV. Sua moderação na desgraça de Temístocles.
  • LXV. Morte de Aristides.
  • LXVI. Seus funerais e o casamento de suas filhas a expensas do público.
  • LXVII. Atos de humanidade da cidade de Atenas.

Da 63." Olimpiada ate o 2. ano da 78/’ ou 467 A. C.

ARISTIDES

por Plutarco in Vidas Paralelas

Aristides, filho de Lisímaco, era de linhagem antióquida (1), do bairro de Alopece, mas quanto a seus bens e suas possibilidades, foram escritas, a respeito, várias histórias. Enquanto uns dizem que êle viveu toda a sua vida numa angustiante pobreza e deixou duas filhas, as quais, depois de sua morte ficaram muito tempo sem casar por não serem ricas, com o que a maioria dos historiados antigos está de acordo, Demétrio Falereu (2), no entanto, num livro que intitulou Sócrates, escreve o contrário e diz que teve conhecimento da existência de uma possessão, no bairro de Falaréia, que ainda chamam a posse e terra de Aristides, na qual o seu corpo está enterrado. E, além disso, para provar que sua casa era opulenta e rica, alegou tais indícios: primeiramente, que êle foi, durante um ano, preboste da cidade de Atenas, cargo que era denominado arconte epônimo (3), isto é, o que dá o seu nome ao ano em que funciona (4) e diz também que foi eleito por meio das favas, segundo o antigo uso dos atenienses, em cuja eleição não eram admitidos senão aqueles que eram tidos em mais alta conta pelo valor de seus bens, os quais chamavam em Atenas pentacosiomcdimnos (5), a saber, os que tinham de renda o valor de quinhentos minots (6) de trigo, ou daí para cima. Em segundo lugar alega que ele foi relegado ou banido do partido que se chama Ostracismo, do qual não se costumava expulsar os pobres, mas somente os nobres e os ricos, os quais a plebe invejava. Como terceiro e último argumento, afirma que deixou ao templo de Baco os vasos de três pés que comumente os empreendedores estavam acostumados a oferecer (7), sendo que estes empreendedores levantavam os prêmios nos jogos de comédias, tragédias e outros divertimentos, fazendo eles as despesas, e que os ditos vasos teriam sido doados por Aristides (8), sendo que se podia ler neles a seguinte inscrição: "A linhagem antióquida levantou o prêmio, Aristides pagou as despesas e o poeta Arquestrato fêz representar suas comédias."

A RELIGIÃO – ORIGEM, CRÍTICA E FUNÇÃO

A RELIGIÃO – ORIGEM, CRÍTICA E FUNÇÃO Ricardo Ernesto Rose – Jornalista e Licenciado em Filosofia Origem e desenvolvimento A religião é uma das mais antigas práticas culturais da humanidade, tendo aparecido no período do Paleolítico Superior, há aproximadamente 50.000 anos. Todavia, nossa espécie, homo sapiens, não foi a única a se dedicar a práticas … Ler mais

História das Ciências exatas na Idade Moderna

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal – Césare Cantu.

CAPÍTULO XXXVI

Ciências exatas

Diferentes italianos se aplicavam então às matemáticas, uns continuando os trabalhos dos antigos, outros aperfeiçoando a álgebra. Entre os primeiros distin-gue-se Francisco Maurolico (1491-1570), de Messina, que, aperfeiçoando Arquimedes, Apolônio e Diofonte, os levou a novos resultados. A bela cidade em que ele tinha nascido e que cercava de fortificações contornou-lhe generosamente uma pensão de cem escudos de ouro, para que continuasse seus trabalhos e a história do país. Carlos V e Dom João da Áustria o liveram em alta estima, em razão dos cálculos astrológicos por meio de que êle predissera a vitória ganha em Lepanto sobre os turcos. Êle empreendeu, mas não terminou uma enciclopédia das matemáticas simples e aplicadas, traduzindo os gregos e comentando-os. Os quatro últimos dos oito livros de Apolônio sobre as seções cónicas tinham-se perdido; sabia-se somente que êle tratava no quinto das linhas retas, maiores e menores, que terminam nas circunferências das seções. Ora, Maurolico aplicou-se a refazer esse livro com excelentes regras; porém foi excedido por Viviani, que empreendeu a mesma tarefa numa época mais ilustrada. Maurolico fêz uma notável aplicação, notando que as linhas traçadas pelo ponteiro do gnômon são sempre das seções cónicas, variadas segundo a natureza do plano sobre que elas se projetam. Êle escreveu também poesias italianas e sicilianas, assim como tratados sobre a filosofia, gramática, teologia e principalmente sobre a ótica. Determinou o centro de gravidade de vários sólidos; e se não deixou descobertas originais, mostra-se observador muito atento e filólogo de muita finura.

O Mito e a Filosofia

Mircea Eliade, em sua obra “História das Crenças e das Idéias Religiosas” nos dá uma boa indicação do porque do desenvolvimento da filosofia na Antiga Grécia. Segundo Eliade, a religião grega sempre foi um politeísmo, no qual os deuses tinham comportamento parecido aos dos homens; os mesmos desejos, impulsos e emoções, com a diferença de que eram imortais. A religião grega, pelas suas características, nunca chegou a ser uma religião estritamente normativa e ligada a um povo específico (os gregos também dividiam muitos deuses com outros povos), como o foram a religião egípcia e a judaica.

Os gregos nunca tiveram um Livro dos Mortos ou um Decálogo. Todavia, os relatos dos bardos – entre eles os mais famosos Homero e Hesíodo – influenciaram a cultura grega da mesma forma

EMPIRISMO E RACIONALISMO


Desde as origens da filosofia o problema do conhecimento sempre ocupou a maioria dos filósofos. O tema já era tratado pelos pensadores pré-socráticos, os quais, dada a maneira como abordavam o assunto, se dividiam entre racionalistas e empiristas. O racionalismo e o empirismo representam visões opostas na maneira de explicar como o homem adquire conhecimentos. A classificação em correntes de pensamento, evidentemente, foi realizada pelos pensadores posteriores, já que nem os gregos ou os medievais tinham clara a separação entre as duas tendências. Parmênides (cerca de 530



a.C. -460 a.C.) e os pitagóricos (século VI a.C.) concordam que além do conhecimento empírico existe também o racional, e é somente este último que efetivamente tem valor absoluto. Por outro lado, os sofistas Protágoras (480 a.C. -410 a.C.) e Górgias (480 a.C.375 a.C.) reconhecem somente o conhecimento sensível. Assim, como sabiam que as experiências eram falhas e que não eram as mesmas para todo e qualquer indivíduo, os sofistas concluíram pela rel

A crítica à metafísica aristotélica clássica e o despontar da subjetividade cognoscente-autônoma em Immanuel Kant 

maravilhas das antigas civizações

 

Francisco Nunes de Carvalho

Licenciado em Filosofia – [email protected]

 

O presente trabalho objetiva apresentar o processo
histórico-filosófico de decadência da metafísica enquanto ciência sobre o mundo
objetivo em sua totalidade – ciência do ser – na vertente de Aristóteles,
relacionando-o à afirmação do sujeito cognoscente que se volta para si mesmo e
estabelece a própria autonomia racional, o que ocorre na chamada Modernidade e
atinge momento privilegiado em Immanuel Kant. Analisaremos assim a transição de
uma racionalidade ontológica, típica da metafísica aristotélica do ser, a um
pensamento centrado no problema gnosiológico como pressuposto para ulteriores
desenvolvimentos filosóficos, inclusive na ética.

OS GRANDES FILÓSOFOS GREGOS

GRANDES FILÓSOFOS DA GRÉCIA

Antigos filósofos gregos – Estranhas noções a respeito do mundo

OS antigos filósofos gregos tinham Idéias caracterís-ticas a respeito da natureza do mundo em que vivemos. Tales (cerca de 636 anos A. C.) acreditava que cada coisa, incluindo o sol, a lua, as estrelas, a terra, as árvores, as flores, os animais, as aves e os seres humanos que habitam a terra, provieram, originalmente, de uma única e mesma substância: a água.

Outro dos antigos filósofos, Anaxímenes, dizia que tudo era feito de ar. A vida, explicava êle, é ar. Lançado pelas narinas, formou o coração, os pulmões, os músculos, o sangue e todas as outras partes do corpo. O ar se condensou para formar o vapor. O vapor solidificou-se para formar a água. A água condensou-se para formar lodo, areia e rochas. E assim por diante, por toda a escala da criação.

Ainda outros filósofos acreditavam que o fogo era a substância criadora de todas as coisas. O sol era puro fogo. As estrelas eram centelhas brotadas do sol na infinita fogueira dos céus. A terra era fogo resfriado em rochedos. As flores eram pedaços de chama colorida, com a forma de leves e fragrantes pétalas. E o homem um punhado de cinzas, ardendo na chama da vida, graças ao benigno calor do sol.

São estas algumas das engenhosas e poéticas teorias a respeito do mundo. Os antigos gregos eram grandes poetas, mas não eram cientistas. Eram as crianças ainda não amadurecidas da espécie humana. O pensamento duma criança é imaginativo. Para se tornar científico necessita de um intelecto amadurecido.

O ROMANCE DOS CÉUS – MARAVILHAS DA CIÊNCIA

LIVRO SEGUNDO – O LIVRO DAS MARAVILHAS DA CIÊNCIA

Henry Thomas

O ROMANCE DOS CÉUS

A Saga das Estrelas

UM olhar para o dossel tauxiado de estrelas que se ergue lá no alto, para a majestosa Via-Láctea, em-bastida de brilhantes cachos de pontos cintilantes, revela-nos uma estranha saga, cuja prolongada duração desafia qualquer conjetura. Algumas daquelas estrelas parecem agrupar-se naturalmente, e tais grupos são chamados constelações. Há quanto tempo vêm sendo essas constelações olhadas pelo Homem, ninguém sabe; mas foram anotadas desde o tempo de Ptolomeu (2.° século depois de Cristo). Contam-se ao todo oitenta e oito constelações. Doze destas têm exercido sempre peculiar fascinação sobre o pensamento dos homens. Possuem os deliciosos nomes de Aries (o carneiro), Taurus (o touro), Gemini (os gêmeos), Câncer (o caranguejo), Leo (o leão), Virgo (a virgem), Libra (a balança), Scorfrio (o escorpião), Sagiitarius (o besteiro), Cafiricornius (o bode), Aquarius (o aguadeiro) e Pisces (o peixe). Estas constelações devem sua preeminência à característica influência que sobre os negócios humanos, lhes assinalaram os antigos (e modernos!) astrólogos, e às efígies, um tanto maravilhosas, que passam por representar.

As estrelas são corpos quentes, incandescentes. Podem ser mesmo sistemas solares, tais como o nosso. Contudo, a mais próxima estrela está tão afastada que sua luz, viajando 300.000 kms. por segundo, leva cerca de 4 anos para chegar até nós. Um raio de luz da mais longínqua estrela pode alcançar a terra exatamente no prazo de

Breve Reflexão Sobre a Trajetória Intelectual de Johannes Kepler E AS FUNDAÇÕES DA ASTRONOMIA MODERNA

maravilhas das antigas civizações

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
O astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler é notoriamente conhecido por elaborar as três leis dos movimentos planetários que revolucionaram toda uma cosmologia que vigorou desde aproximadamente o século II aos Seiscentos. Kepler, num período envolto em conflitos religiosos entre católicos e protestantes, lançou as bases da astronomia moderna interpretando os fenômenos celestes a partir de causas físicas. Advogou ao longo de sua vida a favor do heliocentrismo de Nicolau Copérnico em oposição ao geocentrismo aristotélico-ptolomaico. Partindo destes pressupostos, este trabalho pretende fazer uma breve reflexão sobre a trajetória intelectual de Johannes Kepler e as fundações da astronomia moderna. 

Palavras-Chave: Cosmologia. Geocentrismo. Heliocentrismo. Astronomia. Física. Conflitos Religiosos. Católicos. Protestantes. Kepler.

Considerações acerca da liberdade e da ética na tese “A diferença entre as filosofias da natureza em Demócrito e Epicuro” de Karl Marx.

maravilhas das antigas civizações

Em 1839, Marx inicia a preparação de sua tese de doutoramento, que será apresentada em 1841, na Universidade de Iena, intitulada Diferença entre as Filosofias da Natureza em Demócrito e Epicuro. Mas o que levou um jovem estudante de filosofia, discípulo de Hegel, participante do movimento jovem hegeliano de esquerda, a dedicar-se aos estudos do atomismo grego? O objetivo deste artigo é responder essa questão, explicitando como a filosofia atomista de Epicuro influenciou a ética marxiana a partir da liberdade fundada num princípio universal.

FIM DA PATRÍSTICA – História da Filosofia na Idade Média

HISTÓRIA DA FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA Johannes HIRSCHBERGER Fonte: Ed. Herder Trad. Alexandre Correia Índice Prolegômenos Filosofia Patrística O Cristianismo Nascente e a Filosofia Antiga Os Começos da Filosofia Patrística Agostinho: O Mestre do Ocidente Boécio: O Último Romano Dionísio Pseudo-Areopagita Fim da Patrística A Filosofia Escolástica Generalidades A Primitiva Escolástica Origens Anselmo de Cantuária … Ler mais

Ontologia – AS DIVISÕES DO SER – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo  Segundo AS DIVISÕES DO SER 193 O ser não existe sob a forma absolutamente indeterminada em que o considera, por abstração, a Metafísica. Apenas os seres, quer dizer, os indivíduos, existem verdadeiramente, sendo todo o resto, não ser absolutamente, mas maneiras de ser dos indivíduos. Ora, estes diversos … Ler mais

Ontologia – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet ONTOLOGIA 18S 1. Noção. — A Ontologia (ou Metafísica geral) é a ciência do ser enquanto ser e dos caracteres que pertencem ao ser como tal. A noção de ser, como vimos em psicologia (141), é a mais alta abstração a que podemos chegar, quando tivermos despojado de alguma … Ler mais

Metafísica – A EXTENSÃO DO CONHECIMENTO – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo   Segundo A EXTENSÃO DO CONHECIMENTO 179 O problema do alcance do conhecimento é um problema distinto do precedente, porque o fato certo de que somos capazes de chegar ao verdadeiro deixa subsistir a questão de saber que verdades ou que coisas somos efetivamente suscetíveis de conhecer. Podem-se aqui … Ler mais

Metafísica – Preliminares – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet METAFÍSICA PRELIMINARES 170      1. Noção. — O nome metafísica (depois da física) foi dado pelos discípulos de Aristóteles ao conjunto dos tratados aristotélicos que vinham após aqueles consagrados às coisas da natu­reza. Foi desde então utilizado para designar esta parte da Filo­sofia que é consagrada às realidades que não … Ler mais