DESCARTES: A METAFÍSICA SOB O JUGO DA RAZÃO

Resumo: Vamos mostrar que Descartes é produto de um momento histórico em que havia uma crise hegemônica pela qual a racionalidade burguesa ainda não se afirmara de todo e a metafísica escolástica ainda não houvera perdido totalmente a sua hegemonia, embora a tivesse significativamente debilitada. Ou seja, ele estava, teórica e metodologicamente, em um rito de passagem entre a velha ordem que vinha sendo desconstruída pelas prática e ideologia burguesas e a nova ordem burguesa em processo de construção. O método por ele proposto pode aparentar uma conciliação entre o velho e o novo, mas, a rigor, por meio de uma prudente e sofisticada sutileza, ele se posiciona contra a velha ordem e a favor da nova. Contra o fundamentalismo religioso ainda então vigente e a favor do racionalismo científico de natureza burguesa.

Filosofia Moderna – René Descartes

105. CARACTERES GERAIS A. O caráter mais saliente da filosofia moderna é a independência excessiva de qualquer autoridade, o menosprezo completo da tradição científica. Inaugurada por Descartes, pouco depois que a reforma protestante proclamara o livre exame e a autonomia absoluta em matéria religiosa, num tempo em que os ataques da Renascença haviam desprestigiado as teorias tradicionais, a filosofia moderna rompeu definitivamente com o passado. Os seus representantes julgaram-se no dever de construir desde os alicerces sistemas inteiramente novos. A instauratio magna ab imis jundamentis de Bacon tem sido a aspiração de quase todos os filósofos posteriores.

DESCARTES (1596-1650)

109. VIDA Ε OBRAS DE DESCARTES— Renato Descartes, latinamente Cartésio. nasceu em La Have, na Turena. em 1596. Educado no colégio dos jesuítas de La Flèche, veio aos 19 anos para Paris, continuando por algum tempo os estudos de física e matemática para os quais mostrara notável inclinação. De 1617 a 1629 percorreu quase toda a Europa já em viagens de instrução, já combatendo, como soldado sob a bandeira do duque de Nassau e mais tarde do Duque de Baviera.

Depois desta vida agitada, retirou-se para a Holanda, onde, num recolhimento de 20 anos, se entregou de todo à meditação, ao estudo e à composição de suas obras. Convidado em 1649 pela rainha Cristina da Suécia, partiu para Stockolmo, mas não resistindo às inclemências do frio faleceu poucos meses* depois, em 1650, com apenas 54 anos de idade.

Resumo de Filosofia Grega – Terceiro Período

Noções de História da Filosofia (1918) Manual do Padre Leonel Franca. CAPITULO III TERCEIRO PERÍODO — (300 a. C. — 529 p. C.) 36. CARÁTER GERAL — Apesar dos esforços construtivos da escola estóica e epicuréia, este período assinala a decadência e a dissolução da filosofia grega. Os discípulos dos grandes mestres do período precedente … Ler mais

Vocabulário de termos filosóficos – Dicionário marxista de filosofia

filosofia marxista dicionário

Disclaimer: este trabalho foi compilado com verbetes de filosofia apresentados de forma resumida — recorrendo à aos livros do " Pequeno Dicionário Filosófico" De M. Rosental e P. Iudin, e de "Fundamentos do marxismo-leninismo " de O. V. Kuncinen e mais autores marxistas soviéticos. Dessa forma, apresenta uma visão doutrinária e muitas vezes negativa acerca … Ler mais

A FILOSOFIA DO HELENISMO E DO IMPÉRIO ROMANO – História da Filosofia Antiga

mapa roma itália

Na
época helenística, consuma-se um processo histórico espiritual, cujo resultado
ainda é importante para a nossa moderna concepção da Filosofia: a evolução da
Filosofia no sentido de uma ciência especial. No período pré-socrático, o
filósofo era tudo: cientista, médico, técnico, político e sábio. A Academia e o
Perípato abrangem, como organizações científicas, a totalidade do saber. Mas já
no antigo Perípato. vemos que as ciências particulares absorviam a atividade
total de todo um homem, e lhe davam a sua fisionomia espiritual, embora êle
ainda filosofasse no sentido da antiga sabedoria. No período helenístico as
ciências particulares se desmembram em disciplinas independentes. Nascem
centros próprios de investigação, onde essas ciências são cultivadas ex
professo:
Alexandria, Antioquia, Pérgamo, Rodes. Mas a Filosofia se
pronuncia apenas sobre as grandes questões que Platão e Aristóteles tinham
indicado como propriamente filosóficas: a lógica, a ética e a metafísica. Exatamente
por isso essas questões são aprofundadas e se transformam em mundividências. Ocupa-se a Filosofia com o homem como tal e, nesses tempos tão incertos,
revoltos pelas guerras de Alexandre e dos Diadocos, busca ela a salvação e a
felicidade no homem interior, o que já não podem proporcionar as relações
externas, a sonharem sempre novas grandezas, para criarem, apenas, em lugar
delas, ruínas sobre ruínas. Por isso prepondera nessa época o papel da ética.
Ela deve, ao mesmo tempo, exercer a função outrora desempenhada pelo mito
religioso. Êste se dissipa cada vez mais, sendo substituído pelo pensamento
racional. O estoicismo e o empirismo despertam novas preocupações psíquicas e
atuam sobre círculos mais vastos, muito mais do que o puderam a Academia e o
Perípato. As "mundividências", uma vez constituídas,
funcionam como centros de cristalizagão, formando–se nos tempos do helenismo
marcantes centros escolásticos, típicos desta época: o Pórtico e o Jardim de
Epicuro; ao lado das já existentes escolas da Academia e do Perípato.

A VERDADE COMO REGRA DAS AÇÕES – Farias Brito

A VERDADE COMO REGRA DAS
AÇÕES

Farias Brito (1862-1917)

Fonte: Farias Brito –
Uma antologia organizada por Gina Magnavita Galeffi. GRD-INL/MEC (1979)

ENSAIO DE FILOSOFIA MORAL COMO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Esta obra publicada em 1905 em Belém do Pará é considerada pelo próprio
autor "um ensaio de filosofia moral como introdução ao estudo do
direito" e "complemento prático" de sua maia ampla obra, a
Finalidade do Mundo.

Nela notamos a
preocupação do professor e do bacharel em Direito que quer apresentar a seus
alunos os assuntos que irá desenvolver ao longo do curso. Durante alguns anos
Farias Brito foi de fato professor contratado da Faculdade de Direito para
ensinar como lente substituto.