Uma Breve Apresentação da História da Didática

Uma Breve Apresentação da
História da Didática

Paula Ignacio

A
Didática, antes dos sofistas, não era conhecida pelos homens. Ela tinha outras
características, menos formais e artificiais, voltadas para a prática da vida
cotidiana, dava-se de maneira natural.

No
entanto, na Magna Grécia, a vida social, cultural e política adquiriu uma nova
maneira de se dar: a Palavra como o centro do Poder. Quem tinha a melhor
oratória e retórica podia ser ouvido, e a educação acontecia dessa forma. Esse
poder era concebido somente aos cidadãos (somente homens e nascidos nas cidades,
como Atenas por exemplo). Havia muitos grupos que não possuíam direitos
políticos, esses não tinham o poder da palavra. Por causa disso, os discursos passaram
a ser de extrema importância e surgiram os sofistas, que de certa maneira
transformaram a educação em uma espécie de tutoria, onde aquele que tinha o
poder da palavra ensinava aos outros cidadãos. Esse processo transformou a
educação, que antes se dava de maneira natural, em algo artificializado, pois
aqueles que não tinham poder procuravam aqueles que possuíam o dom da palavra e
da oratória para receberem instruções.

Filosofia Moderna – René Descartes

105. CARACTERES GERAIS A. O caráter mais saliente da filosofia moderna é a independência excessiva de qualquer autoridade, o menosprezo completo da tradição científica. Inaugurada por Descartes, pouco depois que a reforma protestante proclamara o livre exame e a autonomia absoluta em matéria religiosa, num tempo em que os ataques da Renascença haviam desprestigiado as teorias tradicionais, a filosofia moderna rompeu definitivamente com o passado. Os seus representantes julgaram-se no dever de construir desde os alicerces sistemas inteiramente novos. A instauratio magna ab imis jundamentis de Bacon tem sido a aspiração de quase todos os filósofos posteriores.

DESCARTES (1596-1650)

109. VIDA Ε OBRAS DE DESCARTES— Renato Descartes, latinamente Cartésio. nasceu em La Have, na Turena. em 1596. Educado no colégio dos jesuítas de La Flèche, veio aos 19 anos para Paris, continuando por algum tempo os estudos de física e matemática para os quais mostrara notável inclinação. De 1617 a 1629 percorreu quase toda a Europa já em viagens de instrução, já combatendo, como soldado sob a bandeira do duque de Nassau e mais tarde do Duque de Baviera.

Depois desta vida agitada, retirou-se para a Holanda, onde, num recolhimento de 20 anos, se entregou de todo à meditação, ao estudo e à composição de suas obras. Convidado em 1649 pela rainha Cristina da Suécia, partiu para Stockolmo, mas não resistindo às inclemências do frio faleceu poucos meses* depois, em 1650, com apenas 54 anos de idade.

A FILOSOFIA DO HELENISMO E DO IMPÉRIO ROMANO – História da Filosofia Antiga

mapa roma itália

Na
época helenística, consuma-se um processo histórico espiritual, cujo resultado
ainda é importante para a nossa moderna concepção da Filosofia: a evolução da
Filosofia no sentido de uma ciência especial. No período pré-socrático, o
filósofo era tudo: cientista, médico, técnico, político e sábio. A Academia e o
Perípato abrangem, como organizações científicas, a totalidade do saber. Mas já
no antigo Perípato. vemos que as ciências particulares absorviam a atividade
total de todo um homem, e lhe davam a sua fisionomia espiritual, embora êle
ainda filosofasse no sentido da antiga sabedoria. No período helenístico as
ciências particulares se desmembram em disciplinas independentes. Nascem
centros próprios de investigação, onde essas ciências são cultivadas ex
professo:
Alexandria, Antioquia, Pérgamo, Rodes. Mas a Filosofia se
pronuncia apenas sobre as grandes questões que Platão e Aristóteles tinham
indicado como propriamente filosóficas: a lógica, a ética e a metafísica. Exatamente
por isso essas questões são aprofundadas e se transformam em mundividências. Ocupa-se a Filosofia com o homem como tal e, nesses tempos tão incertos,
revoltos pelas guerras de Alexandre e dos Diadocos, busca ela a salvação e a
felicidade no homem interior, o que já não podem proporcionar as relações
externas, a sonharem sempre novas grandezas, para criarem, apenas, em lugar
delas, ruínas sobre ruínas. Por isso prepondera nessa época o papel da ética.
Ela deve, ao mesmo tempo, exercer a função outrora desempenhada pelo mito
religioso. Êste se dissipa cada vez mais, sendo substituído pelo pensamento
racional. O estoicismo e o empirismo despertam novas preocupações psíquicas e
atuam sobre círculos mais vastos, muito mais do que o puderam a Academia e o
Perípato. As "mundividências", uma vez constituídas,
funcionam como centros de cristalizagão, formando–se nos tempos do helenismo
marcantes centros escolásticos, típicos desta época: o Pórtico e o Jardim de
Epicuro; ao lado das já existentes escolas da Academia e do Perípato.