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mallak2009Membro
"A filosofia bem como o pensamento e a ação do homem não vão conseguir provocar uma mudança na atual situação do mundo. Nós temos apenas esta possibilidade, através do pensamento e da poesia, de nos preparar para a chegada do deus ou então para a ausência de deus, o fim, que nós na ausência de Deus iremos viver" - Heidegger
mallak2009MembroConstrução da Moral e Ética Científica e Tecnológica.Daniela Cerqui: Se eu precisasse dar uma única característica de um ser humano, então seria a de que temos um cérebro desenvolvido, que nos permite fazer projetos sobre o nosso futuro. Nós somos a única espécie que pode fazer projetos. Eu acho que este é o principal critério que define a humanidade.
Eu não diria que somos a única espécie capaz de desenvolver projetos nem que essa é a característica que nos distingue. O que seria uma colméia senão um projeto magistralmente levado a cabo? E um dique construído por castores? Alguém já pesquisou a complexidade que existe na confecção de uma (aparentemente) simples teia de aranha? Que dizer da organização de um formigueiro? Me parece que aquilo que realmente nos distingue como espécie é o poder da mente humana de poder discernir a passagem do tempo em termos de "ontem, hoje e amanhã" e pensar metafisicamente sobre os "porquês" e as causas da existencia, e, também, empiricamente, ou seja, com poder para agrupar o conhecimento num conjunto de leis inteligíveis que podem ser repassadas adiante, o que garante não voltarmos ao estágio inicial, o que, convenhamos, não acontece com nenhuma espécie. Sem isso, nunca teríamos saído das cavernas, pois, estranhamente, não somos como os exemplares do reino animal citados, que não dispõem de escolas nem de manuais para espalhar suas técnicas entre seus semelhantes. O que parece uma dádiva para eles tem sido para nós um contínuo desafio para transpor nossos limites naturais e me parece que ainda não se manifestou claramente o ponto no qual devemos chegar, pois dizer que a humanidade em seu estágio final é isso que vemos hoje, tem o peso de uma blasfemia.A discussão proposta no site indicado pelo Nickoss é interessante, mas qual a abordagem é ideal para ser usada para "aprimorar" o ser humano atual. É humanista, social ou tecnológica?
mallak2009MembroIsto é fato. Lamentavelmente... E o ato de “apontar uma estrada melhor” hoje em dia é chamado de maneira pejorativa de “ideologismo”. E, discordando deste caráter pejorativo, digo que se queremos mesmo construir pontes, obviamente que devemos idealizá-las.
Er...De repente, senti que nosso papo está um pouco fora do tópico, não? Vc sugere algum outro tópico no fórum para continuar nessa linha?
mallak2009MembroPenso que os adeptos desse pensamento até desejam produzir algo... Mas eles não percebem que o que produzirão são apenas conceitos desconexos, incoerentes entre eles próprios.
Brasil, é esse o ponto. Conceitos desconexos e incoerentes não podem produzir nada, pois são gratuitos e não tem por finalidade construir o que quer que seja. Ou melhor, tem um potencial destrutivo perigosíssimo em si mesmos. O pessimismo pós-moderno não aponta uma estrada melhor, mas quer explodir todas as pontes.
O super-homem, meu caro, já existe aos milhões no planeta. Os super-homens não possuem instituição(podem até trabalhar em algumas), não possuem símbolos, não possuem cores, não possuem sexo, não possuem bandeira, não possuem pátria exclusiva), não possuem religião(a não ser de mentirinha), não possuem partido(acreditam na democracia em construção), etc.Os super-homens comunicam-se através da consciência(usam normalmente todos os sentidos); são todos aqueles que estão de olho nos pretensos genocidas, onde quer que estejam no planeta Terra. Os super-homens usam o fogo para assar batatas e não gente.Timidamente, já começa a funcionar um tribunal internacional para os genocidas. Porém, não se pode querer que, o que deve funcionar com força só daquí a cem anos, comece amanhã. Será preciso reconstruir a moral religiosa imposta a mais de 2000 anos.
Isto também me pareceu uma contradição ao pensamento puramente Nietzchiano. Quer dizer que o super-homem, senhor da sua vontade, trabalha dentro do stabilishment? Para que? Para reduzir as incoerencias e injustiças internacionais através da democracia????Mas não está ele além do bem e do mal? Trabalhar para o bem comum dessa humanidade não é uma incongruencia com o pensamento daquele que achava que a democracia e o igualitarismo eram expressões da decadencia humana? É esse o beco ao qual tal tipo de filosofia nos leva. Nietzche seria mais coerente se assumisse um tom revolucionário,mas foi muito covarde para isso. É essa coragem que lhe falta que sobrou em gente como Marx, Lenin e Hitler. Sua timidez em definir o que realmente queria, não deve levar a pensar que a materialização de seu sonho tomaria outra forma que não fosse o Reich nazista. Estão ali todos os elementos com roupagem étnico-político-nacionalista, embalado pela música de Wagner, amigo íntimo dele,e o retorno ao poder do mito ariano, que subjuga a natureza e faz o verdadeiro ser humano avançar e estabelecer sua vontade sobre os demais povos. A abolição de uma moral judaico-cristã e a substituição de seus ritos por celebrações do calendário pagão possuiam o efeito de ruptura catartica sobre o povo. Que tipo de ser surgiria num reich de mil anos? O super-homem, o ser hiperbóreo, senhor d verdadeira humanidade, isento de culpa e pronto a esmagar seus inimigos sem piedade. Talvez Nietzche nem tivesse sonhado nas implicações de seus conceitos, pois era um teórico erudito neurótico com complexo de rejeição, desejoso por ser considerado espécie única, mas a sua concretização necessariamente deveria ser levada a cabo por um outro tipo de homem, mais prático e cruel. Qual a aplicação prática do pensamento dele hoje? Nenhuma, a meu ver, pois hoje todos tentam contextualizar Nietzche como se seus conceitos pudessem ser inseridos dentro de um pensamento pós-moderno menos "fundamentalista" e "pessimista" e mais "liberal" e "otimista", como foi feito acima pelo "Nickoss", adaptando os termos à sua conveniencia, mas traindo o espírito "irracional" do alemão.A falha desse tipo de pensamento, do meu ponto de vista, está em visualizar idilicamente um tipo de ser humano, um supra humano com outro tipo de consciencia, e não se ocupar do ser humano como ele realmente é hoje. Para mim,qualquer filosofia válida deve levar em conta o ser humano atual, não o ideal de um tipo passado nem o do tipo do futuro, mas trabalhar, dentro do seu alcance de visão, para torna-lo apto a discernir a melhor maneira de lidar com o sofrimento da existencia de modo satisfatório, de modo que produza um legado positivo às outras gerações. Quando falamos de visões e ideais mais elevados que esses, entramos no perigoso terreno das ideologias que podem levar idéias vagas como as de Nietzche a concretizações absurdas como o Reich nazista.
mallak2009Membro“Um bom mestre reconhece que a chave do ensinar livre, saudável e criativo, está em ensinar sem induzir os seus discípulos, a terem que aceitar quaisquer conceitos em que acredita.” Nickoss :dirol_mini:
De quem é essa frase, amigo? Gostaria de saber qual tipo de mente poderia elaborar uma clara contradição como essa. Um mestre deve ser, por definição "Aquele que é perito ou versado numa ciência ou arte" . Como ele poderia ensinar seus alunos, discípulos, ou coisa que o valha, em qualquer coisa que seja sem que os induzisse, ainda que o mínimo possível, a aceitar seus conceitos como válidos? Logicamente, está implícito aqui a aceitação entre as partes dos termos "mestre" e "aprendiz". Sem essa "separação", essa "divisão" ou classificação , não há porque falar em tais termos. Esse tipo de colocação é bem própria do pensamento "moderno", à la Nietzche, uma argumentação cheia de termos e imagens fortes e para denunciar todo tipo de "antinaturalismo", mas de expressões vagas e pobres para definir onde desejam chegar, a que tipo de ser ela realmente quer criar. A isso, respondem com evasivas e argumentos circulares, como "superior", "elevado", "além do bem e do mal", etc...sem nunca dizer o que isso realmente significa.Essa frase simboliza aquilo que os adeptos de tal pensamento desejam produzir: Nada, pois qual "mestre" nunca fez realmente o contrário disso?
mallak2009Membro:laugh_mini2: Tudo o que Nietzche pregou teoricamente e anunciou como o surgimento da raça dos super-homens e da supremacia da vontade e da força para mudar o sistema, foi levado a prática por Adolf hitler e seus comparsas no Reich nazista. Cada um é livre para considerar o que é realmente ser humano, mas eu não acho que dar vasão a todas as minhas vontades vai me elevar a algo mais do que um perfeito egoísta.
mallak2009MembroMallak, você está completamente equivocado no que diz.Redondamente enganado no que pensa. E enganado quanto ao que sabe, ou pode saber.
:nea_mini: Er, bem...Na verdade, acho que vc e que está redondamente equivocado, meu amigo. Nenhuma das palavras, nenhuma sequer, que escrevi foram endereçadas a rebater algum argumento seu. Todas, repito, TODAS visaram unicamente dar uma base de resposta à questão que dá título ao tópico. Nem sequer havia lido seu post, só o fiz depois q li seu rompante e, embora não tenha entendido muito bem sua teorias, achei q seguimos na mesma direção ,pois parece que vc é um teísta. Teoricamente, defendemos a mesma posição. Ou não??? Ficou meio confuso depois que você disse crer na Bíblia mas acabou se autodeclarando Deus (!!!!??????@@@@@@&&&&&!!!!!!!!!). :wacko_mini:
Você pode imaginar algo sem usar sua mente limitada pelo espaço-tempo?"Sim, posso me imaginar Deus, um ser de luz. Você não pode não? Pois bem, possível é.
Bom, voltando...Li recentemente um livro que despertou muito interesse nesse debate em 2008. É o livro mais recente de Anthony Flew, um dos filósofos que mais combateram a idéia de divindade no século passado mas que nos ultimos anos tem revisto seus conceitos anteriores dizendo-se mesmo "convertido" ao "Deus de Aristóteles". Esse livro foi um balde de agua fria nos ateístas que tinham em Flew um dos seus maiores expoentes. Richard Dawkins se apressou em retaliar Flew dizendo que, quando se está velho pensa-se muito na morte, dessa forma tentando desqualificar os argumentos do outrora respeitado senhor, como se estivesse gagá. Não é isso que transparece no decorrer do livro. Flew usa de uma racionalização límpida e baseada unicamente em argumentos lógicos, aliás, como fazia antes, pois semprre foi um pensador e um inquiridor mais puro que Dawkins e sua turma, que não passam de fundamentalistas da ciência. Flew contestava a falta de argumentos lógicos dos teistas mas nunca estabeleceu uma cruzada contra a religião ou a fé. Nesse livro, Flew expõe as razões que o fizeram mudar de idéia ao longo dos anos numa jornada de muita honestidade e humildade para um filósofo desse porte, para trazer ao conhecimento do público sua mudança de paradigma. Algo raro nesse meio. Isso mostra seriedade, pois Flew destaca que a máxima que sempre o guiou foi aquela que diz para seguir o argumento até onde ele levar. A grande maioria não faz isso. É isso que dizia no último post. Muitas vezes, nossa investigação nos leva a outras praias. Flew não está sozinho. Ele se une a gente de peso que defendia o ateísmo mas que se viu convencida pelos argumentos mais sólidos a favor da não-casualidade do universo, gente como C.S. Lewis, Chesterton e até mesmo...Darwin! A razão me fala da extrema dificuldade, ou melhor, da impossibilidade de concebermos a idéia de que esse imenso e maravilhoso universo, incluindo o homem com sua capacidade de olhar para o passado distante e para o futuro remoto, foi resultado de acaso cego. Assim refletindo, sinto-me compelido a procurar uma Primeira Causa com mente inteligente, análoga, de certo modo, àquela do homem. Mereço ser chamado de teísta. – Charles Darwin
mallak2009MembroOlá a todosMe interessei pelo tópico porque a questão obviamente nunca saiu nem sairá da pauta das discussões mais controversas. Parece que a maioria por aqui está buscando respostas sinceras e isso é bom, pois como diz um comercial atual de um grande jornal “são as perguntas, não as respostas, que movem o mundo”. Não há questionamento maior e penso que a outra questão crucial sobre “qual o sentido da vida” está tão entrelaçada nesta que inevitavelmente a resposta de uma equivale a outra. O autor do tópico pede que provem a ele que DEUS existe e acho isso bastante coerente porque até mesmo no meio jurídico existe o princípio legal de que sobre aquele que afirma algo está o ônus da prova, não sobre aquele que nega. Durante muito tempo a idéia de DEUS foi enfiada goela abaixo das pessoas, mas vindo o tempo em que o pensamento foi liberto das garras da tirania religiosa, o questionamento primordial do ser humano pôde aflorar e ganhar voz pública. Quem tem dúvidas, está livre para externar-las, quem objeta, está livre para criticar. Viva o livre curso das idéias! Somos livres para inquirir e investigar! Mas, para que sejamos realmente investigadores e verdadeiros e destemidos desbravadores, temos que nos manter nossas mentes alertas e livres de pressupostos e preconceitos que podem prejudicar ou falsear o resultado final da nossa investigação. Qualquer padrão que apresente nuances de entrincheiramento tendencioso deve ser sondado e isolado. Creio que uma premissa bastante útil é aquela que diz para “seguirmos o argumento até onde ele nos levar”. Isso nos leva a uma constante revisão de conceitos para evitar a estagnação e realmente significa que nunca fechamos a questão, o que não quer dizer que não podemos tomar partido e fazer uso desse ou daquele conceito em dado momento, nem que não possamos deixa-lo se ficarmos convencidos de que devemos rever aquele ponto, o qual antes não víamos como válido. Alguns encampam posições como se disso dependessem suas vidas, mas não embasados em argumentos válidos. Eu creio na existência de DEUS, um ser transcendente como Causa Primordial de Tudo, e que existe para além daquilo que conhecemos como espaço-tempo, e defendo aquilo que acredito com argumentos que para mim são válidos e não pretendo citar a Bíblia logo de cara como “prova” disso.Quero dizer, são argumentos que PARA MIM são válidos, podem não ser para outra pessoa e, evidentemente, argumentos são argumentos, ou seja, palavras e conceitos que podem ser rebatidos com outros argumentos. Essa discussão já vem de longa data e gente muito mais capacitada já debateu longamente sobre isso e o final de cada debate, invariavelmente, cravava empate, ou seja, ninguém declinou de sua posição inicial. Na verdade, se alguém deseja crescer no assunto deve saber que deve investigar a História desses debates e descobrir que nada novo pode surgir da especulação filosófica que já não tenha sido produzido pela mente humana. Qualquer novidade nesse campo virá das comprovações da ciência que avança em “decifrar” os enigmas tanto do Universo quanto dos labirintos da genética, embora quanto mais saiba, tanto mais fica sem explicação. Esse paradoxo é importantíssimo para a discussão, pois as mentes simplistas do séc. XIX achavam que a ciência poria fim a discussão e que, brevemente, toda crença em DEUS seria banida e transformada em território de mentes deploráveis. Obviamente, isso não aconteceu. A prova é que gente bastante informada tecnicamente como Michael Behe, Francis Collins e, mais recentemente, no campo filosófico, Anthony Flew admitem a “hipótese” DEUS. Mais tarde, poderemos citar algumas das conclusões desses e outros notórios estudiosos.Resta saber que tipos de provas aqueles que as pedem requerem. Visto que não há uma banca examinadora oficial da conciencia humana, tudo cai no julgamento subjetivo de cada um, pois obviamente, não podemos esperar que nosso limitado entendimento como seres que ainda nem mesmo chegaram a totalidade do conhecimento (se é que um dia chegaremos se antes não nos destruirmos) de nosso universo tridimensional possa reunir provas (como se entende provas científicas) mensuráveis em quantidade suficiente de um ser que transcendente que está além do espaço-tempo, portanto, completamente fora do alcance da nossa compreensão finita e tacanha. Pense somente que ainda não sabemos o tamanho do universo, nosso olhar ainda é restrito a uma pequena área, como então olharemos para algo que está além desse TODO? Nos apropriamos de termos como Eternidade para verbalizar conceitos que mas que nem sequer podemos imaginar o que seja realmente. Você pode imaginar algo sem usar sua mente limitada pelo espaço-tempo?“Mas”, alguém dirá, “porque ainda perdemos tempo discutindo isso se ele está fora do nosso alcance?” É justamente aí que reside o ponto de tensão. Se DEUs foi a causa de tudo vir a existir mas depois disso nada mais realizou nem se mostrou, a proposição agnóstica será a mais acertada, mas e se Deus se revelou mesmo à humanidade? Quero dizer, a história humana mostra que a idéia de uma divindade, ou divindades, é quase que natural ao homem, assim como o medo, a sexualidade e o instinto de sobrevivencia. As religiões sem exceção afirmam que falam como portavozes daqueles que vieram em nome desse ser inefável. A questão é: Há possibilidade de que algo ensinado pelas religiões possa ser resquício da vontade desse ser? DEUs revelou-se através de alguma religião? Tirando toda encenação,roupas esquisitas e ritualismo que os homens elaboraram para garantirem-se como legítimos representantes do divino frente às sociedades, a moral, a ética, as leis e a ordem social, enfim, o bojo daquilo que conhecemos como civilização, primeiramente apareceram como valores transmitidos pelas religiões dos diversos povos, especialmente os valores helênicos e judaico-cristãos, para nós ocidentais. Eliminando toda hipocrisia religiosa, há alguma chance de que isso revele algo da “imagem e semelhança” dele em nós? Para mais além,gostaria de questionar de modo mais contundente se é possível que essa revelação de DEUS possa assumir a forma de UMA ÚNICAVERDADE ABSOLUTA para a qual devem convergir tanto todos os sistemas filosoficos e religiosos quanto a História humana em si.
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