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13/07/2005 às 11:56 #71885Miguel (admin)Mestre
Eu penso que, embora a mentalidade jurídica ainda esteja sutilmente arraigada nos primórdios primitivos, tenha uma estrutura muito diversa da existente nas culturas primitivas.
A justiça, atualmente, tende a ser objeto de discussões filosóficas e é irredutível aos tabus religiosos…
13/07/2005 às 16:37 #71886Miguel (admin)MestreE suma,
a punição vem para tentar evitar que o exemplo do agressor seja multiplicado/repetido, pois a impunidade é combustível da criminalidade. E existe aí uma “crença” baseado no medo, num “castigo” divino, caso o transgressor não seja punido.Contudo, para que haja transgressão/crime/transgressor, toda a sociedade já tem que estar corrompida. A sociedade não se preocupa em “tirar as pedras”. Ex: nega-se solidariedade, recebe-se crime.
Nega-se pão, recebe-se roubo.
Se a sociedade desse solidariedade e exemplo (exemplo=ação virtuosa), não haveria justificativa para o crime.A sociedade educa para que o roubo, por exemplo, seja entendido como transgressão/crime/pecado.
A educação traz ideologias (religiosa/moral/capitalista). A educação é moralista e baseia-se na culpa, no julgamento, no remorso, no pecado.Seguimos as regras/leis (ou não a seguimos) de acordo com nossa consciência (capacidade de julgar). Isso também envolve a influencia a luta entre id e superego.
(hipóteses baseadas no que eu postei antes, mas são verificáveis e há necessidade de estudo mais aprofundado)
Concordo que “A justiça, atualmente, tende a ser objeto de discussões filosóficas e é irredutível aos tabus religiosos…”
Mas estou tentando demonstrar que nossa consciência (de todos os humanos) está intrinsecamente ligada a crenças (dogmáticas, ou paradigmas ou axiomas dos quais não temos certeza de sua validade real), pois a ciência e a filosofia ainda não responderam as suas perguntas essenciais. Sendo assim, afirmar qualquer coisa é um “dogma”. (Seja religião ou não). Ser religioso é um dogma (ou paradigma) e não ser também é.
A filosofia e a ciência também sofrem influencia dessas crenças (primordiais da qual Freud fala), da ideologia (que Marx fala), do inconsciente (que tenta acreditar na objetividade) etc.
A educação escolar é um exemplo de ideologia e de moral cristã, mesmo que não digam que a moral é cristã (ou outra religião baseada no bem o no mal). Talvez Nietzsche concordaria com isso.A filosofia/ciência são passiveis de revisão Mas por mais que eles digam isso e por mais que se revise, a verdade (aquelas perguntas filosóficas essenciais) ainda estão sem resposta. Para mim, só haverá certeza de que a filosofia/ciência são verdades e que os seres humanos podem julgar uns aos outros quando aquelas perguntas iniciais forem respondidas. Pois aí sim teremos no que se basear com certeza. Até lá, tudo é especulação.
(isso é uma hipótese ainda em desenvolvimento, preciso revisar e discuti-la mais)13/07/2005 às 18:34 #71887Miguel (admin)MestreSendo assim, afirmar qualquer coisa é um “dogma”. (Seja religião ou não). Ser religioso é um dogma (ou paradigma) e não ser também é.
Vamos padronizar para não virar bagunça: “afirmar qualquer coisa” é afirmação; “afirmar algo como verdade inquestionável, sem motivo razoável ou por apelo à fé na autoridade divina” é dogma; “aceitar um conceito como verdadeiro, até que seja substituído por algum outro mais consistente ou necessário” é paradigma e “uma proposição evidente ou necessária” é um axioma.
A filosofia/ciência são passíveis de revisão Mas por mais que eles digam isso e por mais que se revise, a verdade (aquelas perguntas filosóficas essenciais) ainda estão sem resposta.
E muito provavelmente não encontrarão tais respostas. A linguagem humana não foi feita para descrever o real e a representação por si só já é um distanciamento da realidade…
Então, há que existir bom-senso na filosofia. Não podemos ficar duvidando de tudo o tempo todo. Há a necessidade de aceitarmos algumas proposições como axiomáticas.
…
13/07/2005 às 21:50 #71888nahuinaMembroRenan, crença é uma coisa, dogma é outra coisa….
Todo dogma depende de uma crença, mas toda crença não é dogmática…..sofismas..sofismas….
Entende? Eu já tentei te explicar isso com relação ao Sócrates no tópico “filosofia oriental…..”….Mas talvez você esteja certo (eu não sou dogmático, ou tento não sê-lo)….pq vc não explica melhor…..
13/07/2005 às 22:29 #71889Miguel (admin)MestreClaro, Nahuina… claro…
Mas desde que tente explicar dentro de uma convenção lógica, certo?
Vamos padronizar para não virar bagunça: “afirmar qualquer coisa” é afirmação; “afirmar algo como verdade inquestionável, sem motivo razoável ou por apelo à fé na autoridade divina” é dogma; “aceitar um conceito como verdadeiro, até que seja substituído por algum outro mais consistente ou necessário” é paradigma e “uma proposição evidente ou necessária” é um axioma.
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14/07/2005 às 2:47 #71890nahuinaMembroLegal!! Gostei do esclarecimento, deve ser muito útil para nossas discussões daqui pra frente…(não estou sendo irônico)….mas eu não gosto dessas definições e segui-las a priori é uma coisa que considero uma alienação….
Esses conceitos foram “inventados” (definidos) pelos homens, e agora os homens devem utilizá-los para a construção de um pensamento lógico, isso é verdade!
Porem não devemos prejulgar (pré-julgar) qualquer idéia que não atenda esses critérios, isso seria dogmático/paradigmático (você escolhe), seria alienação….pois o raciocínio humano vai além, alguém que nunca ouviu falar destes conceitos pode muito bem chegar a conclusões lógicas e coerentes sem o auxilio deles….
E na melhor das hipóteses, me arrisco a afirmar que estas idéias são efêmeras, e não deveria surpreender ninguém se estes paradigmas vierem a se tornar outros completamente diferentes num futuro não-distante (e não próximo; o que não seria equivalente)…
Justamente por isso, mesmo tendo sido esclarecido de forma muito pertinente, pretendo continuar a usar os termos “dogma” e “crença”, pois foram estes que o “criador” da idéia utilizou.Pois não desejo fugir da idéia inicial, a minha primeira ação deve ser questioná-la como foi apresentada, se considerada viável, posteriormente podemos discutir a terminologia a ser utilizada….
(falei muita m***** ?…espero que não)14/07/2005 às 5:13 #71891Miguel (admin)MestreO que eu estava tentando defender não tem aida termos definidos.
Sobre crença, dogma, paradigma e axioma (tudo isso eu queria resumir numa só palavra)Mas essa palavra é nova, tão nova que ainda não existe, por isso uso a palavra dogma que é oque mais se aproxima.
Segundo o meu pensamento, tudo é crença “dogmática”, pois não temos certeza de nada e só afirmamos com base no nosso conhecimento (limitado em parte pela nossa linguagem).
Concordo com Mileto, nossa linguagem é um conjunto de signos (representações) e só por isso dá para concluir que a linguagem nos distancia da realidade. Nietzsche já dizia: “temo que não estejamos livres de Deus porque ainda temos fé na gramática”.
Não sei se um dia o homem poderá responder a todas as perguntas essenciais. Por isso eu afirmei que tudo é crença e especulação (e moralismo, as vezes). Pode ser radical, mas é uma hipotese.
Se não sabemos se existe deus ou nao, se nao sabemos de onde viemos, que critérios temos para dizer o que é certo ou errado? (seria mais ou menos isso)14/07/2005 às 10:06 #71892Miguel (admin)MestreJustamente por isso, mesmo tendo sido esclarecido de forma muito pertinente, pretendo continuar a usar os termos “dogma” e “crença”, pois foram estes que o “criador” da idéia utilizou.
Bem, eu me retiro desse tema então, pois não é de praxe que eu discuta com quem chama banana de maçã, certo?
E depois diz que chamar banana de banana é só um dogma… passo pra outra!
Não que eu esteja aborrecido, mas não vejo mais nenhuma coerência nessa linha de pensamento…
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(Mensagem editada por Mike em Julho 14, 2005)
14/07/2005 às 11:28 #71893Miguel (admin)MestreMas essa palavra é nova, tão nova que ainda não existe, por isso uso a palavra dogma que é o que mais se aproxima.
Engano seu, a palavra já existe há, pelo menos, mais de 2.300 anos. Chama-se axioma…
…dizer que toda forma de pensar é dogmática equivale a dizer que todo mundo pensa como carola.
Mas eu não vou mais discutir nesse tópico, podem usar e abusar da linguagem ao seu bel prazer!
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14/07/2005 às 15:14 #71894nahuinaMembro“podem usar e abusar da linguagem ao seu bel prazer!” muito obrigado!…(mas ninguém te pediu permissão para isso)
Mileto, quero acreditar que você não entendeu o que eu disse (pois se você entendeu, você esta sendo infantil e ridículo)
Por isso vou tentar explicar novamente:
É bem provável que as palavras empregadas não sejam as corretas, mas se você nem sequer parou pra tentar entender o que o Renan disse, como você pode julgar se o que ele disse está certo ou errado?
E mesmo que a palavra empregada seja inadequada esses conceitos (de mais de 2.300 anos ) continuam sendo efêmeros….e acreditar que esses conceitos são universais seria um dogma (segundo a sua definição de dogma)…..(Mas se quiser desistir do debate td bem! Se você não está pronto para acrescentar nada e a única coisa que você deseja com o fórum é provar que você sabe, provar que você conhece; você se engana 2 vezes, pois você não provou nada e porque o fórum não serve pra isso…..)
(Mensagem editada por nahuina em Julho 14, 2005)
14/07/2005 às 15:34 #71895Miguel (admin)MestreNahuina,
Para me desvincular definitivamente do tema proposto pelo Renan, respondi a sua crítica sobre entendimento de conceitos no tópico DERRIDA.
14/07/2005 às 16:08 #71896Miguel (admin)MestreMileto, lamento muito a confusão que causei na sua cabeça.
Você mesmo diz: ” A linguagem humana não foi feita para descrever o real e a representação por si só já é um distanciamento da realidade…”Eu concordei com sua afirmação, e até citei Nietzsche: “Temo que não estejamos livres de Deus pois ainda temos fé na gramática”.
Ora, Mileto, uma hora você diz que nossa linguagem é limitada (o que eu concordo) e outra hora você não quer entrar num debate pois prefere se prender, não ao rigor lógico, mas ao rigor da linguagem.
O que você explicou é definição/sinificado (a diferença entre dogma, axioma etc), não tem nada de lógico nisso.O que importa se eu chamo maçã de mamão?? Você se prenda no significante, ou no significado…
Ora, se eu chamar maçã de mamão num contexto onde isso não importa e nesse contexto todos entendam (pela lógica) que o “mamão” na verdade é “maça”…que diferença faz?? É necessário ao contexto, isso não é a toa.Olha: Nossa razão vai além de nossa linguagem e nossa linguagem vai além da verbal.
Mesmo num fórum on line, sem contato visual, sem auxílio de gestos, a linguagem não se resume na definição de palavras, mas na aplicação contextual. Tanto isso é verdade que o Nahuina conseguiu entender meu pensamento perfeitamente. Ele questionou o pensamento dentro da lógica do próprio. E ele fez um esforço para isso, e compreendeu os significados, esforço o qual você não quer fazer.
Lamento.12/10/2005 às 11:34 #71897Miguel (admin)MestreO problema não está na utilização da metáfora, mas no descuido em adotar uma palavra inadequada, que apaga distinções importantes demais para serem simplesmente ignoradas…
03/12/2009 às 12:32 #71898GrazieleMembroA justiça teria que estar além do que julgamos bom ou mal, já que esses conceitos são totalmente mutáveis na concepção de cada pessoa.
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