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28/05/2003 às 2:26 #73743Miguel (admin)Mestre
Carlos
Retomando …
“Pex. vc citou o Nash, ora, a menina seria um fato? Ou sua doença o era…”
Bom imagine que eu e vc estamos conversando pessoalmente. Num certo momento vc me apresenta a sua namorada que é candidata a Missi Brasil.
Eu fico perplexo, pq não vejo nada. Mas vc insiste e chega a me chamar de louco e sem educação, pq a sua linda namorada está me cumprimentando e levando a mão em minha direção.
A coisa fica realmente complicada pq por um instante eu acho que estou realmente louco, mas eis que surge o Márcio, e ciente do que está se passando, concorda comigo que não há mulher alguma diante de nós (-Ufa, eu não sou louco, penso comigo).
Vc fica confuso e começa achar que eu e o márcio estamo brincando com vc. Brincando uma brincadeira sem graça.
Outro amigo nosso surge. É o Pilgrim, vc sabe que o pilgrim não é de brincadeiras.
Tendo por ele grande amizade a admiração, e já inseguro da sua insanidade, desesperadamente pergunta ao Pilgrim se este é capaz de ver a sua linda namorada ….
Pilgrim, calmamente, olhando para vc responde:
-Carlos, não há moça alguma aqui.
O silêncio toma conta por alguns instante e então …
Pilgrim olha para todos e diz:
– mas o que é isto?
Carlos vou ficando por aqui, não vou lhe responder as outra perguntas para não atravessar o samba.
Digo apenas que considero como fato o fato de vc ver uma mulher que só vc vê.
…ou transferindo para o nash, o fato de ele ver uma menina que só ele vê.
“o q vcs acham?”
ps. ainda bem que não sou escritor, pois do contrário morreria de fome.
28/05/2003 às 2:38 #73744Miguel (admin)MestreNa mensagem acima …
Onde se lê “insanidade” leia-se sanidade ou lucidez.
abs.
}
28/05/2003 às 23:22 #73745carlosMembroTá ótimo, ficou uma histórinha legal, entendi seu ponto de vista, nessa sua óptica, realmente seria uma fato.
Abraços28/06/2003 às 19:00 #73746Miguel (admin)MestreCAROS AMIGOS
Perante o que foi colocado, a questão que se coloca é o da nossa percepção dos chamados “FATOS”,vejamos:
Algo que tenha existência física na natureza só pode ser classificado como um fato a partir da mediação de nosso conhecimento. O problema está nas ferramentas mentais que usamos para conhecer um fato: o raciocínio e a imaginação.
Segundo BARUCH DE SPINOZA, a maioria das pessoas julga os conhecimentos através dos efeitos ; “conhecer p/ SPINOZA é conhecer pela causa, ou seja é um conhecimento genético, que significa descobrir o modo pelo qual algo é produzido, por exemplo, dizer que um círculo é uma figura geométrica cujos pontos eqüidistam do centro, é apenas descrever uma propriedade deste, um círculo é definido quando se diz que ele é produto da rotação de um segmento em torno de um eixo ou de um ponto, fazer isto é conhecer o círculo genéticamente, ou seja, através da causa que o produz” (TIE,21)
Se partirmos do pressuposto espinosano de que tudo na Natureza é determinado por leis universais e necessárias, então a questão da realidade dos fatos perde sua importância, pois tudo aquilo de que temos uma idéia clara e distinta é necessariamente verdadeira, independente da adequação ao “fato”.
saudações filosóficas à todos!!29/06/2003 às 2:39 #73747Miguel (admin)MestreAchei apropriado e vou transcrever.
“Quero lhe dizer uma coisa Mark. Algo que vc ainda não sabe.
Nós, K-paxianos, vivemos o bastante para aprender que o universo se expandirá e se exterminará.
E se expandirá novamente. Repetindo esse processo eternamente.
Vcs Não sabem que quando o Universo se expande tudo será como é agora.
Os erros que cometerem nessa vida serão por vcs revividos.
Cada erro por vc cometido será revivido de novo… e de novo… eternamente.
Meu Conselho é que façam direito dessa vez…. pois esta vez…. é tudo o que vcs têm.” Prot
29/06/2003 às 23:21 #73748Miguel (admin)MestreIsso me lembrou A Gaia Ciência, §341:
“O mais pesados dos pesos ]. – E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência – do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da ecistência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir. Ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que esta última, eterna confirmação e chancela? – }01/07/2003 às 16:55 #73749márcioMembroLi a “historinha” da namorada (esquizofrenia, certo?) e tendo a voltar no ponto da trama.
É a trama (dos fatos) que da a sustentacao ao conjunto. Um fato isolado, pode ser um bom comeco, mas ele NECESSARIAMENTE vai precisar fazer parte da trama. Por outro lado, a descoberta de um fato inconsistente na trama, tambem pode ser um bom comeco para desmontar toda uma parte da trama.O esquizofrenico (da historinha) possivelmente estava tendo a dificuldade inicial em colocar na trama o fato de que ele adquiriu a doenca. Mas uma vez colocado esse fato na trama (dele e de todos que convivem a sua volta), tudo bem … vide uma mente brilhante.
01/07/2003 às 17:39 #73750márcioMembroOba Alex …
Interessante e oportuna, mas permita-me concentrar na parte que nao concordo.
Antes, alguns pontos que defendo (esta mais para fé do que para defesa):
1. Determinismo: Dado um conjunto de caracteristicas iniciais para um universo, de forma global esse universo tende a ter um comportamento Deterministico.
2. Livre Arbitrio: Eventos localizados nesse Universo, devem ser governados pelo Acaso “localizado” (ou Livre Arbitrio), mas de forma global o comportamento final é Deterministico.
Isso posto, temos que:
Voce disse que o Prot disse que:
1. Esse universo se exterminara e se expandira novamente = Nao OK.
Se ele terminar, NAO sera o mesmo Universo que comecara novamente. Devera ser um novo Universo com novas caracteristicas iniciais e portanto muito provavelmente com um comportamento Deterministico global bem diferente desse nosso atual.
2. Os erros que cometerem nessa vida serão por vcs revividos = Nao OK.
Entendo “erros cometidos” como eventos locais, governados pelo Acaso “localizado” e portanto com baixa probabilidade de repeticao.
Considere o evento: “Zé, bateu o pé numa pedra aos 12 bilhoes de anos e alguns quebrados da origem do Universo”.
Dificilmente esse mesmo evento localizado vai acontecer para dois Universos X e Y, mesmo que ambos se iniciem com as mesmas caracteristicas.
Mas, mesmo assim, gostei MUITO do filme !!!
01/07/2003 às 23:36 #73751Miguel (admin)MestreOlá Márcio
O texto foi apenas um momento que achei interessante, pois é um tanto contraditório… não acha?
A contradição estaria na última frase, o que torna a idéia gostosa de ser pensada, ao menos por mim.
“Meu Conselho é que façam direito dessa vez…. pois esta vez…. é tudo o que vcs têm.”
Prot não diz que esta é a primeira vez do Universo, apenas afirma que já viveu o bastente para saber que acontecerá como diz.
Talvez o filme certo seja Matrix….rsrs.
Para alguns a mais pobre filosofia, para outros uma película espinhosa que fez coçar feridas.
Que seja… de qualquer forma não chegaremos mesmo a um consenso sobre liberdade e determinação, mas estamos aqui…deliciosamente… passando o tempo.
Um abraço
(Mensagem editada por alex em Julho 01, 2003)
02/07/2003 às 1:02 #73752márcioMembroRealmente, fora todo o hi-tech, a mensagem da trilogia Matrix me é interessante porque cutuca 2 futuros “problemas” no medio prazo.
A prisao (no sentido de dependencia) no mundo virtual e o conflito com a automacao.
Implicitamente Matrix tambem permite pensar nesse looping proposto por Prot.
Se é possivel criar varios niveis de mundos virtuais um dentro do outro, qual a chance desse nosso ser o primeiro ?(a trilogia Terminator tambem aborda o conflito com a automacao).
15/08/2003 às 16:28 #73753Miguel (admin)MestreMédio prazo? Forçou…
… quem disse que é possível a criação de “vários níveis de mundos virtuais”? Que seja… o nosso é o primeiro Márcio, eu não tenho maiores dúvidas.
16/08/2003 às 3:32 #73754márcioMembroOi. Imagine um garoto sul coreano que entre de manha numa lan house e so saia no dia seguinte. La ele encontra sua “turma” virtual e barbarizam num cenario virtual. Essa realidade ja é um pesadelo por la e sofre upgrade a todo momento.
Isso da o tom da “prisao” ao mundo virtual.Recentemente li nos jornais que ja acusam o “processo de inovacao” como o causador de boa parte do desemprego que vemos por ai.
E o motor desse processo é a automacao, que nao vai parar … por bem (talvez pare por mal).Ja estamos vivendo essa realidade. Basta imaginar a evolucao exponencial da tecnologia (ver lei de Moore) a medio prazo … uns 30 ou 40 anos.
27/11/2003 às 21:30 #73755Miguel (admin)MestrePrieiramente tenho que dizer que há um algo por trás de tudo. Logo, é óbvio, se há alguma coisa, de certa forma criadora, então só deveria existir o lado do determinismo. Porém acho tb que essa mesma força que dá origem a tudo, quer de alguma forma mostrar como o homem pode ser o guia de sua vida, colocando-o como co-autor de sua história, o que logicamente levanta uma série de questões ou porquês. Portanto, até aqui manifestei minha opinião, e vejo então um certo meio termo entre essas duas vertentes ou escolhas.
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